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Prezado(a) aluno(a), as situações táticas que ocorrem durante o processo de ensino e aprendizagem do basquetebol são, em geral, similares às de outros esportes de invasão. São ações individuais que ocorrem, na maioria das vezes, no ataque, como passes e deslocamentos para desmarcação, deslocamentos com bola (drible), mudanças bruscas de direção (cortes) em “L” ou em “V”, com ou sem bola; e coletivas, como passar e receber, realizar jogadas “ensaiadas” envolvendo fintas, deslocamentos e bloqueios.

O contra-ataque, ação coletiva mais rápida de transição da defesa para o ataque, ocorre após a recuperação da posse de bola (rebote defensivo ou roubo de bola) ou até mesmo em reposições rápidas do fundo ou da lateral da quadra. Utiliza prioritariamente passes e ocasionalmente o drible alto nessa transição, e a finalização se dá geralmente em bandejas. Para Oliveira e Paes (2012), elaborar sistemas de contra-ataque com posicionamentos fixos (numerados, por posições na quadra) facilita a leitura defensiva pelos adversários, não sendo aconselháveis, especialmente nas fases de aprendizado. Corroborando com a prioridade dos passes nessas ações, os autores sugerem, após a recuperação da posse da bola:

[...] realizar o primeiro passe: longo, para execução da bandeja; para as laterais; se não houver nenhuma dessas opções, passar a bola para o primeiro jogador que preencher os espaços vazios mais próximos da bola; e somente após esgotadas essas alternativas, utilizar o drible para fugir das marcações (OLIVEIRA; PAES, 2012, p. 157).

Como professor(a), será muito importante que você promova situações de aprendizagem que contemplem táticas ofensivas. González et al. (2014) sugerem algumas dessas situações:

● Atacante com a posse da bola: observar antes de agir (ler a situação de jogo antes de passar, driblar, arremessar); procurar ficar de frente para a meta (cesta) adversária quando receber a bola; passar e movimentar-se (não ficar no lugar), utilizando os vários tipos de passe; finalizar quando estiver em condições favoráveis; atacar o corredor vazio; executar a bandeja (após do drible e após do passe); utilizar paradas, pé de pivô e proteção da bola nessas situações.

● Atacante sem a posse da bola: solicitar a bola com a mão; deslocar-se para receber a bola (criar linha de passe); utilizar fintas para sair da

marcação, cortes em “V” (ir e voltar) e em “L” (mudança brusca de direção), aproximando-se ou afastando-se da bola.

No quesito “bloqueios”, o basquetebol apresenta o corta-luz como importante fundamento técnico-tático de ataque, que depende de uma ação conjunta com o companheiro, viabilizando a maioria das jogadas de ataque de uma equipe. Trata-se de um recurso para proporcionar a ação ofensiva de um companheiro, um bloqueio para apoiá-lo na tarefa de livrar-se da marcação, utilizado para proporcionar a progressão com bola (corta-luz direto, feito no marcador do jogador com a posse da bola) ou o deslocamento para posterior recepção de um passe (corta-luz indireto, feito no marcador de um jogador sem a posse da bola) (FERREIRA; MARKUNAS; NASCIMENTO, 2005; OLIVEIRA; PAES, 2012). Início da descrição de imagem

Legenda: Figura 1 - Corta-luz direto

Descrição: A imagem mostra uma cena de situação de jogo numa quadra de basquetebol. Apresenta 3 integrantes, no qual 2 jogadores estão com uniforme branco e 1 com uniforme vermelho. A figura mostra pessoas na parte externa à quadra, no qual alguns estão em pé e outros sentados. O primeiro integrante usa tênis branco com detalhes em azul com cano alto, meias brancas, bermuda branca com quadrados em vermelho, camisa sem manga branca com detalhes em vermelho, estampado o número 15 na região das costas; encontra-se em posição defronte e ereto, pernas estendidas para frente e abertas, pés utilizados como apoio, sustentados com as pontas dos pés, braços flexionados para frente e apoiados na região peitoral do adversário e cabeça voltada para frente do oponente, atuando como defesa do time. O segundo integrante usa tênis branco e vermelho, uma meia branca curta e na outra perna uma caneleira coberta com um meião vermelho, bermuda vermelha com detalhes em amarelo, estampado o número 13 na região próximo ao joelho e camisa sem manga em vermelho e amarelo; em posição lateral, perna esquerda flexionada para frente, pé esquerdo apoiado ao solo como sustentação, perna direita flexionada para trás e suspensa, mão esquerda e cabeça em posição lateral em atenção para o jogador que está com a posse da bola; atuando na defesa. O terceiro integrante usa tênis preto com detalhes em vermelho, meias brancas, bermuda branca, camisa sem manga branca com detalhes em vermelho e estampado o número 7 na região peitoral; em posição frontal, perna esquerda estendida, pé esquerdo apoiado ao solo e voltado para frente, perna direita flexionada para trás, pé direito suspenso, mão esquerda

estendida, no qual apoia com as pontas dos dedos uma bola de basquete nas cores amarela e laranja, mão direita flexionada e voltada para baixo e cabeça em posição lateral em atenção ao passe do adversário, no ataque.

Fonte: Sem Fonte.

Fim da descrição de imagem. Início do Saiba Mais

A tática aplicada envolve os sistemas de jogo, defensivos ou ofensivos, situações coletivas ou individuais. O basquetebol evoluiu taticamente e por consequência as táticas individuais e coletivas se aperfeiçoaram, e isso fez com que as equipes de rendimento pudessem ser mais competitivas. Sobre os aspectos táticos podemos observar uma diferença importante entre as regras da FIBA (International Basketball Federation) e a NBA (National Basketball Association). Apesar das pessoas acreditarem que a marcação por zona é proibida na NBA, isto não acontece. É permitido realizar a defesa por zona, mas os jogadores da defesa não podem ficar em formação passiva por mais de três segundos. Já na FIBA não existe restrições e é comum observarmos equipes fazendo diferentes tipos de defesa por zona.

Fonte: adaptado de Efdeportes ([2017], on-line)1. Fim do Saiba Mais.

Ensinar a “ler” ou pensar o jogo utilizando fundamentos técnicos e táticos significa levar o aluno à conquista da autonomia para a prática do basquetebol. Tal conquista possibilitará ao aluno a ampliação do repertório de possibilidades de prática esportiva, como lazer, exercício físico regular ou até mesmo como profissão, um caminho para poucos, mas que não pode ser negligenciado. Proporcioná-la é responsabilidade do professor de Educação Física.

Nesse sentido, situações de jogo em igualdade numérica (1x1, 2x2, 3x3, etc.) ou superioridade numérica (2x1, 3x2, etc.), em meia quadra ou quadra inteira, proporcionam o desenvolvimento do pensamento tático individual e coletivo para a prática do basquetebol.