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Instrumento de coleta de dados qualitativos

No documento AUGUSTO FERREIRA RAMOS FILHO (páginas 104-108)

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.2 PESQUISA QUALITATIVA

3.2.2 Instrumento de coleta de dados qualitativos

Inicialmente, foi feita uma pesquisa bibliográfica com a intenção de buscar

informações que pudessem servir de base para contextualizar e caracterizar a região de

Alagoas a partir da forma de atuação das instituições de ensino superior instaladas no estado.

Para tanto, as informações disponibilizadas eletronicamente pelas instituições de ensino

superior, assim como os índices de desenvolvimento disponibilizados pelos órgãos estaduais e

federais foram coletados com o propósito de responder o primeiro objetivo específico.

A coleta de dados teve como pressuposto a busca por respostas a duas importantes

dimensões relacionadas: 1 – As respostas que tratam da temática de produtos universitários

vinculados aos objetivos dois e três; 2 – As verificação de interação dos produtos

universitários para o desenvolvimento regional com base no modelo proposto e sua possível

atualização, vinculada ao objetivo quatro.

Em busca das respostas para as duas dimensões, ou seja, respostas aos objetivos

específicos dois, três e quatro, coletaram-se dados por meio de entrevistas semiestruturadas. O

método de entrevistas foi selecionado, uma vez que se buscou identificar e analisar os

produtos universitários em relação ao desenvolvimento regional. A escolha pelas entrevistas

se deu especificamente devido ao caráter exploratório da pesquisa mas, principalmente,

porque, segundo Seidman (2013), é por meio das palavras que as pessoas contam suas

histórias a partir de seus microcosmos de consciência. São as histórias que os entrevistados

desta pesquisa narraram que auxiliaram a resposta às perguntas que moveram os interesses

desta pesquisa.

O roteiro das entrevistas (Apêndice A e B) segue a lógica da fragmentação dos sujeitos

da pesquisa descritos no tópico anterior. Sendo assim, o apêndice A destinou-se aos sujeitos

vinculados às instituições de ensino superior, enquanto o apêndice B destinou-se aos sujeitos

vinculados aos setores produtivo-empresarial que mantém parcerias com as instituições de

ensino superior e os sujeitos vinculados ao ambiente político-governamental que trabalhem de

forma direta com o desenvolvimento do estado de Alagoas.

Os roteiros das entrevistas foram construídos com base nos objetivos específicos com

o auxílio do aporte teórico, contemplando as temáticas chaves, como mostra a figura 26.

Figura 26 – Circunscrevendo objetivos para desenvolvimento dos roteiros de entrevistas

Fonte: Elaboração própria (2019)

Para melhor identificar os produtos universitários, as entrevistas contaram com o

auxílio da metodologia de cartões emprestada e adaptada de Gueiros (2007). Assim, nove

cartões (Apêndice C) apresentando os produtos universitários e seus significados foram

confeccionados. Dessa forma, os entrevistados não precisaram exigir informações adicionais

sobre os conceitos. De forma pontual, a metodologia de cartões possibilitou uniformidade de

entendimento dos entrevistados sobre os significados dos produtos universitários, diminuindo

o viés de interpretação dos entrevistados sobre os significados centrais desta pesquisa. A

operacionalização dessa metodologia se deu com a apresentação dos cartões aos entrevistados

para sua leitura, seguido das perguntas do roteiro das entrevistas. Por exemplo, ao ler o

significado do produto difusão tecnológica, o respondente foi perguntado sobre sua existência

ou percepção. Caso a resposta fosse positiva ou negativa, o roteiro da entrevista era seguido,

com o objetivo de realizar a coleta dos dados.

Os roteiros de entrevistas, método, objetivos da pesquisa e argumento de tese foram

enviados por e-mail a especialistas para avaliação. Foi informado que os especialistas tinham

como objetivo avaliar: 1 – Adequação das perguntas aos objetivos da pesquisa; 2 – Clareza

das perguntas; 3 – Sugestões para melhoramento do instrumento.

