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4. RESULTADOS

4.4 Teste de Fotos de Profissões BBT-BR

Em relação ao Teste de Fotos de Profissões BBT-BR, na Tabela 13 serão apresentados dados de produtividade das escolhas de fotos (positivas, negativas e neutras) das duas versões do teste (feminino e masculino) na escola particular, de maneira descritiva: Média e Desvio Padrão, além das análises comparativas, por meio da análise de Mann Witney e Tamanho de efeito - d de Cohen. As inclinações motivacionais (primárias e secundárias) escolhidas pelos alunos também serão apresentadas.

Tabela 12. Produtividade, estruturas médias de inclinação motivacional (primária e secundária), estatística de Mann-Witney e d de Cohen em função do sexo na escola

Variáveis BBT-BR

Feminino Masculino Estatística U p-valor d

M DP M DP

PRODUTIVIDADE

Escolhas positivas 25,1 14,5 30,0 0 4 0,460 0,36 Escolhas negativas 46,3 22,4 41,0 0 8,0 0,883 0,255

Escolhas neutras 24,6 10,3 25,0 0 10 0,460 0,04 ESTRUTURA PRIMÁRIA POSITIVA

S 3,6 2,2 2,5 0 9,0 0,654 0,529 G 2,5 1,8 3,5 0 4,0 0,443 0,592 W 2,3 1,6 2,0 0 6,0 0,876 0,192 O 1,9 1,2 3,5 0,71 1,5 0,125 1,421 Z 1,9 1,5 2,5 0,71 4,5 0,555 0,394 V 1,4 1,5 1,5 0 5,0 0,654 0,051 K 0,9 0,7 1,0 0 6,0 0,861 0,224 M 0,9 0,9 1,0 0 6,0 0,876 0,171

ESTRUTURA SECUNDÁRIA POSITIVA

W 4,7 2,6 2,5 0,7 10,5 0,378 0,927 G 4,0 3,6 4,5 3,5 6,0 0,883 0,141 S 3,3 1,7 4,5 0,7 4,0 0,447 0,759 K 3,0 1,7 3,0 1,4 7,0 1,000 0,000 Z 2,9 2,3 2,5 3,5 7,5 1,000 0,140 V 2,4 2,1 4,0 1,4 4,0 0,447 0,763 M 2,9 2,0 3,0 0 5,0 0,629 0,076 O 2,0 2,2 5,0 1,4 2,0 0,165 1,449

ESTRUTURA PRIMÁRIA NEGATIVA

K 5,1 1,6 4,0 1,4 10,0 0,443 0,736 V 4,7 1,8 3,5 1,4 9,5 0,555 0,678 M 3,9 2,8 4,0 1,4 6,0 0,882 0,054 W 3,6 2,2 4,5 0,7 6,0 0,882 0,447 Z 3,8 2,6 3,5 0,7 6,5 1,000 0,119 G 3,7 2,6 2,0 0,7 8,5 0,769 0,709 S 2,6 2,2 1,5 0,7 8,0 0,883 0,553 O 4,0 2,0 1,5 0,7 12,5 0,138 1,336

ESTRUTURA SECUNDÁRIA NEGATIVA

K 6,6 2,2 6,0 0 7,0 1,000 0,277 V 6,6 3,4 4,5 4,9 10,0 0,462 0,571 O 6,6 3,6 3,0 1,4 12,0 0,180 1,058 S 5,6 2,5 5,0 1,4 8,0 0,882 0,240 Z 5,7 3,9 3,0 1,4 10,0 0,460 0,735 G 5,6 4,4 3,5 2,1 8,0 0,881 0,500 M 5,3 2,2 4,5 3,5 7,5 1,000 0,321

W 4,4 3,0 5,5 0,7 4,0 0,460 0,385 M – Média; DP – Desvio Padrão

Fonte: a própria autora, 2020.

Na escola particular, adolescentes do sexo masculino obtiveram Média de 41,0 (DP=0) para as escolhas negativas, 30,0 (DP=0) para escolhas positivas e 25,0 (DP=0) para escolhas neutras nas 96 fotos de atividades ocupacionais. Já grupos adolescentes do sexo feminino obtiveram Média de 46,3 (DP=22,4) de escolhas negativas, 25,1(DP=14,5) de escolhas positivas e 24,6 (DP=10,3) de escolhas neutras. Quanto a produtividade nas escolhas de atividades ocupacionais, não há diferença estatística.

