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numa m ´aquina), n ´os votamos em algu ´em.

Podemos at ´e mesmo expandir o exemplo e criar uma nova complicac¸ ˜ao para a an ´alise situacional. Num primeiro turno, disputados pelos candidatos A, B, C, e D, os candi- datos A e B s ˜ao os mais votados (com uma pequena vantagem para o candidato A), o que exige a realizac¸ ˜ao de um segundo turno. O segundo turno ´e realizado, e, ap ´os a apurac¸ ˜ao dos votos, v ˆe-se que o candidato B ganhou. Como a an ´alise situacional explicaria essa migrac¸ ˜ao de votos? N ˜ao explicaria. A an ´alise situacional j ´a toma como dados da situac¸ ˜ao as crenc¸as do indiv´ıduo, no caso acreditar que um candidato ´e melhor que o outro. Contudo, o voto (o ato de votar) s ´o acontece ap ´os essa decis ˜ao, cuja g ˆenese n ˜ao pode ser explicada pela an ´alise. Logo, n ˜ao podemos explicar como se d ´a o processo de votac¸ ˜ao apenas por meio da an ´alise situacional.

Um ponto que chama a atenc¸ ˜ao ´e que alguns tipo de crenc¸a podem ser explica- dos. Pensemos na ci ˆencia. Normalmente, a crenc¸a na ci ˆencia ´e iniciada por processos ra- cionais e intencionais. Acredito na gravidade porque a gravidade ´e racionalmente estudada. Pode-se at ´e mesmo entender o desenvolvimento de certas crenc¸as como um produto da ten- tativa e do erro (de acordo com o processo usual da metodologia popperiana). Algumas at ´e mesmo s ˜ao fruto de nossos processos evolucion ´arios, como os instintos. Isso tamb ´em se d ´a com grande parte das normas e valores. Normas s ˜ao formadas em processos de socializac¸ ˜ao. Um ocidental considera “normal” a monogamia, pois seu ambiente a tem como uma norma; a sociedade onde ele interage a considera normal. Em alguns pa´ıses africanos e do oriente, todavia, essa n ˜ao ´e a regra. Essa norma ´e imbu´ıda nas pessoas por um processo social, n ˜ao intencional, e dependente apenas do ambiente em que ela se desenvolve. Mostra-se claro que a an ´alise situacional n ˜ao pode ser o ´unico m ´etodo das ci ˆencias sociais (como Popper `as vezes parece sugerir). Por ´em, pode haver uma divis ˜ao precisa entre a an ´alise situacional e a psicologia no que concerne a explicac¸ ˜ao do surgimento dessas crenc¸as e normas. Tal explicac¸ ˜ao psicol ´ogica at ´e mesmo se mostra indispens ´avel, j ´a que ela explica o surgimento desses elementos que far ˜ao parte da an ´alise posterior.

5.6

Irracionalidade

Ainda existe uma quest ˜ao pertinente e n ˜ao tratada a respeito da an ´alise situaci- onal. Sabemos como ela opera, quais suas influ ˆencias e quais tipos de eventos ela pode explicar, mas e quando uma ac¸ ˜ao, mesmo ap ´os uma an ´alise exaustiva, ainda se mostra irra- cional? Mesmo Popper reconhece que as pessoas normalmente agem racionalmente, mas n ˜ao sempre (MF, p. 172). A resposta de Popper n ˜ao ´e satisfat ´oria quanto a esse aspecto e procuraremos mostrar porqu ˆe.

que tem um objetivo, faz uma escolha adequada tendo em considerac¸ ˜ao a situac¸ ˜ao e as informac¸ ˜oes que possui. Richard quer atravessar a rua: ele examina a situac¸ ˜ao, pondera o cen ´ario e executa a ac¸ ˜ao que parece mais adequada. Mas quantas vezes n ˜ao vemos uma pessoa tomar uma ac¸ ˜ao que, dado o cen ´ario e as informac¸ ˜oes possu´ıdas, parece ir con- tra seus objetivos? Popper (MF, 178) leva em considerac¸ ˜ao esse ponto e descreve a ac¸ ˜ao irracional de dois modos. O primeiro ´e caracterizado como “a falha do ator em compreen- der todos os aspectos relevantes da sua situac¸ ˜ao” (GORTON, 2006, p. 104). Ocorre que esse n ˜ao ´e um caso de irracionalidade genu´ına. Um observador externo (portador de mais informac¸ ˜oes) pode considerar aquela ac¸ ˜ao como irracional; mas o agente, por n ˜ao possuir todas as informac¸ ˜oes do observador, pode ter tomado a ac¸ ˜ao mais adequada segundo seus dados. Popper at ´e mesmo cita uma frase de Churchill (MF, 178), ”guerras n ˜ao s ˜ao vencidas, apenas perdidas”, para exemplificar essa quest ˜ao. Popper entende que Churchill preten- dera dizer ´e que mesmo os derrotados numa guerra agiram racionalmente. A quantidade de informac¸ ˜oes que eles possu´ıam, ou o momento em que ac¸ ˜ao foi praticada, n ˜ao permitiu a eles agir da melhor maneira (algo que poderia ser feito caso reunissem mais informac¸ ˜oes, ou uma maior ponderac¸ ˜ao sobre o momento certo de agir; contudo, a ac¸ ˜ao deles foi racio- nal. A quest ˜ao da irracionalidade, ent ˜ao, se torna apenas um caso de informac¸ ˜ao limitada20, conduzindo a ac¸ ˜ao novamente ao terreno da racionalidade.

