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3.1 Impacto positivo

3.1.4 Introdução do conceito de "Jogo Responsável"

Em 2007, o Secretário para a Economia e Finanças encomendou ao Instituto de Estudos sobre a Indústria de Jogo da Universidade de Macau um “Estudo sobre a Política do Jogo Responsável”, com o intuito de promover o desenvolvimento saudável do sector do jogo. O “Jogo Responsável” baseia-se na ideia de que, num ambiente devidamente supervisionado, o jogador que participa nas actividades do jogo não causará ameaças ao seu bem-estar, dos seus familiares, amigos, outros jogadores e funcionários dos casinos, nem trará impactos negativos à RAEM ou ao local de origem do próprio. Por outras palavras, o “Jogo Responsável” visa reduzir os eventuais riscos provocados pela participação no jogo e aposta, até a um nível socialmente aceitável.

Para atingir este objectivo, o estudo supracitado concluiu que a implementação do jogo responsável exige a cooperação e responsabilização de todas as partes intervenientes, designadamente:1) o Governo, 2) os jogadores e seus familiares, 3) as concessionárias/subconcessionárias da exploração de jogos de fortuna ou azar em casino, 4) as entidades responsáveis pela prevenção do jogo responsável, 5) instituições educativas e outras associações comunitárias. As medidas de Jogo Responsável visam assegurar que a decisão de participar em jogo e aposta deverá ser feita de forma consciente pelo jogador, que responderá perante si próprio, seus familiares e a comunidade. Várias jurisdições implementaram já medidas de jogo responsável, tais como o Canadá, a Austrália, os EUA, etc.. Na RAEM, os trabalhos da promoção do jogo responsável encontram-se ainda numa fase embrionária, não havendo ainda muitas experiências que poderão ser recolhidas das outras comunidades chinesas para servirem de referência.

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Instituto de Estudos sobre a Indústria de Jogo da Universidade de Macau, têm organizado anualmente um conjunto de actividades designado “Semana da Promoção do Jogo Responsável”, que tem atraído a atenção da comunidade. O grau de consciência dos residentes da RAEM relativamente ao jogo responsável tem aumentado, passando de 16,2% em 2009 para 60,5%10 no início de 2013, a par do reforço na clarificação das responsabilidades que cabem a cada interveniente, o que os levará a envidar maiores esforços no cumprimento dos seus deveres e obrigações no âmbito da promoção do jogo responsável.

Por outro lado, noutro estudo11, 20 instituições que lidam com a prevenção do jogo problemático da RAEM foram convidadas para avaliar os 5 intervenientes abrangidos pelas medidas do jogo responsável: o Governo, os jogadores, seus familiares, as concessionárias/subconcessionárias da exploração de jogos de fortuna ou azar em casino, as entidades para prevenção do jogo problemático, instituições educativas e outras associações comunitárias, no que diz respeito ao cumprimento ou não das suas responsabilidades quanto à promoção do jogo responsável, classificando o seu desempenho numa escala de 1 a 10 valores. Os resultados demonstram que a pontuação média mais elevada foi atribuída às entidades para prevenção do jogo problemático (7,3 valores), seguindo-se o Governo (6,8 valores), as instituições

educativas e outras associações comunitárias (6,5 valores), as

concessionárias/subconcessionárias (5,4 valores), tendo a pontuação mínima sido atribuída aos jogadores e seus familiares (4,6 valores) (vide Tabela 3-4).

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Instituto de Estudos sobre a Indústria de Jogo da Universidade de Macau (2013), avaliação da eficácia da actividade promocional

"Jogo Responsável 2012"

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Instituto de Estudos sobre a Indústria de Jogo da Universidade de Macau (2013), "Estudo sobre a Avaliação e o planeamento para a prevenção do jogo problemático em Macau", Macau: Projecto de estudo encomendado pelo IAS ao Instituto de Estudos sobre a Indústria de Jogo da Universidade de Macau.

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TABELA 3 - 4 Intervenção das associações cívicas na execução das medidas de jogo responsável

Os resultados deste inquérito revelam que as instituições inquiridas entendem que os jogadores e seus familiares devem assumir uma maior responsabilidade na prevenção. Este ponto de vista tem por base o entendimento, por parte dessas instituições não governamentais, de que deve ser o próprio jogador responsável pela problemática do vício do jogo. Mas se 5,5 valores corresponderem a uma avaliação positiva do desempenho destas entidades12, tal significa que a classificação de 5,4 valores obtida pelas concessionárias/subconcessionárias da exploração de jogos de fortuna ou azar em casino deverá ser considerada negativa. Acresce ainda que o valor atribuído às concessionárias/subconcessionárias neste inquérito é menor relativamente à médias obtida pelos restantes intervenientes, com excepção dos jogadores e seus familiares. O resultado desta avaliação demonstra assim que as instituições não governamentais em causa entendem que as concessionárias/subconcessionárias de jogo devem assumir uma maior responsabilidade.

Os resultados do estudo atrás mencionado, apesar de poderem servir apenas de referência, demonstram a avaliação da sociedade quanto ao cumprimento da promoção do jogo responsável por parte dos 5 intervenientes. Actualmente na sociedade há consciência da necessidade da promoção das medidas de jogo responsável, havendo conhecimentos mais pormenorizados sobre as responsabilidades desses intervenientes. Para que este ambiente social possa transformar-se numa onda de energia positiva que leve o sector do jogo da RAEM rumo a um desenvolvimento mais saudável e estável, é indispensável a determinação dos diversos sectores da sociedade.

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