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4. CASOS DE ESTUDO

4.1. KØBENHAVNS UNIVERSITET

Localização: Copenhaga - Dinamarca Ano de fundação: 1479

Número de campi: 4

Número de estudantes: 40 000 Número de funcionários: 9 000

(professores incluídos)

É uma das universidades mais antigas do norte da Europa e a maior instituição de educação e investigação da Dinamarca. A universidade situa-se no centro da cidade e integra quatro áreas de campus que se encontram dispersas pela cidade, sendo elas: North Campus (Nørre Campus), City Campus, South Campus (Søndre Campus) e Frederiksberg Campus (figura 43). Cada campus tem faculdades, institutos, departamentos, laboratórios, museus (figura 45), entre outros elementos. As instalações integram desde edifícios históricos e biblioteca em Frue Plads, até ao mundo das plantas do Jardim Botânico (figura 44), laboratórios de alta tecnologia, auditórios e o mais recente edifício com zero emissões de carbono, a Green Lighthouse. A Universidade de Copenhaga está a trabalhar no sentido de se tornar numa das áreas de campus da Europa mais verde, ecológica e amiga do ambiente (Københavns Universitet, 2015).

Figura 42 - Localização de Copenhaga Fonte da autora

Figura 43 - Mapa de localização dos campi de Københavns Universitet

Disponível em: http://introduction.ku.dk/campus/

Figura 44 - Jardim Botânico da Københavns Universitet Disponível em: http://cdnorway.blogspot.pt/2014/11/viking-fishing-village.html

75 PROBLEMAS IDENTIFICADOS

O principal contributo da Universidade de Copenhaga para a sociedade é o alto padrão de educação e investigação que oferece. O conhecimento tornou-se mais competitivo com a aplicação de parâmetros de sustentabilidade, fazendo com que grandes expetativas fossem depositadas nas universidades sendo estas das primeiras instituições a dar o exemplo à comunidade. Este tipo de contributo faz com que a cooperação com a sociedade seja bastante próxima, desde colaborações com instituições culturais até ao setor privado. Por este motivo e ainda por querer um maior destaque no top das melhores universidades da Europa, a Universidade de Copenhaga decidiu criar um plano estratégico, a ser cumprido entre 2007 e 2012, podendo posteriormente, retirar conclusões dos resultados obtidos e perceber qual o rumo certo a dar à instituição.

A ambição de querer mais e melhor para todos os serviços prestados aliada à preocupação ambiental que cada vez mais se faz sentir, levou a instituição a criar um programa estratégico capaz de melhorar o seu desempenho. A finalidade do programa era a de permitir responder a questões como: “quais os desafios globais que a universidade enfrenta? Que objetivos que têm de alcançar? Como colocar esses objetivos em prática?” (Københavns Universitet, 2015).

PROGRAMA ADOTADO

Denominado de Green Campus, o programa desenvolvido e adotado pela instituição tinha na fase inicial o objetivo de implementar a estratégia proposta, tendo a Universidade de Copenhaga (figura 46) enfrentado quatro desafios importantes no que diz respeito às melhorias: a investigação, o programa de estudos, a internacionalização e o alcance académico da instituição. Quando conjugadas, estas quatro estratégias iriam constituir o novo percurso que a instituição deveria operar. Um dos principais objetivos era conseguir tornar a instituição num local atrativo para trabalhar e estudar, tendo um bom desempenho de funcionamento e oferecendo as devidas condições para todos, sendo esta a base essencial para planos estratégicos futuros. Foi também criada uma estratégia faseada para a redução do impacto ambiental, tendo como objetivo a redução de níveis de emissões de CO2 e aumento da eficiência energética (Københavns Universitet, 2015). Figura 46 - South Campus da Københavns Universitet

Disponível em: http://politiken.dk/indland/ECE2517694/koebenhavns-universitet-og-stat- strides-om-822807-kvadratmeter/

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Em 2012 e depois de concluídos os objetivos definidos em 2007 foi decidido criar o plano estratégico Green Campus 2020. Este novo plano é o culminar de uma longa série de resultados favoráveis. A Universidade de Copenhaga tem a noção de que para além da educação e investigação é necessário que estas áreas sejam desenvolvidas com o menor impacto ambiental. A responsabilidade ambiental é uma das principais razões para desenvolver o programa Green Campus, pois para além das melhorias no desempenho ambiental (tanto a nível de edifícios como de espaços exteriores) da instituição, o exemplo transmitido para o público é essencial para se tornar numa instituição de alta qualidade e conseguir despertar a consciência ambiental da sociedade (Københavns Universitet, 2015).

