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Identidade Negra e Identidade Quilombola – Racismo e Discriminação no

4. ESCOLA MUNICIPAL AUGUSTO PIRES DE PAULA – PALMITAL DOS

4.2 Identidade Negra e Identidade Quilombola – Racismo e Discriminação no

Escrever sobre essa sessão me fez reviver memorias sobre o racismo que vivenciei na escola. Pois, “[...] mesmo depois de adultos, quando adquirem maturidade e consciência racial que lhes permitem superar a introjeção do preconceito, as marcas do racismo continuam povoando a sua memória.” (GOMES, 2003, p. 176). E é importante retratar que o racismo além de excludente e discriminatório e, no caso do Brasil, é um crime sofisticado, a ponto de responsabilizar as vítimas. O racismo é sofrimento, histórico e coletivo, mas também é individual. Não há dimensões explicativas sobre como as vítimas do racismo reagem frente às violências que vivenciam. Na luta antirracista a sensibilização é importante para conscientizar sobre a necessidade de uma transformação social. Denunciar as práticas racistas é um dos passos para a construção de uma educação emancipadora, inclusiva, insubmissa e acolhedora.

Porém, o racismo no Brasil ainda é considerado, em muitos espaços, inclusive na escola, como algo distante ou inexistente. As denúncias e críticas sobre o racismo no ambiente escolar se concretizam em medidas como a Lei 10.639/03, e a necessidade de formação em relações étnico-raciais para professores/as. Denunciar o racismo não é algo fácil de realizar, e exige além de coragem, um fortalecimento identitário para poder identifica-lo, pois, a tentativa de silenciamento ocorre também através da banalização das violências. Se

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tratando das crianças, que ainda estão no seu processo de formação identitária, a verbalização é de forma diferenciada, aparece na mudança de comportamento, nos olhares ou na verbalização de fatos ocorridos. O que precisamos reforçar é: Essas realidades podem ser faladas e teorizadas. Elas devem ter lugar no discurso, porque nós não tratamos aqui de "informações privadas". Assim, o que parece "informação privada" não é privada de tudo. Não

existem histórias pessoais ou reclamações íntimas, mas

consequências do racismo. (KILOMBA, 2016, p.6)

Uma das consequências do racismo é o medo de falar sobre o assunto: “[...] a ausência da discussão sobre essas questões, tanto na formação dos professores quanto nas práticas desenvolvidas pelos docentes, continua reforçando esses sentimentos e as representações negativas sobre o negro.”. (GOMES, 2003, p. 176). Falar abertamente sobre as dúvidas referentes ao racismo é um exercício na formação para as relações étnico-raciais. Durante minhas vivencias em campo percebi que na EMCAPP são muitos os tabus em torno da temática. O medo da palavra Negro/Negra é algo recorrente nesse espaço, o termo é utilizado poucas vezes, principalmente quando vão se referir à minha presença, ficam com muito receio ao usar a terminologia. Isso mostra a falta de conhecimento sobre as relações étnico-raciais. Mas ao apresentar a proposta de formação sobre Educação Escolar Quilombola e sobre diversidade étnico-racial aos professores, os questionamentos foram sobre excesso de teoria. Uma das professoras disse:

A teoria nós já temos muito, nós queremos é saber como vamos colocar isso em prática mesmo. Outro professor disse: Eu não sou da comunidade, eu tenho duas alunas na minha sala que são quilombolas e não sou da comunidade, apesar de ser quilombola, afinal sou descendente de escravos então todos temos um pezinho nisso, fico disponível para abrir minha sala para seu trabalho e o que mais vamos ter que desenvolver? Ah só leitura, então fico disponível também para ler o texto que for mandado. (Caderno de campo, 20 de maio de 2019) Nesse momento, percebi uma resistência em se desafiar a algo novo, e dificuldades em refletir sobre outros modos do fazer pedagógico. Trazendo a práxis pensada a partir de FREIRE (2015), não há ação sem reflexão. A implementação da educação escolar quilombola exige conscientização e mudança de comportamento, e a falta de conhecimento em relação à diversidade dificulta a aplicabilidade da prática desse modelo educacional. E faz parte desse movimento reflexivo o reconhecimento das fragilidades pessoais e coletivas.

