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Instituído pela primeira vez no Brasil no Estado do Rio de Janeiro, através do Decreto-Lei nº 1.633, de 21 de dezembro de 1977, o Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras – SLAP constitui-se num conjunto de leis, normas técnicas e administrativas que determinam as obrigações e responsabilidades do Poder Público e dos empresários, com vistas à autorização para implantar, ampliar ou iniciar a operação de qualquer empreendimento potencial ou efetivamente capaz de causar alterações o meio ambiente (Martini e Gusmão, 2003).

O licenciamento ambiental é um instrumento de caráter preventivo criado para a execução dos objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente, em especial o de harmonizar o desenvolvimento econômico e social com a proteção do meio ambiente, promovendo ouso racional dos recursos ambientais, impedindo a utilização predatória e irracional desses recursos e racionalizando os custos empresariais na adequação dos projetos às exigências de controle ambiental.

Apesar de vigorar desde a década de 70, em alguns estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Bahia, o licenciamento ambiental foi instituído, para todo o País, pela Lei nº 6.938/81, sendo regulamentado pelo Decreto nº 88.351, de 01/06/83, quando se estabeleceram suas principais diretrizes. Em dezembro de 1997, foi editada a resolução CONAMA nº 237/97 que estabeleceu novas normas e procedimentos para o sistema. As normas complementares e os procedimentos administrativos para sua efetiva utilização são fixados pelos órgãos estaduais de controle ambiental e pelo IBAMA.

BASE LEGAL

Lei nº 6.938/81 - no artigo 10, estabeleceu

que “... a construção, instalação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento por órgão estadual competente, integrante do SISNAMA, e do IBAMA em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis”.

Decreto nº 88.351, de 01/06/83 -

regulamentou o Sistema de Licenciamento no Brasil, inspirou-se nas diretrizes do SLAP, em vigor no Estado do Rio de Janeiro, estendendo-se a todo território nacional, e dando às entidades estaduais de meio ambiente a atribuição e a responsabilidade de exercer o controle ambiental das atividades modificadoras do meio ambiente, cabendo ao IBAMA atuar em caráter supletivo.

Lei 7.804, de 18/07/89 - deu ao IBAMA a

atribuição de homologar o licenciamento nos casos que venham a ser determinados pelo Conselho Nacional de

Meio Ambiente – CONAMA, e conceder licença a atividades cujos impactos ambientais assem a ser considerados de âmbito nacional ou regional. A Lei 7.804/89 introduziu modificações que não alteraram as bases e mecanismos antes instituídos, conservando os preceitos modernos de descentralização do controle e da proteção do meio ambiente, alguns dos quais merecem destaque:

 A obrigatoriedade do licenciamento prévio, de modo a permitir o acompanhamento das implicações ambientais de uma atividade, desde a fase do planejamento, prevenindo-se os danos e evitando-se os custos adicionais de controle após sua implantação;

 A submissão à fiscalização e ao controle ambiental de pessoas físicas e jurídicas, de direito público ou privado;

 O condicionamento de financiamentos e incentivos governamentais ao prévio licenciamento ambiental dos projetos;

 A descentralização administrativa para implementar o licenciamento ambiental, a cargo dos órgãos estaduais de meio ambiente, cabendo ao IBAMA a homologação de licenças em casos determinados pelo CONAMA, ou a ação supletiva;

 A adoção dos princípios democráticos de divulgação, de publicidade e de informação dos pedidos de licença, sua renovação e respectiva concessão, em jornal oficial periódico de grande circulação regional ou local;

 A adoção de um amplo conceito de poluição, relacionado à degradação de qualquer dos fatores ambientais dos meios físico, biótico e antrópico, como a saúde, o bem-estar, as atividades sociais e econômicas, as condições

estéticas e sanitárias do meio ambiente;  A inclusão, nos objetivos da Política Nacional

do Meio Ambiente, da imposição ao poluidor ou predador da obrigação de recuperar e indenizar por danos causados e, ao usuário, de contribuir pela utilização dos recursos ambientais com fins econômicos.

Decreto nº 99.274/90 - substituiu o Decreto

nº 88.351/83, mas em nada alterou os dispositivos sobre licenciamento.

Resolução CONAMA 237/97 - é um

importante instrumento regulador do Licenciamento Ambiental, que alterou em vários pontos o sistema de licenciamento vigente e estabelecido pelos decretos anteriores. Dentre as alterações, está a definição da distribuição de competência para licenciar entre o IBAMA, os órgãos estaduais e os órgãos municipais de meio ambiente.

Compete aos Municípios o licenciamento da maior parte das atividades, apesar da falta de estrutura e de capacitação técnica da maioria deles.

De acordo com esta resolução, cabe ao IBAMA o licenciamento de atividades localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe, no mar territorial, na plataforma continental, em terras indígenas, assim como o licenciamento de atividades localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados, aquelas cujos impactos ambientais ultrapassem os limites territoriais do país ou de um ou mais Estados, atividades nucleares, além de bases e empreendimentos militares. Além disso, a Resolução CONAMA 237/97 determina quais empreendimentos são obrigados a ter licença ambiental.

Lei Federal nº 9.605/98 - estabelece as

sanções criminais aplicáveis às atividades lesivas ao meio ambiente, introduzindo o conceito da Responsabilidade Criminal para as condutas lesivas ao meio ambiente e da Responsabilidade Criminal da Pessoa Jurídica, prevendo, ainda, a desconsideração da Pessoa jurídica para impedir, por exemplo, que os danos ambientais não sejam ressarcidos caso a empresa decrete falência.

Medida Provisória 1710/98 – beneficiou as

empresas que já operavam anteriormente à regulamentação e obrigatoriedade do Licenciamento Ambiental, pois permitiu que as empresas cujas atividades fossem consideradas poluidoras ou potencialmente poluidoras e degradantes se adequassem à legislação através de um ‘termo de compromisso’ firmado entre a empresa e o órgão ambiental licenciador com prazo de vigência variável entre 90 dias e três anos, com possibilidade de prorrogação por igual período, portanto, um prazo de até 06 anos no máximo.

Responsabilidades

e

penalidades

decorrentes de condutas lesivas ao meio