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Instrumentos de gestão caracterizados como filosofias e modelos de

4 APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

4.3 IDENTIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO

4.3.3 Instrumentos de gestão caracterizados como filosofias e modelos de

De acordo com a análise dos da Tabela 17, na qual os instrumentos de gestão são agrupados e classificados como filosofias e modelos de gestão e os resultados referentes a todos os setores econômicos foram apresentados na última coluna, verificou-se que os instrumentos de gestão

Just in time é aplicado por 54%, planejamento estratégico é utilizado por 45% e o orçamento

por 37% das organizações pesquisadas.

Quando os dados foram analisados e os resultados apresentados por setor econômico, percebeu-se o nível de utilização diferentes dos instrumentos de gestão: para o Just in time, o setor da construção civil apresentou um percentual de utilização de 58,8 %, enquanto que os outros setores econômicos apresentaram um percentual de 42,9%; para o planejamento estratégico, o setor da construção civil apresentou um percentual de utilização de 48,6%, enquanto que os outros setores econômicos apresentaram um percentual de 35,7%; para o orçamento, o setor da construção civil apresentou um percentual de utilização de 35,1%, enquanto que os outros setores econômicos apresentaram um percentual de 42,8%.

Tabela 17 - Distribuição dos instrumentos de gestãofilosofias e modelos de gestão

Filosofias e modelos de gestão Percentual de utilização (%) por setor econômico Instrumento de Gestão Construção

Civil Outros Todos os setores econômicos

Just in Time (JIT) 58,8 42,9 54,2

Planejamento Estratégico 48,6 35,7 45,1

Orçamento 35,1 42,8 37,2

Fonte: Elaboração própria, 2010

Nesta pesquisa, os resultados referentes à utilização dos instrumentos de gestão Just in time, planejamento estratégico e o orçamento, caracterizados como filosofias e modelos de gestão, foram analisados tendo por base todas as empresas em conjunto e também segregadas por setor econômico, com as seguintes constatações:

a) Que o Just in time é instrumento de gestão que adota a filosofia que racionaliza os estoques, aprimorando a produtividade e eliminando os desperdícios, nesta pesquisa, foi encontrado um nível de utilização do referido instrumento da ordem de 54,2% para as empresas de todos os setores econômicos. Em relação à aplicação do Just in time por setor econômico, percebeu-se o seguinte nível de utilização: as empresas do setor econômico da construção civil apresentaram um percentual de utilização de 58,8%, enquanto que as empresas dos outros setores econômicos apresentaram um percentual de 42,9%.

Neste caso, verificou-se que o percentual de utilização do instrumento de gestão por ambos os segmentos econômicos é muito interessante, pelo fato do Just in time ser uma filosofia inovadora, principalmente para o setor da construção civil, o qual apresentou um nível de utilização superior ao encontrado em outras pesquisas, como pode ser verificado no trabalho de Soutes (2006), no qual foi apurado que 31% das empresas utilizam o instrumento de gestão

Just in time. A diferença do nível de utilização, entre o encontrado nesta pesquisa e outros

trabalhos, pode ser atribuída ao fato do Just in time se tratar de um instrumento inovador e que ao longo do tempo, a tendência seja aumentar a sua utilização. Em relação às empresas do segmento da construção civil, observou-se uma grande utilização do referido instrumento de gestão com um percentual de 58,8%, podendo representar também uma característica de gestão deste segmento econômico.

b) Que o Planejamento estratégico é um instrumento de gestão formal e de longo prazo, no qual apresenta a missão, a visão e a estratégia organizacional, sendo que 45,1% das empresas pesquisadas responderam que utilizam essa ferramenta. Quando se verificou a utilização do planejamento estratégico por setor econômico, percebeu-se que as empresas do setor econômico da construção civil apresentaram um percentual de utilização de 48,6%, enquanto que as empresas dos outros setores econômicos apresentaram um percentual de utilização de 35,7%.

O resultado encontrado ficou abaixo do esperado, uma vez que, a literatura aponta o planejamento estratégico como um instrumento muito utilizado, conforme constatado por Mendes, Binder e Prado Júnior (2006) e também por Soutes (2006) que verificou o nível de formalização do modelo de gestão, por meio da seguinte questão: o planejamento estratégico

é uma ferramenta usualmente utilizada na empresa? a referida autora obteve resposta positiva de 94,4% das empresas. No mesmo sentido, Frezatti (2006), quando observou a objetiva formalização do processo no planejamento estratégico considerando os elementos: visão, missão, objetivos de longo prazo, estratégias e planos operacionais para o longo prazo, verificou um bom nível de aderência à abordagem conceitual com um percentual médio de 64,2%. Oyadomari et al. (2008) também constataram que o instrumento de gestão planejamento estratégico foi o instrumento mais utilizado, os autores justificaram que essa grande utilização pode ter sido pelo fato das empresas pesquisadas serem de grande porte, nas quais essa prática de gestão já está institucionalizada.

Diante dos fatos apresentados, uma possível explicação para que o resultado desta pesquisa tenha sido contrário ao que a teoria aponta, apresentando baixo índice de utilização do planejamento estratégico, pode ser pela forma de organização societária das empresas pesquisadas, considerando que 86% são na forma de sociedade limitada e também pelo porte das empresas, as quais 83% foram enquadradas como pequenas e médias empresas. Destacando que as pesquisas mencionadas tiveram como base amostral empresas de médio e grande portes.

c) Que o orçamento é um instrumento de gestão tradicional, com abordagem financeira, de curto prazo e com a finalidade de implementar as estratégias da empresa, nesta pesquisa, verificou-se que 37,2% das empresas pesquisadas utilizam o orçamento como prática de gestão. Quando se verificou a utilização do orçamento por setor econômico, percebeu-se que as empresas do segmento econômico da construção civil apresentaram um percentual de utilização de 35,1%, enquanto que as empresas dos outros setores econômicos apresentaram um percentual de utilização de 42,8%.

Os resultados apurados nesta pesquisa, em relação ao orçamento, são inferiores aos resultados encontrados em outras pesquisas. Soutes (2006) encontrou evidências que aponta uma grande utilização do orçamento pelas empresas, da ordem de 90%. Frezatti (2006); quando verificou a objetiva formalização do processo do orçamento, considerando os elementos relevantes para diferenciação: premissas, plano de marketing, plano de produção/suprimentos/estocagem, plano de recursos humanos e demonstrações financeiras projetadas; verificou grande nível de

aderência à abordagem conceitual dos elementos do orçamento, com um percentual médio de 64,5%.

A explicação para a baixa adoção do orçamento como prática de gestão, que foi encontrada nesta pesquisa, pode ser a mesma que foi atribuída a utilização do planejamento estratégico, ou seja, a forma de organização societária das empresas pesquisadas, das quais 86% são de sociedade limitada e do porte das empresas, das quais 83% foram enquadradas como pequenas e médias empresas. Vez que as pesquisas mencionadas tiveram como base amostral empresas de médio e grande portes.