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I – A Técnica das revoluções no processo evolutivo.

Quando os ideais descem à Terra, eles são transplantados para um plano bi- ológico mais baixo. Observemos então as reações que eles têm de suportar, as transformações e adaptações a que devem ser submetidos, para poder sobrevi- ver no nível evolutivo inferior do mundo, e o uso que faz deles a vida em tais condições, a fim de poder utilizá-los para os seus fins. Certamente é inevitável que o ideal, pelo fato de representar um modelo de vida mais avançado, deva suportar um retrocesso, a fim de poder subsistir naquele nível inferior no qual desce, condição necessária para que ele possa avançar. Se é verdade que o impulso do progresso em direção ao alto procura impor a ascensão, isto não significa que a realidade biológica (a vida como ela é de fato na Terra) esteja pronta para se transformar. Tal realidade tem as suas leis férreas, verdadeiras neste plano, onde dirigem a vida, não estando de modo algum dispostas a se deixar destronar.

Por um lado, o ideal impõe justiça, honestidade, sinceridade, altruísmo, bondade etc. Por outro lado, a vida se baseia sobre um princípio bem diverso, baseado na luta pelo triunfo do mais forte, onde vale aquele que vence por qualquer meio, mesmo contradizendo totalmente o ideal e ainda que seja injus- to, desonesto, falso, egoísta, malvado etc. Se esta é a lei do animal humano, que predomina na Terra, então a descida do ideal, quando é vista de baixo, pode parecer um assalto à integridade da vida, pelo menos do modo como ela é entendida e quer se realizar neste plano biológico. Como se conduz ela, en- tão, em sua própria defesa, para permanecer no seu nível? A princípio resiste, reage à mudança e rebela-se, mas depois acaba por se adaptar, para finalmente transformar-se, assimilando o novo. Termina então a função do ideal naquele determinado nível evolutivo, de modo que outro ideal mais avançado pode descer, para retomar, com o mesmo método, o mesmo trabalho, mas em um nível um pouco mais alto.

Enfrentam-se assim, em nosso mundo, o ideal e a realidade biológico, numa posição de luta, cada um para dirigir a vida à sua maneira e impor-se como regra absoluta. Cada um dos dois possui a sua moral, que ele coloca como lei de vida e sobre a qual o seu próprio plano baseia a sua existência. Não é fácil, portanto, sair disto. A moral do ideal está na superação da realidade biológica

do tipo de vida vigente do animal humano, impondo com este fim o esforço para realizar a ascensão evolutiva, renegando o mundo. A moral do plano ter- restre é, pelo contrário, a sobrevivência a qualquer custo, lutando somente por isto e evitando desperdiçar energias na busca de aventuras evolucionistas e duvidosas superações, preferindo ficar no nível atual e conservar as velhas posições, confirmando e assegurando uma vida melhor aqui mesmo, no mun- do.

Estes princípios opostos não aparecem na Terra somente como teorias abs- tratas, mas também concretizados na pessoa de dois tipos biológicos opostos: o evoluído, que representa e vive o ideal, e o involuído, que representa e vive a realidade biológica do ambiente terreno. O primeiro é uma antecipação do futuro. O segundo é um resíduo do passado, e eles se chocam no presente, que é um período de transição do segundo para o primeiro. O evoluído, porque é mais avançado, cumpre, no equilíbrio biológico, a função de guia e de exem- plo, constituindo o impulso dinamizador, para estimular a subir. O involuído, por ser atrasado, representa a resistência, o obstáculo ao progresso, a revolta, o impulso oposto, ou seja, a negação.

