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2 FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DA PESQUISA

3 EXPANSÃO DA REDE FEDERAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA NO BRASIL: UMA BREVE RETROSPECTICA HISTÓRICA E

3.2 HISTÓRICO DO IFFAR – CAMPUS SÃO VICENTE DO SUL

A história do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha - IFFAR assenta-se sobre a história do campus São Vicente do Sul deste instituto. No início da década de 50, a cidade de São Vicente do Sul, à época chamada de General Vargas, perderá, devido à divergências entre o comandante e o seu prefeito, a unidade militar de cavalaria que havia se instalado na cidade. Desta forma, a cidade assolava-se de um esvaziamento populacional em decorrência da emancipação dos distritos de Cacequi e Umbu e da construção da linha férrea que ligava a vizinha cidade de Jaguari à serra. Nesta época, o Sr. José Elói de Menezes contata o então deputado Fernando Ferrari, natural de São Pedro do Sul, para intervir junto ao governo federal na tentativa de retorno da unidade do exército para a cidade. Após formarem uma comissão, encontram-se com o então presidente Getúlio Vargas – em um momento de descanso em uma de suas fazendas – e solicitam a este o retorno da unidade de cavalaria ou a criação de uma nova unidade do exército em General Vargas. Como Getúlio Vargas era natural de São Borja e conhecia bem a região (o nome de General Vargas foi dado à cidade por motivos políticos e em homenagem ao seu pai) entendeu que não seria interessante a reabertura de uma unidade militar no centro do estado, sendo mais propício aquela época a criação de um colégio agrícola (FEITOZA, 2014). Assim, em 17 de novembro de 1954, através de decreto assinado entre a união e o munícipio e publicado no Diário Oficial de 30 de novembro de 1954 é criada a Escola de Iniciação Agrícola de General Vargas. Neste decreto estabelece-se que caberia ao município a entrega de uma área de terra para construção da escola e à união o custeio da construção e da manutenção do colégio (IFFAR, 2011).

Após quatorze anos da sua criação a Escola de Iniciação Agrícola tem, sob efeito do Decreto n° 62.178 de 25 de janeiro de 1968, seus bens, instalações,

equipamentos, verbas e pessoal transferidos para a responsabilidade da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) sob o nome de Colégio Agrícola de General Vargas (BRASIL, 1968). Em 16 de julho de 1969 este decreto é revogado e através da promulgação do Decreto n° 64.897 fica estabelecido que a orientação didático-pedagógica do Colégio Agrícola seria totalmente exercida pela UFSM (IFFAR, 2011).

Em 1985 o Colégio Agrícola deixa de pertencer a UFSM e passa a ser reponsabilidade da Coordenação de Ensino Agrícola (COAGRI) que era um órgão autônomo do Ministério da Educação e Cultura. Neste processo troca mais uma vez de nome e passa a ser chamado de Escola Agrotécnica Federal de São Vicente do Sul (EAF-SVS). Um ano mais tarde a COAGRI é extinta, cria-se a Secretaria de Ensino de 2° Grau, e a EAF-SVS passa a estar diretamente ligada ao Ministério da Educação. Esta secretaria dá lugar, em 1990, à Secretaria de Educação Média e Tecnológica, e todas as Escolas Agrotécnicas passam a ser subordinadas a esta secretaria (IFFAR, 2011).

Um capítulo importante da história da EAF-SVS ocorre em 1993. Por força da Lei n° 8.731 a EAF-SVS, bem como todas as Escolas Agrotécnicas Federais, passaram a constituir-se em autarquias federais, com autonomia didática e disciplinar, além das autonomias que lhes seriam facultadas como entes autárquicos (BRASIL, 1993).

Mais uma troca de nome ocorre em 2002. Por força do decreto presidencial publicado no Diário Oficial n° 221 de 16 de novembro de 2002, a EAF-SVS passa a denominar-se Centro Federal de Educação Tecnológica de São Vicente do Sul (CEFET-SVS) . A atribuição de ofertante de ensino superior é delegada aos CEFET's em 2006 por força do Decreto n° 5.773/06 que, entre outras providências, institui que os CEFET's transformam-se em “instituições de ensino superior” (IFFAR, 2011).

