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5. Identificar a importância que os educadores de infância atribuem à realização de atividades práticas e/ou experimentais para o desenvolvimento cognitivo, da

3.3. Instrumento de recolha de dados

Todas as técnicas e métodos utilizados neste estudo, tiveram como finalidade perceber junto dos educadores de infância qual a conceção que estes têm de ciência. Perceber também que práticas de ciência desenvolvem com as crianças e, de que forma estas o ajudam a fomentar o espírito crítico, despertar a curiosidade e interesse das crianças, de acordo com as atividades práticas e experimentais propostas.

Pardal & Correia (1995) consideram a recolha de dados como “um instrumento de trabalho que viabiliza a realização de uma pesquisa”, classificando estes autores as técnicas de recolha de dados, como “observação, questionário, entrevista (...), análise de conteúdo(...)”. Já Moresi (2003), define técnica de recolha de dados como o “conjunto de processos e instrumentos elaborados para garantir o registo das

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informações, o controle e a análise de dados”. Lessard-Hérbert, Goyette & Boutin (1990), definem que o “pólo técnico” de uma investigação é representado pelo processo de recolha de dados sobre o “mundo real”, sendo este susceptível de ser observado, considerando a sua subjectividade.

O inquérito por questionário é uma forma de inquirir, ajudando os inquiridos a dar uma resposta mais válida e apropriada, devido ao facto de estes conterem conjuntos de questões algumas com opção de resposta constituindo uma forma de auxiliar a memória (Foddy, 1996). O inquérito por questionário é uma forma mais fácil de analisar, pois as respostas estão condicionadas a opções de resposta predefinidas, apresentando um conjunto limitado de alternativas, isto para as questões de escolha múltipla e de resposta fechada.

No sentido de complementar a informação obtida com a aplicação dos questionários, foi feito um inquérito por entrevista. O inquérito por entrevista é semi- estruturado, para dar possibilidade aos entrevistados de responderem e se expressarem livremente (Pardal e Correia, 1995). Permite também aos inquiridos, dar respostas pertinentes sobre um determinado tema ou questão e “Consiste numa conversa intencional, geralmente entre duas pessoas, embora por vezes possa envolver mais pessoas, dirigida por uma delas com o objectivo de obter informações sobre a outra” (Morgan, 1988, citado por Bogdan & Biklen 1994, p.134). Também Foddy (1996), refere que as entrevistas permitem que os inquiridos se expressem livremente sem sofrer influências ou sugestões por parte do investigador.

Dependendo da interpretação dos inquiridos e do próprio investigador, o material informativo poderá ser extremamente diversificado. Será posteriormente feita, através da análise de conteúdo a organização e inferência do conteúdo das respostas.

3.3.1. Inquérito por questionário

O questionário utilizado na recolha de dados (Anexo 1), foi sendo construído e corrigido de acordo com os comentários dos peritos no sentido de identificar questões que fariam mais sentido para o presente estudo. O questionário é composto por quatro partes. As questões da primeira parte visaram a recolha de dados para a caracterização da amostra. Foram colocadas oito questões de resposta fechada (1. género; 2. faixa etária; 3. Instituição onde fez a formação inicial; 4. n.º de anos de

docência; 5. Instituição onde se encontra a trabalhar; 6. A situação profissional; 7. A valência em que trabalha; 8. Idade das crianças com quem trabalha.

Da segunda parte, consta apenas a questão aberta: “O que é a ciência? ”. Através desta questão pretendemos inventariar as conceções de ciência dos educadores participantes do estudo.

Com as questões da terceira parte pretendemos obter informação sobre os pontos de vista e interesses dos educadores em relação às ciências, na perspetiva pessoal e profissional. Sendo composta por treze questões, das quais seis são de escolha múltipla, cinco são de resposta fechada e duas de resposta aberta.

De um ponto de vista pessoal, procurámos captar a ligação do educador com a ciência, através das respostas que deu em relação às conferências a que assistiu e com que frequência o fez; se leu livros de divulgação científica; se habitualmente visiona documentários científicos ou de ciência; a frequência com que visita parques temáticos, ou museus de ciência. Pretendíamos também saber, se o educador convive com familiares ou amigos que lhe possibilitam o acesso ou informação de ciência. No sentido de cobrir alguma situação não prevista em que o educador possa ter tido contato na área científica, ou com assuntos de ciência, que considere relevante para este estudo, solicitou-se ao educador que referisse outros. Embora não sendo muito determinante, o aproveitamento escolar pode ser indicativo, pelo menos da dificuldade, ou aptência relativa às ciências, nas disciplinas dos 7º, 8º e 9º anos e nos 10º, 11º e 12º anos.

Do ponto de vista da perspetiva profissional, questionámo-los sobre a sua de participação em encontros, projetos e ações de formação, pontuais ou contínuas. Para identificar a intencionalidade com que as ações foram frequentadas, solicitava-se a opinião do educador acerca de estas aumentarem o conhecimento científico; o conhecimento didático; o conhecimento sobre as crianças, ou outras finalidades que considerassem relevante referir.

Com as questões da quarta e última parte pretendeu-se identificar como os educadores põem em prática a educação em ciência, quais as atividades que propõem, e qual a importância que consideram que as ciências têm no desenvolvimento global das crianças e na sua literacia científica futura. Para identificar quais as capacidades que o educador considera que as atividades de ciência permitem desenvolver nas crianças, coloca-se a questão 5, pediu-se ao educador para ordenar a questão de 1 a 8, de acordo com a importância que este considerava.

solicitou-se também que o educador possa referir outra(s) que considere relevante. A questão 6 pretendia saber a que fontes recorre o educador para planificar as atividades de ciências que realiza com as crianças; a questão 7, perceber se o educador considera importante existir na sala/instituição material específico de ciências, para a realização das atividades com as crianças. Porque as questões de escolha múltipla podem não fazer subentender completamente o sentido dos profissionais, desafiou-se o educador, na questão 8, a fazer uma apreciação sobre as atividades de ciência no jardim de infância.

3.3.2. Inquérito por entrevista

O guião de entrevista (Anexo 2) e, naturalmente as perguntas que dele constavam foram no essencial, iguais para todos os entrevistados.

As entrevistas tinham doze questões que tentavam clarificar, ou aprofundar junto dos educadores principalmente: a formação científica obtida na formação inicial e em que medida esta o ajuda ou não na implementação de atividades de ciência com as crianças; de que forma põem em prática as atividades de ciências na Área de Conhecimento do Mundo, no âmbito das Ciências da Natureza; em que idades começa a trabalhar as ciências com as crianças; se para os educadores existe diferença entre actividades práticas e experimentais; se os educadores sabem o que é o controle de variáveis, e sabendo, se consideram possível e/ou importante a realização de atividades com controle de variáveis; a importância de formação específica em ciências após a formação inicial e o papel do educador na construção de saberes, (do seu próprio saber e do saber das crianças).

Foi solicitada autorização para gravar a entrevista. Devido à escassez de tempo e de disponibilidade da pesquisadora apenas foram consideradas por esta, a realização de seis entrevistas, tendo sido gravadas com o consentimento dos entrevistados. Posteriormente as entrevistas foram transcritas na íntegra pela pesquisadora (Anexo 3) e feita a análise de conteúdo (Anexo 6).

Todas as entrevistas se realizaram nos respectivos estabelecimentos de ensino de educação onde os educadores desempenham as suas funções, tendo sido feitas individualmente a cada educador.