A luta se dá entre dois biótipos, que personificam os dois princípios opos- tos. Na Terra, que não é o seu ambiente, o evoluído se encontra deslocado, mas cumpre ali a sua grande função evolutiva. O involuído encontra-se à von- tade na Terra, no seu ambiente, adequado a ele, por este motivo sente-se inco- modado pelo ideal, cuja intenção é deslocar as bases da sua vida, e então se defende deste, armando-se bem para resistir. Por ser maioria no momento atu- al, ele tem a razão na Terra. Mas a humanidade já entrou numa fase de transi- ção evolutiva, de modo que, através de uma gradual adaptação ao novo, a sua resistência começa a ceder, iniciando-se assim a assimilação e a transforma- ção. Só depois de compreendermos isto, podemos entender o porquê da con- tradição entre bem e mal, entre verdade e mentira, de que está impregnada a vida do homem atual. Nele coexistem luz e trevas, pois a tentativa da primeira realização do ideal surge num mundo saturado de animalidade, que é tenaz- mente radicada no passado, revoltada e resistente.

É assim que o ideal, quando chega à Terra, para se realizar, encontra-se, apesar de descer do Alto, subordinado às leis do mundo, estando ligado aos acontecimentos do desenvolvimento histórico e ficando submetido à incerteza da tentativa, que impera nas coisas humanas. Porém, não obstante esta condi- ção, ele cumpre a sua função, fixando no fundo do fenômeno o superior im-

pulso do ideal, com a sua potente e decisiva vontade de realizar-se. Assistimos então a um choque entre elementos opostos: de um lado o humano e, de outro, o divino, sendo que o segundo poderá ser atrasado pelo primeiro, ficando mo- mentaneamente paralisado, mas nunca poderá ser detido. A força do ideal é interior, provindo de dentro, porque vem de Deus. A luta é realizada por esta força interior, cuja vontade é alcançar o seu florescimento exterior, que é a sua manifestação na forma. O fato, porém, de serem estas resistências do mais baixo toleradas pelo Alto não significa que o ideal seja o mais débil e que ele, no fim, não seja vitorioso sobre tudo mais. Se estas resistências subsistem, é porque fazem parte da estrutura do processo evolutivo, que tem a sua razão para ser desta forma, e não de outra.

A descida do ideal é uma dádiva do Alto, constituindo uma irradiação pro- vinda de Deus, que se faz assim imanente mesmo nos mais baixos planos in- volutivos, a fim de salvar o ser, atraindo-o para si, impulsionando-o a evoluir em direção ao alto. Mas este impulso, por si só, não basta, se ele não for se- cundado pela boa vontade e esforço do ser, cuja liberdade é respeitada, de mo- do que ele pode aderir ou não, ficando livre para tomar a decisão de evoluir. O esforço para subir deve ser da criatura, porque, conforme determina a justiça, somente pode ser ganho o que tiver sido merecido. As dificuldades para ven- cer são necessárias não só para que o esforço se realize e, com isso, obtenha-se o mérito, mas também para que a experiência vivida ensine e, por meio dela, o indivíduo aprenda e construa para si novas qualidades, consistindo nisto o pro- cesso de sua evolução. Os obstáculos superados representam a resistência na qual se enrijece o lutador, o valor do soldado no campo de batalha, a prova da capacidade adquirida, o seu diploma de honra, que o qualifica para ser admiti- do num plano evolutivo mais alto.

Não há, então, razão para se desencorajar, se por um momento o mundo vence o ideal. Este, no final, sabe igualmente triunfar, mesmo que, no seu per- curso terreno, ele seja manchado, maltratado, mutilado, emborcado. É lógico que não possa ser diferente este seu caminho terreno, cujo trajeto vai desde a sua aparição até à sua afirmação. Para poder transformar os demônios em an- jos, os anjos devem misturar-se com eles, sem contudo deixarem de ser anjos. Para iluminar melhor a Terra, a estrela tem de descer até ao lodo, mas nem por isso deve deixar de ser estrela, tratando pelo contrário de iluminá-lo, para lhe vencer a opacidade, até que o lodo se transforme em estrela. As condenações, as perseguições, as quedas ao longo do caminho são partes necessárias do pro-