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Uma das fragilidades que detectei é quanto à tratativa dos grupos étnicos que a escola atende. Se referir aos quilombolas como “esse aqui é Quilombo” soa de maneira desrespeitosa com as pessoas da comunidade. Mas é uma terminologia frequentemente usada por professores/as ao se referir às crianças da comunidade. Essa atitude interfere na construção identitária das crianças, pois, “[...] a identidade negra e quilombola envolve um trânsito entre aceitar-se e rejeitar-se, denunciando experiências de exclusão caracterizadas pela discriminação racial e o racismo” (SOUZA, 2015 p. 10) o que parece ser sutil pode causar impactos duradouros na trajetória de quem sofre com o descaso, a descriminação ou o racismo.

Nesse sentido, pensar as crianças quilombolas e os espaços de educação que frequenta significa pensar o local em relação a estrutura sócio-econômica. As questões em torno da terra, das desigualdades sociais, raciais e econômicas, os preconceitos raciais e o racismo que perpassam a infância quilombola são sustentados por um sistema capitalista e neocolonial que perpetua e sustenta as hierarquizações entre negros e brancos, pobres e ricos, quilombolas e não quilombolas na contemporaneidade. (SOUZA, 2015, p. 245)

A falta de representatividade no espaço da escola é outro ponto a ser tratado em relação a construção da identidade negra e quilombola das crianças, e sobre o racismo no ambiente escolar. A escola com paredes vazias ou enfeites de personagens comercializados, não condiz com a modalidade da Educação do Campo, nem apresenta familiarização com o espaço. Sem a paisagem externa à escola, não há identificação de uma escola do campo, pois ela não possui elementos que caracterizassem as suas especificidades.

Dentro das salas de aula falta registro dos alunos nas paredes, falta o pertencimento, há práticas de um ensino tradicional e sem interferência na realidade social das crianças. Outra característica que aparece nas lousas dentro das salas são os murais do “ajudante”, onde o nome de uma criança da turma é selecionado para ser o ajudante do dia, porém, é utilizado como medida punitiva, com ameaças de retirar o direito de ser “ajudante” caso a criança não “se comportar”. Numa escola do campo esse cenário se torna preocupante.

Outra situação preocupante é a pratica diária de rezar antes de iniciar as atividades escolares. No início das aulas, ou depois do intervalo, todas as crianças ficam enfileiradas por turmas, aguardando seus professores para retornar à sala de aula, e cada dia um professor fica responsável por esse

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momento de acolhimento, alguns recitam um poema, outros proferem mensagens de reflexão. Mas para encerrar o acolhimento e dar início as atividades, alguém conduz uma oração. Em geral são os/as professores/as que escolhem uma oração para rezar com as crianças. Em uma das situações vivenciadas em campo dois meninos não estavam prestando a atenção nesse momento, então a professora que conduzia a oração parou e convidou que eles fossem a frente das turmas para conduzirem o momento, eles se sentiram envergonhados e passaram a prestar a atenção. Todos os dias essa mesma prática acontece. A comunidade escolar se mostrou bem religiosa comportando em sua maioria religiões cristãs. Essa demonstração estava presente nas práticas, nos espaços escolares, como a imagem de um crucifixo pendurada na parede da sala dos professores, e uma sessão na biblioteca de histórias bíblicas para as crianças, outra sessão de filosofias cristãs destinadas à pesquisa dos professores. Demonstrou, principalmente, aplicando suas crenças em momentos que não podem ser considerados parte de uma disciplina de educação religiosa como prevê a Lei 9.394/96 de Diretrizes e Bases e não contempla o pluralismo de ideias, pois somente as religiões cristãs são consideradas nesse espaço.

