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Inventários

No documento Rui Miguel Lopes Ferreira (páginas 86-90)

Parte III – Projecto NCRFP

27. Inventários

27.1. Enquadramento

Os “Inventários”, conforme referidos na IPSAS, enquadram-se com o conceito de “Existências” no POCP.

No POCP as referências a estas matérias encontram-se definidas nos critérios de valorimetria, anexos às DF`s e notas explicativas das contas.

A IPSAS prevê, ainda, que os custos incorridos para efectuar prestações de serviços a clientes sejam aqui incluídos.

Tendo em consideração que as entidades abrangidas pelo POCP são maioritariamente prestadoras de serviços, verifica-se que podem assim diferir os custos associados aos serviços que estão em execução, o que obriga normalmente as entidades a manter um sistema analítico para apuramento destes custos35.

Refere a IPSAS que os inventários incluem os custos do serviço36, relativamente aos quais a entidade ainda não reconheceu o respectivo rédito.

A IPSAS, adicionalmente à NCRF 18 e ao POCP, define ainda um conjunto de bens e serviços que podem ser incluídos nos inventários.

27.2. Mensuração de Inventários

A IPSAS e a NCRF referem que os inventários devem ser mensurados ao mais baixo do custo e do valor realizável líquido37.

No entanto, a IPSAS acrescenta que os inventários devem ser mensurados ao mais baixo do custo e do custo de reposição38 quando eles sejam detidos para:

a) Distribuição sem qualquer custo ou por um débito nominal; ou

b) Consumo no processo de produção de bens para serem distribuídos sem qualquer custo ou por um débito nominal.

A IPSAS adequa assim os inventários às características do sector público, que, por não visarem o lucro, podem deter inventários para servir os objectivos referidos nas alíneas acima referenciadas, sendo por isso possível a utilização do custo de reposição.

35 A IPSAS refere que estes custos consistem principalmente da mão-de-obra e de outros custos de

pessoal directamente empenhado em prestar o serviço, incluindo pessoal de supervisão, e gastos gerais atribuíveis.

36 O custo de inventários de um prestador de serviço consiste principalmente da mão de obra e de outros

custos de pessoal directamente empenhado em prestar o serviço, incluindo pessoal de supervisão, e gastos gerais atribuíveis.

37 É o preço de venda estimado no curso ordinário de operações menos os custos estimados de

Relativamente ao POCP é referido que as existências serão valorizadas ao custo de aquisição ou ao custo de produção. No entanto, se o custo de aquisição ou de produção for superior ao preço de mercado, será este o utilizado. 39

A diferença mais marcante face à IPSAS reside na utilização do preço de mercado, que tanto pode ser equiparado ao VRL como ao custo de reposição, enquanto a IPSAS apenas permite o uso do VRL.

Refere, ainda, a IPSAS que a utilização do VRL se relaciona com o facto de os activos não deverem ser escriturados por quantias superiores àquelas que se espera que sejam realizadas com a sua venda ou uso.

27.3. Custos

A IPSAS e a NCRF mencionam que o custo de inventários deve compreender todos os custos de compra, custos de conversão e outros custos incorridos para colocar os inventários na sua localização e condição presentes.

O POCP apenas define na nota explicativa da conta “31-Compras” o que deve ser incluído nos custos com as compras, enquanto a IPSAS discrimina, ainda, o que está compreendido em cada um destes custos.

A IPSAS define ainda quais os custos de conversão ou os custos que devem estar incluídos na produção própria de existências pela entidade devendo estes ser baseados na capacidade normal das instalações de produção, bem como os custos de um prestador de serviços.

No POCP não são definidos quaisquer critérios relativamente aos custos de conversão, pois, fica ao critério de cada entidade o método de elaboração de subsistemas de contabilidade analítica. Apenas o POC Educação define quais os custos a incluir no processo de fabrico.

A IPSAS privilegia ainda o método de custeio racional para imputação dos gastos gerais

38 É o custo em que a entidade ocorreria para adquirir o activo à data de relato.

39 Entende-se como preço de mercado o custo de reposição ou VRL, conforme se trate de bens adquiridos

fixos na produção conjunta, quando os custos de conversão de cada produto não sejam separadamente identificáveis, eles devem ser imputados aos produtos através se de um critério racional e consistente.

27.4. Fórmulas de Custo

Os critérios de valorização das saídas de Inventários são idênticos entre a IPSAS e a NCRF. 40

27.5. Reconhecimento como um Gasto

Os critérios para o reconhecimento como gastos são idênticos entre o POCP e a IPSAS, excepto no caso das prestações de serviços, cujos custos não são inventariáveis e são reconhecidos como gastos na medida em que vão ocorrendo e não aquando da prestação do serviço.

A IPSAS indica, ainda, quando se deve reconhecer o gasto se não existir rédito relacionado, ou seja, quando os bens sejam distribuídos ou o respectivo serviço seja prestado.

27.6. Divulgações

As divulgações da IPSAS e da NCRF são praticamente coincidentes. A IPSAS acrescenta que devem ser divulgados os custos operacionais aplicáveis a réditos, reconhecidos como um gasto durante o período e classificados pela sua natureza.

Comparativamente com o POCP, as divulgações previstas nas normas são mais extensas pois compreendem as previstas no POCP e acrescentam ainda divulgações adicionais.

O POCP, no anexo à ABDR, prevê que se divulguem os mapas de “Demonstração do custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas” e o mapa de “Demonstração da variação da produção”.

A informação requerida pelos mapas acima mencionados também se encontra prevista

de mensuração mantêm-se independentemente da finalidade para a qual os bens foram adquiridos.

na IPSAS, sem que, no entanto, exista um mapa predefinido para apresentação desta informação.

No documento Rui Miguel Lopes Ferreira (páginas 86-90)