Os principais objetivos do programa passam pela criação de uma universidade mais verde e sustentável, garantindo eficiência energética, redução de emissões de CO2, assegurar a utilização sustentável e eficiente dos recursos e ainda a redução dos níveis de poluição.

Para que estes objetivos sejam cumpridos é necessário que se inicie redução dos consumos de energia e água, produção de resíduos e alteração de transportes bem como uma redução nos impactos que determinadas tarefas de investigação têm (por exemplo,

os resíduos laboratoriais, entre outros). Os funcionários e estudantes terão sempre a oportunidade de ajudar a concretizar o programa estratégico para o campus pois, mais tarde, todos deverão ter a oportunidade de usufruir de uma universidade sustentável (Københavns Universitet, 2015).

MEDIDAS TOMADAS

Os principais objetivos da estratégia são:

- Requalificação de edifícios, instalações, tecnologia e infraestruturas; - Criar uma cultura visível e necessária para a sustentabilidade;

- Transformar o campus num laboratório vivo para obter soluções sustentáveis; - Transformar a instituição num modelo internacional de universidade sustentável.

Para estes quatro objetivos foram estabelecidas áreas específicas de atuação:

Figura 47 - North Campus da Københavns Universitet Disponível em: http://cas.ku.dk/kort_campusomraader/noerre_campus/

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- CO2/Atmosfera: redução em 65% das emissões de CO2 que advêm do consumo energético e dos transportes; redução do aumento das emissões de CO2 dos transportes; redução das emissões de CO2 dos edifícios; mapear e reduzir a pegada ecológica da universidade.

- Energia: 50% de redução no consumo de energia da instituição.

- Recursos: 20% de redução em todos os resíduos; reciclagem de 50% dos resíduos; eficiência dos recursos em operações e construções; 30% de redução do consumo de água.

- Químicos: realização de operações e construções sem causar contaminação ambiental; redução do impacto total da poluição e de químicos no meio ambiente da universidade.

- Organização e Comportamento: eficiência energética e de recursos em todas as decisões e ações; consciencializar a academia de que os comportamentos diários influenciam o rumo à sustentabilidade; alteração de comportamentos ambientais nas atividades que decorrem no campus.

- Campus como um laboratório vivo: desenvolvimento e demonstração de soluções sustentáveis para o futuro; refeições nas cantinas com alimentos produzidos de forma sustentável através de investigação da universidade.

Estes objetivos deverão ser cumpridos através de sete áreas fulcrais, nas quais todas as partes interessadas deverão contribuir:

- Comunicação e visibilidade;

- Construção e manutenção sustentável; - Operações e comportamentos sustentáveis; - Organização e comportamento sustentáveis; - Transportes;

- Green IT;

- Green procurement (Københavns Universitet, 2015).

MELHORIAS CONSEGUIDAS ATÉ À ATUALIDADE

Estabelecido em 2008, o programa Green Campus focou a meta de tornar a Universidade da Copenhaga num campus mais verde e sustentável. Nesse mesmo ano foi adotada a ambiciosa meta de reduzir o consumo energético e as emissões de CO2. Uma das metas a atingir era a redução máxima da quantidade de emissões de CO2 para a atmosfera. Em 2013, estas taxas de emissões foram reduzidas em 28,8%, quando comparadas com os valores de 2006. Já o consumo de energia ficou reduzido a 20,4%.

Os esforços têm sido focados na energia e no CO2, especialmente reflectidos em investimento de projetos técnicos, campanhas para mudança de comportamento e ainda na gestão de eficiência energética e operações. Os resultados têm sido positivos e demonstram um exemplo de como construir um modelo eficiente para a sustentabilidade. Porém, ainda há muito a fazer e para além de se continuar a reduzir os valores acima

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referidos, há ainda novas metas a atingir como, por exemplo, a redução do consumo de água e de resíduos produzidos. Todo este trabalho deverá manter-se até 2020 (Københavns Universitet, 2015).

Figura 48 - Jardim Botânico da Københavns Universitet Disponível em: http://botanik.snm.ku.dk/english/Ombhm/renovation/

Através deste caso de estudo é possível perceber que a Københavns Universitet obteve os objetivos a que se proposeram com sucesso, não só devido à cooperação e trabalho entre todos mas também ao fato de ter sido a própria instituição a criar o seu próprio programa, estando assim cientes do que deveriam fazer. Este ultimo fator demonstra que a equipa envolvida conseguiu identificar quais os problemas e que tipo de rumo dar à instituição,bem como o tipo de fases de trabalho a colocar em prática. Este caso de estudo é assim um exemplo de uma instituição bem coordenada e com consciência do trabalho a fazer sem nunca esquecer a responsabilidade social que requer o envolvimento de toda a comunidade académica.

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