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A humildade permite que sejamos melhores pais, filhos e filhas, maridos e esposas, vizinhos e amigos

Primeira edição do hinário dos santos dos últimos dias, concluído em 1836.

do evangelho. A humildade permite que tenhamos um coração quebran-tado quando pecamos ou cometemos erros e possibilita que nos arrependa-mos. A humildade permite que sejamos melhores pais, filhos e filhas, maridos e esposas, vizinhos e amigos.

Por outro lado, o orgulho desne-cessário pode dissolver relacionamen-tos familiares, destruir casamenrelacionamen-tos e acabar com amizades. É especialmente importante lembrar- nos da humildade quando percebemos que as contendas começam a surgir em nosso lar. Pen-sem em todo o sofrimento que pode-mos evitar sendo humildes e dizendo: “Desculpe”, “Foi falta de consideração minha”, “O que você gostaria que eu fizesse?”, “Foi descuido meu” ou “Estou orgulhoso de você”. Se essas pequenas frases forem usadas com humildade, haverá menos contendas e mais paz em nosso lar.

O simples transcorrer de nossa vida pode ser, e com frequência é, uma experiência que nos torna humildes. Acidentes e enfermidades, a morte de um ente querido, problemas de rela-cionamento e até revezes financeiros podem nos obrigar a cair de joelhos. Mesmo que essas dificuldades não sejam culpa nossa ou que decorram de más decisões e falta de bom senso, todas elas são provações que nos tornam humildes. Se decidirmos nos sintonizar espiritualmente e manter- nos humildes e ensináveis, nossas orações se tornarão mais sinceras e nossa fé e nosso testemunho vão crescer à medida que vencermos as tribulações da existência mortal. Todos ansiamos pela exaltação, mas, antes que isso possa ocorrer, precisamos perseverar pelo que foi chamado de “vale da humildade”.8

Há muitos anos, nosso filho de 15 anos de idade, Eric, sofreu um grave traumatismo craniano. Vê- lo em coma

por mais de uma semana cortou nosso coração. Os médicos disseram que não estavam certos sobre o que aconte-ceria. Evidentemente, ficamos felizes quando ele começou a recobrar a cons-ciência. Achávamos que tudo ficaria bem, mas estávamos enganados.

Quando ele acordou, não conseguia andar, nem falar, nem se alimentar. E pior ainda, ele não tinha mais memó-ria de curto prazo. Ele se lembrava de quase tudo que acontecera antes do acidente, mas não conseguia se lem-brar do que ocorreu depois, como as coisas que haviam acontecido poucos minutos antes.

Por algum tempo, ficamos preo-cupados se teríamos um filho trancado na mente de um garoto de 15 anos de idade. As coisas davam certo muito facilmente para nosso filho antes do acidente. Ele era atleta, era um rapaz popular e ia muito bem na escola. Antes, seu futuro parecia brilhante;

agora estávamos preocupados se ele teria um futuro, pelo menos um do qual pudesse se lembrar. Ele agora lutava para aprender novamente habi-lidades muito, muito básicas. Essa foi uma época que exigiu muita humil-dade dele. Foi também uma época que exigiu muita humildade de seus pais.

Sinceramente, perguntamo- nos como algo assim podia acontecer. Procuramos sempre nos esforçar para fazer as coisas certas. Viver o evangelho sempre fora uma prioridade em nossa família. Não conseguíamos compreen-der como algo tão doloroso pocompreen-deria ter acontecido conosco. Fomos conduzidos a dobrar os joelhos quando logo ficou evidente que sua reabilitação levaria meses, e até anos. Ainda mais difícil foi compreender gradualmente que ele não seria o mesmo de antes.

Durante esse período, muitas lágri-mas foram derramadas e nossas ora-ções se tornaram ainda mais profundas

e sinceras. Pelos olhos da humildade, pudemos gradualmente começar a ver os pequenos milagres que nosso filho vivenciou durante esse período dolo-roso. Ele começou a progredir gradati-vamente. Sua atitude e sua perspectiva eram muito positivas.

Hoje, nosso filho Eric é casado com uma companheira maravilhosa e eles têm cinco filhos lindos. Ele é um educador dedicado e um cola-borador para sua comunidade, bem como para a Igreja. Acima de tudo, ele continua a viver com o mesmo espírito de humildade que adquiriu há muito tempo.

O que aconteceria se pudéssemos ser humildes antes de trilhar esse “vale da humildade”? Alma ensinou:

“Benditos são os que se humilham sem serem compelidos a ser humildes (…).

