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PROJETO ARQUITETÔNICO

6. POTENCIALIDADES E LIMITES DO BIM NO ENSINO

6.1 CONTRIBUIÇÕES COM BASE NA INTEPRETAÇÃO DA REVISÃO TEÓRICA

A partir do entendimento fornecido por diversos autores, fica claro que o BIM não se trata apenas de uma tecnologia ou software, mas que também envolve pessoas e processos. A classificação das experiências teóricas forneceu uma visão mais profunda da inserção do BIM. Observa- se, por exemplo, que interdisciplinaridade, integração e colaboração são elementos fortes para a implementação do BIM nos currículos.

As universidades estão buscando a integração não apenas entre disciplinas como também entre cursos e entre universidades, e em alguns casos mostra a aproximação da graduação e pós graduação. Os cursos, palestras, materiais de apoio, oficinas, workshops são estratégias para complementar os conteúdos e dar suporte às disciplinas da matriz curricular, e acontece principalmente para o ensino de ferramentas.

A integração entre o mercado e a universidade é outro elemento, que aparece nas experiências apresentadas, seja com a participação de profissionais do mercado e /ou o uso de projetos reais nas atividades com os estudantes, seja fornecendo ao aluno uma aproximação maior da realidade.

Considera-se que a etapa foi importante para compreender os

conceitos que fundamentam o BIM, assim como as

habilidades/competências que se requer do aluno. Acredita-se que os relatos e abordagens dos autores fornecem maior embasamento para a etapa posterior, que se refere ao lançamento da proposta de inserção do BIM, no currículo do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNOCHAPECÓ.

A partir dos relatos de implementação do BIM, no ensino, identificaram-se algumas potencialidades e limites, classificadas em pessoas, processos e ferramentas. Kiviniemi (2013), identifica as habilidades e as classifica como: a) Habilidades Interpessoais (Liderança, Colaboração, Envolvimento dos intervenientes, b) Habilidades Gerenciais (Gestão Lean Design, IPD, Objetivo do Projeto, Verificação / Validação) e c) Habilidades Técnicas (BIM modelagem e simulação, Interoperabilidade, Integração).

A implementação no BIM no ensino possuiu muitas potencialidades (quadro 22) e também limites (quadro 23), mas estes parecem estar mais relacionados às pessoas e processos do que propriamente à tecnologia.

Quadro 22: Identificação de potencialidades BIM. POTENCIALIDADES

PESSOAS PROCESSOS FERRAMENTAS

1-Liderança 2-Colaboração 3-Envolvimento dos intervenientes

1-Gestão Lean Design 2-IPD

3-Objetivo do Projeto 4-Verificação / Validação

1-BIM modelagem e simulação 2-Interoperabilidade 3-Integração 1) Atender as expectativas do Mercado; 2) Desenvolvimento das habilidades de colaboração; Integração entre disciplinas (interdisciplinaridade); 3) Promover a Integração Educação e Mercado/Indústria; 4) Colaboração entre instituições, indústrias e acadêmicos; 5) Aprender em conjunto, troca de experiências e melhores práticas, a adoção do BIM melhora a qualidade e produtividade da indústria; 6) Concorrência de pessoas competentes para o mercado; 7) A colaboração entre profissionais e estudantes de arquitetura, construção e engenharia, ao invés de segregar estas disciplinas; 8) Currículo BIM integrado aumenta a capacidade dos alunos para colaborar e integrar suas lições aprendidas ao longo do currículo;

1) Desenvolvimento das habilidades de gestão

Integração entre disciplinas (interdisciplinaridade); 2) Mudanças no processo de trabalho envolvendo a integração de equipes e colaboração; 3) Melhores resultados do projeto de construção, redução de erros, verificação de conflitos; 4) A integração de ferramentas baseadas em BIM modernos com bases de dados de custo e produtividade padrão existente reduz o tempo que os alunos precisam gastar com a coleta e digitar esses dados manualmente. 5) Melhoria da coordenação de projetos

6) Integração do BIM com IPD e Lean Construction

7) Ensino de gestão de projeto em BIM contribuem para o uso de casos reais holísticas, o ensino combinado de diferentes métodos de integração para o projeto informações de planejamento, a incorporação de tarefas de gerenciamento de mudanças nas atribuições, maiores oportunidades para ensinar otimização plano de projeto, metodologia de pesquisa; 8) Melhor análise do projeto, validação e verificação; 9) Diminuição de erros pelo integração das disciplinas nas fases iniciais;

10) Menor número de erros de projeto;

