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Lancha de Combate (LC) ou Lancha de Ataque Rápido (LAR) – As

No documento Arte Naval - Fonseca - Vol 1 - 7ª Ed.- 2005 (páginas 143-146)

NAVIOS DE GUERRA

3.14. Lancha de Combate (LC) ou Lancha de Ataque Rápido (LAR) – As

primeiras LC ou LAR que apareceram foram as lanchas torpedeiras. São embar- cações pequenas (20 a 105 toneladas de deslocamento), alta velocidade (40 a 52 nós) e grande mobilidade (fig. 3-31).

a. Comprimento – 20 metros, ou pouco mais.

b. Tripulação – 10 homens, se a patrulha é de águas costeiras, podendo

armamento. As LAR são menores (cerca de 10 m) e são usadas em rios para efetuar ataques surpresa a navios ou buscas nas margens dos rios.

c. Armamento – Metralhadoras

de 12,7 mm e também algumas armas automáticas. Procuram atacar à noite ou em ocasiões de pouca visibilidade. Depois de efetuar seu ataque, tentam escapar em grande velocidade, algu- mas vezes empregando a fumaça para este fim; por vezes são do tipo hidrofoil, e neste caso elas são mais velozes.

3.15. Encouraçados (E)

a. Funções – Até a Segunda Guerra Mundial, o encouraçado era considerado

o navio mais poderoso, reunindo máximo poder ofensivo e defensivo. Em ações da esquadra, ele permanecia na linha de batalha atacando os maiores navios do inimigo com tiros de canhão de grosso calibre, apoiado por cruzadores, porta-aviões e contratorpedeiros.

Os encouraçados têm sido utilizados para bombardeio pesado e contínuo de instalações de terra e portos inimigos, inclusive para apoio de operações anfíbias. Na Segunda Guerra Mundial, eles também faziam parte da escolta dos grandes comboios.

b. Armamento – Até a última guerra, o armamento dos encouraçados

constituía-se de:

(1) uma bateria principal com canhões de 12 a 16 polegadas, geralmente dispostos em torres tríplices e que lançavam projéteis pesando cerca de 1 tonelada a mais de 20 milhas de distância;

(2) uma bateria secundária com canhões de 5 ou 6 polegadas, em número de 15 a 20, dispostos em torres duplas;

(3) bateria antiaérea com armas automáticas de pequeno calibre.

A modernização dos encouraçados que estão sendo recolocados em serviço inclui: substituição de parte de sua bateria secundária e antiaérea por lançadores de mísseis de cruzeiro e antinavio; instalações de novos sensores, sistema de defesa antimíssil, sistema de direção de tiro e equipamentos de guerra eletrônica passiva e ativa; e capacitação para operar três helicópteros de porte médio.

c. Características principais – O encouraçado é, em síntese, uma plataforma

flutuante e móvel de canhões de grosso calibre e longo alcance. É fortemente protegido por couraça e por uma compartimentagem especial e também dispõe de armamento defensivo constituído por numerosos canhões e armas automáticas de menor calibre.

d. Proteção – A couraça constitui a principal proteção contra tiros de canhão.

A espessura da couraça varia nas diferentes partes do casco, devendo a espessura máxima ser aproximadamente igual ao calibre dos canhões dos navios semelhantes de outras nações. Considera-se que a couraça deve resistir à penetração dos projéteis de calibre igual a sua espessura, quando lançados das distâncias usuais de tiro.

A couraça é de maior espessura nas torres e na cinta, onde é mais provável o impacto direto dos projéteis em ângulo favorável à penetração. Nas torres dos canhões e na torre de comando, a espessura pode atingir 18 pol. (457 mm).

A couraça lateral é uma cinta encouraçada de pouco mais de uma altura de coberta, estendendo-se ao longo da parte central do casco, que compreende suas partes vitais, na linha-d’água e um pouco abaixo.

A couraça horizontal protege o casco contra bombas aéreas e tiros de canhão de grande elevação; consta de um convés encouraçado, de 6 a 8 pol. (152 a 205 mm) e um convés protegido, abaixo do primeiro com cerca de 4 pol. (101 mm) de espessura. Os pavimentos acima destas coberturas ajudam a absorver a energia de choque do projétil.

Outras partes do casco, como os compartimentos dos aparelhos de governo, estações de direção de tiro, passagens principais e tubulações colocadas acima da coberta encouraçada são também protegidas por chapas de couraça. O peso da couraça pode atingir 40% do peso total do navio.

A proteção contra explosões submarinas (torpedos, bombas e minas) é realizada por duas ou três anteparas longitudinais, constituindo compartimentos de segurança laterais, chamados cóferdãs ou contraminas. Esses compartimentos são cheios de óleo, de água, ou são conservados vazios. A espessura das chapas dos cóferdãs, o óleo e a água absorvem grande parte do choque e do calor da explosão; os espaços vazios tendem a absorver a compressão dos gases resultantes da explosão, reduzindo seus efeitos antes de ser atingida a antepara interna.

e. Histórico – Os navios de linha nos tempos da vela eram as fragatas,

navios de 3 mastros, armados com 30 a 60 bocas de fogo dispostas em duas cobertas que eram chamadas baterias.

Os primeiros navios encouraçados foram a fragata francesa Gloire e a inglesa Warrior, construídos em 1860. Eram navios a vela e vapor, tendo seus numerosos canhões nas cobertas, que ficavam protegidas pela couraça. Na Gloire, a couraça estendia-se por todo o comprimento do casco, desde o convés até 2 metros abaixo da linha-d’água em plena carga, e tinha uma espessura de 120 milímetros nas obras vivas e 110 milímetros nas obras mortas. A Warrior tinha uma cinta encouraçada estendendo-se por 60 metros na parte central do casco, limitada AV e AR por duas anteparas transversais de couraça.

Na Guerra Civil americana, em 1861, surgiu o Monitor, primeiro navio armado com dois canhões numa torre giratória, sustentando tremenda luta contra o poderoso encouraçado Merrimac dos confederados. A vela fora abolida, e o casco do Monitor era todo de ferro, bastante baixo, com uma borda-livre de 40 centímetros apenas; as únicas estruturas acima da borda eram a torre, uma pequena estação de governo e as chaminés. A disposição da torre sobre o convés permitia a redução do número de canhões, por atirarem eles para os dois bordos.

O calibre dos canhões foi aumentando gradualmente com a espessura das couraças até que, com o surgimento dos primeiros torpedeiros, de 1875 a 1880, houve necessidade de se adotar nos encouraçados uma artilharia de calibre médio e tiro rápido.

Na Guerra Russo-Japonesa (1904-1905), apareceram encouraçados maiores, bem armados, com canhões de grosso, médio e pequeno calibres. Em 1906, a

Inglaterra revolucionou a arquitetura naval com a construção da classe Dreadnought, em que se suprimia a artilharia de médio calibre, aumentava-se o deslocamento para 18.000 toneladas e a velocidade para 21 nós. Logo em seguida, em 1910, o mesmo país sentia a necessidade de restaurar a bateria secundária ao construir para o Brasil os encouraçados Minas Gerais e São Paulo, os maiores navios daquela época, cujo tipo evoluiu nos encouraçados da Segunda Guerra Mundial.

No documento Arte Naval - Fonseca - Vol 1 - 7ª Ed.- 2005 (páginas 143-146)