A coleta das informações dos especialistas ocorreu entre 08 de agosto de 2019 e 21 de

agosto de 2019. Foram enviados cinco e-mails e três repostas foram obtidas. Os perfis dos

especialistas podem ser descritos como:

 02 são doutores, 01 mestre;

 02 formados na área de Geografia, 01 Administração;

 02 são professores de pós-graduação stricto-sensu em desenvolvimento regional ou

dinâmicas territoriais, 01 em curso de graduação em Administração;

 02 do sexo masculino, 01 feminino;

 01 possui experiência com a esfera governamental, trabalhando com projetos de

fomento ao desenvolvimento do estado de Alagoas.

Todos os especialistas concordaram que os roteiros de entrevistas respondiam aos

objetivos propostos. No total, foram recebidas 17 sugestões que tratavam de reescrita das

perguntas para melhor entendimento dos respondentes. Por exemplo, em partes do roteiro a

palavra „local‟ estava sendo usada como sinônimo para „regional‟. Sugeriu-se que, como

elemento de coesão, a palavra regional deveria ser mantida, uma vez que era um dos

elementos de destaque da investigação. Após reflexões sobre as contribuições dos

especialistas, ajustes foram feitos no roteiro de entrevistas. As entrevistas foram conduzidas

com 18 respondentes, pertencentes as esferas acadêmicas, empresarial e governamental, assim

como entrevistas históricas, conforme apresentado na tabela 1.

A tabela abaixo apresenta as entrevistas fragmentadas por respondente em relação ao

ambiente ao qual pertencem, assim como sua duração. Foram conduzidas seis entrevistas com

instituições de ensino superior, cinco com o ambiente produtivo-empresarial e quatro com o

ambiente governamental. Os sujeitos dos ambientes acadêmico e governamental foram

previamente selecionados. Os sujeitos do ambiente produtivo-empresarial foram

encaminhados pelos entrevistados acadêmicos. Após a terceira entrevista com o ambiente

empresarial, foram percebidas repetições. No entanto, decidiu-se aprofundar os

conhecimentos dessa esfera, devido à complexidade a ela inerente, conduzindo mais duas

entrevistas com esse grupo de respondentes. Essa pesquisa, seguindo o pensamento de

Minayo (2017), não trabalhou diretamente com o conceito de saturação, mas de preocupação

com o corpo da pesquisa, sua abrangência e aprofundamento, buscando compreender as

conexões e tensões entre os ambientes acadêmicos, empresarial e governamental.

Tabela 1 – Tempo de entrevista

Ambiente Entrevistado Tempo de entrevista

Ambiente Acadêmico

Entrevistado 02 01:44:39

Entrevistado 04 01:05:02

Entrevistado 08 01:20:24

Entrevistado 09 01:15:59

Entrevistado 10 01:02:28

Entrevistado 15 00:53:15

Ambiente Empresarial

Entrevistado 01 01:14:43

Entrevistado 03 01:19:44

Entrevistado 05 00:44:02

Entrevistado 06 00:35:59

Entrevistado 12 00:47:23

Ambiente Governamental

Entrevistado 07 00:59:10

Entrevistado 11 00:38:12

Entrevistado 13 00:33:02

Entrevistado 14 00:25:47

Entrevistas históricas

Entrevistado 16 00:15:31

Entrevistado 17 00:25:43

Entrevistado 18 00:11:09

Total 15:32:12

Fonte: Elaboração própria (2019)

Destaca-se que durante o processo de escrita do capítulo 4, destinado a resposta do

objetivo 1 desta tese, ou seja, contextualização da região de Alagoas a partir da forma de

atuação das instituições de ensino superior, o pesquisador sentiu necessidade de entrevistar

pessoas que viveram durante a época de implantação do ensino superior no estado de Alagoas,

com o objetivo de melhor posicionar os fatos históricos a partir do testemunho daqueles que

experenciaram as transformações da época. Assim, três entrevistas, denominadas de históricas

na tabela acima, foram realizadas. Os conteúdos dessas entrevistas só foram utilizados na

produção do capítulo quatro desta tese, sendo suprimidas das demais análises.

No documento AUGUSTO FERREIRA RAMOS FILHO (páginas 104-108)