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Reestruturação produtiva do setor

1.3.1 Levantamento de informações e de bibliografias

Na nossa pesquisa privilegiamos trabalhar com informações ao mesmo tempo quantitativas e qualitativas, muito diferentes entre si, porém complementares, como mostram Minayo e Sanches (1993) e Gumuchian e Marois (2000). Assim, foi fundamental considerar os indicadores quantitativos, que nos deram uma certa precisão dos fenômenos e uma possibilidade de compreendermos sua evolução no tempo e no espaço, como também os indicadores qualitativos, que nos proporcionaram uma melhor noção de como se comportam atualmente os processos em curso. Todas essas informações puderam ser levantadas de diferentes maneiras, seja através de consulta a plataformas de dados divulgados por órgãos oficiais de pesquisa, da realização de entrevistas durante os trabalhos de campo seja por meio de pesquisas realizadas na internet.

Os indicadores quantitativos foram levantados de acordo com o que consta na matriz analítica e organizados primeiramente em planilhas do Excel, e em seguida foram analisados e expostos em cartogramas, tabelas, quadros e gráficos, muitos dos quais incorporados ao corpo do texto da dissertação33. A esses indicadores quantitativos foram agregados os indicadores qualitativos a partir do momento em que eles iam sendo levantados, sobretudo no decorrer dos trabalhos de campo. Esse conjunto de dados e informações contribuiu enormemente para o entendimento dos processos e de seus respectivos subprocessos.

Esses indicadores quantitativos trabalhados foram obtidos em importantes órgãos e instituições de pesquisa, principalmente no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)34, a partir de consulta às bases de dados da Produção Agrícola Municipal (PAM), acessada online através do Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA). Ainda do IBGE consultamos seus Censos Agropecuários de 1985, 1995-1996 e 2006 e o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), obtido diretamente com o próprio órgão. A importância de se trabalhar com os dados do IBGE resultou da necessidade de apresentarmos indicadores nas mais diversas escalas, abrangendo municípios, Estados e regiões de todo o país, o que possibilitou uma importante caracterização da produção nacional de coco.

Além do IBGE, outros órgãos nos forneceram uma gama muito grande de informações, a saber: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), a partir de dados

33 Desse modo, nem todos os indicadores levantados e analisados foram utilizados na redação da dissertação.

Muitos deles serviram apenas para nos indicar uma apresentação do setor do coco e conhecer algumas de suas principais particularidades.

34 O IBGE é o maior e mais importante órgão responsável pelo levantamento e pela divulgação de informações

fornecidos pelo Serviço de Monitoramento da Produção dos Perímetros Irrigados (SMPPI), levantamento esse obtido junto ao próprio órgão; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a partir das informações fornecidas pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) especialmente através do programa online Alice Web; Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), através de consulta aos dados divulgados online pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).

Além desses órgãos, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), através do programa FAOSTAT, também serviu como uma importante fonte de informações. Já diversos outros dados foram obtidos junto à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), através do portal do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortifrutigranjeiro (Prohort); à Central de Abastecimento do Ceará (CEASA-CE), através de consulta às informações da Unidade de Informação de Mercado Agrícola (Unsima); e à Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas (ABIR), através de consulta aos relatórios anuais da entidade.

Após o levantamento e a organização dos indicadores quantitativos partimos para uma primeira análise das informações, dando origem a uma preliminar caracterização do objeto35. A propósito disso, Campenhoudt e Quivy (2013) ressaltam que de nada adianta levantar todo tipo de informações se elas não serão analisadas posteriormente. Os autores acrescentam ainda que todo método de obtenção de dados requer, indispensavelmente, um método de análise desses dados.Sobre a importância de ser realizada essa primeira análise quantitativa, Salvador (2012, p. 101) também destaca que os dados quantitativos devem ser utilizados especialmente [...] no desencadeamento de análises qualitativas da realidade. Essa utilização, geralmente, ocorre em fases iniciais da pesquisa, sendo, desse modo, um “a priori”, devendo ser aprofundada por um processo de observação e análise detalhada do real (pesquisa de campo), o que, muitas vezes, pode colocar em xeque vários dos dados estatísticos coletados.

