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90 64% 25 18% 13 9% 8 6% 4 3%

Nunca Algumas vezes Raramente Várias vezes Sempre ouviu

Gráfico no 22:

Fonte: Pesquisa de campo do autor.

Para um melhor esclarecimento cabe aqui informar que o CASo é o Centro de Assistência Social da PMDF e que de acordo com Decreto Distrital de no 22.827, de 27 de março de 2002, diz o seguinte: implanta, na estrutura organizacional da Diretoria de

Saúde dia Polícia Militar do Distrito Federal, o Centro de Assistência Social – CASo.

De acordo com o artigo 2o do referido Decreto, observa-se que,

O Centro de Assistência Social – CASo, estará vinculado técnica e administrativamente, para execução de suas atividades, à Diretoria de Saúde e a seu cargo a prestação de assistência social ao pessoal da Corporação e seus dependentes, estabelecendo um sistema se serviços, benefícios, programas e projetos que fortaleçam as ações de política de segurança e bem estar social em: assistência e saúde; prestação de serviços educacionais; habitação e condições sanitárias; cultura, esporte, lazer, valorização humana, meio ambiente e outros.

Ao observar as respostas obtidas no gráfico de número 21 pode-se constatar que 64% (sessenta e quatro por cento) dos policiais militares ambientais nunca ouviram dizer que a CPMA é a extensão do CASo, sendo que outros 36% (trinta e seis por cento) ouviram dizer com alguma freqüência que a CPMA é a extensão do CASo, sendo o seguinte: 18% (dezoito por cento) já ouviram dizer algumas vezes que a CPMA é a extensão do CASo, 9% (nove por cento) raramente ouviram dizer, 6% (seis por cento) já

ouviram dizer várias vezes e por fim 4% (quatro por cento) sempre ouviram dizer que a CPMA é a extensão do CASo.

Segundo o Capitão Moraes137, atualmente lotado no CASo, as “Unidades

Policiais Militares alvo” são o 8º Batalhão de Polícia Militar (8º BPM), o Regimento de

Polícia Montada (RPMont) e a Polícia Militar Ambiental (CPMA). Ao observar os 04 (quatro) relatórios trimestrais do ano de 2006, ano base de nossa pesquisa, verificou-se que dos 201 (duzentos e um) servidores públicos apresentados ao CASo/PMDF, 08 (oito) são de outros órgãos diversos da PMDF e 193 (cento e noventa e três) são servidores policiais militares. Nos mesmos relatórios pôde-se constatar que somente 03 (três) policiais militares ambientais foram apresentados ao CASo para tratamento, o que corresponde a somente 1,55% (um vírgula cinqüenta e cinco por cento) dos apresentados aquele Centro para tratamento.

Para melhor esclarecer a questão das “Unidades alvo”, pelo que foi colocado pelo entrevistado, são Unidades Policiais Militares que mais apresentam servidores policiais militares para tratamentos diversos ao CASo, cabe aqui salientar que o 8º Batalhão apresentou, dentro do montante de 193 (cento e noventa e três) policiais militares já acima descritos, um total de 06 (seis) policiais militares ao CASo, o que corresponde a 3,1% (três vírgula um por cento) do total. Já o Regimento de Polícia Montada (RPMont) apresentou um total de 04 (quatro) policiais militares ao CASo, o que corresponde ao total de 2,1% (dois vírgula um por cento) servidores apresentados ao CASo para tratamentos diversos.

Todos esses números vão de encontro às Unidades que, de acordo com o relatório, realmente poderiam se compreendidas como “Unidades alvo”, somente para o ano de 2006, como, por exemplo: 6º Batalhão138 (6º BPM) apresentou um total de 14 (quatorze) servidores policiais militares o que corresponde a 7,2% (sete vírgula dois por cento), e em

137

Entrevista com o Capitão QOPMA Moraes, realizada no dia 10 de agosto de 2007.

138

O 6º Batalhão, “Batalhão Escolar”, é responsável por efetivar o policiamento ostensivo preventivo em

todas as escolas públicas e particulares do Distrito Federal, foi criado pelo Decreto no 11.958 de 09 de

seguida o 2º Batalhão139 (2º BPM) que apresentou ao Centro um total de 10 (dez) servidores policiais militares o que corresponde a um total de 5,1% (cinco vírgula um por cento). No referido relatório constam informações no sentido de que os policiais militares que foram apresentados ao Centro e/ou buscam atendimento, apresentam um quadro de resgate da auto-estima e valorização da vida além de dependência química.

Se observarmos o gráfico demonstrativo de no 03 pode-se comprovar que o efetivo da CPMA é flutuante e isso não é uma particularidade somente da CPMA, mas sim de toda a Corporação. Tal ato reflete diretamente na continuidade do serviço público como já dito antes e requer uma série de ações que visem a sanar ou, ao menos, minimizar seus reflexos.

O fato de a CPMA ser a extensão do Centro de Assistência Social não condiz com a realidade pensada e/ou escutada e comentada por alguns servidores policias militares. Tal boato ou história serve somente para denegrir a imagem daquela Unidade Policial Militar Especializada, e ao que parece aqui foi criado mais um mito. O mito 140 de que “a

CPMA se a extensão do CASo”

Segundo Edgar Morin, o mito não é uma “explicação” do mundo; o mito elucida

obscuramente, fala oracularmente, e, de resto, é por isso que pode ser constantemente reinterpretado. (MORIN; 1996, p. 150) Com isso, os mitos vão fazendo parte de nossas

vidas, vão sendo construídos ao longo dos tempos e em comunhão com nossas culturas sociais.