11) Estimulo ao uso de análises e simulações durante as fases de projeto, (custos, conforto térmica, acústica, lumínico)

12) Coordenação eficaz entre o projeto e disciplinas

13) Melhoria e maior rapidez na tomada de decisões;

1) Modelagem, visualização, análise, simulação ajudam na aprendizagem;

2) Alavancar informações em bancos de dados modelo para agilizar a comunicação e reduzir a redundância em exercícios de classe;

3) Melhorar os ambientes de aprendizagem dos alunos, utilizando técnicas de visualização de uma comunicação eficaz; 4) Maior capacidade no nível de complexidade dos sistemas de construção, que não era possível antes do desenvolvimento de software BIM e integração; 5) Troca de dados entre softwares de software para energia e análise estrutural, estimativa de custos e gerenciamento de projetos (interoperabilidade);

6) O BIM como uma ferramenta de ensino que desperta o interesse dos alunos em aprender conteúdos, por aproximar o aluno a exemplos reais; (visualização);

7) Educadores podem simular situações reais para aproximar mais o aluno com o mercado; 8) Modelos tridimensionais como principal meio de comunicação e expressão do projeto

9) Compartilhamento de dados estruturados, não gráficos. 10) Modelagem Paramétrica rica em informações atrelada ao banco de dados;

11) Incentivo de algumas empresas de software BIM, oferecendo de forma gratuita os seus pacotes;

Quadro 23: Identificação de limites BIM.

LIMITES

PESSOAS PROCESSOS FERRAMENTAS

1-Liderança 2-Colaboração 3-Envolvimento dos intervenientes

1-Gestão Lean Design 2-IPD

3-Objetivo do Projeto 4-Verificação / Validação

1-BIM modelagem e simulação 2-Interoperabilidade 3-Integração 1) Capacitação dos

Professores;

2) Disponibilidade de materiais específicos e livros para o uso dos alunos; 3) Desafios relacionados ao desenvolvimentos de módulos para a educação em BIM;

4) A maioria dos professores são especialistas em desenho 2D, alguns em modelagem 3D e poucos em BIM 5) Desenvolvimento de novos currículos e ou a mudança dos existentes pode ser um processo demorado;

6) Limitado número de pessoas que compreendem o real conceito do BIM e o que isso significa para as profissões;

7) Tempo destino a aprendizagem dos softwares;

8) Resistencia a mudanças no processo por parte dos profissionais;

9) Falta de interesse ou vontade de explorar novas tecnologias por parte das pessoas.

10) Falta de apoio dos colegas do corpo docente e / ou administradores e dos alunos;

11) Um pequeno número de universidades ensinam BIM;

1) Falta de espaço no currículo atual;

2) Impossibilidades de adição de aulas obrigatórios ou eletivas; 3) Tempo para os professores aplicar os recursos e desenvolver um novo currículo;

4) Programas de treinamento; 5) Falta de compreensão da mudança no processo;

6) Necessidade de um conhecimento sobre todo o processo, o que pode ser uma barreira para os alunos, por não ter experiência;

1) Habilidade dos alunos para com a tecnologia;

2) Substituição do CAD por BIM por parte dos estudantes; 3) Problemas de interoperabilidade;

4) Problemas com a comunicação; 5) Recursos de softwares e hardware e suporte; 6) Falta de padronização (interoperabilidade) 7) Constantes mudanças no software

8) Alto custo dos pacotes de software

9) complexidade do BIM; 10) Incerteza sobre qual plataforma BIM

Fonte: Autoria própria com base em diversos autores

Entende-se que, no ensino, o BIM está longe de resolver todos os problemas, até porque ele não depende apenas de uma tecnologia, mas de uma mudança de processo para que venha a desempenhar um papel mais efetivo no projeto e construção. Para isso, depende-se, principalmente, de integração e colaboração de todos os envolvidos.

Por isso, busca-se entender os potenciais do BIM no intuito de buscar elementos que contribuam no processo de ensino aprendizagem no ensino de Arquitetura. Os limites auxiliam na compreensão dos desafios que podem ser encontrados no processo.

6.2 CONTRIBUIÇÕES COM BASE NA INTEPRETAÇÃO DAS ENTREVISTAS

As contribuições dos professores do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNOCHAPECÓ são interpretados e apresentados. A sequência das falas baseou-se no roteiro das entrevistas (Apêndice D), e a análise de conteúdo encontra-se no Apêndice E. Os pontos abordados demostram de maneira implícita e explícita os potenciais e limites do BIM na visão dos docentes do curso em questão.