Com essa caracterização do objeto, realizada a partir da análise dos indicadores quantitativos, fizemos uma primeira aproximação com o objeto estudado, identificando os principais elementos que permitiram traçar um perfil geral, mesmo que não completo, do setor produtivo do coco. Através da análise desses indicadores, muitas das nossas questões previamente levantadas puderam ser respondidas, mas, por outro lado, inúmeras novas questões foram formuladas a partir das inquietações surgidas no decorrer da análise dos dados.

Entretanto, destaca-se que o desenrolar dessa atividade de levantamento e análise dos dados apresentou algumas limitações típicas de pesquisas de cunho mais estatístico, conforme

apontam Campenhoudt e Quivy (2013). Dentre essas limitações destacamos a ausência de dados anteriores a 1990 divulgados pela PAM/IBGE, que impossibilitou ampliar o recorte temporal da pesquisa, além também da divergência de metodologias adotadas pelo IBGE para indicar uma mesma variável36, da mudança de metodologia para obtenção e divulgação de dados de um Censo Agropecuário para outro e da divergência de metodologias adotadas entre IBGE, FAO e DNOCS, fatores esses que tornaram impossível realizar uma comparação entre as variáveis indicadas segundo diferentes fontes e órgãos.

Uma outra atividade também fundamental para a aquisição de informações, qualitativas e/ou quantitativas, foi a organização de uma hemeroteca agregando várias reportagens jornalísticas obtidas em sites de jornais, revistas, portais de notícias, blogs, órgãos públicos etc. Essa atividade consistiu, basicamente, em organizar um acervo de reportagens divulgadas pela mídia, contendo informações relevantes para o desenvolvimento da pesquisa, de modo a possibilitar uma atualização cotidiana acerca dos principais acontecimentos que nacionalmente se davam no setor do coco.

Nossa busca de matérias jornalísticas para a construção da hemeroteca se concentrou especialmente no site de notícias Google News, onde acompanhamos diariamente todo o conjunto de notícias que foram divulgadas na internet acerca da produção, do mercado e do consumo de coco no país37. Além desse site, nossa busca também se deu com mais intensidade nos sites dos dois maiores jornais de circulação diária do Estado do Ceará – o Diário do Nordeste e O Povo, que periodicamente publicam matérias sobre a produção cearense de coco –, assim como nos sites de importantes revistas vinculadas em nível nacional, a exemplo da Globo Rural e da Dinheiro Rural, de jornais como o Valor Econômico e de portais de notícias relacionadas ao setor agrícola, como o Portal do Agronegócio e o UOL Economia.

Desse levantamento de notícias organizamos um acervo jornalístico, que contém um pouco mais de 200 reportagens sobre o setor do coco no país. Todas essas matérias levantadas foram lidas e fichadas, e nelas encontramos diversas informações essenciais para compreender a organização do circuito espacial da produção do fruto, bem como de seus círculos de cooperação. A organização dessa hemeroteca foi importante para conseguirmos informações que seriam difíceis de serem obtidas em campo, especialmente sobre as empresas agrícolas e

36 Por exemplo, a variável “produção de coco”, para um mesmo município e durante um mesmo ano, apresenta

informações distintas se analisarmos os dados divulgados pela PAM, LSPA e Censo Agropecuário, apesar de todas serem bases de dados alimentadas pelo IBGE.

37 Através de um recurso conhecido como Google Alerta, via Google News, diariamente recebíamos

automaticamente em nosso e-mail o conjunto de reportagens publicadas referentes ao setor do coco. Dessa maneira, a organização da hemeroteca foi uma atividade que perdurou durante toda a realização da pesquisa.

agroindustriais, como também foi relevante para identificar os principais agentes que integram o setor do coco, tanto no Brasil quanto no Ceará.

Além do levantamento e da análise dos indicadores e da organização da hemeroteca, foram indispensáveis a realização de um levantamento de textos científicos/acadêmicos e a construção de um banco bibliográfico, atividades essas pensadas visando melhor organizar as obras que foram fundamentais para o suporte teórico, e por vezes também empírico, da nossa pesquisa. No decorrer da busca bibliográfica levantamos livros, teses, dissertações, monografias, artigos, relatórios e periódicos científicos que tratavam de assuntos pertinentes ao nosso estudo38. Durante o levantamento bibliográfico utilizamos palavras-chave, além de conceitos e categorias de análise, para facilitar e orientar a busca pelas obras.

