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Capítulo 3: Metodologia

3.3. Análise e Interpretação dos Dados

3.3.3 Impacto e sucesso dessas estratégias

• Nos media

No caso dos meios de comunicação social, o impacto das estratégias levadas a cabo pelo gabinete de comunicação do INL é medido através de “relatórios de performance de comunicação” obtidos pela CISION, provedor de informação da organização. Segundo Jorge Fiens, “os resultados têm sido francamente positivos nesse aspeto, uma vez que conseguimos chegar em média a 10% da população portuguesa”. É ainda referido que o objetivo inicial para o ano de 2019, em termos de AVE (Advertising Value Equivalent), para notícias era de 600 mil euros, no entanto, esse valor já foi duplicado em apenas 6 meses, pelo que esse objetivo teve de ser reajustado para 2 milhões de euros.

Por outro lado, Nuno Passos, assessor do gabinete de comunicação da UMinho, afirma que “o impacto [dessas estratégias], às vezes, é difícil de quantificar”. Contudo, são adiantados alguns dados na área da ciência, “que é dos temas mais importantes no Facebook e no Twitter da Universidade do Minho”, entre eles que “num ano chegamos a divulgar quase 40% de todas as spin-off” e em 2013/2014 “foram divulgados, no caso dos media, 275 investigadores e professores da nossa instituição, e se pensarmos num universo de 1300 é muito bom”, destaca Nuno Passos. É dado o exemplo do ‘NÓS’, o jornal online da UMinho, no qual “foi feito um inquérito interno e, efetivamente, a parte da investigação também é dos temas mais procurados”; as palavras ‘ciência’ e ‘excelência’ são muito repetidas pelos políticos e “a ciência é falada num terço dos nossos comunicados”, afirma Nuno Passos, destacando a lógica do “ensino, investigação e interação” da Universidade do Minho.

Relativamente ao INESC TEC, Sandra Pinto afirma que há um sucesso geral das ações desenvolvidas, no entanto, confessa que ainda existe um longo caminho para percorrer. Também Olga Magalhães, do gabinete de comunicação do CINTESIS, ressalva o facto de a unidade de investigação ainda ser bastante recente o que pressupõe que muitos dos seus objetivos comunicativos ainda não estejam concluídos. Além disso, “ainda não apuramos tanto quanto gostaríamos as estratégias de avaliação de algumas dessas estratégias que implementamos”, acrescenta Olga Magalhães.

• No público escolar

Quanto ao público escolar, Jorge Fiens refere que quando o INL recebe visitas escolares é dado um formulário aos responsáveis pela solicitação dessa atividade. A organização está sempre dependente da sua resposta, sendo que nem todos respondem. No entanto, Jorge Fiens diz que dos que respondem, 80% dão uma pontuação a essas atividades entre os 4 e os 5 pontos, num máximo de 5 pontos, o que é bastante positivo e relevante para o sucesso dessas iniciativas.

No caso da Universidade do Minho é dado o exemplo do programa ‘Verão no Campus’, no qual é difícil quantificar quantos dos alunos que participaram nessa iniciativa vão depois estudar para a universidade. Nuno Passos refere que, no final do programa, é distribuído um inquérito no qual os estudantes fazem o balanço da sua experiência na atividade, e mais tarde tenta-se perceber quais desses alunos são aqueles que ficam a estudar na UMinho, sendo que há uma parte desses estudantes que acabam por entrar na universidade, o que é bastante positivo. Também a atribuição das bolsas de excelência é, para Nuno Passos, um bom exemplo para a imagem da universidade, pois os media podem passar a mensagem de que um aluno pode estudar na UMinho sem pagar propinas.

Em relação às estratégias desenvolvidas pelo INESC TEC neste âmbito, Sandra Pinto tem a opinião de que “os estudantes recebem estas iniciativas muito bem”, adiantando que se a organização conseguisse organizar mais atividades mais alunos teria a participar nesses eventos. A responsável pelo gabinete de comunicação do INESC TEC afirma que quando a organização abre portas a 5 ou 6 laboratórios no Campus da FEUP, as visitas esgotam e se essa atividade se prolongasse por mais dias mais estudantes iriam conhecer as instalações da organização. Apesar de sentirem um grande entusiasmo por parte dos estudantes universitários, Sandra Pinto dá conta da dificuldade de explicar aos investigadores a importância de terem disponibilidade para estar uma semana com os estudantes. Para isso, procura-se “transmitir aos investigadores essa necessidade de comunicar com os estudantes” organizando “algumas sessões de sensibilização”, sessões de “media training e de formação de como comunicar nas redes sociais e sessões de como fazer uma apresentação de

comunicação pública eficaz”, explica a especialista em comunicação, afirmando ainda que essas sessões “têm tido um sucesso enorme”. Portanto, Sandra Pinto considera que “há um sucesso geral destas ações”, mas confessa que a organização ainda tem um longo caminho para percorrer, sobretudo no que diz respeito ao trabalho com os públicos mais jovens como os estudantes de secundário, “já para não falar também no ensino básico”. O gabinete de comunicação “tem tentado sensibilizar o próprio conselho de administração para sensibilizar os investigadores” de que é necessário comunicar para públicos mais jovens que os universitários de modo a conseguir atrair mais pessoas para as áreas de atividade do INESC TEC.

