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3.3 Novos efeitos na sociedade

3.3.2 Impacto da imigração e do turismo de massas na comunidade local

No que concerne ao sentimento de oposição de parte da população, relativo ao aumento da população vinda do exterior, esta pode ser analisada tendo em consideração os seguintes dois aspectos: o aumento significativo do número de visitantes e a importação de um avultado número de trabalhadores não residentes. Em primeiro lugar, com a implementação da política de emissão de vistos individuais por parte do Governo da RPC aos seus residentes, em Julho de 2003, o número de visitantes vindos do Interior da China aumentou significativamente, de 11,53 milhões em 2002 para 31,53 milhões em finais de 2014 (vide Tabela 3-15), representando um aumento de mais de 1,7 vezes num curto prazo de 12 anos. O aumento do número de visitantes pode ajudar a proporcionar dinâmicas para o desenvolvimento dos sectores do turismo e do jogo, isto é incontestável, mas, ao mesmo tempo, tem como consequência a limitação do uso de espaços públicos pelos residentes e a diminuição da qualidade de vida. O Governo da RAEM encomendou, em 2003, a um estabelecimento de ensino superior, o estudo e monitorização contínuos sobre a capacidade de acolhimento da RAEM38, de modo a ter noção do ponto de saturação local. Vários residentes, quer por influência de incidentes insólitos ou por interesses pessoais, aliados a alguns deputados e líderes associativos, manifestaram a convicção de que esse ponto de saturação já tinha sido atingido, defendendo que o aumento contínuo de visitantes não vai trazer mais benefícios para a população, pelo contrário, comprometerá a sua qualidade de vida.

38 Instituto de Formação Turística, "Macao’s Tourism Carrying Capacity", estudo encomendado a esse Instituto pelo Secretário

Parte III: Impacto da indústria do jogo na sociedade e na qualidade de vida da população local

Parte III - 92

TABELA 3 - 15 Número de visitantes da RAEM * (por 1 milhão) 39

* Os números revelados em 2007 ou nos anos que o antecedem abrangem não só visitantes como também trabalhadores não residentes que não vivem em Zhuhai.

De acordo com dados da DSEC40, em 2014 a RAEM dispunha apenas de 30,3 km2 de superfície terrestre, atingindo o total de 630 mil habitantes. Na península de Macau, a densidade populacional era bastante elevada, situando-se em 55 mil de pessoas por Km2, daí que se denota um reduzido espaço disponibilizado para os residentes locais. Nesta circunstância, o aumento contínuo de visitantes reduz de forma considerável os espaços públicos dos residentes, devido ao enorme afluxo de pessoas nas ruas estreitas e nos transportes públicos, aumentando o número de veículos em circulação, que contribui para o congestionamento do tráfego e a poluição.

O crescimento contínuo da economia da RAEM veio revelar a escassez de mão-de-obra em todos os sectores de actividade. Em consequência, o número de trabalhadores não residentes aumentou de 25 mil pessoas em 2003 para 170 mil em 2014, representando um crescimento de 5,8 vezes (vide Tabela 3-16). Também a taxa de trabalhadores não residentes, comparativamente à totalidade da população empregada local, registou um aumento significativo, passando de 11,4% em 2002 para 43,9%41 em 2014 (vide Tabela 3-17), significando que, em cada 5 trabalhadores da população empregada local, aproximadamente 2 são oriundos do exterior. Não obstante o aumento acentuado do número de trabalhadores estrangeiros não ter contribuído para o aumento da taxa de desemprego, o seu elevado número e distribuição em todos os sectores da economia poderá facilmente levar ao

39 Informações de 30 de Junho de 2015 da DSEC ( - Base de dados estatísticos - Turismo e serviços – Turismo – Visitantes –

Número de visitantes -Entrada de visitantes. Sítio: http://www.dsec.gov.mo/TimeSeriesDatabase.aspx

40 Fonte: “Informações de Macau, 2015” da Direcção de Serviços de Estatísticas e Censos 41 Ajustada para 38.1%.

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aparecimento de sentimentos de oposição à contratação destes trabalhadores, atribuindo-lhes a responsabilidade pelas situações de despedimento de trabalhadores locais, falta de oportunidades de promoção na carreira profissional, entre outros.

TABELA 3 - 16 Número de trabalhadores não residentes na RAEM42

42 Informações obtidas em 30 de Junho de 2015 da DSEC – “Publicação mensal de estatísticas”. Site:

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A importação de um avultado número de trabalhadores não residentes deu também origem a uma grande procura de alojamento, transportes, cuidados de saúde, ensino, etc., conduzindo a um agravamento ainda maior da disputa entre eles e os residentes locais pelos recursos necessários à vida quotidiana. A par disso, alguns trabalhadores estrangeiros trazem para a RAEM os seus próprios hábitos e costumes, o que incomoda os residentes locais, dando origem a conflitos. Sob influência de factores objectivos, nomeadamente a elevada taxa de inflação e o aumento das rendas do imobiliário, etc., é fácil que se intensifiquem as emoções negativas dos residentes locais para com as pessoas vindas do exterior.

