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JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO ESTUDO PROPOSTO O presente estudo enquadra-se na Linha de Pesquisa de Métodos

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1 1 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO ESTUDO PROPOSTO

1.1 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO ESTUDO PROPOSTO O presente estudo enquadra-se na Linha de Pesquisa de Métodos

e Técnicas Aplicadas ao Projeto em Arquitetura e Urbanismo, do Programa de Pós-graduação de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (PósARQ/UFSC), na temática acessibilidade, visando contribuir com a discussão sobre até onde se pode intervir nos sítios históricos tombados de modo a torná-los mais acessíveis ao maior número possível de pessoas, sem descaracterizá-los.

Acredita-se que trabalhos nesta linha fazem-se necessários por abordarem questões relacionadas à equiparação de oportunidades, que geram uma maior integração social e, consequentemente, melhoria na qualidade de vida de toda a população. Além do fato de a supressão de barreiras nas fortificações contribuir para a inclusão, ela propicia a continuidade das manifestações artístico-culturais; o resgate histórico dos sítio, incrementando o turismo; beneficia a economia local e devolve aos cidadãos mais um espaço de convivência e lazer apto ao uso.

No caso da Fortaleza de Santa Cruz, faz-se necessário prover aos visitantes meios que possibilitem o entendimento de sua importância e significado, o que pode ser feito com a inserção de elementos museográficos, incorporados a um roteiro acessível, com intuito de suprir a necessidade dos mais diferentes tipos de usuários, possibilitando que usufruam da fortaleza sem danificar o patrimônio histórico.

Corrobora com a importância deste estudo a urgência em descobrir novos meios de tornar as fortalezas acessíveis, imposta:

a) pelo prazo para adequação dos monumentos ter expirado em Dezembro de 2007, conforme o Decreto Lei no 5.296/2004 (BRASIL, 2004);

b) pela normativa no 1 do IPHAN, em vigor desde 2003, preceituar que se devem reduzir as barreiras físicas e

promover a inclusão social (INSTITUTO DO

PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL, 2003);

c) pela ação do Ministério Público Federal que luta desde 2001 pela efetividade do princípio da isonomia - na busca de um tratamento igualitário - que permita a participação de todos na reformulação da identidade nacional, realizada com a experiência humana; sua meta principal é oferecer oportunidades iguais para todos realizarem seu potencial humano (RATZKA, 1999).

difusão do conhecimento e a valorização da cultura nacional, e com o gozo de acesso aos bens culturais (BRASIL, 2012). Para determinar a situação atual das quarenta e quatro fortificações brasileiras tombadas pelo IPHAN, foi realizado um levantamento6 no qual se constatou que não existe nenhuma fortificação plenamente acessível, apesar de o prazo de adequação dos monumentos ter expirado em 2007 e de a normativa no 1 do IPHAN estar completando uma década de existência em 2013.

Por fim, no período de 07 de Setembro de 2012 a 10 de Junho de 2013, ocorreu o Ano do Brasil em Portugal de forma a celebrar o vínculo histórico que une estas nações, com uma série de intercâmbios e atividades culturais. Essa comemoração torna o momento ainda mais propício para se realizar um estudo de caso na Fortaleza de Santa Cruz, uma das fortalezas da triangulação da Ilha de Santa Catarina, a fim de demonstrar como estamos tratando o patrimônio legado pelos Portugueses.

As fortalezas da triangulação da Ilha de Santa Catarina constituem um dos maiores conjuntos de arquitetura militar do Brasil, idealizado pelo português Brigadeiro José da Silva Paes, um dos muitos lusitanos que influenciaram a cultura e desenvolvimento do nosso país. 1.2 PERGUNTA DE PESQUISA

Tendo-se como objeto de estudo de caso uma Fortaleza projetada para ser inexpugnável, tombada desde 1938 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e que, atualmente, prioriza seu uso à visitação turística, indaga-se:

É possível elaborar um roteiro museográfico acessível7 para a Fortaleza de Santa Cruz que atenda à maior diversidade possível de usuários, resguarde suas características patrimoniais e possibilite a transmissão de seu significado?

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Apresentado no 8º Seminário de Cidades Fortificadas, em 26/10/2012, no RJ, com o título Fortificações acessíveis: um levantamento da situação no Brasil. 7

Entende-se por roteiro museográfico acessível o conjunto de caminhos existentes para uma visitação que permita ao usuário entender o significado da fortaleza, conhecer e participar das atividades e usufruir do sítio de forma acessível.

1.3 OBJETIVOS

Para responder aos questionamentos da pesquisa, definiram-se metas relacionadas ao tema, apresentadas a seguir a partir do Objetivo Geral e desmembradas nos Objetivos Específicos.

1.3.1 Objetivo Geral

Definir um roteiro museográfico acessível para a Fortaleza de Santa Cruz, preservando os atributos arquitetônicos que a caracterizam como patrimônio cultural, utilizando soluções empregadas em outros monumentos e sítios históricos.

1.3.2 Objetivos Específicos

A fim de alcançar o objetivo geral exposto anteriormente, propõem-se:

a) conhecer os principais conceitos relacionados às fortificações, patrimônio cultural, turismo, museografia e acessibilidade;

b) inventariar as características patrimoniais e os problemas de acessibilidade espacial existentes na Fortaleza de Santa Cruz; c) investigar soluções arquitetônicas e de tecnologia assistiva8 utilizadas em roteiros museográficos de monumentos e sítios históricos;

d) debater com técnicos do IPHAN e da UFSC a possibilidade de aplicar as soluções investigadas (item c).

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Qualquer produto, instrumento, estratégia, serviço e prática, utilizados por pessoas com deficiência e pessoas idosas, especialmente produzidos ou geralmente disponíveis para prevenir, compensar, aliviar ou neutralizar uma deficiência, incapacidade ou desvantagem e melhorar a autonomia e a qualidade de vida dos indivíduos. (ISO 9999, 2007). Conforme a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde – CIF – (2008), no campo dos fatores ambientais, é definida como qualquer produto, instrumento, equipamento ou tecnologia adaptado ou especialmente concebido para melhorar a funcionalidade de uma pessoa com incapacidade.