Em relação aos radicais primários das escolhas positivas, para o sexo feminino os radicais S (M=3,6 e DP=2,2) e G (M=2,5 DP=1,8) foram os que mais se destacaram. O radical S está ligado ao aspecto social, disponibilidade em ajudar e interesse pelo outro, já o radical G significa a imaginação criadora, intuição e espírito. Também se destacou o radical W (M=2,3 DP=1,6), que demonstraram necessidade de tocar, estar a serviço, ter disponibilidade. Em contrapartida, esse grupo teve grande rejeição nos radicais K (M=5,1 DP=1,6) e V (M=4,7 e DP=1,8) excluindo as atividades profissionais desgastantes e trabalhos manuais (radical K), também rejeitam atividades ligadas ao técnico, economia e precisão nas atividades, características ligadas ao radical V (RESENDE, 2017).

Para as estruturas secundárias, o sexo feminino escolheu instrumentos de trabalho que fossem suaves, como o tato, a água, artigos de higiene, instrumentos musicais e locais de trabalho que tenham contatos pessoais, atividades do radical w (M=4,7 e DP=2,6). Também escolheram o radical g (M=4,0 e DP=3,6), que indica a imaginação e a originalidade, como instrumentos utilizados para o trabalho. Além disso, este radical apresenta um ambiente de trabalho ligado a locais fechados como ateliês onde se possa expor sua forma de trabalho. Os radicais k e v se repetem nos radicais secundários das escolhas negativas, com as maiores médias de rejeição, junto ao radical o. Esses três obtiveram Média 6,6 e DP= 2,2 (radical k), DP= 3,4 (radical v) e DP= 3,6 (radical o). O radial k representa rejeição ao metal, aço, pedra e instrumentos que envolvam esse tipo de material, locais de trabalho como oficinas e industrias, construções e até locais de esporte. A rejeição ao radical v relaciona-se a instrumentos ligados a números, regras, mensurações, medidas e avaliações; e também rejeitam locais de trabalho fechado, como escritórios, biblioteca e laboratórios. A rejeição ao radical o está ligada a instrumentos como a comunicação, comida, satisfação das necessidades e locais como festas, escolas e também locaisde preparação de alimentos (RESENDE, 2017).

No sexo masculino, as inclinações profissionais nas escolhas positivas que mais se destacaram foram os radicais G e O, ambos com Média 3,5 e Desvio Padrão 0. O radical G também evidenciado no grupo anterior, se relaciona com atividades ligadas a criatividade e intuição. O radical O está relacionado a oralidade (boca, beber, comer, falar e cantar). Os radicais S e Z também alcançaram a mesma Média 2,5 e Desvio Padrão 0 e 0,71, respectivamente. O radical S, como citado anteriormente está ligado ao social, interesse pelo outro, e o radical Z está ligado a beleza, estética, pintura, fotografia. Este grupo rejeitou atividades ligadas ao toque, ternura, trabalhos físicos característicos do radical W (M=4,5 e DP=0,7), também trabalhos manuais, ou ligados a natureza e animais, radicais K (M=4,0 e DP=1,4) e M (M=4,0 e DP=1,4).

Em relação às estruturas secundárias, os radicais que se destacaram foram: o (M=5,0 e DP=1,4), g (M=4,5 e DP=3,5) e s (M=4,5 e DP=0,7). O radical o está relacionado a instrumentos de trabalho de equipe, público, animação social, alimentos e ambientes de trabalho como festas, escola, rua, escritório, locais de preparação e venda de alimentos. O radical g (também uma inclinação do grupo do sexo feminino) se relaciona com objetos como ideias, criatividade e locais como ateliês, salas, laboratórios. E o radical s diz respeito a instrumentos de trabalho que envolvam materiais de salvamento, medicação, instituições de proteção e ambientes como hospitais, asilos, mas também palco, teatro, sala de exposições. Os radicais mais rejeitados foram k (M=6,0 e DP=0) e w (M=5,5 e DP=0,7). Ou seja, rejeitam instrumentos de trabalho manual, desgastantes e locais como oficinas, indústrias, e também instrumentos suaves, instrumentos musicais e ambientes de trabalho que envolvam contato corporal.