A origem de tal pensamento já vem da antiga CPFlo e perdura até os dias de hoje, e se dá também pelo fato de alguns policiais militares ali lotados fazerem uso,

139

O 2º Batalhão, “Batalhão dois de ouro”, responsável por efetivar o policiamento ostensivo na Região

Administrativa III, Taguatinga – DF foi criado pelo Decreto de no 1.637 de 10 de março de 1971, publicado

em Boletim Interno da PMDF de no 049, de 16 de março de 1971.

140

Segundo BOFF, Mito em grego significa narrativa e enredo. A narrativa costuma ser viva e perpassada de emoção. Possui um enredo que revela o sentido das coisas narradas. Não é algo meramente conceptual, embora use conceitos. É afetivo e obedece à lógica dos sentimentos. BOFF, Leonardo. Virtudes para um outro mundo possível, vol. I: hospitalidade: direito e dever de todos. Editora Vozes, Petrópolis, Rio de Janeiro: 2005.p. 85.

principalmente, de bebida alcoólica. Existem também alguns servidores que são apresentados ou movimentados pela Diretoria de Pessoal da PMDF para a CPMA, já com algumas restrições médicas, restrições de uso e porte de arma por problemas diversos como o de justiça. Porém, tais particularidades não são inerentes, somente ao efetivo pertencente à CPMA, mas sim, é uma questão geral de toda a corporação e por isso está presente em todas as Unidades Policiais Militares.

Cabe aqui salientar que os próprios policiais militares recriminam o Centro de Assistencial Social que foi criado para o auxílio dos próprios servidores públicos policias militares. Para melhor esclarecer tal questão cabe salientar que o CASo da PMDF atende também outras instituições conveniadas a exemplo da Polícia Civil do Distrito Federal, DETRAN/DF, Correios, NOVACAP e outros. Na verdade, o CASo, é uma oportunidade que a PMDF, enquanto órgão de Estado proporciona aos servidores em geral, uma ajuda na busca de soluções para problemas sociais em geral, como: dependência química, baixa auto-estima, auxílio à família dentre outros. Ao que parece tem-se aqui mais um mito, o mito institucional de que o CASo é o depósito de servidores, é o local ideal para se apresentar o servidor que está com alguma dificuldade que reflete diretamente no seu desempenho funcional. Tal preconceito deve se melhor trabalhado, melhor dirimido e compreendido pela instituição PMDF.

Segundo o entrevistado tal recriminação tem um efeito contrário ao que se pretende e se espera do objetivo do Centro, o efeito é danoso em relação ao servidor por que quando e por algum motivo o servidor apresenta indicadores de desvios de conduta há uma velha máxima como: “você será encaminhado para o CASo” e aqui se perde todo um trabalho que deveria ser de prevenção a ser desenvolvido, o de identificação prévia em relação ao fato, de detectar problemas antes que venham a se agravar.

Pode-se aqui fazer um comparativo desse ato reflexo, onde algumas pessoas, que por algum motivo ou problema, utilizam a Polícia para coibir atos ou ações de seus filhos, por exemplo, e tentam de alguma forma contornar aquela situação dizendo-lhes: “se você não comer ou se você não me obedecer eu vou chamar a Polícia [...] vou

chamar o policial para prender você [...] não faz mau criação que a polícia vai te pegar[...] a polícia vai te prender.. olha o policial ali olha, se você ficar de mau criação eu vou chamar ele e ele vai prender você....” . Cria-se assim, em sociedade, o mito do

policial mau, o policial que somente prende e que somente reprime. Fato que contribui para que a Polícia muitas vezes, faça um trabalho em conjunto com a sociedade por ser de certa forma excluída, pois dificulta muito sua aceitação e sua aproximação junto à sociedade a qual presta seu serviço de segurança pública.

Para a Tenente Fabiana141, A polícia é o braço armado do Estado, então eles

vêem agente como força bruta. É o pai malvado, estamos ali para dizer que não pode, para impedir, para negar. E ninguém deseja isso agente ta ali para coibir, e isso não é bom, o cidadão não gosto disso.

Segundo ainda o entrevistado Capitão Moraes, aproximadamente 70% (setenta por cento) dos monitores que atuam no CASo em atividades e oficinas diversas, são servidores policiais militares que já receberam tratamento naquele mesmo Centro e hoje auxiliam, com suas experiências pessoais anteriormente vividas, os companheiros que estão em tratamento e que necessitam de ajuda. E que a maior incidência é a doença do homem moderno, o estresse 142, e a atividade policial em geral é propícia ao estresse pela qualidade de seu serviço.

Comprova-se com isso, que as ações sociais, no âmbito da Corporação Polícia Militar, são também uma prioridade para implementação de políticas públicas internas e aqui estão compreendidas conjuntamente as ações internas de Educação Ambiental, onde a CPMA poderia ser a real “extensão do CASo”, mas não no sentido pejorativo como aqui se demonstrou, e sim no sentido real da expressão, no sentido de ajudar a recuperar os servidores por meio de atividades de educação ambiental, com programas e/ou projetos

141

Entrevista realizada no dia 19 de janeiro de 2007, a Oficial aqui entrevista a época era a Chefe da Seção de Relações pública e Coordenadora do Programa de EA Lobo Guará.

142

Conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica, infecciosa, e outras, capazes de perturbar-lhe a homeostase; estricção. FERREIRA, ibidem, p.728.

novos e específicos ou até mesmo em conjunto com os que já existem em andamento hoje na CPMA e no próprio CASo.

CPMA/CPEsp/PMDF