Percebemos que existe um elemento indutivo impl´ıcito nesse caso descrito por Popper. Como saber se a quantidade de informac¸ ˜ao ´e correta para praticar a ac¸ ˜ao naquele momento, ou se aquele momento ´e o ideal? N ˜ao podemos saber, exceto se utilizarmos um processo indutivo. Uma not´ıcia que pode influenciar a bolsa de valores ´e publicada; um ope- rador da bolsa n ˜ao pode afirmar que o ´ındice da bolsa ir ´a se valorizar por causa dela. Por ´em, ele sabe que not´ıcias similares j ´a causaram esse efeito num determinado espac¸o de tempo. Desse modo, caso aceit ´assemos essa definic¸ ˜ao de ac¸ ˜ao irracional, ser´ıamos obrigados a introduzir esse elemento indutivo.

O segundo exemplo de irracionalidade ´e o caso de um louco (MF, p. 179). Nova- mente o caso toma outra direc¸ ˜ao: os motivos do louco podem ser os mais bizarros poss´ıveis, mas, agindo de acordo com a situac¸ ˜ao como ele v ˆe, sua ac¸ ˜oes seriam consideradas racionais. Ou seja, o problema n ˜ao se encontra na ac¸ ˜ao, mas nos motivos ou crenc¸as do louco (que, por sua vez, n ˜ao podem ser explicados pela an ´alise situacional, com raras excec¸ ˜oes). “Apesar de uma promissora discuss ˜ao sobre a ac¸ ˜ao irracional, Popper, por sua vez, tenta mostrar que a ac¸ ˜ao irracional ´e, muitas vezes, uma ilus ˜ao” (GORTON, 2006, p. 105). Essas ac¸ ˜oes seriam n ˜ao mais que um caso espec´ıfico de ac¸ ˜ao racional e a an ´alise situacional estaria segura. Ne- nhum desses dois exemplos, contudo, seria um caso de genu´ına irracionalidade, aquele em

20Se levarmos em considerac¸ ˜ao o conceito original de an ´alise situacional como ac¸ ˜ao que assume “the pos- session of complete information” (PH, p. 130), ent ˜ao as ac¸ ˜oes irracionais s ˜ao n ˜ao apenas poss´ıveis, mas o caso mais usual de ac¸ ˜ao existente. Provavelmente o relaxamento da exig ˆencia da “informac¸ ˜ao completa” para “adequac¸ ˜ao” serviu para salvar a maior parte dos atos do terreno da irracionalidade.

5.6 Irracionalidade 90

que o agente age contra seu objetivo.

Mas e se, mesmo ap ´os uma longa an ´alise da situac¸ ˜ao, o ato ainda parecer irraci- onal? Devemos desistir da explicac¸ ˜ao? Gorton (2006, p. 106, grifo do autor) diz que devemos “tentar categorizar o comportamento irracional como um tipo de comportamento irracional”. Um terceiro exemplo apresentado por Popper (MF, 172) pode ser usado aqui. Um motorista, desejando estacionar seu carro, guia freneticamente por um estacionamento que ele sabe estar cheio. Temos um objetivo (estacionar um carro), uma informac¸ ˜ao (o estacionamento est ´a cheio), e uma ac¸ ˜ao que vai contra o objetivo do motorista de estacionar o carro. Se leva- mos em considerac¸ ˜ao a explicac¸ ˜ao de Popper, esse caso n ˜ao poderia ser enquadrado como um caso de ac¸ ˜ao racional pois o agente age contra seu objetivo. O motorista estaria, ent ˜ao, “afobado” (MF, 172). Entendendo assim, como Popper parece entender, n ˜ao inserimos um elemento psicol ´ogico na an ´alise?