Esse levantamento bibliográfico foi realizado em dois diferentes momentos. No primeiro momento, realizamos uma extensa busca de material bibliográfico na internet, que se concentrou basicamente nos seguintes sites: Google Scholar39; periódicos da CAPES (nas áreas de Geografia, Economia, Sociologia e Agronomia); portal Domínio Público; currículos Lattes dos pesquisadores que trabalham com temas próximos ao nosso; diretórios de grupos de pesquisa do CNPq; banco de teses e dissertações de diversas universidades brasileiras, especialmente da USP, UNICAMP, UNESP e UFRJ; principais programas de pós-graduação em Geografia de todo o Brasil; programas de pós-graduação em História, Sociologia, Economia e Agronomia existentes no Ceará; portais das unidades da Embrapa; portais de revistas francesas Revues, Persée e Cairn; portal Theses.fr.

Em outro momento, visando complementar o levantamento, realizamos uma busca bibliográfica nas principais bibliotecas da cidade de Fortaleza, tais como a biblioteca da Universidade Estadual do Ceará (UECE), da Universidade Federal do Ceará (UFC), do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), do IBGE, do DNOCS e da Embrapa Agroindústria Tropical. Além dessas, foi realizado um levantamento bibliográfico em algumas importantes bibliotecas de Paris, tais como a biblioteca do Institut de Géographie, da Université Paris 1 Panthéon- Sorbonne (Centre Pierre Mendes France), da Université Paris 8 Saint-Denis, do Institut des Hautes Études de l’Amérique Latine e do AgroParisTech. Foi ainda realizada uma busca nas bibliotecas municipais de Paraipaba e de Itapipoca, no Ceará.

38 A maioria dos textos levantados é de autoria de pesquisadores brasileiros, havendo ainda alguns outros de autoria

de pesquisadores francófonos. Além disso, nossa busca bibliográfica privilegiou trabalhos especialmente de geógrafos, mas também de sociólogos, economistas e agrônomos, entre outros.

39 Através do Google Alerta, via Google Acadêmico, diariamente recebíamos automaticamente em nosso e-mail

todas as publicações relacionadas ao setor do coco. Dessa maneira, assim como a hemeroteca, o levantamento de parte da bibliografia foi uma atividade que perdurou durante toda a realização da pesquisa.

De posse de todos os textos que compõem o nosso banco bibliográfico, partimos para a análise prévia do material e a escolha das obras cuja leitura fosse indispensável. Para cada obra lida e fichada foi montada uma planilha (as fichas de leitura), na qual registramos as principais palavras-chave e as principais ideias lançadas pelos autores, com o objetivo de facilitar a consulta de tais obras em momentos posteriores. A grande maioria das obras lidas diz respeito à teoria e método em Geografia, à configuração econômica mundial e brasileira, à reestruturação produtiva da agricultura e ao circuito espacial da produção de coco.

Destacamos que uma das principais dificuldades encontradas durante a busca bibliográfica foi a relativa escassez de obras acerca do contexto produtivo do coco no Brasil e no Ceará, com exceção dos textos publicados pela Embrapa, em sua maioria de cunho basicamente agronômico. Desse modo, o conhecimento acerca da produção cearense de coco, por exemplo, só foi possível a partir da análise dos indicadores, da organização da hemeroteca e da realização de entrevistas durante os trabalhos de campo, apresentados na sequência. 1.3.2 Trabalhos de campo e realização de entrevistas

Uma outra atividade fundamental para o pleno desenvolvimento da pesquisa, além das já apresentadas, foi a realização dos trabalhos de campo e, consequentemente, das entrevistas com os diferentes agentes direta/indiretamente inseridos no setor produtivo do coco. Através do campo, nossas perspectivas acerca da pesquisa puderam ser bastante ampliadas, já que passamos a ter um contanto consideravelmente maior, e por vezes diário, com nosso objeto de estudo, especialmente após adentrar nos “espaços de produção de coco” e observar todas suas nuances e particularidades. Assim, destaca-se que a realização dos trabalhos de campo foi uma atividade de grande importância, já que através deles foi possível levantar o restante das informações necessárias para a análise dos processos, especialmente a partir da observação in

loco das atividades relacionadas ao circuito espacial produtivo do coco.

