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3. MÉTODO

3.2 Instrumentos

Como instrumentos para a coleta de dados da pesquisa foram utilizados quatro instrumentos: -Teste de fotos e Profissões – BBT – BR: versão masculina, traduzida e padronizada por Jacquemin (2000) e também a versão feminina publicada por Jacquemin (2006).

O instrumento é considerado um teste psicológico, de acordo com o SATEPSI (Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos), de uso exclusivo de psicólogos. O teste tem por objetivo aconselhar adolescentes em orientação profissional e adultos em sua carreira, promovendo, como método projetivo, um processo de maturação e de tomada de consciência, por meio da clarificação das inclinações profissionais do sujeito. De acordo com manual técnico, trata-se de um instrumento que associa informações qualitativas e quantitativas que possibilita que o participante verifique seus interesses, que participe ativamente do método passando a compreender suas potencialidades e os vínculos com as atividades ocupacionais (JACQUEMIN, 2000). O BBT-BR é constituído por 96 fotos de atividades ocupacionais que se relacionam com as inclinações motivacionais, com radicais primários e radicais secundários, o primeiro vai dizer das necessidades e motivações, já os radicais secundários de como as inclinações motivacionais dizem respeito ao ambiente e instrumentos de trabalho (RESENDE, 2017). As características principais dos radicais primários são, radical W: ternura, estar a serviço e cuidado de pessoas, disponibilidade, não possui afinidade com trabalhos físicos; radical K: força física, obstinação, trabalho manual, força física; radical S: social, subdividido em 2 partes, Sh (disponibilidade em ajudar, fazer o bem, curar) e Se (coragem, energia, necessidade de mudança, agir), radical Z: se produz, beleza, estética, fotografia, pintura, radical V: razão, lógica, necessidade de conhecimento, radical G: imaginação criadora, ideia, atuar com espírito, compreensão psíquica; radical M: atividades ligadas a natureza e animais, além de também atividades que lide com dinheiro e poder; e radical O: atividades ligadas a oralidade, comunicação. Subdivide-se em 2 partes (Or: necessidade de falar) e On (relação com alimentação, comer). E radicais secundários (características principais), w: objetos de trabalho suaves, água, tato, instrumentos musicais. Locais de trabalho que ofereçam contato pessoal; radical k: trabalho com materiais resistentes, metal, pedra, aço e locais de trabalho como oficinas, indústrias, construções, locais de esporte; radical s: Sh - objetos de trabalho como medicações, fé nas condições do outro, dispositivos de salvamento e locais de trabalho como asilos, escolas, instituições de ajuda. Se – objetos de trabalho que envolvam forças da natureza, energias mecânicas ou energias psíquicas e

locais de trabalho em ambientes abertos, locais de risco, viagens, esportes; radical z: interesses em cores, formas estéticas, aplausos e locais de trabalho como palcos, passarelas, teatro, sala de exposições; radical v: objetos que envolvam números, medidas, mensurações e ambientes fechados de trabalho, escritórios, biblioteca, laboratórios; radical g: objetos que exijam ideias, originalidade e criatividade, além de ambientes de trabalho como ateliês, laboratório, locais fechados; radical m: objetos manuais, barro, argila, produtos químicos, perfumes e dinheiro. Locais de trabalho ligado a conservação, meticulosidade ou também locais que manuseiem o solo. E por último o radical o: Or – objetos relacionados a trabalho em equipe, animação social, comunicabilidade e locais como festas, escolas, rua, escritório; On – objetos que envolvam comida, bebidas, satisfação das necessidades, e também locais de preparação de alimentos).

Levando em conta a importância dos estudos de evidências empíricas do teste psicológico, Shimada (2016) encontrou evidências empíricas de validade fatorial e de precisão do BBT-BR. A precisão por meio de Alfa de Cronbach variou entre 0,57 e 0,82, apontando bons índices. Okino e Pasian (2010) discorrem sobre a consistência interna do instrumento, por meio de Alfa de Cronbach, no qual os índices variaram entre 0,57 e 0,80, constituindo dessa maneira também bons índices para fidedignidade do teste. O estudo de validade concorrente entre o BBT-BR e o 16PF – Questionário Fatorial da Personalidade, de Welter e Capitão (2009) – atestou que existe um forte nível de correlação entre os instrumentos, com 20 correlações entre ambos.