A inclus ˜ao desse elemento psicol ´ogico trai uma das caracter´ısticas principais da an ´alise situacional: ser objetiva, livre de elementos da psicologia. N ˜ao apenas emoc¸ ˜oes, mas tamb ´em falta de forc¸a de vontade (tenho os objetivos A e B; o objetivo B ´e mais importante, mas procuro o A por ser mais f ´acil) podem causar essa ac¸ ˜ao aparentemente irracional. A ˆenfase da an ´alise ´e, ent ˜ao, deslocada da investigac¸ ˜ao da situac¸ ˜ao para a investigac¸ ˜ao da

g ˆenese de motivos (ou crenc¸as). Popper n ˜ao desenvolve esse ponto: se pudermos explicar

como um motivo surge de acordo com a an ´alise situacional, melhor. Nem rebaixamos a an ´alise situacional a um plano inferior: ela continua a ser o principal meio de investigac¸ ˜ao das ci ˆencias sociais (embora n ˜ao o ´unico). Mas devemos ter em mente que, se ap ´os uma investigac¸ ˜ao minuciosa ainda n ˜ao podemos dar uma resposta definitiva acerca do estatuto de racionalidade de uma ac¸ ˜ao, precisamos utilizar de expedientes psicol ´ogicos.

6

Conclus ˜ao

Estudar as ci ˆencias sociais ´e uma tarefa ´ardua. Algo que influi diretamente na vida de tantas pessoas tende a gerar discuss ˜oes ´asperas e, muitas vezes, sem uma conclus ˜ao. Apesar disso, n ˜ao causa espanto a escolha de Popper por tal tema. De fam´ılia judia, fora obrigado a fugir da Europa, ameac¸ado pelo nazismo, de um lado, e pelo comunismo, de outro. Em grande parte, esse ´e um dos motivos que o incitam a pesquisar o m ´etodo das ci ˆencias sociais. Sem d ´uvida, esse estudo no p ´os Segunda Guerra, apesar de todo seu entusiasmo, nos trouxe poucos resultados. Apesar de todo mal que o historicismo j ´a causara – lembremos do fascismo e do comunismo, para citar os dois nomes mais famosos –, ainda hoje ´e um m ´etodo em voga, perpetuado por muitos. Procuramos aqui oferecer uma alternativa, e mostrar que o m ´etodo de Popper, apesar de suas inconsist ˆencias, n ˜ao apenas pode nos auxiliar na investigac¸ ˜ao dos eventos sociais, mas tamb ´em apontar uma direc¸ ˜ao para a pr ´atica da ci ˆencia social.

A busca por leis ou teorias, assim como preconiza o historicista, se mostrou v ˜a, e sua capacidade de previs ˜ao insuficiente (e at ´e mesmo n ˜ao existente). Todavia, este fato n ˜ao levou os te ´oricos a reconsiderar tais m ´etodos, preferindo apenas refin ´a-los. Mesmo esse refinamento n ˜ao nos trouxe avanc¸os, mas apenas teorias vazias e sem nenhum significado real. Cada vez mais as ci ˆencias sociais – com a rara excec¸ ˜ao da economia – se distanciaram do mundo, formulando teorias irrelevantes. Muitos, ent ˜ao, passaram a abandonar qualquer esperanc¸a de uma ci ˆencia social nos moldes das naturais, assumindo uma postura muitas vezes pessimista. Sim, essa diferenc¸a de fato existe, mas isso n ˜ao precisa nos levar a admitir que qualquer explicac¸ ˜ao nas ci ˆencias sociais ´e fadada ao fracasso.

Popper nos apresenta uma alternativa. Sua teoria de construc¸ ˜ao de modelos sociais oferece um tipo de explicac¸ ˜ao; ainda trazendo falhas, mas est ´a ao alcance de n ´os. Ao contr ´ario de outras propostas, presas em suas torres de marfim sem olhar o mundo, a an ´alise situacional e seu relato de instituic¸ ˜oes, crenc¸as, normas e tradic¸ ˜oes nos oferece um painel interpretativo do mundo que est ´a a´ı, nos permitindo compreender grandes fen ˆomenos sociais. Um estudo mais atento desse m ´etodo popperiano, a an ´alise situacional, revela como Popper se afasta do positivismo que influencia o in´ıcio do seu trabalho – em Poverty of Historicism, o m ´etodo impl´ıcito proposto ainda ´e uma c ´opia fiel do seu m ´etodo das ci ˆencias naturais – e se aproxima da hermen ˆeutica. Fazer previs ˜oes que podem ser falseadas ou corroboradas

6 Conclus ˜ao 92

n ˜ao ´e mais procurado; deve-se buscar entender os elementos de uma situac¸ ˜ao para poder explic ´a-la.

