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Implementar intervenções de enfermagem no âmbito da gestão das reações

3. EXECUÇÃO DAS TAREFAS PREVISTAS

3.1. Desenvolver competências técnicas, científicas e relacionais que

3.2.5. Implementar intervenções de enfermagem no âmbito da gestão das reações

Para alcançar este objetivo foram definidas atividades que se consideram fundamentais para melhorar as intervenções do enfermeiro ao nível da gestão das RHTA, relacionadas sobretudo com a normalização dos procedimentos e com a documentação da RHTA.

De acordo com Benner (2001, p.143), “as enfermeiras devem ser capazes de gerir e de prever as crises” uma vez que, sendo uma das suas principais funções a de diagnosticar e vigiar as mudanças que ocorrem num doente, é natural que devam saber gerir situações maiores de crise e de evolução rápida, tal como acontece no caso de uma RHTA. A evidência é bastante clara e perentória ao afirmar que todas as organizações devem desenvolver protocolos com algoritmos de atuação perante

as RHTA imediatas (Gobel, 2005; Shelton & Shivnan, 2011; Viale & Yamamoto, 2012; Zetka, 2012; Vogel, 2010; 2014; Gallimore, 2016; Roselló et al., 2017). Por esta razão, e aliado ao facto de não existir nenhum documento para o efeito neste serviço, foi elaborada uma proposta de norma de procedimento com o algoritmo de atuação na gestão da RHTA imediata (Apêndice XXV). Quando realizado o diagnóstico de situação no planeamento inicial do projeto, esta foi uma das principais dificuldades apontadas pela equipa de enfermagem na sondagem de opinião. Após a sua elaboração, o documento foi apresentado à equipa multidisciplinar, nomeadamente, enfermeira responsável, enfermeira de referência, outros enfermeiros peritos e com formação avançada, quer na área da pessoa em situação crónica, quer na área da pessoa em situação crítica, e os clínicos de ambas as especialidades afetas à problemática, sendo que todos deram parecer positivo e contribuíram para a melhoria do conteúdo da mesma. Ainda neste âmbito, tendo em conta a especificidade dos cuidados na administração de protocolos de dessensibilização oncológica, considerou-se pertinente elaborar uma proposta de norma de procedimento relativa aos cuidados de enfermagem à pessoa submetida a dessensibilização oncológica. Apesar de não ser uma atividade inicialmente prevista, considerou-se adequada a sua inclusão no guia orientador de boas práticas (Apêndice XXIV). Até ao final do Estágio IV, ambos os documentos encontravam-se a ser revestidos pelos enfermeiros supervisores para, posteriormente serem enviados para os devidos departamentos responsáveis pela sua aprovação.

Na proposta de norma de procedimento elaborada foi desenvolvido um algoritmo11 de atuação, igualmente validado pela equipa multidisciplinar acima referida. No sentido de dar visibilidade e retirar partido da sua funcionalidade, considerou-se pertinente a elaboração de um póster para consulta rápida, a ser afixado de modo visível na sala de tratamentos (Apêndice XXVI).

Um outro aspeto fundamental na gestão das RHTA e no qual o enfermeiro desempenha um papel relevante e decisivo na obtenção de resultados positivos para o doente está relacionado com a documentação da reação. A maioria da literatura evidenciava a importância da documentação detalhada do evento como essencial para a decisão e planeamento do tratamento futuro (Zetka, 2012; Vogel, 2010, 2014; Gallimore, 2016; Roselló et al., 2017). Uma vez que são vários os dados

11 No cronograma de atividades afeto ao projeto consta a palavra fluxograma, no entanto, optou-se

da RHTA a serem reportados, pode facilitar a utilização de uma check-list ou de um protocolo de documentação da reação (Roselló et al., 2017), motivo pelo qual se considerou pertinente a elaboração de um instrumento de registo da RHTA12 (Apêndice XXVII). Este documento foi elaborado tendo em conta os aspetos evidenciados na revisão scoping para um registo completo da RHS, mas foram igualmente tidos em conta os aspetos que os clínicos de imunoalergologia consideram importantes na facilitação do seu diagnóstico, já que este foi desenvolvido não apenas como forma de dar visibilidade às intervenções de enfermagem na gestão da RHTA imediata, mas também como um documento que servisse de apoio à consulta de imunoalergologia – oncologia. Benner (2001, p.169) no domínio de competências relacionado com Assegurar e Vigiar a Qualidade dos

Cuidados considera que “quando existe uma boa comunicação entre médicos e as

enfermeiras e prevalece a colaboração, a flexibilidade aumenta, e é o doente que beneficia”. Esta sinergia entre médico e enfermeiro é fundamental para o correto diagnóstico da RHS e posterior decisão terapêutica, com impacto considerável no prognóstico e na qualidade de vida do doente.

Nas intervenções definidas para a gestão das RHTA pode relacionar-se o enunciado descritivo dos padrões de qualidade da OE (2012) relativo à readaptação funcional, que diz respeito aos processos de adaptação ao problema de saúde, que neste caso é a RHTA. Para tal é importante que o enfermeiro tenha em consideração elementos como a continuidade do processo de prestação de cuidados de enfermagem, a otimização das capacidades do doente e familiares na gestão do seu regime terapêutico, bem como o ensino e a instrução do doente perante a adaptação individual requerida face à readaptação funcional, neste caso, a ocorrência de uma RHTA e tudo o que implica o seu processo de tratamento. Também o enunciado descritivo sobre a organização dos cuidados de enfermagem (OE, 2012) pode estar relacionado com a gestão das RHTA, sobretudo ao nível da existência de um sistema de registo de enfermagem, neste caso, dirigido para a documentação da RHTA, onde devem ser assinaladas as necessidades de cuidados de enfermagem dos doentes, as intervenções de enfermagem e os resultados sensíveis às intervenções de enfermagem obtidos pelo doente.

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No cronograma de atividades afeto ao projeto é referido um instrumento de registo e notificação da RHTA, no entanto, dado que a instituição tem um documento próprio para a notificação de eventos adversos, optou-se por denominar o documento como instrumento de registo da RHTA.

No sentido de mobilizar e operacionalizar os conteúdos teóricos-práticos desenvolvidos durante a implementação do projeto, bem como analisar o impacto dos cuidados de enfermagem à pessoa com RHTA na qualidade dos cuidados, considerou-se adequado realizar um estudo de situação no âmbito do Estágio IV (Apêndice XXVIII). Apesar desta atividade não se encontrar inicialmente prevista no projeto, a sua elaboração permitiu ilustrar e analisar de forma mais aprofundada uma situação específica do contexto da prática relativamente aos cuidados à pessoa com RHTA, revelando-se mais um importante contributo para o desenvolvimento de competências ao nível da análise e reflexão crítica sobre as práticas.

3.2.6. Implementar intervenções de enfermagem no âmbito da educação em relação