Figura 20 ( FONTE: A Autora. Crucifixo pendurado na sala dos professores, agosto/2019)

Quando as religiões de matriz africana são mencionadas de maneira pejorativa ou caricata. A escola realizou em julho de 2019, para abertura da semana pedagógica, o encerramento do curso da Escola da Terra, com um seminário formativo sobre Educação do Campo e Educação para Relações Étnico-Raciais - ERER. Uma das atrações do seminário foi uma contação de história, realizada pela equipe da SMEE. A professora, que era uma mulher branca, se preparou para esse momento, trocando suas roupas por um vestido branco, vários colares de madeira, muitas pulseiras, e um lenço amarrado em

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seus cabelos loiros, tentando fazer um turbante. Durante sua preparação para esse momento ela pediu que tivesse uma música de fundo que se referia à população indígena de forma desrespeitosa e estereotipada, relacionando a população indígena ao folclore do Brasil.

Então a professora vestida de branco e colares de madeira no pescoço entra e apresenta a proposta, dizendo que ela iria contar algo sobre a África. Não explicou o que exatamente ela iria realizar, mas continuou simplesmente dizendo que a atividade que ela estava realizando tinha relações com o segundo momento de formação que era sobre Educação Quilombola. Então ela se volta ao público, composto por professoras e professores de várias escolas e começa a contar uma lenda. Ao desenrolar da lenda ela pega uma caixa de papelão, revestida por jornais e revistas e coloca na cabeça, imitando as lavadeiras, e começa a cantarolar algo parecido com músicas em Ioruba. Nesse momento ela erra a letra, para de cantar, começa a rir e volta a cantar no início.

A plateia demonstrava desconforto com a proposta da atividade, que não tinha um planejamento. Diante de tamanho desrespeito com a população negra e sua história, com as religiões de matriz africana, com a população indígena e quilombola e com os/as educadores/as das relações étnico-raciais, eu me retirei do ambiente, pois, mesmo como pesquisadora eu não pude resistir as inúmeras violências que ali estavam sendo disparadas, e como uma das pouquíssimas mulheres negras que estavam presentes no evento, revivi em poucas horas experiências pessoais de racismo que despertaram dores inexplicáveis. A professora terminou sua performance e se direcionou ao banheiro trocando, rapidamente, todas as vestes, inclusive os sapatos. Essa atitude confirma que para a educadora aquelas vestes eram fantasias. Esse ato foi tão violento quanto o uso de “Black Face”7, pois apesar de não pintar o corpo com tinta preta, a professora folclorizou a figura da mulher negra e das lavadeiras. Vulgarizou a história e cultura Africana e Afrobrasileira, ao desrespeitar uma das tradições mais antigas e respeitadas que os Griôs realizam ao repassar, através da

7 O blackface surgiu por volta de 1830, quando homens brancos se pintavam de preto com o objetivo de satirizar a população negra. Posteriormente o costume se tornou popular nos cinemas e televisão, como ferramenta de entretenimento cultural, mas acabou sendo considerada prática racista, pois além de ridicularizar a raça negra, também era uma forma de exclusão dos artistas negros.

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oralidade, toda uma ancestralidade. Utilizou de elementos que são considerados sagrados nas religiões de matriz africana, como as guias e ojas, como adereços para sua fantasia. Essa situação é um dos exemplos de racismo no ambiente escolar.

