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Perfil: Docente de disciplina na linha de Projeto Arquitetônico. Faixa etária entre 40 e 45 anos.

O entrevistado pensa que a inserção do BIM dentro da matriz curricular é de grande importância por achar que o aluno precisa entender os conceitos assim como extrair um maior potencial da ferramenta e acredita que isso é possível se as disciplinas a cada semestre incorporarem este conteúdo.

Em relação a introduzir o BIM no primeiro semestre já nas disciplinas de Desenho Arquitetônico, aponta que as ferramentas BIM tem potencial para auxiliar na compreensão do aluno, mas deve ser entendido pelo corpo docente como um processo e não apenas como ferramenta. Afirma que enquanto docentes devemos nos atualizar e ter um compromisso em trazer a inovação para o aluno e acredita que o ensino com o BIM tem potencial para aproximar os alunos de um edifício real e totalmente integrado.

Quanto à inserção do BIM nas disciplinas de projeto integradas as outras disciplinas pensa ser importante criar essas competências ao aluno por entender que o exercício profissional da arquitetura e urbanismo é um processo multidisciplinar. É importante esse entendimento por parte dos professores para que as disciplinas não ocorram de forma isolada, assim como é fundamental o estímulo do professor ao aluno para as práticas colaborativas, pensando na matriz de forma horizontal e vertical.

Quando abordado sobre o professor de projeto reconhecer o seu papel de articular para as práticas colaborativas, interdisciplinares e integradas, concorda que o professor é peça chave, mas deve estar integrado ao grupo e que primeiramente essa colaboração deve acontecer

com o corpo docente. Ressalta sobre a rotatividade dos professores que pode ser um problema para esse processo, comentando sobre o quadro docente não efetivo.

Concorda com as primeiras fases de projeto arquitetônico com alguns momentos de trabalho em grupo e para as demais fases sempre estimular o trabalho integrado e colaborativo. Acrescenta também, que deve ser desenvolvido com os alunos o espírito de liderança, principalmente em fases finais, justamente pela atribuição do arquiteto e urbanista enquanto coordenador dos projetos e gestão, recentemente regulamentada pelo CAU.

Em relação à afirmativa sobre os alunos aprenderem a trabalhar no BIM sem conhecer o CAD possuem menor resistência no processo, aborda que isso ocorre, pois o processo de projetação é diferente e tem percebido que realmente os alunos que iniciam em BIM se adaptam melhor nessa plataforma.

Pensa que os professores devem fazer parte do processo como um todo e ensinar alguns recursos associados as suas disciplinas para que a implementação aconteça de forma gradual. Ressalta que em conjunto a isso devem existir monitores que apoiem os alunos quanto às ferramentas. Assim como a criação de cursos, workshop entre outros eventos para que no processo se consiga trabalhar mais o BIM como conceito e não apenas como ferramenta.

Em relação ao uso do BIM na disciplina de Desenho Arquitetônico, concorda que o mesmo auxilia para um melhor entendimento do aluno, mas acha de extrema importância que a modelagem do edifício real esteja acompanhada por visitas a campo, para uma maior compreensão dos processos construtivos.

Sobre a projetação tridimensional acredita ser importante o estímulo para que o aluno ao modelar consiga ter a visualização dos erros, mas é essencial que ele compreenda o que está modelando e enfatiza novamente a importância das saídas a campo, em obras.

Ao abordar sobre o uso do BIM para as diferentes etapas do processo de projeto, destaca que o BIM potencializa desde as etapas de concepção e pensa que os alunos podem evoluir mais nas questões relacionadas ao projeto, uma vez que a documentação é gerada de forma automática, diferente do processo em CAD. Entende que o BIM requerer um projeto baseado em trabalho colaborativo e interdisciplinar e os professores devem estimular esta integração, assim como os alunos devem ser mais críticos a respeito do seu próprio trabalho.

Quanto à integração da disciplinas de conforto com as disciplina de projeto, buscando introduzir aos alunos análises e simulações com

BIM e outras aplicações, comenta que é o sonho de todo profissional e também construtoras, mas ainda infelizmente se tem a cultura de pouco tempo para o projeto, pensa que o BIM pode potencializar essa fase de concepção, antecipando falhas e compatibilizando os projetos.

Sobre a iniciativa de estimular a integração, colaboração e interdisciplinaridade a partir de um projeto real, acrescenta que isto deve acontecer não apenas como os alunos, mas os professores também poderiam experimentar esse processo.

Quando abordado sobre o desafio de integrar a 7ª fase do curso com as disciplinas de arquitetura, estrutura, instalações e coordenação de projetos: BIM e criar habilidades aos alunos para processos integrados, interdisciplinares e colaborativos pensa que não deve ocorrer apenas na 7ª fase, mas que pequenas experiências podem ser desenvolvidas antes de chegar nessa fase. Aponta como maior desafio a comunicação e o ajuste do cronograma entre os professores, mas pensa que é possível.

Quanto a oportunizar os alunos a uma experimentação mais ampla do BIM integrando vários cursos através da criação de uma disciplina optativa, coloca que sempre foi a favor de existir mais disciplinas optativas por considerar que nem sempre é possível em uma matriz aprofundar os conteúdos. Ainda coloca que é de extrema importância essas iniciativas uma vez que as especialidades fazem parte da profissão e a contribuição de diferentes áreas enriquecem o ensino.

Em relação à liberdade do uso de software BIM por parte dos alunos, concorda em incentivar os alunos através de oferta de cursos que faça essa complementação.

Quando o assunto é desafios de implementação do BIM no currículo do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNOCHAPECÓ, aponta a integração dos docentes como maior barreira e acrescenta que acha importante a integração entre mercado de trabalho e universidade. Ainda comenta que se conseguirmos incorporar o BIM com os conceitos de colaboração, integração e interdisciplinaridade estaremos formando alunos mais qualificados e a frente do mercado atual.

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