Sim, [eles serão] muito mais [aben-çoados] do que aqueles que são com-pelidos a humilhar- se”.9

Sinto- me grato por termos profetas, assim como Alma, que nos ensina-ram o valor desse grande atributo. O Presidente Spencer W. Kimball, 12º Presidente da Igreja, disse: “Como alguém se torna humilde? A meu ver, precisamos ser constantemente lembra-dos de nossa dependência. De quem somos dependentes? Do Senhor. Como lembrar- nos disso? Por meio da real, constante, reverente e grata oração”.10

Não é de admirar que o hino favorito do Presidente Kimball fosse “Careço de Jesus”.11 O Élder Dallin H. Oaks contou que esse era o hino de abertura mais cantado pelas Auto-ridades Gerais no templo durante seus primeiros anos no Quórum dos Doze. Ele disse: “Imaginem o impacto

espiritual de um pequeno grupo de servos do Senhor cantando esse hino antes de orar pedindo a orientação Dele a fim de cumprir suas enormes responsabilidades”.12

Presto testemunho da importância da humildade em nossa vida. Também sou grato por pessoas como a irmã Grietje Rowley, que escreveu palavras e músicas inspiradoras que nos ajudam a aprender a doutrina do evangelho de Jesus Cristo, que inclui a humildade. Sou grato por termos um legado de hinos, os quais contribuem para que adoremos por meio da música; e sou grato pela humildade. É minha oração que todos nos esforcemos para ter humildade em nossa vida a fim de nos tornarmos melhores pais, filhos e filhas e seguidores do Salvador. Em nome de Jesus Cristo. Amém. ◼

NOTAS

1. “Prefácio da Primeira Presidência”, Hinos

de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, 1990, p. ix.

2. Ver Doutrina e Convênios 25:11. 3. A página de rosto da primeira edição do

hinário dos santos dos últimos dias traz a data de 1835, mas ele não foi completado e disponibilizado até o início de 1836. 4. Vinte e seis hinos que apareceram no

hinário de 1835 estão incluídos no hinário atual em inglês (ver Kathleen Lubeck, “The New Hymnbook: The Saints Are Singing!” [O Novo Hinário: Os Santos Estão Cantando!], Ensign, setembro de 1985, p. 7).

5. “Sê Humilde”, Hinos, nº 74. 6. Ver Mateus 18:1–4.

7. Howard W. Hunter, “O Fariseu e o Publicano”, A Liahona, julho de 1984, p. 122.

8. Anthon H. Lund, Conference Report, abril de 1901, p. 22.

9. Alma 32:16, 15.

10. The Teachings of Spencer W. Kimball [Ensinamentos de Spencer W. Kimball], editado por Edward L. Kimball, 1982, p. 233.

11. “Careço de Jesus”, Hinos, nº 61; ver também Brent H. Nielson, “I Need Thee Every Hour” [Careço de Jesus], Ensign, abril de 2011, p. 16.

12. Dallin H. Oaks, “Adoração por Meio da Música”, A Liahona, janeiro de 1995, p. 9.

Pai Celestial e Seu Filho Jesus Cristo são os supremos Doadores. Quanto mais nos distanciamos Deles, mais achamos que temos direito às coisas. Começamos a achar que merecemos a graça e que Eles nos devem bênçãos. Ficamos mais propensos a olhar à nossa volta, a identificar desigualdades e a nos aborrecer com isso — até nos sentir ofendidos — por causa da injus-tiça que percebemos. Quando estamos distantes de Deus, pequenas desigual-dades parecem grandes e a injustiça pode variar de insignificante até chegar ao seu extremo. Sentimos que Deus tem a obrigação de consertar as coisas — e consertá- las agora mesmo!

A diferença causada por nossa proximidade ao Pai Celestial e a Jesus Cristo é exemplificada no Livro de Mórmon no contraste óbvio entre Néfi e seus irmãos mais velhos, Lamã e Lemuel:

• Néfi, tendo “grande desejo de saber dos mistérios de Deus, [clamou], portanto, ao Senhor” e seu coração sentem- se gratas e menos propensas a

achar que têm direito a tais benefícios. O conceito “quanto maior a distân-cia entre o doador e o recebedor, mais aquele que recebe desenvolve um senso de direito de posse” tem também aplicações espirituais profundas. Nosso

Élder Dale G. Renlund Do Quórum dos Doze Apóstolos

M

eus queridos irmãos e irmãs, quando eu morava na África, procurei o conselho do Élder Wilford W. Andersen, dos Setenta, sobre como ajudar os santos que vivem na pobreza. Das excelentes ideias que ele compartilhou comigo, aqui está uma: “Quanto maior a distância entre o doador e o recebedor, mais aquele que recebe desenvolve um senso de direito de posse”.

Esse princípio é fundamental para o sistema de bem- estar da Igreja. Quando os membros não conseguem suprir suas próprias necessidades, eles recorrem primeiro à família. Depois, se necessário, podem também pro-curar seus líderes locais da Igreja para obter ajuda com suas necessidades materiais.1 Os familiares e os líderes locais da Igreja conhecem melhor os que precisam de ajuda, muitas vezes enfrentaram situações semelhantes e sabem qual é a melhor forma de ajudar. Devido à sua proximidade daqueles que doam, as pessoas que recebem ajuda de acordo com esse padrão

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