Outra situação de racismo, vivenciada durante a pesquisa foi ao acompanhar a turma do 3º ano da escola. Me apresentei novamente a professora, que foi uma das primeiras a me receber na escola. Ela perguntou novamente meu nome e qual a minha função na escola, eu explique outra vez brevemente sobre a pesquisa e sobre a intenção de acompanhar a sua aula naquela manhã. A professora então concordou com minha presença em sala de aula e animada pediu para que eu realizasse uma atividade com os alunos, que tivesse relação com a pesquisa. Tudo estava previamente combinado, porém ao me apresentar para a turma, disse que eu era estudante do curso de história da universidade e me chamou com um outro nome. Disse também para as crianças que eu estava lá para contribuir com a parte histórica de Campo Largo e do Distrito de Três Córregos e avisou que eu iria dar uma aula para eles sobre a história da cidade. No primeiro momento não pude corrigir tais informações equivocadas sobre a minha presença na escola, mas preparei rapidamente materiais para construir com as crianças uma Abayomi, de uma forma coletiva, para realizar a atividade que ela havia solicitado e continuei acompanhando a aula. Após o intervalo a professora me chamou novamente, pelo nome de Fernanda, e pediu para que eu assumisse a turma. Nesse momento, aproveitei para corrigir as informações ao meu respeito, falei meu nome e minha profissão como pedagoga. Também contei para as crianças um pouco sobre a importância de estar ali. A professora na hora pediu perdão pelo erro do meu nome e justificou dizendo que eram nomes com F, que eram praticamente a mesma coisa. Pensar a afirmação identitária é pensar em como você se apresenta e como é reconhecido socialmente. O nome é parte importante da formação identitária, que geralmente carrega uma história sobre sua origem. E o nome foi um dos primeiros direitos negados aos escravizados, como estratégia de desumanização.

Prossegui com a atividade, utilizando um tecido de fácil manejo, na cor preta e outro colorido e fui contando para as crianças a história das Abayomis.

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Bonecas feitas de tecido, apenas com amarrações e nós. Conta a história que mães negras confeccionavam as bonecas para acalantar as crianças durante a travessia nos navios negreiros destinados ao Brasil, no período escravagista. Durante a contação de história fui pedindo para que cada criança ajudasse a rasgar e dar nós no tecido até surgir a boneca. As crianças ficaram encantadas com essa movimentação e, ao finalizar, estendi a boneca para a professora, presenteando a turma com essa construção. Porém, a professora negou o presente dizendo que achava mais significativo fazer um sorteio para presentear uma criança.

A condição para participar desse sorteio era escrever seu nome de forma legível, em manuscrito, com a inicial em maiúsculo. Caso não fosse cumprido os requisitos, o candidato seria desclassificado. Ela entregou papéis cortados para toda a turma, e pediu para que escrevessem seu nome. Escreveu seu próprio nome também, para participar do sorteio. Quando as crianças foram colocar os papeis para o sorteio um dos educandos ficou com receio, e pensou em não participar, mas depois da turma o encorajá-lo ele colocou seu nome com os demais.

Fui sortear os papeis e peguei justamente o nome da criança que não queria participar do sorteio, seu nome estava escrito com muita dificuldade e fora dos requisitos estipulados pela professora. Perguntei na frente de todos se estava nos critérios, a professora fez uma cara de triste e disse que o nome não estava nos critérios para o sorteio, e que o justo seria cumprir com o combinado. Desclassificou a criança e, nesse momento, vi o sorriso do menino sumir. Ele assentiu com a cabeça concordando com o veredito, e disse que já sabia pois ele não sabia escrever. Abaixou a cabeça sobre a carteira, e a professora prosseguiu o sorteio.

Na segunda vez que sorteei um nome foi o da professora. Ela riu, agradeceu, mas disse que como era generosa iria abrir mão do prêmio para que uma criança ganhasse a boneca. Foi a segunda vez que ela rejeitou tocar na boneca. Na terceira e última vez, o nome sorteado foi de uma menina branca, que ficou extremamente feliz com a boneca. Eu retornei para meu lugar na sala e a professora continuou sua aula. Uma das crianças da turma era quilombola, para essa eu confeccionei uma boneca especial e entreguei no fim da aula, pois

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vi a tristeza no seu rosto quando seu nome não foi sorteado. Mas não pude fazer bonecas para todas as crianças, pela falta de tempo e materiais.

