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CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.4 Medição de Desempenho Aplicado ao Desenvolvimento de Produto

2.4.1 Indicadores de desempenho no desenvolvimento de produtos

Embora exista uma variedade de medidas de resultados da atividade empresarial, dado o caráter aberto da sua própria conceituação, pode-se dizer que os resultados se exprimem de duas formas: financeiro e não financeiro (MOREIRA, 1996).

Dentro desse ponto de vista, cabe, neste trabalho, uma abordagem de posicionamento sobre os tipos de indicadores ou medidores de desempenho existentes, já que existe um grande número de classificação de tipos de indicadores de desempenho. O objetivo dessa análise é o

entendimento de como os indicadores se comportam perante a diversificação das atividades empresariais e, nesse contexto, serão abordados os tipos gerais que facilitam a sua conceituação, bem como o entendimento do que estão representando nesta pesquisa.

Para Bergamini (1998), os tipos e a escolha de indicadores e avaliações de desempenho variam bastante de empresa para empresa, quanto ao tipo de instrumento de levantamento de dados que se utilizam para garantir a validade desses dados e acrescenta que a empresa pode utilizar dois ou mais métodos de avaliação para a performance de suas atividades.

De modo geral, os indicadores podem ser classificados em indicadores qualitativos ou de atributo e quantitativos ou de variação. O indicador qualitativo indica um juízo de valor e pode contar com o auxílio de um critério sim ou não, passa ou não passa, aceita ou rejeita. O indicador quantitativo relata um processo empresarial a partir da coleta de valores numéricos representativos do processo considerado. Harrington (apud MOREIRA, 2000) adota essa classificação geral e, posteriormente, especifica para indicadores de eficácia, eficiência e adaptabilidade, sendo esse último a representação de como processo ou pessoas reagem às mudanças do ambiente de negócio.

No escopo deste trabalho, tem-se o propósito de buscar, sempre que possível, indicadores quantitativos para o processo e desenvolvimento de produtos, com dados de forma a integrar a estratégia global com o projeto de produtos, que representam a realização das atividades, tanto de processo como nos resultados da empresa. Assim, os indicadores de desempenho irão criar a possibilidade de identificação de medida de desempenho como exemplo, informar às pessoas o que estão executando, como estão atuando e se estão agindo como parte do todo, conforme ilustra a Figura 2.20.

Figura 2.20 - Seqüência de desenvolvimento de indicador. (adaptado de POSSAMAI e HANSEN, 1998)

Identificam-se duas utilidades básicas para os indicadores de desempenho. A primeira vem da necessidade de aferir resultados, os chamados indicadores de resultados, os quais estão associados aos objetivos estratégicos da empresa e do projeto. A segunda utilidade vem da necessidade de avaliar se as ações e atividades em curso estão conduzindo a organização aos objetivos (resultados) esperados.

Portanto, um requisito básico para o sistema de medição, para induzir os processos da empresa em seus objetivos e estratégias, passa pelo entendimento do porquê da utilização de indicadores. Num contexto mais amplo, Possamai & Hansen (1998, p.26-27) estabelecem alguns atributos importantes das medidas de desempenho e salientam que os indicadores são utilizados para: “compreensão de prioridades de atuação; objetividade de avaliação; profissionalização das decisões; término dos feudos internos; possibilidade de acompanhamento interno; definições sobre papéis e responsabilidades; e permitir o auto gerenciamento”.

Neste sentido, vê-se a importância dos indicadores como elementos fundamentais para o processo decisório, no sentido de reorientar os rumos da organização para os objetivos desejados, isso pressupõe que os indicadores de desempenho estão associados aos fatores críticos para o êxito da implementação do processo.

No entendimento de Possamai & Hansen (1998), as medidas corretas de desempenho comunicam os objetivos desejados a todos os níveis na organização e concentram a atenção nos pontos vitais. Portanto, os autores sugerem a medição de desempenho em relação ao negócio do

Formulação de Estratégias : Ação e Correção Escolhas de Indicadores Medição de Desempenho Global e Funcional Atividades - Projeto / Processo

processo de desenvolvimento de produtos, contemplando todos os níveis dos processos e suas atividades. Sabe-se que, se não for possível medir uma atividade, não se poderá aperfeiçoá-la. Mas somente uma boa medição não é suficiente. No processo de desenvolvimento de produtos, a análise das medidas e o feedback decorrente do processo são cruciais para a indução da melhoria contínua ou avaliação da estratégia em fase de implementação do projeto do produto.

Como foi mencionado anteriormente, um indicador de desempenho pode ser expresso de duas formas básicas: financeira e não financeira. Embora exista uma variedade de medidores, o processo de desenvolvimento de produtos assume praticamente indicadores financeiros. Para Moreira (1996) os indicadores financeiros expressam o resultado em grandeza monetária (como a receita ou o lucro) ou através de combinações de grandezas expressas originalmente em unidades monetárias (como a taxa de retorno sobre o capital), resultante de um número de atividades, ações e decisões empreendidas pela organização num dado período.

Vale salientar que a moeda é o conversor fundamental, por meio do qual a empresa interage com o mercado, comprando insumo e vendendo produtos. Observa-se a importância dos resultados financeiros, pela leitura direta que oferecem, nesse caso, são os prediletos da alta gerência para avaliar o bom andamento dos negócios e do projeto. Esses resultados mostram o relativo sucesso ou insucesso da organização no mercado, ou seja, a sua capacidade de sobrevivência e crescimento. Por outro lado, encontram-se os resultados não financeiros ou medidas não financeiras.

Para Moreira (1996), em geral, as medidas não financeiras refletem as formas variadas, parciais ou integradas de se medir a produção da empresa e a sua posição no mercado. Em certas circunstâncias, as medidas de desempenho serão uma medida de potencial produtivo da empresa, sempre que o uso da capacidade planejada se aproximar de um máximo.

As pesquisas relativas à importância e à aceitação das medidas não-financeiras têm evoluído por diferentes caminhos, como indicadores de tendências, que por sua vez propiciam informações sobre o desempenho futuro, em que a prática tem demonstrado grande dificuldade para relacionar essas medidas com desempenhos contábeis, ou seja, no uso de medidas não- financeiras no plano de remuneração. Entende-se que este fato está relacionado com o baixo uso pelos gestores dos indicadores não-financeiros, devido à má compreensão da importância das conseqüências que sua atuação pode ter sobre aquelas medidas.

Nesse contexto, surge o desafio das empresas em transformar os dados em informação que possibilitem a tomada de decisão, que geram ações técnicas e gerenciais nos processos controlados. Portanto, um sistema de medição não garante, por si só, um desempenho compatível com o processo planejado, (MOREIRA, 1996).

No próximo item desse capítulo, será examinada a forma como os indicadores de desempenho são tratados nos modelos de acompanhamento de avaliação de desempenho humano.