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CRUZAMENTOS DE Q1, Q2 E Q3 PINCIPAIS ASSUNTOS

Questão 9 Informática: ferramenta-

síntese dos conhecimentos gerados.

A informática foi vista puramente como um instrumento de representação ou até de concepção. Mas, não é percebida como uma possibilidade de integração de conteúdos dentro dos cursos,

seja por ela precisar de uma abordagem pedagógica que a respalde ou por se crer que a síntese seja uma capacidade intrínseca do aluno e dificilmente poder ser induzida.

Quadro 14: Cruzamento das opiniões dos docentes de InfoAU, das demais matérias e coordenadores.

Fonte: Dados trabalhados pela autora.

Contudo, detectou-se nos depoimentos que a questão crucial da subutilização da informática estava muito mais ligada às relações entre: os componentes do processo ensino-aprendizagem e as políticas brasileiras de informatização do ensino. Pois, averiguou-se a falta de comprometimento dos educadores e dos alunos com o próprio processo de ensino-aprendizagem, justificada, como mencionado acima, por eles sempre estarem à margem dessas políticas de inserção da informática na educação e pelo seu desconhecimento de potencialidades da informática.

Percebeu-se, por parte dos docentes dos CAUs pesquisados, a incorporação e reprodução do discurso oficial especialmente, no que diz respeito à busca de uma cultura de informática que possibilitasse, a todos, o acesso às inovações de modo a se prepararem para um mercado de trabalho oportunizado pelo modelo econômico vigente, sem questionamentos. Essa postura tem conduzido a uma visão da matéria de InfoAU como apenas provedora de recursos instrumentais, auxiliares do processo pedagógico, e não estruturante de novos processos. Para que essa visão passe a fazer parte das representações dos atores do sistema educacional seria necessário que se oportunizassem, a todos eles, as condições para se tornarem sujeitos críticos (capazes de refletir, julgar, agir e

interagir) Entretanto, as políticas públicas educacionais vêm submetendo-os, ao longo de décadas, à um processo de assujeitamento.

Dificuldades existem de toda ordem (administrativa, financeira e estrutural) dentro dos CAUs, porém a mais grave é a falta de consciência da condução do processo de informatização no ensino superior refletida diretamente nos CAUs brasileiros. Concluiu-se que o desinteresse e descomprometimento com a matéria de InfoAU foi uma conseqüência direta dessa política nacional. Pois, todas as iniciativas com êxitos em InfoAU passaram por: descréditos iniciais e dificuldades de manutenção. Nessa matéria, qualquer professor com um propósito educacional claro, encontra uma platéia ávida com o magnetismo gerado pela máquina. Ele não precisa ser nada tão inovador nem contar com grandes equipamentos e sim, adotar uma linha de condução pedagógica que desmistifique e apresente o conhecimento como um fim de qualquer processo de ensino-aprendizagem.

Defendeu-se a utilização das próprias características de integração/interação das TICs para fortalecer a figura do docente, sendo necessário também reativar os fóruns de discussão específicos sobre InfoAU no Brasil onde os temas correlacionados com sua inserção e utilização adequada dentro do ensino e da prática profissional possam ser trabalhados.

Sugeriu-se uma ampla utilização do potencial informático com mudanças formais e estruturais mais profundas do que as tradicionais medidas de intervenções pedagógicas atuais; portanto, não seria uma mera redefinição dos instrumentais de trabalho. Compôs-se uma pedagogia integrada e contextualizada viabilizando a InfoAU, como meio de uma linha filosófica do: pensar, agir e se (co)relacionar e, como um fim de mecanismos de interação/integração dos conhecimentos concretos/abstratos necessárias ao ato de projetar o espaço real/virtual; “implementando a utilização do instrumental da informática no cotidiano do aprendizado” fazendo-se valer da Portaria 1770 de 1994.

Assim, o computador com seus recursos podia ser mais que um instrumento/ferramenta, e sim uma filosofia educacional de interação/integração de cada linguagem e de cada lógica do processo ensino/aprendizagem respaldada pela necessidade humana de interagir com os diferentes em um processo educativo o mais significativo e consistente possível.

Por fim: normas, conteúdos mínimos, portarias e resoluções ajudam a não instalação do caos interno aos cursos, porém: o interesse, a consciência e a boa relação entre os agentes (educadores, educandos, instituições de ensino, órgãos governamentais e outros que direta ou indiretamente atuam no processo dialogado de ensino-aprendizagem) são determinantes para que o conhecimento aconteça e gere-se um ciclo virtuoso de atuação pedagógica, política e principalmente social.

6.2. Rebatimentos da pesquisa

6.2.1

Recomendações para melhoria da matéria de InfoAU

Constatou-se, a nível nacional e regional, que a carga horária curricular da grande maioria dos CAUs brasileiros extrapola às 3.600 horas/aula recomendadas pelo MEC para as matérias fundamentais e profissionais e as 24 horas/semana (CONFEA, 1998), apesar da necessidade formal de inserir a informática ao cotidiano do ensino de AU. Propõe-se, neste estudo, através da InfoAU usar os recursos da informática como filosofia e ferramenta de interação/integração dos conhecimentos gerados dentro das atividades dos CAUs em uma perspectiva de autogestão. Neste contexto, objetivamente recomenda-se:

i. Aumento do nº. de professores de InfoAU de modo que cada ano letivo (dois semestres) fosse coberto por um professor-integrador então, sugere-se o nº. mínimo de 5 (cinco) docentes da matéria por CAUs;

ii. Aumento, de forma indireta, da carga horária de InfoAU (pela impossibilidade do aumento geral da carga horária dos CAUs) onde cerca de 5 a 10% da carga horária das demais disciplinas fossem assumidas pelos docentes e pela matéria de InfoAU, o que forçosamente estimularia a integração de conteúdos;

iii. Especialização dos docentes de InfoAU no apoio aos conteúdos de matérias dos CAUs e dos semestres letivos que se responsabilizaria como professor-integrador, por exemplo (ver Tabela 28):

1. Professor-integrador 01 se especializaria nas matérias de: Estética, História das Artes; Estudos Sociais e Ambientais; História e Teoria da Arquitetura e do Urbanismo; e, Técnicas Retrospectivas;

2. Professor-integrador 02 se especializaria nas matérias de Desenho e Projeto de Arquitetura;

3. Professor-integrador 03 se especializaria nas matérias de: Desenho e Projeto de Urbanismo e de Paisagismo; e, Planejamento Urbano e Regional;

4. Professor-integrador 04 se especializaria nas matérias de: Tecnologia da Construção e Sistemas Estruturais;

5. Professor-integrador 05 se especializaria nas matérias de: Conforto Ambiental e Topografia.

Matérias para os CAUs conforme Resolução CES/CNE nº. 6 de 2006

Estética, História das Artes Estudos Sociais e Ambientais História e Teoria da Arquitetura e do Urbanismo

ProfINFOAU 01