´

E importante avaliar cada um dos cap´ıtulos que constituem essa dissertac¸ ˜ao para poder entender melhor qual o fio condutor que existe entre eles. No primeiro deles, A Metodo-

logia Popperiana, discutimos os principais pontos da metodologia popperiana e como ela se

articula. N ˜ao ´e novidade para nenhum estudioso em filosofia da ci ˆencia que o grande inimigo de Popper sempre foi, e continuou assim at ´e o fim da sua vida vida, a induc¸ ˜ao. Partindo da cr´ıtica de Hume sobre a induc¸ ˜ao, ele busca formular uma metodologia dedutiva que substitui o conceito de verificac¸ ˜ao pelo de falseamento. Contudo, a tarefa de Popper n ˜ao foi cumprida integralmente; a induc¸ ˜ao sempre retorna, e talvez nem mesmo possamos nos livrar dela. Combater a induc¸ ˜ao ´e uma tarefa sem fim ou uma aspirac¸ ˜ao inalcanc¸ ´avel? Provavelmente nunca saberemos a resposta.

Em seguida, encontramos os cap´ıtulos II e III, respectivamente, Uma Definic¸ ˜ao

do Historicismo e Historicismo: um m ´etodo pobre?. Ambos devem ser vistos como um s ´o;

inicialmente, o m ´etodo historicista (como Popper o entende) ´e exposto, e em seguida ´e criti- cado. O m ´etodo holista ´e uma das principais caracter´ısticas do historicismo; a crenc¸a em leis sociais invari ´aveis, que poderiam nos ajudar a prever o futuro desenvolvimento da sociedade, ´e a outra. Popper n ˜ao aceita o primeiro (e isso prejudica a formulac¸ ˜ao da an ´alise situacional). J ´a quanto `as leis sociais, sua opini ˜ao ´e amb´ıgua: apesar de aceit ´a-las no in´ıcio (n ˜ao nos mesmos moldes do historicismo, mas as aceita), nega que existam em seguida. A principal cr´ıtica de Popper ao historicismo ´e: n ˜ao podemos usar nossas teorias deterministas (e todas s ˜ao) para inferir que o mundo ´e determinado. Sua cr´ıtica do historicismo ´e forte, embora n ˜ao tenha conseguido eliminar a doutrina.

Por fim, em An ´alise Situacional discutimos o m ´etodo proposto por Popper a partir da d ´ecada de 60, a an ´alise situacional. O m ´etodo se baseia no estudo dos elementos que formam uma situac¸ ˜ao social e nos permite examinar qual aspecto de uma situac¸ ˜ao n ˜ao seguiu aquilo que era previsto idealmente. Dispensamos o uso de leis; um princ´ıpio de racionalidade ´e formulado, e sua func¸ ˜ao ´e animar nossos modelos e descrever como aquela situac¸ ˜ao deveria ocorrer idealmente. Por meio da comparac¸ ˜ao do modelo ideal (constru´ıdo com a ajuda do princ´ıpio) com a situac¸ ˜ao real, descobrimos onde ocorreu o erro e tentamos consert ´a-lo. Sem d ´uvida podemos encontrar diversas falhas na an ´alise situacional. Popper nunca conseguiu formular uma metodologia completa. Percebo dois motivos principais para isso: primeiro, sua anterior cr´ıtica do m ´etodo holista. Sim, a an ´alise situacional pode explicar muitos tipo de situac¸ ˜ao. Isso permite a ela revelar esse intrincado painel de interac¸ ˜oes entre os mais diversos atores que produzem os fen ˆomenos presentes na sociedade, especialmente aqueles que criam consequ ˆencias n ˜ao desejadas. Mas certas situac¸ ˜oes n ˜ao funcionam apenas de modo instrumental. Nem sempre ´e poss´ıvel simplesmente explicar como algu ´em fez aquilo, ´e preciso explicar porque algu ´em fez aquilo. Por fim, embora Popper sempre tenha sustentado

a bandeira do dedutivismo, pode-se perceber que o indutivismo volta com toda a forc¸a na an ´alise situacional. Sem uma teoria universal na qual basear a construc¸ ˜ao de um modelo, s ´o posso apelar para o passado. E a´ı, mesmo que sorrateiramente, a induc¸ ˜ao retorna.

Mesmo que n ˜ao possamos fornecer previs ˜oes como aquelas da ci ˆencia natural, ainda podemos examinar o mundo social e tentar compreend ˆe-lo. Afinal, objetos f´ısicos s ˜ao apenas objetos f´ısicos, e n ˜ao possuem desejos ou aspirac¸ ˜oes como n ´os. Esse elemento de indeterminac¸ ˜ao presente em n ´os torna a investigac¸ ˜ao da sociedade uma mat ´eria espinhosa. Mesmo n ˜ao sendo esse o objetivo de alguns cientistas sociais – historicistas aqui inclu´ıdos –, a an ´alise situacional oferece uma explicac¸ ˜ao satisfat ´oria e capaz de aumentar nosso enten- dimento do mundo social. Esperamos que a exposic¸ ˜ao aqui levantada tenha sido capaz de formentar a discuss ˜ao sobre esse tal, t ˜ao esquecido nas ´ultimas d ´ecadas.

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