Actualmente, o sector do jogo da RAEM sofre a maior pressão registada desde a sua liberalização, não se prevendo, a curto prazo, uma retoma do ritmo acelerado do crescimento das receitas do jogo como se verificou na última década. Assim sendo, é de prever um agravamento dos conflitos e das indignações existentes no seio da sociedade, resultando na oposição à importação da mão-de-obra não residente caso se verifiquem mecanismos de despedimento de trabalhadores, pelo que o Governo deve manter-se sempre em estado de alerta em tempo de abundância, estabelecendo atempadamente planos para lidar com esta problemática.

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TABELA 3 - 17 Taxa de desemprego da RAEM e percentagem dos trabalhadores não residentes relativamente à totalidade da população

empregada43

Nota: Dada a subida constante do custo de alojamento nos últimos anos, há cada vez mais trabalhadores não residentes e

trabalhadores locais a optarem por residir nas regiões vizinhas. De acordo com as formas aleatórias ora adoptadas pela DSEC no processo do “Inquérito ao Emprego”, esses trabalhadores ficam fora do âmbito do inquérito em questão. Por isso, na Tabela anterior, os trabalhadores desse tipo não foram abrangidos na totalidade da população empregada. Além disso, se se proceder à soma do número de residentes empregados publicado pela DSEC a partir de 2008 com o número total dos trabalhadores não residentes registado até finais dos anos em causa, pode verificar-se que a percentagem dos trabalhadores não residentes, comparativamente à população empregada indicada na Tabela anterior foi superestimada, isto é, ± 4,4 pontos percentuais em 2013 e ± 5,8 pontos percentuais em 2014.

43 Informações obtidas em 30 de Junho de 2015 a partir dos dados constantes na DSEC – “Publicação mensal de estatísticas”. Site:

Parte IV – 96

Parte IV

Contratos de

Concessão/subconcessão da

Exploração de Jogos de

Fortuna ou Azar em Casino -

Revisão

Parte IV: Contrato de Concessão/ Subconcessão da exploração de jogos de fortuna ou azar

Parte IV – 97

ÍNDICE

4.1 Adjudicação dos contratos de concessão e autorização dos respectivos contratos de subconcessão da exploração de jogos de fortuna ou azar em casino ... 99 4.2 Planos de investimento anexos aos contratos de concessão/subconcessão da exploração

de jogos de fortuna ou azar em casino. ... 99 4.3 Avaliação da execução dos planos de investimento anexos aos contratos de

Parte IV: Contrato de Concessão/ Subconcessão da exploração de jogos de fortuna ou azar

Parte IV – 98 TABELA 4 - 1 Planos de investimento das concessionárias/subconcessionárias da exploração de jogos

de fortuna ou azar em casino anexos aos respectivos contratos ... 100 TABELA 4 - 2 Valor do investimento aplicado pelas concessionárias/subconcessionárias da exploração

de jogos de fortuna ou azar em casino entre 2002 e 2014 ... 103 TABELA 4 - 3 Avaliação da execução do valor global do investimento previsto nos contratos de

Parte IV: Contrato de Concessão/ Subconcessão da exploração de jogos de fortuna ou azar

Parte VI - 99

4.1 Adjudicação dos contratos de concessão e autorização dos

respectivos contratos de subconcessão da exploração de jogos de

fortuna ou azar em casino.

Em 28 de Março de 2002, o Governo da RAEM celebrou com a Sociedade de Jogos de Macau, S. A. o contrato de concessão para a exploração de jogos de fortuna ou azar ou outros jogos em casino na RAEM (que adiante se designa por “contrato de concessão”), em 24 de Junho de 2002 celebrou com a Wynn Resorts (Macau), S.A. o “contrato de concessão” e em 26 de Junho de 2002 celebrou com a Galaxy Casino, S.A. o “contrato de concessão”.

Posteriormente, com a autorização do Governo da RAEM, em 19 de Dezembro de 2002, a Galaxy Casino, S.A. celebrou com a Venetian Macau, S.A. o contrato de subconcessão para a exploração de jogos de fortuna ou azar ou outros jogos em casino na RAEM (que adiante se designa por “contrato de subconcessão”), em 19 de Abril de 2005, a Sociedade de Jogos de Macau, S. A. e a MGM Grand Paradise, S.A. celebraram o “contrato de subconcessão” e em 8 de Setembro de 2006, a Wynn Resorts (Macau), S.A. e a PBL Diversões (Macau), S.A. celebraram o “contrato de subconcessão”.