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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1.16 Indicadores

Para avaliar e acompanhar as atividades propostas no PGRSS, são recomendados indicadores de avaliação e controle. Eles devem estar descritos no conteúdo do Plano, e seus respectivos resultados relacionados a cada item a ser avaliado. Por meio dos indicadores, verifica se o Plano está sendo efetivo ou não, pois eles permitem a comparação de situações antes e após as intervenções (ZELTZER; 2004; BRASIL 2006; BRASIL 2012).

Os indicadores devem refletir a situação, o tipo de atendimento e serviços prestados no EAS. Schneider, et al. (2004) sugerem estabelecer uma relação entre a quantidade média dos RSS gerados por dia no estabelecimento com o número de leitos ocupados, obtendo um número que poderá ser comparado com o de outros hospitais. Em relação aos indicadores que medem a geração de resíduos, a OPAS (1997) afirma que não é fácil estabelecer generalizações, uma vez que a geração de resíduos é determinada pela complexidade e frequência dos serviços ofertados, bem como pelas tecnologias e eficiência dos responsáveis

pelo desenvolvimento das tarefas. No entanto, ao avaliar serviços similares, podem-se estabelecer indicadores, como quilogramas de resíduos sólidos por leito de internação e por dia, ou quilogramas de resíduos sólidos por consulta e por dia.

A seguir são apresentadas sugestões de índices para compor o PGRSS, segundo BRASIL (2012):

a) Índice de resíduos gerados do grupo A + E (biológico + perfurocortante) em relação aos resíduos gerados do grupo D (comuns): tem por objetivo medir a proporcionalidade dos resíduos gerados do grupo A + E em relação aos resíduos gerados do grupo D. Este índice deve ser menor do que 1 (um), ser e avaliado mensalmente.

b) Efetividade da segregação de resíduos na origem: tem por objetivo medir a proporcionalidade de áreas aprovadas em segregação em relação ao total de áreas visitadas, a fim de avaliar a porcentagem de áreas que segregam corretamente os resíduos. Para obtenção deste índice deve-se visitar todas as salas, preencher relatório de avaliação de segregação, aprovar quando a segregação dos resíduos gerados estiver correta ou reprovar quando houver erros na segregação. A meta é que o EAS alcance, no mínimo, 75% das áreas aprovadas, com a frequência semestral de medição da taxa de segregação de resíduos na origem.

c) Índice do número de acidentes de trabalho relacionados ao manejo dos resíduos: o objetivo deste índice é avaliar percentualmente o número dos acidentes de trabalho causados pelo manejo de resíduos em função do total de acidentes de trabalho. Espera-se que o resultado deste índice seja zero, com a frequência mensal de medição da taxa de acidente de trabalho relacionado com resíduos.

d) Índice de funcionários treinados no programa “Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde”: Este índice objetiva avaliar o percentual de funcionários treinados em gerenciamento de resíduos em relação ao total de funcionário do EAS. O EAS deve alcançar, no mínimo, a meta de 90% dos funcionários treinados, com a frequência anual de medição da taxa de pessoal com a capacitação adequada.

Brasil (2006) sugere alguns indicadores de controle e avaliação, a saber:

 Taxa e o total de acidentes com perfurocortantes em profissionais da limpeza.  Variação da geração de resíduos.

 Total de resíduos gerados no período e total de resíduos gerados anualmente.  Variação da porcentagem e o total de resíduos gerados de cada grupo.  Variação da proporção e o total de resíduos recicláveis.

 Variação do percentual e o total de pessoas capacitadas em gerenciamento de RSS.

 Variação na porcentagem de custo com RSS e o custo do gerenciamento de RSS.

Os equipamentos necessários e recursos correspondentes, tais como: obras civis, equipamentos de coleta, de informática, outras máquinas e equipamentos, móveis e utensílios, recursos humanos, dentre outros, devem estar contidos no PGRSS. É importante especificar também a quantidade, unidade, valor unitário e total de cada obra ou equipamento necessário ao estabelecimento, para que se alcance o gerenciamento de RSS ideal (BRASIL,2006).

Os indicadores refletem a necessidade de avaliação do Plano, uma vez que o PGRSS elaborado e implantado mostra o diagnóstico de uma situação específica, em um dado momento. Nesse sentido, fazem-se necessários avaliação e monitoramento constantes do PGRSS, a fim de ajustá-lo continuamente e adequá-lo ao contexto dinâmico encontrado nos estabelecimentos de saúde.

Para o acompanhamento das etapas do manejo dos RSS não realizadas pelos estabelecimentos de saúde, caso haja a contratação de empresa para este fim, deve estar anexada cópia atualizada da empresa com documentos legais licenciados pelos órgãos ambientais competentes, e especificados os dados do responsável técnico, o tipo de resíduo e a etapa por ela responsável (BRASIL, 2006; MEDEIROS, 2002).

Portanto, para que um PGRSS seja considerado ideal, nele devem estar registradas as informações de um correto gerenciamento de RSS, as condições de implementação e o seu

acompanhamento, com a finalidade de minimizar a geração de resíduos e promover um encaminhamento seguro aos mesmos. Nesse sentido, faz-se necessário planejar as atividades que serão desenvolvidas com base no diagnóstico da situação, com cronograma definindo os prazos, os responsáveis, custos e quais ações devem ser alcançadas para que se cumpram os objetivos propostos, protegendo a saúde do trabalhador, da população em geral e o meio ambiente.

Assim, neste Referencial constam as principais informações e procedimentos necessários para um PGRSS atingir seus objetivos que são, principalmente, descrever as ações de gerenciamento previstas para o estabelecimento de saúde e suas implicações na preservação do meio ambiente.