Por meio da análise de magnitude do d de Cohen, observou-se diferença de magnitude moderada nas médias nos radicais primários positivos S (d= 0,529) e G (d=0,592) e diferença de magnitude elevada no radical O (d= 1,421). Ou seja, nos radicais S e O, o sexo feminino se mostrou mais aberto às atividades desses radicais que os alunos do sexo masculino. Já no radical G, o sexo masculino teve maior preferência quando comparado ao sexo feminino. Nas estruturas secundárias foram encontradas diferenças de magnitude elevada nos radicais w (d= 0,927) e o (d=1,449), apontando que, quando comparados, o sexo feminino se mostrou mais aberto aos instrumentos e locais de trabalho do radical w, e que a amostra do sexo masculino foi mais receptiva aos instrumentos e ambiente de trabalho do radical o. Na estrutura primária negativa foram encontradas magnitudes moderadas nos radicais k (d=0,763), g (d=0,709), v (d=0,678) e s (d=553). Ou seja, quando comparadas as médias, o sexo feminino teve maior rejeição a

estes radicais. E na estrutura secundária negativa foram encontradas duas diferenças de magnitudes moderadas z (d=0,735) e v(d=0,571), no qual o sexo feminino teve maior rejeição. E uma diferença de magnitude elevada (d=1,058) no radical o, em que semelhante aos radicais anteriores, teve significativa rejeição do sexo feminino.

Quanto aos alunos da escola pública, a Tabela 14 apresenta dados das inclinações motivacionais e da produtividade, de maneira descritiva: Média e Desvio Padrão e análise comparativa por meio da análise de Mann Witney e Tamanho de efeito - d de Cohen.

Tabela 13. Produtividade, Estruturas médias de inclinação motivacional (primária e secundária), estatística de Mann-Witney e d de Cohen por sexo da escola pública.

Radicais Feminino Masculino Estatística U p-valor D de Cohen M DP M DP

PRODUTIVADADE

Escolhas positivas 28,3 12,5 29,3 8,4 11,5 0,909 0,090 Escolhas negativas 45,6 17,1 40,7 26 12,0 0,833 0,251 Escolhas neutras 22,1 13,0 26,0 19,0 10,0 1,000 0,261

ESTRUTURA PRIMÁRIA POSITIVA

G 3,8 1,8 3,3 1,9 13,0 0,646 0,248 S 3,4 1,5 2,8 0,8 13,5 0,563 0,382 O 2,3 1,8 2,0 2,0 11,5 0,908 0,154 W 2,0 1,8 2,0 1,7 10,0 1,000 0,000 V 1,9 1,1 2,2 0,8 9,0 0,816 0,300 Z 1,7 1,5 2,3 1,3 8,0 0,637 0,436 M 1,7 1,3 2,0 0,0 7,5 0,519 0,263 K 0,9 0,9 2,0 1,0 4,0 0,156 1,234

ESTRUTURA SECUNDÁRIA POSITIVA

W 4,6 3,3 2,7 1,5 15,0 0,358 0,642 G 4,3 2,4 4,7 3,1 10,0 1,000 0,146 K 4,3 2,2 2,0 0,0 18,0 0,089 1,192 M 4,3 2,1 4,0 1,7 12,0 0,813 0,144 S 4,0 1,8 4,0 3,0 11,0 1,000 0,000 Z 2,7 1,5 5,3 2,1 3,0 0,105 1,576 V 2,1 1,1 2,7 0,6 6,5 0,403 0,540 O 2,0 1,8 4,0 4,0 7,0 0,487 0,784

ESTRUTURA PRIMÁRIA NEGATIVA

K 5,0 2,3 4,0 1,0 15,0 0,353 0,485

O 4,6 2,1 4,3 3,5 11,0 1,000 0,093

M 4,4 1,5 3,3 2,5 13,5 0,562 0,603

Z 4,1 1,5 3,7 1,9 12,5 0,731 0,257

V 3,7 1,8 3,3 1,0 12,0 0,815 0,237

S 3,2 1,7 3,0 2,5 10,5 1,000 0,113

G 2,9 2,0 2,2 2,6 12,5 0,732 0,317

ESTRUTURA SECUNDÁRIA NEGATIVA

O 7,6 3,2 5,0 5,6 13,5 0,566 0,659 Z 7,1 2,4 2,7 1,2 20,5 0,029* 2,067 V 6,1 2,7 5,0 3,5 13,0 0,637 0,395 G 5,6 2,9 5,3 3,8 9,5 0,909 0,076 S 5,1 1,9 6,3 2,9 7,0 0,478 0,550 K 4,6 2,7 7,0 2 4,5 0,204 0,955 W 4,9 3,7 5,7 4,2 9,0 0,819 0,211 M 4,3 2,7 3,7 4,0 12,5 0,732 0,201

M – Média; DP – Desvio Padrão Fonte: a própria autora, 2020.

