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Instrumentos de gestão caracterizados como métodos e modelos de

4 APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

4.3 IDENTIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO

4.3.2 Instrumentos de gestão caracterizados como métodos e modelos de

De acordo com a análise dos dados da Tabela 16, na qual ocorre o agrupamento dos instrumentos de gestão caracterizados como métodos e modelos de mensuração e avaliação, e medidas de desempenho e os resultados referentes a todos os setores econômicos foram

País origem Média escala Média percentual (%)

Nova Zelândia 2,43 34,7

Reino Unido 2,60 37,1

apresentados na última coluna, verificou-se que os instrumentos de gestão Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) e Retorno Sobre o Investimento (ROI) são utilizados por mais de 60% das empresas, o instrumento de gestão Balanced Scorecard (BSC) está ocupando um espaço considerável na gestão das empresas investigadas, com um significativo índice superior a 40%, enquanto que o Economic Value Added (EVA®) é utilizado por 23% dos respondentes.

Quando os resultados foram analisados por setor econômico, percebeu-se comportamento similar com a utilização dos instrumentos de gestão Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) e Economic Value Added (EVA®). A exceção foi do instrumento Retorno Sobre o Investimento (ROI), para o qual, o setor da construção civil apresentou um percentual de utilização de 70,2%, enquanto que os outros setores econômicos apresentaram um percentual de 42,8%, demonstrando uma possível especificidade do setor da construção civil e do

Balanced Scorecard (BSC) com nível de utilização de 50,0% para o setor da construção civil

e 28,5% para os outros setores econômicos.

Tabela 16 - Distribuição dos instrumentos de gestãométodos e modelos de mensuração e avaliação, e medidas de desempenho

Métodos e modelos de mensuração e avaliação,

e medidas de desempenho Percentual de utilização (%) por setor econômico Instrumento de Gestão Construção

Civil Outros Todos os setores econômicos Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) 75,7 71,5 74,5

Retorno sobre o Investimento (ROI) 70,2 42,8 62,7

Balanced Scorecard (BSC) 50,0 28,5 44,0

Economic Value Added (EVA)® 26,4 14,3 23,0

Fonte: Elaboração própria, 2010

Nesta pesquisa, os resultados referentes à utilização dos instrumentos de gestão Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC), Retorno Sobre o Investimento (ROI), Balanced

Scorecard (BSC) e Economic Value Added (EVA®) caracterizados como métodos e modelos

de mensuração e avaliação, e medidas de desempenho, foram analisados tendo por base todas as empresas em conjunto e também segregadas por setor econômico, com as seguintes constatações:

a) Que o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) é um instrumento de gestão utilizado por 74,5% das empresas, resultado que confirma a teoria, a qual aponta o DFC como um

instrumento bastante utilizado, haja vista, tratar-se de uma prática de gestão que demonstra como acontece a movimentação de disponibilidades financeiras, informa ao usuário sobre a capacidade da empresa de gerar caixa e equivalentes de caixa e também pela obrigatoriedade a partir de 01/01/2008, por meio da Lei 11.638/2007 para todas as sociedades de capital aberto.

b) Que o Retorno sobre o Investimento (ROI) é um instrumento bastante utilizado com 62,7% de preferência de todas as empresas pesquisadas. Quando o resultado foi analisado por segmento econômico, verificou-se que as empresas do setor da construção civil apresentaram utilização do instrumento de gestão da ordem de 70,2%, enquanto que, as organizações enquadradas em outros setores econômicos apresentaram utilização do referido instrumento no percentual de 42,8%. Os resultados encontrados nas empresas do segmento da construção civil são confirmados por diversas pesquisas, conforme Soutes (2006) que pesquisou vários índices econômico-financeiros, entre eles o ROI, obtendo um percentual de uso de 85% e Oyadomari et al. (2008) também constataram que houve utilização significativa em relação ao instrumento de gestão ROI. No entanto, os resultados encontrados em relação às empresas enquadradas em outros segmentos econômicos estão divergentes das pesquisas, principalmente por se tratar de organizações do setor industrial, para as quais o instrumento de gestão ROI, em teoria, seria de grande importância. A priori, não foram encontrados os motivos para uma baixa utilização do referido instrumento neste setor, talvez o tamanho da amostra possa ter influenciado.

c) Que o instrumento de gestão caracterizado como o método ou o modelo de medir o desempenho e monitorar a estratégia nos moldes do Balanced Scorecard (BSC), nesta pesquisa, teve um percentual de utilização de 44% em relação as empresas pesquisadas. Quando o resultado foi analisado por segmento econômico, verificou-se que as empresas do setor da construção civil apresentaram utilização do instrumento de gestão da ordem de 50,0%, enquanto que, as organizações enquadradas em outros setores econômicos apresentaram utilização do referido instrumento com o percentual de 28,5%.

Observou-se que, o percentual de utilização do instrumento de gestão encontrado nesta pesquisa, mesmo moderado, não é nada desprezível, pelo fato do Balanced Scorecard ser um método inovador e que vem ganhando espaço nas organizações, ao longo dos tempos, como

constatado neste trabalho, em relação às empresas do segmento da construção civil, para as quais, o percentual de utilização foi da ordem de 50,0%. Este fato, demonstra preocupação dessas organizações com a implementação da estratégia e com medidas de desempenho. Neste mesmo sentido, Malmi (2001) verificou que o BSC tem uma grande popularidade junto às empresas finlandesas, onde ele encontrou que 31% das empresas pesquisadas informaram a utilização do referido instrumento de gestão e 30% informaram que estavam implementando o BSC.

Malmi (2001), citando Silk (1998), constatou que nos EUA foi estimado em 60%, o percentual de empresas que já experimentaram o BSC. Já Soutes (2006) verificou que 46% das empresas pesquisadas utilizam o BSC e ela considerou que o instrumento de gestão está alinhado com o desenvolvimento de metas estratégicas das grandes empresas e que a sua efetiva utilização ainda é moderada. Por outro lado, Oyadomari et al. (2008) apuraram que o

Balanced Scorecard foi pouco utilizado e no mesmo sentido, Frezatti (2006) também

verificou que a aderência à abordagem conceitual do instrumento de gestão BSC, com um percentual de 19%, foi menor do que os instrumentos mais tradicionais, de maneira a revelar a pouca aceitação e implementação desta prática de gestão, resultado que, segundo o autor, acompanha a tendência de outros países.

d) Que o instrumento de gestão Economic Value Added (EVA) foi utilizado por 23% das empresas pesquisadas. Quando o resultado foi analisado por segmento econômico, verificou- se que as empresas do setor da construção civil apresentaram utilização do instrumento de gestão da ordem de 26,4%, enquanto que, as organizações enquadradas em outros setores econômicos apresentaram utilização do referido instrumento com o percentual de 14,3%. Os resultados encontrados confirmaram que o instrumento de gestão EVA é pouco utilizado pelas organizações, fato esse que pode ser observado na pesquisa de Oyadomari et al. (2008) na qual constatou que o instrumento de gestão EVA foi pouco utilizado, em contraposição aos instrumentos mais tradicionais. Frezatti (2006) constatou que a aderência à abordagem conceitual dos instrumentos de gestão mais recentes, como o EVA, com um percentual de 31%, foi menor do que os instrumentos mais tradicionais, demonstrando que há uma baixa aceitação na implementação de novas técnicas e ferramentas, Frezatti (2006) afirma ainda que, essa evidenciação acompanha a tendência de organizações em outros países. Por outro

lado, Soutes (2006) verificou que 50% das empresas utilizam o instrumento de gestão EVA, resultado bastante superior ao encontrado em outras pesquisas.