cesso da descida dos ideais e da sua afirmação. Quando se observa bem, des- cobre-se que estes impulsos negativos terminam por se emborcar, funcionando positivamente, a favor, e não contra o processo. Vê-se então que estas dificul- dades têm uma potência criadora, porque excitam uma reação a favor do per- seguido, que adquire assim auréola de martírio, excitando automaticamente a admiração do mundo. Tanto é assim que, para os grupos humanos de qualquer tipo, o mártir, ao sacrificar-se pela ideia sobre a qual eles baseiam sua existên- cia, torna-se mercadoria muito procurada, porque eles sabem muito bem a po- tência psicológica de proselitismo que tal exemplo traz em favor do grupo e, portanto, do seu poder. A derrota de um momento, no qual o involuído é o vencedor, torna-se, por meio deste, a semente do futuro desenvolvimento do ideal, constituindo-se num instrumento de vitória. Tendo-se tornado mais astu- to, o homem moderno, enquanto vai em busca de perseguidos pelo ideal de seu próprio grupo, para venerá-los a favor deste e desacreditar os grupo inimigos, acusando-os de perseguição, ao mesmo tempo evita praticar perseguições abertas, porque compreendeu a potência que isto produz em favor dos perse- guidos e dos respectivos grupos. Concluindo, deve-se à sabedoria com que está arquitetado este fenômeno o fato de a própria derrota do evoluído e a vitó- ria do involuído levarem ao triunfo do ideal.

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Tratemos de desenvolver estes conceitos, observando alguns casos onde re- sulta mais evidente a contradição entre os dois opostos: o ideal e a realidade biológica. Mesmo estando escondida debaixo do ideal, esta contradição consti- tui uma realidade e acaba por se manifestar. Frequentemente, o ideal é usado sobretudo para mascarar esta outra verdade, bem diversa. Assim se explica como o fato de se seguir o mesmo princípio e programa, que deveria levar à união entre os seguidores, leva na prática à rivalidade e à divisão, fazendo eles se destruírem mutuamente, em vez de se unirem, de modo que a fraternização se transforma em sectarismo e antagonismo religioso. Aqui vemos dois impul- sos opostos em luta: o do evoluído, querendo levar à unificação na ordem (Sis- tema), e o do involuído, tendendo ao separatismo, que culmina no caos (Anti- Sistema). Conforme dissemos, o ideal é neste caso utilizado como uma coberta de aparência formosa, para camuflar a realidade dos interesses que ali se es- condem por baixo. Trata-se de um fenômeno que se encontra em todos e nos mais diversos campos, mesmo naqueles de natureza oposta, seja ele religioso, político ou social. Isto porque, em todos os casos, a substância do fenômeno é

a mesma, sendo dada não pelo ideal professado, que é utilizado para escondê- la, mas sim pelo grupo humano que o representa, em função de seus interesses e da luta que ele tem de conduzir para a sua sobrevivência. Na realidade, a vida está feita de tal maneira, que o mais urgente para se salvar em primeiro lugar são os interesses, e não o ideal. O que assegura a continuação necessária da vida não é a moral da superação, mas sim a moral da sobrevivência.

É assim que, hoje, assistimos este mesmo fenômeno em dois campos muito diferentes. Por um lado, verificamos, entre os seguidores do mesmo Cristo, uma divisão em religiões diferentes e rivais, sendo que o fato das religiões adorarem o mesmo Deus não as une, mas sim as divide. Por outro lado, vemos os comunistas de todo o mundo, seguidores do mesmo Marx e Lenine, lutarem entre si em nome do mesmo ideal, como a Rússia e a China. A realidade é que, debaixo da bandeira dos mesmos princípios, formaram-se grupos com diferen- tes interesses, e são estes que prevalecem. Assim, o ideal se adapta e se trans- forma a serviço de fins mais próximos e concretos, que, não tendo nada em comum com ele, terminam por substituí-lo.