Depois da realização do sorteio fiquei refletindo sobre os critérios estipulados pela professora para sua turma de 8 e 9 anos de idade. Pedi para a professora que deixasse comigo os papeis do sorteio, ela não se opôs exceto ao nome do aluno que foi desclassificado, disse que iria usar como registro, e logo se justificou dizendo que ele tem grande dificuldade e que já tinha sido encaminhado para o apoio educacional para trabalhar suas dificuldades. Posteriormente abri todos os papéis dos nomes escritos, os que apresentavam maior dificuldade na escrita eram crianças negras, assim como a criança desclassificada. Essa confirmação abriu espaço para outros questionamentos como o fato de que em um semestre a professora não conhecia suficientemente bem sua turma para estipular critérios onde todos pudessem efetivamente participar e não ocorresse nenhuma desclassificação, ou ela simplesmente ignorou esse fato por se tratar de crianças negras.

Figura 21 (FONTE: A Autora, Boneca Abayomi confeccionada com o 3º ano, agosto/2019)

A professora me procurou no dia seguinte e pediu para ver os papeis, depois de analisar disse que todos estavam dentro do critério e que aquela criança era realmente um caso específico, e depois fez a proposta para que eu confeccionasse uma boneca para esse aluno. Contou que havia conversado com ele e a criança tinha prometido se esforçar para melhorar sua escrita. De forma muito preocupada ela perguntou se eu poderia então auxiliar nesse ato. Fiz uma contraproposta de confeccionar bonecas com toda a turma, para que eles pudessem aprender como fazer a boneca, e que todos pudessem participar.

83 [...] diante dos processos sociais que vivem nesse momento, e de uma escola que pouco se aproxima do Quilombo e sua história, a estratégia identitária caminha entre a aceitação e a rejeição, num processo, ora consciente, ora não, de jogar com as valências de suas vidas e das vidas que com elas partilham o mundo de dentro do Quilombo e o mundo de fora. (SOUZA, 2015, p. 244)

Na tentativa fracassada de acertar com a turma, a professora não percebeu o quanto discriminatória estava sendo, e o resultado foi afirmado nas atitudes posteriores, pois o menino negro além de passar por uma situação de humilhação pública, questionou a própria capacidade no seu processo de aprendizagem da escrita, e internalizou que o fracasso era responsabilidade única de seus esforços, acreditando que não merecia participar do sorteio por não ter aquelas habilidades.

Para pensar numa educação antirracista é necessário que haja reconhecimento e reflexão sobre as práticas racistas que os professores/ras cometem. Denunciar essas práticas é um dos primeiros passos, outro passo é reconhecer o racismo e buscar a mudança. Mas se não tem reflexão, não tem como realizar a transformação. Assim aconteceu em outra situação de racismo. O professor, ao levantar a temática sobre comunidades quilombolas, reviveu expressões racistas na tentativa de explicar o quão ruim era ser negro, pelo racismo que sofremos. A todo momento pedia a confirmação da criança sobre suas afirmações, ela então começou a chorar. Abaixou a cabeça sobre a carteira, e o professor continuava a falar sobre o período escravagista. Sem a confirmação da aluna, o professor se volta para mim, e esperava que eu concordasse com as informações. Minha reação foi de mudar o foco do assunto, que trouxe desconforto para todos, por uma má condução sobre a temática. Conto um pouco sobre todas as experiências afirmativas que vivenciei em outra comunidade quilombola, e como os quilombolas contribuem para a nossa sociedade. Mas mudar o foco do assunto não amenizou a experiência à qual criança quilombola foi exposta, assim como evidencia o despreparo desses profissionais que em um primeiro momento alegam não precisar de teorias sobre as relações étnico-raciais, pois já dominam a temática.