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III Ofi cina Pedagógica ― possibilidades de mediação pedagógica junto a alunos com

defi ciência

Dadas as noções e os princípios, foi preciso oferecer pos- sibilidades práticas de trabalho em sala de aula para atender particularidades de alunos com deÀ ciência. Nesse estágio da formação, um grande círculo formou-se e foram apresentados aos participantes, através de exposição em data show, instru- mentos que podem auxiliar na aprendizagem de alunos com surdez, deÀ ciência visual, intelectual e física. Orientações de como trabalhar com pessoas com deÀ ciência, a ação do docen- te, a responsabilidade do gestor e a importância da atenção e envolvimento dos funcionários em observar as atitudes co- tidianas dos alunos. No caso da falta de um diagnóstico, essa atenção é fundamental para a tomada de decisões em relação a esses alunos, na escola. Assim, em um diálogo aberto, fomos

Luzia Guacira dos Santos Silva - Jeff erson Fernandes Alves (Org.)

delineando algumas das direções a serem seguidas e executa- das no cotidiano escolar.

Apresentamos, com base em Silva (2010), algumas me- didas ou intervenções pedagógicas e atitudinais importantes para a inclusão de pessoas com deÀ ciência na escola, demons- trando exemplos de como contribuir para a inclusão, desde a entrada na escola, o acompanhamento e monitoramento da gestão, o exercício social nos espaços da escola até a prática docente em sala de aula, destacando a importância da crença na capacidade dessas pessoas, na possibilidade que elas têm de aprender e de superar as implicações causadas pela deÀ - ciência, da necessidade da escuta, do conhecimento de suas particularidades, do estímulo e da mobilização de todos pela inclusão. Até mesmo da urgência em adaptar o mobiliário e a estrutura arquitetônica da escola para receber a todos os alu- nos, garantindo mobilidade e autonomia.

A criança com diÀ culdades para enxergar as letras do quadro, por exemplo, que coça os olhos, sofre com a lumino- sidade, curva-se para ver uma atividade ou coloca a folha da atividade muito próxima aos olhos, provavelmente tem limi- tações visuais. Nesse caso, Silva (2009) orienta que a media- ção pedagógica deverá utilizar-se de recursos facilitadores da aprendizagem, como imagens ampliadas, prancha de plano inclinado, contraste de cores. Se o aluno for cego, desempe- nhará a prática leitora através do Sistema Braille, de livros falados e do Sorobã para os cálculos matemáticos. Ambos os

Formação continuada em educação inclusiva: saberes, refl exões e práticas

casos poderão fazer uso de objetos concretos e reais, da tecno- logia e de materiais didáticos adaptados.

No que se refere à contribuição dos demais funcionários da escola para a inclusão escolar de tais alunos, foi enfatizada a importância do cuidado com a disposição espacial da escola e do mobiliário, para melhor circulação e mobilidade, além da importância da descrição precisa em caso de orientação espa- cial ou no exercício de qualquer ação que demande o uso da capacidade visual.

Para o aluno que possui perda auditiva ou surdez, e que geralmente já chega à escola com laudo médico, faz-se neces- sário principalmente o uso da Língua Brasileira de Sinais (Li- bras) como meio de comunicação interpessoal. É necessário, em todos os âmbitos, seja nas relações sociais ou de aprendi- zagem, que sejam explorados os recursos visuais. No que se refere a área das relações interpessoais, destacamos a ação desnecessária de gritar ou falar alto demais, uma vez que pode comprometer em demasiado o entendimento e até prejudicar clinicamente o aprendiz. Enfatizamos a importância da lin- guagem corporal como forma de expressão, além da necessi- dade de falar de forma clara, em um tom normal com alunos surdos, acrescido à questão da proximidade entre o falante e o ouvinte para facilitar a leitura labial.

A pessoa com deÀ ciência intelectual, conforme a mes- ma autora, geralmente apresenta diagnóstico tardio. Em caso

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de detecção da deÀ ciência, é importante tratá-lo conforme sua idade, evitando palavras em diminutivo ou simples de- mais. É importante sempre reforçar e veriÀ car se de fato o que está sendo abordado foi compreendido e repetir a informa- ção sempre que necessário. Isso em todas as situações, seja em conversas informais ou na aprendizagem em sala de aula. Na sala é de grande importância o uso de À chas de comunicação e a relação entre imagem e textos. Enfatizamos a pertinência de atividades com música, brincadeiras orais e jogos.

Por À m, os alunos com deÀ ciência física, em suas relações cotidianas, podem apresentar características físicas diferencia- das. É importante, assim como nos demais casos, respeitar o rit- mo de aprendizagem e observar qual a forma mais eÀ ciente de comunicação (visto alguns casos, como na paralisia cerebral, a pessoa apresentar diÀ culdade de oralização). Dependendo do diagnóstico clínico, as adaptações em sala de aula serão neces- sárias, pois o aluno poderá necessitar de engrossador de lápis, prancha de comunicação, prancha de plano inclinado para me- lhor posicionamento do livro, objetos que permitam o controle da coordenação motora À na, entre outros.

Ao À nal da explanação teórica, demos início a constru- ção de materiais pedagógicos (Figura 1) no formato de uma oÀ cina, onde os grupos puderam pensar em estratégias e su- portes para auxiliar na aprendizagem de alunos com diversos tipos de deÀ ciência na escola, campo da formação.

Formação continuada em educação inclusiva: saberes, refl exões e práticas

Figura 1: Materiais didáticos. Descrição: Em uma mesa, estão