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Perfil: Docente de disciplina na linha de Projeto Arquitetônico. Faixa etária entre 30 e 35 anos.

O entrevistado pensa que a implementação do BIM no currículo do curso de Arquitetura e Urbanismo na UNOCHAPECÓ deve ser na matriz mais voltado às disciplinas práticas, enfatiza ser indispensável para as disciplinas de projeto arquitetônico e interiores.

Sobre a inserção do BIM nas disciplinas de Desenho Arquitetônico, em que uma delas inicia no primeiro semestre, concorda com a inserção do BIM, mas ressalta que deve ter momentos de desenho técnico à mão com instrumentos, mais superficiais, por considerar este conhecimento necessário para a vida profissional quando eles tiverem em obra, para que saibam se expressar.

Pensa ser importante a inserção do BIM nas disciplinas de projeto arquitetônico integradas a outras disciplinas, aponta que no mercado não se trabalha de maneira integrada, interdisciplinar e colaborativa muitas vezes pela deficiência de profissionais atualizados, nesse sentido a academia tem um papel importante para esta capacitação, e o professor deve estimular estas práticas.

Em sua opinião para que as práticas interdisciplinares ocorram, não apenas o professor de projeto deve ser o articular como todos os professores, destaca que se não houver engajamento de todos não vai funcionar.

Em relação ao desenvolvimento dos trabalhos em grupo nas disciplinas de projeto arquitetônico, pensa que deve ser desde as primeiras fases para já estimular o trabalho colaborativo e por acreditar que eles aprendem uns com os outros, também sugere que poderia ser intercalado um semestre individual e outros em grupo.

Quanto à facilidade de adaptação por parte do aluno que já se insere em um software BIM, percebe esta diferença em aula. Aborda sobre os alunos que nunca usaram BIM terem maior resistência para iniciar neste processo.

Quando abordado sobre o professor ensinar alguns recursos do BIM associados as suas disciplinas, pensa que para alguns professores com uma pedagógica mais clássica será mais difícil eles se adaptarem a esse tipo de software e ressalta que são professores importantes. Por isso, sugere que a participação de um monitor em aula para auxiliar, pode ser uma forma de dar continuidade no processo de implementação do BIM sem necessariamente obrigar o professor a ensinar ferramentas.

Ainda comenta que se enxerga nesse processo, por já ter entrado na era do CAD, mas precisa se aperfeiçoar para utilizar BIM, então no início à utilização de recursos em sala de aula poderá acontecer de forma mais lenta, mas que incentivará os alunos.

Em relação à compreensão por parte dos alunos em desenho arquitetônico utilizando o BIM como apoio a disciplina, concorda, mas ressalta que os alunos precisam ainda criar uma percepção maior do espaço interno, que normalmente eles focam apenas no espaço externo.

Quanto à projetação tridimensional concorda que auxilia para a compreensão do aluno, mas ressalta a maneira como é ensinado, por acreditar ser necessário despertar o raciocínio lógico do aluno, para ele não pensar que o software irá fornecer lhe tudo.

Acredita serem necessários alguns exercícios que trabalhem e forneçam desenhos bidimensionais para que interpretem e construam os elementos tridimensionais a partir de sua intepretação, que até poderia ser articulado com pequeno conhecimento à mão. O receio é que o aluno espere que o software aponte as falhas. Quanto ao uso do BIM em diferentes fases do projeto arquitetônico acredita que se o aluno tiver conhecimento e domínio da ferramenta é possível usar em todas as etapas. Em relação ao uso do BIM para auxiliar o aluno como ferramenta de projeto e não de desenho, aponta que é necessário revisar essa forma de ensinar para que o aluno reflita mais sobre o que está desenhando e consiga enxergar isso não apenas tridimensional como também bidimensional, porque percebe às vezes uma deficiência no aluno de quando geradas as linhas 2D pelo software por ser automatizado ele não

compreende o que significa essas linhas por não ter refletido o que estava modelando.

Sobre a integração das disciplinas de conforto com as disciplinas de projeto arquitetônico utilizando BIM para análises e simulações, assim como ferramentas específicas para conforto, concorda totalmente e acrescenta que isso ajuda o aluno a interpretar e avaliar as suas decisões. Sugere que os alunos compreendam e simulem o edifício pensando em seu entorno, na questão de sombras, materiais utilizados na fachada, ou seja, tudo aquilo que venha a interferir no meio onde ele está inserido.

Quanto ao uso de um projeto real em disciplina para a trabalhá-la de forma interdisciplinar, integrada e colaborativa, simulando a realidade, pensa que deveria ocorrer em uma disciplina da matriz e acha que é muito válido esse treino de fazer, refazer, digitalizar e avaliando o projeto existente, interpretando e visualizado soluções.

Na 7ª fase em que as disciplinas de instalações, estrutura, coordenação: BIM e projeto arquitetônico em que é um desafio para que ocorram de forma interdisciplinar, pensa que é valido. Em um primeiro momento não sabe como implementar pela questão do tempo de cada disciplina, uma sugestão é que o projeto arquitetônico seja menor em termos de área para que possam desenvolver os complementares.

Ao abordar sobre à inserção de uma disciplina que envolva diferentes cursos buscando uma experimentação de todo o processo em BIM, acredita que é melhor em uma disciplina no final de cada curso dentro de cada matriz, pelo amadurecimento dos alunos. Ainda ressalta as questões de avaliação do grupo, uma vez que o trabalho é em equipe, pensar em como proceder se um aluno desiste para não prejudicar os demais alunos.

Em relação à liberdade de escolha do software BIM por parte do aluno, acha importante que a universidade oportunize cursos que permitam essa diversidade, até em softwares que complementam e dá o exemplo de software de renderização.

Quando abordado sobre a modelagem de objetos paramétricos em disciplinas da linha de expressão gráfica e/ou cursos e o estimulo da integração com o mercado, quanto à criação de bibliotecas. Enfatizou que não seria interessante o curso de arquitetura trabalhar na modelagem de objetos por pensar que esta área deve ser vista pelo design. Acredita não ser interessante por gerar competição entre cursos, entende a área de arquitetura como muito abrangente e que o curso de design tem mais subsídios para o desenvolvimento dessas bibliotecas.

Concorda com a implementação do BIM no curso de Arquitetura e Urbanismo da UNOCHAPECÓ, desde que o BIM seja encarado como

um meio e o fim a qualidade do projeto. Pensa que o maior desafio é em relação aos professores estarem engajados neste processo e novamente aborda sobre a possibilidade dos professores mais antigos não estarem dispostos a aprender softwares BIM. Saliente que de maneira alguma estes são desnecessários e por isso o papel da monitora é indispensável, sendo possível trabalhar de forma articulada.

Acrescenta que esse suporte é importante ao aluno para que ele não desista da sua solução projetual por não conseguir representar ou resolver de uma forma mais simples em função disso. Se enxerga no processo, mas confessa que precisa se desprender do processo anterior no caso o CAD, para entrar nesse novo processo que muda a forma de pensar e que isso exige dedicação e tempo.