Finalmente em 2008 tem-se o último capítulo desta história. A esse tempo o CEFET-SVS já possuía uma Unidade Descentralizada situada no município de Júlio de Castilhos. Estas duas instituições, juntamente com a Escola Agrotécnica Federal de Alegrete (também criada em 1954 e com uma história bastante semelhante a do CEFET-SVS) e a Unidade Descentralizada de Santo Augusto (que pertencia ao CEFET de Bento Gonçalves) integram-se, através da Lei n° 11.892/08 de 29 de dezembro de 2008, para formar o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha, sendo este uma instituição de ensino superior, básica e

profissional, pluricurricular e multicampi, especializada na oferta de ensino profissional e tecnológico nas diferentes modalidades de ensino (IFFAR, 2015a).

No contexto da expansão da Rede Federal o IFFAR inaugura novos campi em várias cidades. Atualmente o instituto conta com uma Reitoria instalada em Santa Maria, campi em São Vicente do Sul, Alegrete, Frederico Westphalen, Jaguari, Júlio de Castilhos, Panambi, Santa Rosa, Santo Ângelo, Santo Augusto, São Borja, um campus avançado em Uruguaiana, Polos de Educação a Distância e Centros de Referência. Desta forma abrange as regiões centro, oeste, norte e noroeste do Rio Grande do Sul. O mapa abaixo mostra mais claramente a abrangência regional do IFFAR.

Figura 4 - Mapa de abrangência do IFFAR.

Fonte: www.iffarroupilha.edu.br. Adaptado pela autora

oferta de educação pública gratuita e de qualidade, atuando no desenvolvimento local a partir da oferta de cursos voltados para os arranjos produtivos, culturais, sociais e educacionais da região (IFFAR, 2017). Neste sentido oferece os cursos Técnicos nas modalidades integrado, concomitante e subsequente ao nível médio, cursos superiores de tecnologia, bacharelados, licenciaturas e cursos de pós- graduação perfazendo um total de 12.051 matrículas atendidas ao final do ano de 2016 (IFFAR, 2017).

Com relação ao campus São Vicente do Sul, são ofertados os cursos técnicos integrados de Administração, Agropecuária e Manutenção e Suporte em Informática. Na modalidade subsequente ao ensino médio os curso técnicos ofertados são: Agricultura, Alimentos, Informática, Secretariado e Zootecnia. Também oferta os cursos de bacharelado em Administração e Agronomia, os tecnológicos em Gestão Pública e Análise e Desenvolvimento de Sistemas e os cursos de Licenciatura em Química e Ciências Biológicas. Estes dois últimos entram para a história do campus São Vicente do Sul após a promulgação de Lei n° 11.892/08. Nesta lei, os Institutos Federais ficam obrigados a ofertar pelo menos 20% de suas vagas em “cursos de licenciatura, bem como programas especiais de formação pedagógica, com vistas na formação de professores para a educação básica, sobretudo nas áreas de ciências e matemática, e para a educação profissional” (BRASIL, 2008). Pensando em uma integração dos cursos de licenciatura que seriam criados com os cursos já ofertados pelo campus, mais ligados às ciências agrárias, juntamente com um compartilhamento da infraestrutura dos laboratórios e do corpo docente, foram propostos e aprovados no ano de 2008 os Cursos Superiores de Licenciatura em Química e em Ciências Biológicas. As turmas destes cursos tiveram seus primeiros ingressantes no ano de 2009 e anualmente são ofertadas 35 vagas para o curso de Licenciatura em Ciências Biológica e 30 vagas para o curso de Licenciatura em Química.

Atualmente o campus São Vicente do Sul conta com cerca de 1600 alunos matriculados, 105 técnicos-administrativos e 124 docentes. Sua infraestrutura está estabelecida sobre uma área total de 103 hectares totalizando 44.930,62m2 de área

construída. Possui 50 salas de aula, 30 laboratórios didáticos e de pesquisa e 9 Laboratórios de Ensino, Pesquisa e Produção. Possui 32 salas de trabalho docente, um anfiteatro com capacidade de 540 pessoas, uma biblioteca, salas administrativas, refeitório, moradia estudantil, ginásio poliesportivo, campo de

futebol, espaço cultural, uma sala de convivência destinada para servidores e uma para alunos. (IFFAR, 2013).