Na escola pública, o sexo feminino obteve Média de 45,6 (DP= 17,1) de escolhas negativas, 28,3 (DP=12,5) de escolhas positivas e 22,1 (DP=13,0) de escolhas neutras. O sexo masculino obteve Média de 40,7 (DP=26) de escolhas negativas, 29,3(DP=8,4) de escolhas positivas e 26,0 (DP=19,0) de escolhas neutras. Também não foi encontrada diferença estatística quanto a produtividade nas escolhas de atividades ocupacionais

O grupo do sexo feminino da escola pública, assim como da escola particular, teve como principais escolhas positivas os radicais G (M=3,8 e DP=1,8) e S (M=3,4 e DP=1,5). Rejeitaram atividades ocupacionais dos radicais K (M=5,0 e DP=2,3) e O (M=4,6 e DP=2,62). O radical K é composto pelas atividades também rejeitadas pelo outro grupo, relacionadas a trabalhos manuais. Já as atividades do radical O representam dificuldade no contato, na comunicação e preferência por atividades solitárias (RESENDE, 2017).

Na estrutura de inclinações secundárias positivas, os radicais que obtiveram maior preferência no sexo feminino foram w (M=4,6 e DP=3,3), radical g e radical k, ambos com a mesma Média e Desvio Padrão 2,4 e 2,2, respectivamente. A escolha dos radicais secundários aqui é novamente semelhante às escolhas do sexo feminino da escola particular. As rejeições nas estruturas secundárias foram maiores nos radicais o (M=7,6 e DP=3,2) e z (M=7,1 e DP=2,4). A rejeição ao radical z está relacionada à inibição e ausência de necessidade de exibição, sem interesse ao estético, a trabalho ligados ao palco, feira e exposições.

No sexo masculino, os radicais primários positivos são semelhantes ao do sexo feminino. Radical G (M=3,3 e DP=1,9) e radical S (M=2,8 e DP=0,8). No entanto, a

maior rejeição está ligada às atividades com trabalhos físicos pesados, contato (radical W) e comunicação (radical O) (RESENDE,2017).

Nas estruturas de radicais secundários, as escolhas positivas estão ligadas a instrumentos como a beleza, cores, estética e locais de exposição (radical z, M=5,3 e DP=2,1) e a novidade e senso criativo (radical g, M=4,7 e DP=3,1). Os radicais secundários negativos com maiores médias foram radical k (M=7,0 e DP=2,0) e radical s (M=6,3 e DP=2,9).

Afim de comparar a média das inclinações motivacionais, por meio do teste de tamanho de efeito - d de Cohen, pode-se observar diferença elevada no radical K (d=1,234) da estrutura positiva. Essa diferença aponta que o sexo masculino se interessou mais por atividades deste radical do que o sexo feminino. Na estrutura secundária positiva também foram encontradas diferenças de magnitudes elevadas, nos radicais z (d=1,576) e k (d=1,192). Isto quer dizer que no radical z o sexo masculino foi mais receptivo aos instrumentos e locais de trabalho que o sexo feminino. O inverso acontece com o radical k. Ademais, também se observou magnitudes moderadas nos radicais o (d=0,784) w (d=0,642) e radical v (d=0,54). Nos radicais “o” e “v” o sexo masculino foi mais aberto para as atividades ocupacionais que o sexo feminino. Já no radical w, ocorreu o inverso. Outra diferença de magnitude média é observada na estrutura primária negativa, radical M (d=0,603). Na estrutura secundária negativa foram encontradas duas elevadas magnitudes, radical z (d=2,067 e p = 0,029) e k (d=0,955), em ambas o sexo masculino teve maior rejeição que o feminino. E, por fim, diferenças de magnitude moderada são vistas no radical o (d=0,659), no qual teve significativa rejeição do sexo feminino em comparação ao sexo masculino. E radical s (d=0,550) com significativa rejeição do sexo masculino comparado ao sexo feminino.

Dessa forma, constata-se que as motivações profissionais, ambientes e instrumentos de trabalho desses alunos de diferentes origens escolares e sexo se aproximam.

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