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IDENTIFICAÇÃO DAS POLÍTICAS DE ACESSO ABERTO DAS AGÊNCIAS DE FOMENTO À

7. POLÍTICAS DE ACESSO ABERTO DAS AGÊNCIAS DE FOMENTO À PESQUISA

7.1. IDENTIFICAÇÃO DAS POLÍTICAS DE ACESSO ABERTO DAS AGÊNCIAS DE FOMENTO À

Em todas as agências identificadas foram aplicadas três estratégias de busca de políticas de acesso aberto. A primeira foi uma pesquisa documental na própria página web das instituições. A segunda foi uma busca realizada em três diretórios especializados em políticas de acesso aberto. A terceira foi o envio de questionários a todas as agências que não tiveram suas políticas localizadas com o emprego da primeira e da segunda estratégia.

7.1.1. Pesquisa documental nos sites das agências de fomento à pesquisa da América Latina

Para a identificação das políticas de acesso aberto, foram consultadas as páginas web das instituições selecionadas. Em cada página foi realizada uma pesquisa documental nas abas e subpáginas relacionadas com políticas, editais e documentos sobre a instituição. No total foram analisados 38 sites, pois os endereços de sete agências de fomento não foram identificados e dois eram o mesmo entre as instituições do país (Apêndice D). Todas as agências de El Salvador, Guatemala, Panamá e uma de Honduras foram excluídas desta primeira fase por falta do endereço de seus sites. As duas instituições da Costa Rica, assim como as duas da Colômbia apresentaram o mesmo endereço web para suas agências, portanto, uma de cada país foi desconsiderada.

A pesquisa documental nas páginas não resultou em nenhuma resposta positiva. Dentre os documentos disponíveis sobre a instituição, suas políticas e normas não foi localizada nenhuma que se enquadrasse na classificação de política de acesso aberto. Portanto, todas as instituições passaram para a segunda etapa da investigação realizada nos diretórios de políticas.

7.1.2. Levantamento em diretórios internacionais de políticas de acesso aberto

Os diretórios são bases de dados que registram, organizam e disponibilizam informações sobre as políticas de acesso aberto de instituições de diversos países.

Atualmente, existem três diretórios para esta finalidade, são eles: Melibea80, Sherpa/Juliet81 e Roarmap82 (COSTA; AMARO; ASSIS, 2012).

Melibea

O Melibea é um serviço desenvolvido pelo grupo Acceso Abierto da Espanha, resultado de uma cooperação entre grupos da Universidade de Valencia, Universidade de Barcelona e a Universidade Aberta da Catalunha. Segundo Melero et al (2010), seu objetivo é identificar e analisar as políticas existentes que favoreçam o acesso aberto e cuja pesquisa foi financiada total ou parcialmente com recursos públicos. Atualmente83, são disponibilizadas 376 políticas de acesso aberto no Melibea, destas apenas dezesseis são de instituições da América Latina. As políticas advém de instituições de seis países da região: Argentina, Brasil, Costa Rica, México, Peru e Venezuela. Entre as dezesseis políticas identificadas, doze são oriundas de universidades, uma é de instituto de pesquisa e três são políticas de Estado. Nenhuma das políticas identificadas é de origem de agências de fomento, portanto foram descartadas da análise.

Sherpa/Juliet

O Sherpa/Juliet é um serviço desenvolvido pelo grupo SHERPA da Universidade de Nottingham. Ele tem por objetivo auxiliar na localização das políticas dos financiadores de pesquisas de diversas regiões, além de localizar e reunir as políticas destacando os principais elementos de uma política ideal. Atualmente84 são disponibilizadas 194 políticas de instituições de 18 países. Nenhuma delas é de origem latino-americana. Portanto, no diretório Sherpa/Juliet não foram encontrados resultados válidos para esta pesquisa.

ROARMAP

O ROARMAP é um serviço semelhante ao Melibea e Sherpa/Juliet, desenvolvido pelo grupo de trabalho eprints da Universidade de Southampton (ABADAL et al, 2009). Seu objetivo, assim como dos outros diretórios, é reunir as políticas institucionais que fazem referência ao depósito de publicações em repositórios de acesso aberto. Atualmente85 são disponibilizadas 445 políticas de instituições de 45 países, destas apenas dezessete são de instituições da América Latina. As políticas são de instituições de sete países da região: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, México, Peru e Venezuela.

80 Fonte: http://www.accesoabierto.net/politicas/ 81 Fonte: http://www.sherpa.ac.uk/juliet/

82 Fonte: http://roarmap.eprints.org/

83 Dados atualizados em 23 de janeiro de 2014. 84 Dados atualizados em 23 de janeiro de 2014. 85 Dados atualizados em 23 de janeiro de 2014.

Entre as políticas identificadas, doze são oriundas de universidades, uma é de instituto de pesquisa e quatro são políticas de Estado. Assim como no Melibea, nenhuma das políticas identificadas é de origem de agências de fomento e por isso foram descartadas da análise.

7.1.3. Levantamento por meio de questionário às principais agências de fomento à pesquisa da América Latina

Devido à ausência de resultados positivos na identificação de políticas nas etapas anteriores, foram enviados questionários (Apêndice A) a todas as agências de fomento a pesquisa selecionadas e descritas no Quadro 38. Os questionários86 foram enviados no período de 20 de abril a 21 de maio e 23 a 29 de outubro. Todas as informações referentes aos responsáveis e contato foram retiradas dos próprios sites das instituições. No total foram enviados questionário a 33 instituições e foram obtidas 9 respostas até o final do prazo da pesquisa. As instituições respondentes foram:

1. Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) – Brasil 2. Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) – Brasil 3. Fundación para la Ciencia y Tecnología (FUNDA-CYT) – El Salvador

4. Agencia Nacional de Investigación e Innovación (ANII) – Uruguai 5. Fondo para la Innovación, Ciencia y Tecnología (FINCYT) – Peru

6. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Tecnológicas (CONICIT) – Costa Rica

7. Comisión Nacional de Investigación Científica y Tecnológica (CONICYT) – Chile 8. Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) – Brasil

9. Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) – Brasil Quatro agências responderam positivamente a questão sobre a existência de política para a divulgação dos resultados de pesquisa que financiam, mas nenhuma delas se classifica como documento com caráter de política de acesso aberto. Apesar da ausência de mecanismos legais, todas elas indicaram alguma forma de divulgação dos resultados das pesquisas. As iniciativas apontadas, bem como sua relação com o acesso aberto será objeto de discussão na próxima seção do capítulo.

86 Os questionários foram enviados em forma de ofício pelo Ibict pela coordenação do Laboratório de Metodologias de Tratamento e Disseminação da Informação do Instituto.