Debaixo da revolta religiosa de Lutero havia, em relação ao império da Roma latina, um desejo de emancipação, originado de um contraste de raças percebido pelas massas, sem o que a emancipação não teria acontecido. Esta é a substância, mesmo que se queira justificá-la com o escândalo da venda das indulgências por parte de Roma, da qual o próprio Lutero não tinha o direito de se queixar, pois também ele, de sua parte, cuidava igualmente dos seus inte- resses. E por séculos, sob o mesmo Cristo, as duas partes continuaram se acu- sando de erro. Na verdade, a revolta na Alemanha foi devida à intolerância para com um domínio estrangeiro, ainda que este tenha sido somente no terre- no espiritual, revolta prontamente compartilhada também por sua própria ini- miga, a Inglaterra, ambas unidas contra o inimigo latino comum. Isto porque, para Roma, a ideia da universalidade espiritual do cristianismo, na prática, havia-se transformado no interesse do poderio mundial do papado, coisa essa que, mesmo nada tendo a ver com Cristo, estava substituindo-se a Ele na reali- dade.

A mesma coisa, por razões similares, está sucedendo hoje na política, por- que o atual tipo biológico, ainda situado naquele mesmo nível evolutivo, não pode deixar de se conduzir da mesma forma em todos os campos. Teoricamen- te, a ideologia comunista é a mesma na Rússia ou na China, mas é percebida de formas opostas, porque debaixo dela se agitam interesses opostos. Em razão

disso, a ideia, que deveria unificar, acaba dividindo, porque, na realidade, o que funciona não é a ideia, mas sim o interesse que se esconde debaixo dela. Assim, onde o interesse do grupo comunista coincidir com o do grupo capita- lista, haverá entre os dois grupos, apesar de serem inimigos, um acordo, mes- mo que isto gere inimizade com os velhos companheiros de ideal. Eis um exemplo em que vemos a realidade biológica se substituir ao ideal. Amanhã, isto poderá mudar. Mas hoje, em 1964, é o que de fato está sucedendo.

Neste caso, o que triunfa é a realidade biológica, e não o ideal. E a realida- de biológica é que todas as revoluções, independentemente da ideia professa- da, têm o seu ciclo pré-estabelecido. Depois de um primeiro período de desen- cadeamento, elas se estancam, esgotando-se na fase de aburguesamento que logo sobrevém, na qual os revolucionários querem descansar e gozar o fruto de seus trabalhos e conquistas, assim como aconteceu no fim com os seguidores de Napoleão. Esta segunda fase é, por lei da natureza, a continuação da primei- ra. Observaremos melhor, mais adiante, os períodos deste desenvolvimento. O nosso intento agora é notar que, hoje, a revolução russa aspira o bem-estar do nível norte-americano, porque, para o homem, a finalidade de todo o seu es- forço é o bem-estar material, e não a realização do ideal. É inútil criar ideolo- gias que façam imposições à vida, quando esta, com suas leis invioláveis, quer seguir outro caminho. Então, perante a vida, que é mais forte, é a ideologia que cede e se adapta, transformando-se. É assim que, agora, quando aparece a ameaça de uma guerra atômica de destruição mundial, fala-se da conquista pacífica do poder mundial pelos comunistas, através da via eleitoral parlamen- tar burguesa, mais cômoda, em vez de se fazer propaganda da revolução vio- lenta. Nada mais restou da ideologia, senão aquilo que a natureza quer para todos. Ficou a vontade de descanso e bem-estar, coisas que todo homem ou grupo aspira depois de um trabalho pesado. Existe não só o medo da bomba atômica e da consequente destruição, mas também o espírito de conservação e o desejo de paz, que segue naturalmente à tempestade da explosão revolucio- nária. Então a ideologia adormece, e a vida continua a caminhar pelas suas vias.

