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Impacto da caracterização dos alunos

CAPÍTULO III – O ESTUDO

3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

3.1. Impacto da caracterização dos alunos

A caracterização dos alunos do Agrupamento, em Matemática, segundo os inquiridos (anexo 6), tinham como fontes os resultados das provas aferidas, como referiu E5: “Temos resultados das provas de aferição desde que estas se tornaram obrigatórias.” Inquéritos preenchidos em sala de aula completavam as informações que constavam no PCT - “Existe o PCT, mas não é tudo indicado por disciplina. Há uma descrição geral. Em

relação à disciplina, acabamos por, com a ficha que elaboramos no início de cada ano, obter esses dados.” (E8) e, como argumentava E6, “Através da consulta dos registos dos anos anteriores e da recolha dos inquéritos feitos aos alunos no início do ano lectivo.”

Os resultados de fichas diagnósticas também constituíam fontes. Como disse E5: “Nós fazemos um teste de diagnóstico, depois os alunos serão avaliados e é com base

nessa informação que vamos trabalhar. No final de ano efectuamos a análise do trabalho realizado e verificamos se atingimos ou não determinada taxa de sucesso. De contrário,

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vamos ver o que falhou.” O inquirido do 1º ciclo referiu que, ao longo do ano, ia

completando a caracterização dos alunos mediante o preenchimento de tabelas: “Vai

sendo construído ao longo de cada ano lectivo. Possuo uma tabela com determinados parâmetros de avaliação dos alunos, desde a resolução de problemas, à capacidade de memorização e de comunicação em matemática e nela vou registando os valores respectivos” (E11).

Estas informações influenciavam, segundo os entrevistados, ao nível meso, na gestão das actividades do grupo disciplinar, e ao nível micro, na planificação e organização das tarefas das aulas. Como mencionou E8: “Se eu souber que os alunos

têm dificuldades desde o início da escolaridade ao nível da matemática, passo a ter mais atenção ainda sobre os mesmos. (…) Tenho em conta as características dos alunos, avalio os que têm mais dificuldades e os que têm menos. Se a turma tem muitas dificuldades, claro que as tarefas que proponho têm que reunir outras cambiantes.”

Ao nível do 1º ciclo, a coordenadora explicou que a caracterização dos alunos influenciava o trabalho do grupo de professores que leccionavam naquele Agrupamento: “Influenciam sempre o trabalho do grupo de professores. Aqui temos grupos do 1º ao 4º

ano. O do 1º ano faz trabalho para as turmas todas. É o trabalho colaborativo e temos reuniões gerais onde trocamos impressões sobre as turmas e vamos aferindo e articulando o trabalho desenvolvido até ao 4º ano. “ (E4)

Foi notório que o processo de caracterizar os alunos tinha implicações na planificação das actividades quer ao nível meso, quer ao nível micro das actividades na sala de aula. Como exemplificou E7: “São utilizadas para avaliar o rendimento dos

alunos, as suas dificuldades e, consequentemente, o que é preciso mais trabalhar com eles. Que conteúdos exigem mais atenção “.

Outra fonte mencionada foi as reuniões. Houve inquiridos que referiram que é através destas que recolhiam informações sobre os alunos. Como disse o E7: “Só nas

reuniões. No início do ano temos uma visão geral, mas não é grande coisa. Eu recolho informações dos alunos nas reuniões”.

Relativamente às reuniões iniciais e finais de período, das respostas dos inquiridos, salientou-se que estas permitiam descrever as características dos alunos de forma global.

Concluiu-se que, das reuniões iniciais, surgiam as especificidades do percurso escolar dos alunos e, nas finais, havia a preocupação de aferir os resultados obtidos e definir novas estratégias para o ano seguinte. Foram exemplo as seguintes citações:

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as finais, para fazermos um balanço sobre o que conseguimos atingir em matéria de resultados e aferi-los para o ano seguinte.” (E9);

“As iniciais são para a preparação e planificação de todo o ano lectivo e as

finais destinam-se ao balanço do cumprimento dos programas e procura-se melhorar alguns aspectos do trabalho realizado nesse âmbito, projectando-se, ao mesmo tempo, algumas acções concretas para o início do ano seguinte.

(E3).

Foi também enaltecido que estas reuniões tinham como ordem de trabalhos a operacionalização da gestão curricular: “As reuniões visam a operacionalização da

estratégia a adoptar, ou seja: depois do levantamento das dificuldades avaliamos se há necessidade de planificação ou não. Pode acontecer, às vezes, que para uma determinada turma tenhamos de fazer alguns ajustamentos em função dos problemas que já vêm sinalizados do final do ano anterior” (E6).

Os professores do 1º ciclo e do 2º ciclo do Ensino Básico assim como o Presidente do Conselho Executivo e respectivas coordenadoras referiram que, nas primeiras reuniões, havia um trabalho conjunto entre os respectivos professores na caracterização dos alunos, fomentado pelo Conselho Pedagógico. Foram testemunho os depoimentos seguintes:

“No início do ano, aqui na escola, temos o hábito, para o 5º ano, de efectuar

uma reunião de trabalho com o 1º ciclo, para fazer a descrição dos alunos e, no final, a mesma coisa.” (E8);

“Leccionava o 1º e o 4º ano e tinha que articular o meu trabalho com os

colegas do pré-escolar e do 5º ano. E a articulação funcionou não apenas ao nível da matemática mas também das outras áreas.” (E11).

No termo do ano lectivo, nas chamadas reuniões finais, era repetido este procedimento no sentido da preparação do ano lectivo seguinte na perspectiva de Agrupamento de Escolas.

Perante os depoimentos recolhidos entre os entrevistados, sobressaiu o reconhecimento do trabalho colaborativo entre os professores nas reuniões como, também, a importância dos resultados obtidos e apresentados nas reuniões finais para o lançamento do ano seguinte com a melhor caracterização possível dos alunos, espelhando as suas reais necessidades em torno da aprendizagem da Matemática.

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