Sandra Pinto entende que a comunicação com o público universitário está num bom caminho, mas no que diz respeito ao público do ensino secundário “só somos responsivos”, afirma a responsável pelo gabinete de comunicação do INESC TEC. Sobre este último público, a organização responde ao desafio do Mostra na Universidade do Porto, pois o público-alvo “vai desde o 7º ao 12º anos”, e também aos desafios do Ciência Viva. No entanto, Sandra Pinto considera que o que vai sendo feito para o público mais juvenil não é ainda suficiente.

Sobre o CINTESIS, Olga Magalhães confessa que ainda não foi possível apurar as estratégias de avaliação de algumas das estratégias desenvolvidas, nomeadamente das que são dirigidas às escolas, justificado pelo facto de a organização ser uma unidade ainda bastante recente. É referido também o feedback dos professores em relação a determinadas atividades com os estudantes, mas Olga Magalhães manifesta o seu desejo de implementar “testes diagnósticos aos estudantes”, como forma de perceber o impacto dessas iniciativas nos mesmos. O feedback que recebem dos professores tem sido positivo, uma vez que “eles dizem sempre que o impacto de irem lá investigadores é muito interessante, pois às vezes os investigadores estão a dizer coisas que os professores de ciências até já disseram mas é diferente pois tem o cunho do investigador”, explica a responsável pelo gabinete de comunicação do CINTESIS. Contudo, ainda não foi possível apurar a “avaliação ao ponto de perceber se o aluno se tornou mais capaz de identificar uma notícia falsa, neste caso”, lamenta Olga Magalhães, referindo-se à atividade com as escolas de secundário.

Assim, não é possível saber se a organização consegue algum resultado efetivo, mas pelo menos acredita-se que é criado algum awareness sobre os temas abordados, apresentando a ciência aos estudantes de uma forma interessante e “mais simplificada”, afirma Olga Magalhães. A especialista em comunicação considera que essas ações são bem sucedidas, “pelo feedback dos professores e pelo feedback dos nossos próprios investigadores”. Olga Magalhães considera ainda “que essas atividades são ótimas”, uma vez que “em termos de envolvimento nada como o contacto

cara-a-cara, e são momentos de aprendizagem para os estudantes, muitas vezes são momentos de aprendizagem para os professores que lá estão, mas também são momentos de aprendizagem para os investigadores”. Por isso, estas atividades têm também um impacto nos investigadores pois mudam a sua perspetiva da comunicação e começam “a perceber melhor a necessidade de simplificar e de sair desta bolha da ciência para chegar aos públicos, mesmo que não corra assim tão bem eles aprendem sempre”, apesar de muitos deles tentarem resistir a participar nessas iniciativas, afirma Olga Magalhães. A especialista em comunicação pretende que essas atividades sejam melhoradas e aumentadas em termos de quantidade e que sejam aprofundadas no que toca à sua avaliação. Para que isso aconteça é preciso que os canais entre investigadores e públicos “estejam mais oleados e amadurecidos”, de tal modo que essas iniciativas possam depender menos dos técnicos de comunicação e que não seja necessário existir essa mediação, pois há muitos mais investigadores no CINTESIS do que especialistas em comunicação.

• No público em geral

No caso do INL, o impacto das estratégias desenvolvidas para o público em geral é “medido” através do feedback da população. Jorge Fiens dá o exemplo de muitas pessoas que perguntam quando é que vai acontecer o ‘Dia Aberto’ no INL, e isso mostra a vontade das pessoas de conhecerem a organização. O especialista em comunicação revela que já receberam inclusive pessoas que moravam ao lado do INL e que foram ‘bater à porta’ saber se podiam conhecer a instituição. No entanto, Jorge Fiens confessa que seria bom existirem mais oportunidades para mostrar o INL não só à cidade de Braga mas também “à região, e até a um público geograficamente mais alargado”, pois faz parte da prestação de contas que o INL tem para com os seus contribuintes, admitindo que gostava que essas iniciativas se realizassem com mais frequência. Também Sandra Pinto, responsável pelo gabinete de comunicação do INESC TEC, afirma que “há um sucesso geral” das ações implementadas, no entanto há ainda um “caminho longo para percorrer”.

A Universidade do Minho tem várias formas de avaliar o seu trabalho comunicativo, no entanto, sobre as estratégias desenvolvidas para o público em geral, Nuno Passos refere que o seu impacto é ‘medido’ através do feedback que é dado no dia-a-dia. Esse feedback é, muitas vezes, recebido através de perguntas e mensagens nas redes sociais, emails ou telefonemas. Também no caso do CINTESIS o feedback do público em geral é recebido sobretudo através das redes sociais.