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JÁ OUVIU QUE A CPMA É BOM LUGAR PARA DESCANSAR

54 39% 40 29% 16 11% 17 12% 13 9%

algumas vezes Nunca Várias vezes Raramente Sempre ouviu

Gráfico no 20:

Fonte: Pesquisa de campo do autor.

Dois pontos intrigantes a serem dirimidos aqui neste questionário são com relação ao fato de que a CPMA é um bom lugar para descansar e o outro é com relação à esta Unidade Policial Militar Especializada ser a extensão do Centro de Assistência Social, que será discutido logo em seguida no gráfico de número 21.

De acordo com as respostas obtidas foi possível apurar que um total de 29% (vinte e nove por cento) nunca ouviu dizer que a CPMA é um bom lugar para descansar. Mas ao somarmos o número de policiais militares ambientais que responderam que algumas

vezes ouviram dizer 39% (trinta e nove por cento), várias vezes ouviram dizer 11% (onze

pro cento), raramente 12% (doze por cento), e os que sempre ouviram dizer 9% (nove por cento) que a CPMA é um bom lugar para descansar resultaram um total de 71% (setenta e um por cento).

Não houve como ser feito ou traçado, aqui para este estudo, um perfil profissiográfico135, ou um gráfico de produtividade individual de cada servido policial militar lotado na CPMA, pode-se dizer que os policiais militares ambientais que possuem

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Gráfico demonstrativo de produtividade individual para se comprovar quais são os servidores que mais produziram em determinada ação ou atividade e em determinado período do trimestre, do semestre ou do ano.

maior índice de produtividade operacional repressivo na atuação do policiamento ostensivo preventivo ambiental, são os que trabalham no serviço motorizado e depois os que atuam no Pelotão Lacustre e em seguida, os que trabalham na Estação Ecológica de Águas Emendas, a produtividade em outros postos fixos é quase nula. Já nas atividades educativas preventivas os policiais militares do Programa de Educação Ambiental Lobo Guará e os lotados na Seção de Comunicação Social são os que mais produzem.

De um modo geral os policiais militares ambientais que estão atuando em destacamentos ambientais fixos, que são sempre empregados em espaços territoriais especialmente protegidos, deveriam atuar de forma mais ativa, de forma mais voltada para as questões ambientais daquele espaço. Pode-se aqui relatar uma experiência vivida por este pesquisador em visita ao Parque Lage136, no Estado do Rio de janeiro, em 2003, onde foi perguntado a um Guarda Municipal que ali estava qual era a diferença entre o jardim Botânico do Rio de Janeiro e o Parque Lage, pois ambos estão muito próximos um do outro, onde foi obtido como resposta que ambos os espaços tinham árvore e que não havia diferença nenhuma entre eles.

Quando um pesquisador ou um visitante, em geral, vai até um espaço territorial como estes acima citados, espera-se, ao menos, que informações precisas lhes sejam prestadas em relação aquele local, particularidades de funcionamento em relação ao bioma local, a fauna e flora existentes, cursos hídricos dentre outras particularidades ambientais do local. Tais informações poderiam ser muito bem prestadas por um servidor policial militar ambiental que ali se encontrasse, mas se isso não ocorrer restará uma má interpretação por parte daqueles que ali buscam informações, em relação àquele servidor e, por conseguinte, à instituição, ao Estado que deve ser o provedor de um serviço público de excelência.

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Parque Lage – Parque Henrique Lage – foi construído em 1849, pelo paisagista inglês John Tyndale, com área total de 93.5 mil metros quadrados e seu primeiro proprietário Rodrigo de Freitas Melo, vendeu-o a Antônio Martins Lage, em 1859, que o deixou por herança a seu filho, o armador Henrique Lage, a área foi desapropriada pelo Decreto nº 77.293 de 11MAR1976. Foi tombado no dia 14JUN1957 e reiterado em

30MAR1976, conforme processo nº 537-T, inscrição no 322, Livro história, fls. 53. O Parque Lage

constitui a última arbórea contínua, entre as faldas do corcovado e a rua Jardim Botânico, e atualmente encontra-se sob a tutela da SMAC/IBAMA (Co-gestão). Disponível em: <www.rio.rj.gov.br/fpj/pqlage.htm>. Acesso em: 10 de setembro de 2007.

Cabe salientar que desde a origem da então CPFlo já havia o pensamento no âmbito da PMDF de que a CPFlo, era um bom lugar para descançar, inclusive de Oficiais Superiores. Segundo o Tenente Coronel Adauto que, em entrevista realizada, relata o seguinte,

aconteceu um fato muito interessante comigo, um belo dia eu recebi um Sub Tenente e eu suplicava na minha Unidade por cabo e soldado como qualquer CMT de Unidade, cabo e soldado, agente não quer nem Tenente [...] no primeiro dia o Sub Tenente já me pediu férias, quando ele voltou de férias ele me pediu dois dias de dispensa e no quarto dia eu falei não e não e não, e eu paguei uma missão para ele simples de se fazer um ofício para mandar alguma coisa para algum lugar e ele disse que não sabia, que não tinha como fazer, ou seja, não cumpriu minha ordem e eu chamei a atenção dele e ele então me disse que ‘ o Coronel que me mandou para cá me disse que aqui era um bom lugar para eu descansar por que eu estava muito estressado’ e eu então falei para ele pegar suas coisas e mandei que o Sargento Arcanjo batesse um Oficio e apresentasse ele de volta e que iria conversar com quem o havia mandado para cá e iria informá-lo que aqui não é lugar para descansar não, que aqui tem muito trabalho e eu nunca mias vi este Sub Tenente e ninguém nunca mias se apresentou para mim com este pensamento de que lá era um lugar de descanso até por que o serviço existe, basta quere fazer eu não sei hoje. (GN)

Pode-se sustentar que o “fato de a CPMA se um bom lugar descansar” está diretamente relacionado ao desconhecimento das atribuições a serem desempenhadas por aquela Unidade Policial Militar Especializada bem como, ao desconhecimento institucional no que tange o desempenho das funções ambientais previstas em lei a serem desenvolvidas por seus servidores policiais militares, em geral, e também pelos próprios policiais militares ambientais. No âmbito da CPMA o reflexo disso se apresenta, de um modo geral, nos policiais militares ambientais que preferem atuar em postos fixos ou destacamentos.

Para se ter uma idéia da magnitude do serviço de segurança pública não só ambiental, mas como um todo, a ser prestado à comunidade, passa muitas vezes despercebidas até mesmo pelos próprios servidores policiais militares em geral, que além de terem que desempenhar as funções de segurança pública de Polícia Militar, ainda tem

as atividades ambientais e tudo isso, inseridos em um contexto de Estado. Com toda essa gama de ordenamentos que envolve a atividade aqui trabalhada, o que se pode e deve esperar é no mínimo uma consciência de suas atividades a serem desempenhadas.

CPMA/CPEsp/PMDF