• Nenhum resultado encontrado

Imparidade de activos não geradores de caixa

No documento Rui Miguel Lopes Ferreira (páginas 117-120)

Parte III – Projecto NCRFP

35. Imparidade de activos não geradores de caixa

35.1. Enquadramento

Esta Norma determina os procedimentos que uma entidade deve aplicar para determinar se um activo não gerador de caixa está em imparidade62 e assegurar que as perdas por imparidade sejam reconhecidas.

A imparidade verifica-se quando o activo deixa de produzir benefícios económicos futuros, devendo a entidade avaliar em cada data de relato se há qualquer indicador de que um activo possa estar com imparidade. Quando tal sucede deve reconhecer-se o valor recuperável do activo.

Ou seja, a imparidade funciona como uma provisão ou ajustamento à depreciação ou desvalorização excepcional do activo.

A NCRF 12 denomina-se apenas por Imparidade de Activos.

A IPSAS refere que as entidades do sector público que tenham activos geradores de caixa devem aplicar a tais activos a IAS 36-Imparidade de Activos, sendo também esta a IAS adaptada pela NCRF 12.

O POCP é omisso sobre estas matérias.

35.2. Mensurar a Quantia de Serviço Recuperável

A Norma define a quantia de serviço recuperável como a mais alta do justo valor de um activo menos os custos de vender e a do seu valor de uso.

Com efeito, a quantia de serviço recuperável é a quantia apurada mais alta entre o valor de uso e o justo valor. Se uma destas quantias exceder a quantia escriturada do activo, o activo não está em imparidade, pelo que não é necessário estimar a outra quantia.

Se não for possível apurar o justo valor, a entidade pode usar o valor de uso do activo como a sua quantia recuperável de serviço.

62 Um activo não gerador de caixa está em imparidade quando a quantia escriturada do activo excede a

A norma indica que a melhor evidência do justo valor menos custos de vender é um preço num acordo de venda vinculativo63 numa transacção entre partes conhecedoras e dispostas a isso e em que não haja relacionamento entre elas, ajustada de custos incrementais que devam ser directamente atribuíveis à alienação do activo.

Relativamente ao valor de uso, a norma define como o valor presente do potencial de serviço remanescente do activo que se pode estimar pelas seguintes abordagens:

• Abordagem pelo Custo de Reposição Depreciado - O custo de substituição de um activo é o custo de substituir o serviço potencial bruto do activo. Este custo é depreciado para reflectir o activo na sua condição de usado.

• Abordagem pelo Custo de Restauração - é o custo de restaurar o potencial de serviço de um activo para o seu nível de pré-imparidade. Segundo esta abordagem, o valor presente do potencial de serviço remanescente do activo é determinado ao subtrair o custo de restauração estimado do activo do custo corrente de substituir o custo potencial remanescente do activo antes da imparidade.

• Abordagem pelas Unidades de Serviço - o valor presente do potencial de serviço remanescente do activo é determinado ao reduzir o custo corrente do potencial de serviço remanescente do activo antes da imparidade para se conformar com a quantidade de unidades de serviço esperadas do activo no seu estado de imparidade.

A aplicação do custo de reposição é aparentemente a abordagem mais simples, pois, este assemelha-se ao seu custo depreciado, conforme previsto na IPSAS 17-Activos fixos tangíveis.

As abordagens propostas pela IPSAS diferem da abordagem proposta pela NCRF que apenas indica os factores a ter em consideração ao calcular o valor de uso.

63 Se não houver acordo de venda vinculativo mas um activo é negociado num mercado activo, o justo

valor menos custos de vender é o preço de mercado do activo menos os custos de alienação. Se não houver nenhum acordo de venda vinculativo ou mercado activo de um activo, o justo valor menos custos de vender é baseado na melhor informação disponível para reflectir a quantia que uma entidade possa obter, à data de relato.

35.3. Reconhecer e Mensurar uma Perda por Imparidade

Tanto a NCRF como a IPSAS referem que uma perda por imparidade deve ser reconhecida imediatamente no excedente/défice líquido, o que se verifica se a quantia recuperável de serviço de um activo for menor do que a sua quantia escriturada, devendo a quantia escriturada do activo ser reduzida para a sua quantia recuperável de serviço, correspondendo a redução a uma perda por imparidade.

A amortização do activo ser ajustada em períodos futuros para imputar a quantia escriturada revista do activo, menos o seu valor residual (se o houver).

Se a quantia estimada de uma perda por imparidade for maior do que a quantia escriturada do activo com o qual se relaciona, uma entidade deve reconhecer um passivo64.

Assim, o activo fica reduzido ao valor zero se a perda for superior ao valor escriturado, sendo ainda compensado pelo respectivo passivo adicional.

35.4. Reverter uma Perda por imparidade

Conforme a norma, ora em análise, uma entidade deve avaliar a cada data de relato se há qualquer indicação de que uma perda por imparidade reconhecida em períodos anteriores de um activo possa não mais existir ou possa ter diminuído.

Se existir tal indicação, a entidade deve estimar a quantia recuperável de serviço desse activo.

A quantia escriturada acrescida de um activo atribuível a uma reversão de uma perda por imparidade não deve exceder a quantia escriturada que teria sido determinada (líquida de depreciação ou amortização) se não tivesse sido reconhecida perda por imparidade no activo em períodos anteriores.

Uma reversão de uma perda por imparidade no activo deve ser reconhecida imediatamente no excedente líquido ou défice.

64 Se, e somente se, isso for exigido por uma outra Norma Internacional de Contabilidade do Sector

Após uma reversão de uma perda por imparidade ter sido reconhecida, o encargo de depreciação (amortização) do activo deve ser ajustado nos períodos futuros para imputar a quantia escriturada do activo revista, menos o seu valor residual (se o houver), numa base sistemática durante a sua vida útil remanescente.

Do acima exposto, claramente se infere que existe uma inversão do processo de reconhecimento da imparidade.

35.5. Divulgações

As divulgações a efectuar referem-se essencialmente às quantias de imparidades reconhecidas em resultados, bem como as reversões efectuadas e as circunstâncias em que as mesmas ocorreram.

36. Divulgação de informação financeira sobre o

No documento Rui Miguel Lopes Ferreira (páginas 117-120)