-Escala AIDA - Avaliação do Desenvolvimento da Identidade em Adolescentes, traduzida e padronizada por Tardivo (2014) e validada pela mesma autora. A escala tem por objetivo avaliar a formação de identidade em adolescentes de 12 a 18 anos. Avalia os impactos em uma identidade integrada e estável de forma profunda. “Essa escala visa identificar a discriminação entre uma crise de identidade comum e esperada na adolescência e uma difusão de identidade clinicamente relevante” (TARDIVO, 2014, p. 19). Este instrumento descreve teoricamente sobre o desenvolvimento de identidade sadio e perturbado, dentro dos campos da psiquiatria, psicologia e sociologia, segue um molde dedutivo, com o objetivo de encontrar a estrutura ao conceito de identidade. A AIDA é dividida em duas grandes escalas: Continuidade (Estabilidade) e Identidade-Coerência. Dentro dessa primeira escala existem três subescalas: Continuidade no comportamento (atributos, perspectivas, Hobbies, interesses, talentos), Continuidade em relacionamentos (papéis, afiliações) e Autorreflexão emocional (sentimentos). Na segunda grande escala (Identidade-Coerência), também se reúnem três subescalas:

Contradições (contradições observáveis, contradições subjetivas, incoerência dolorosa), Autonomia (sugestionabilidade, superidentificação, assertividade, autovalia independente, regulação de afeto) e Autorreflexão cognitiva (motivos próprios e comportamento, representações mentais). Torna-se importante destacar que este instrumento ainda está em processo de validação no Brasil, no entanto, é permitido e incentivado para uso em pesquisas, conforme disponibilizado por Tardivo, por meio de contato pessoal.

-Escala de Maturidade para a Escolha Profissional – EMEP. Segundo Neiva (2014), este instrumento também é de uso exclusivo de psicólogos e considerado teste psicológico, de acordo com o SATEPSI. A escala possui duas dimensões: Atitudes e Conhecimentos, sendo que a dimensão Atitudes está subdividida em três subdimensões: 1) Determinação, que busca avaliar quanto o indivíduo está definido e seguro com relação à sua escolha profissional; 2) Responsabilidade, que avalia quanto a pessoa preocupa-se com a escolha profissional; 3) Independência, avalia o quanto esse indivíduo está definido em sua escolha, sem influências. Já a dimensão Conhecimentos, agrega duas subdimensões, são elas: 1) Autoconhecimento, que avalia o quanto o indivíduo conhece de si mesmo, como as características pessoais, interesses e habilidades; e Conhecimento da Realidade Educativa e Socioprofissional, que procura saber o quanto a pessoas percebe que conhece os diversos aspectos da realidade socioprofissional, como: profissões, mercado de trabalho, cursos, etc. Essas duas dimensões têm por objetivo avaliar o nível de maturidade para escolha profissional e detectar quais dos cinco aspectos que compõem a maturidade são mais e menos desenvolvidos. Para isso, após obter uma pontuação bruta nas cinco subescalas, soma-se para gerar o resultado bruto da maturidade total. Cada pontuação bruta é convertida em percentil usando para isso o quadro de normas que corresponde ao nível escolar da amostra (NEIVA, 2014).

Após os resultados transformados em percentis, são assim classificados: Percentil 1 (Muito inferior); Percentis 5 – 10 (Inferior); Percentis 20 – 25 (Médio Inferior); Percentis 30 – 70 (Médio); Percentis 75 – 80 (Médio Superior); Percentis 90 – 95 (Superior); Percentil 99 (Muito Superior).

A autora (2014) aponta que neste estágio (da adolescência), as tarefas de desenvolvimento são: cristalização e especificação da escolha profissional e os passos iniciais para possibilitar essa prática de escolha da profissão (NEIVA, 2014). No manual técnico encontram-se evidências de fidedignidade para estimar a consistência interna, com valores elevados entre 0,75 e 0,91, evidenciando a consistência em todas as

subescalas do teste utilizando-se Alfa de Cronbach. Em outro estudo, Sisto (2007) correlaciona as subescalas e a escala total de maturidade da EMEP afim de verificar se elas medem algo em comum e também consistência interna. Através da análise da Correlação de Pearson (r), foi encontrado coeficientes significativos (p < 0,01) entre 0,470 e 0,829, apontando que apesar das subescalas serem independentes, também medem algo em comum.

- Questionário elaborado pela autora da dissertação para levantamento de informações sobre questões presentes no dia-a-dia e que pudessem influenciar na escolha profissional dos adolescentes conforme modelo (anexo 1). O questionário foi de autorrelato e contou com 9 perguntas, entre elas 5 fechadas e 4 semi abertas. As questões tinham objetivo de investigar aspectos relevantes na vida dos adolescentes, como por exemplo, religião, atividades extracurriculares, nível de escolaridade dos pais. Além disso, também se propôs a levantar aspectos, pessoas e fatores de influência na escolha profissional.

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