Uma vez que a sua posição e realidade são diversas, a China se afasta da revolução mãe. Então a mesma ideologia é utilizada em função de outros inte- resses. A revolução soviética já é velha de 50 anos, enquanto a chinesa é uma filha sua de 35 anos somente. A China se encontra na fase inicial da revolução, dada pela revolta faminta contra a opressão da velha ordem, e não na fase do

ajuste e consolidação de posições no bem-estar, na qual se encontra a Rússia. É assim que às alianças de base ideológicas vão-se substituindo outras, com base no interesse, unindo os países pobres contra os países ricos. Por baixo dos princípios faz-se um acordo entre o comunismo soviético e o capitalismo nor- te-americano, para formar uma aliança dita dos “ventres cheios” contra a dos famintos. Eis a realidade. Quanto à ideologia, criada por um pensador em ou- tros tempos e condições de vida, trata-se de coisa demasiado teórica e longín- qua para poder continuar a se impor como foi concebida. Então nasce a dis- córdia, e quem cede não é a realidade prática, da qual depende a vida, mas sim a teoria. E esta, quando não cede, então se desgarra.

Os ideais da China são concretos, utilitários, nacionalistas. Na meta das re- voluções, hoje, está a conquista do bem-estar econômico de tipo norte- americano, e a medida do seu sucesso é proporcional ao grau alcançado por elas na realização deste objetivo , sendo que os meios – iguais para todos – são o trabalho, a organização, a produção e a industrialização. O importante é al- cançar esta meta. O fato de ser esta alcançada pela via do comunismo ou do capitalismo pode tornar-se um fato secundário, reduzindo-se a somente uma questão de método. Eis então que a ideologia se reduz a uma equivalência de diferentes meios perante o mesmo fim, justamente aquele desejado pela vida. Assim os princípios teóricos passam para um segundo plano. Além do bem- estar econômico, com a elevação do seu nível de vida, a China quer para ela o que lhe serve em primeiro lugar, mesmo isto não servindo à Rússia de nenhu- ma forma, ou seja, ela quer tomar posse de alguns territórios da Sibéria, hoje nas mãos dos russos, e ter a bomba atômica, para poder impor-se com a força e a guerra mundial, porque é interesse seu que os Estados Unidos e a Rússia se destruam mutuamente, a fim de que somente ela sobreviva, senhora do mundo. Onde foi terminar a ideologia comunista? Este é o velho imperialismo de todos os tempos, fruto do atávico espírito de conquista de todos os povos. É assim que o ideal vai terminar onde os teóricos de origem nunca haviam pensado, alcançando, em vez da união, a separação; em vez da amizade entre inimigos, a inimizade entre companheiros; em vez da vitória do ideal, a sua destruição, pela coligação do mundo todo contra a nação que, representando tal princípio, busca a guerra para impô-lo.

Esquecidas da ideologia, as leis da vida continuam funcionando por sua conta, sendo acatadas de igual maneira por todos. A China não se dá conta que, levantando-se como uma ameaça mundial de guerra atômica, alternativa

que as suas duas potências inimigas não querem, ela constitui a força decisiva para criar e manter a amizade entre a Rússia e os Estados Unidos contra ela, que é hoje o inimigo comum de ambas. As amizades mais fortes não são tanto as determinadas pelo amor, mas sim aquelas devidas à necessidade de se de- fender de um inimigo comum. A este mesmo fato, num campo mais diverso, deve-se também o atual Concílio Ecumênico, buscando a fraternidade entre católicos e protestantes, com uma atitude nova, surgida agora, entre velhos inimigos religiosos (como inimigos também são a Rússia e a China, com inte- resses opostos sob o mesmo ideal), que agora, quando os interesses coincidem, unem-se, porque sobrevêm a necessidade de se defenderem de um inimigo comum: o comunismo. E tal como, no caso da China, a inimizade comum dos Estados Unidos e da Rússia contra ela tem a força para aliar capitalismo e co- munismo, também é uma inimizade comum, neste caso contra o comunismo, que tem a força e o mérito de fazer conciliar duas religiões até ontem inimigas implacáveis. Não podemos fazer outra coisa senão admirar a leviandade do homem e a sabedoria das leis da vida.

O princípio fundamental é sempre o mesmo: a unificação de elementos in- dividuais, para a formação e a expansão imperialista de um grupo. Isto é ver- dade para a Rússia, a China e os Estados Unidos, assim como para as religiões

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