Foi durante o trabalho de campo que nossa percepção enquanto geógrafo esteve mais apurada, uma vez que é em campo onde percebemos como se dá a realidade empírica e em que medida o referencial teórico adotado é o mais apropriado, como indica Lacoste (2006). Além disso, para Claval (2013, p. 08), “o campo não serve somente para autenticar as informações mobilizadas pelos geógrafos; ele permite apreender os elementos que escapam ao viajante comum, […] que escapam aos outros”. Em vista disso, a intenção do trabalho de campo foi justamente ir além de meras observações descompromissadas com a realidade que se apresentava diante de nossos olhos e partir para uma análise mais aprofundada dessa realidade.

Claval (2013) destaca também que durante o trabalho de campo uma simples observação não é suficiente para explicar a realidade socioespacial, haja vista que o pesquisador, especialmente aquele que estuda o contexto rural, deve, além de uma série de outras coisas,

[...] interagir com as pessoas, visitar os estabelecimentos agrícolas, inventariar os equipamentos agrícolas e seus usos, conhecer o mercado de trabalho e seus ritmos, investigar a utilização de todas as partes de uma fazenda; ele deve se interessar às pequenas empresas industriais que impulsionam alguns espaços rurais [...] (CLAVAL, 2013, p. 10).

Partindo dessa compreensão, e conhecendo a importância da realização dessa atividade para o enriquecimento da pesquisa geográfica, até mesmo para validá-la e buscar outras formas de entendimento da realidade, realizamos nossos trabalhos de campo visando prosseguir na análise dos processos os quais estamos considerando. Esses trabalhos de campo se deram entre fevereiro e maio de 2014. Dentre todos os municípios produtores de coco no Ceará, nossas atividades se concentraram em Paraipaba, Trairi, Itarema, Itapipoca, Acaraú e Amontada, localizados no litoral oeste cearense (imagem 01) e, de longe, os mais representativos no que tange à reestruturação produtiva em curso.

Após realização de levantamentos e pesquisas a priori40, percebemos que o conjunto desses seis municípios formam a principal região contínua de cultivo de coco do Estado do Ceará, abrigando não apenas inúmeros estabelecimentos produtores do fruto, como também uma série de empresas agroindustriais, de pesquisa agrícola e extensão rural associadas ao setor, diversos estabelecimentos de compra e venda de coco, entre outras instâncias produtivas que agem dinamizando o circuito espacial produtivo do fruto em tal região. Além desses municípios, importantes atividades foram realizadas na cidade de Fortaleza, onde localizam-se determinadas instituições públicas e privadas que atuam direta/indiretamente na regulação do setor do coco, assim como as sedes de algumas empresas.

Durante os quatro meses de trabalho de campo realizamos visitas técnicas e entrevistas em diversos locais, como, por exemplo: fazendas, sítios e lotes agrícolas produtores de coco; empresas agrícolas e agroindustriais de coco; secretarias de agricultura e sindicatos de trabalhadores rurais; empresas de pesquisa agropecuária e de extensão rural; associações comunitárias e cooperativas; assentamentos rurais e perímetros irrigados; pontos de revenda, distribuição e armazenamento de coco; mercados públicos; pontos comerciais de revenda de insumos; órgãos públicos federais, estaduais e municipais.

40 A exemplo de nossa monografia, onde analisamos de forma detalhada a organização do circuito espacial

Imagem 01 – Localização dos municípios nos quais realizamos os trabalhos de campo.

Cabe destacar que já tínhamos um importante conhecimento acerca da região em análise em virtude da consecução de nossa pesquisa de monografia. Os trabalhos de campo realizados nesse período ocorreram entre agosto de 2011 e abril de 2012, com diversas idas e vindas a campo nos mesmos municípios considerados para a pesquisa do mestrado. Nesses primeiros trabalhos de campo foram realizadas 75 entrevistas41 e visitadas aproximadamente 70 unidades produtivas relacionadas ao setor do coco, assim como órgãos públicos e instituições. Inúmeras foram as vezes que tivemos que recorrer às informações obtidas entre 2011/2012 para aprofundar a compreensão dos processos aqui analisados.

Durante nossos trabalhos de campo realizados em 2014, o principal método de obtenção de dados foi a realização de entrevistas semiestruturadas, que nos permitiu retirar dos nossos interlocutores informações muito ricas e bastante contextualizadas, com um elevado grau de profundidade. Nesse método de entrevista estava em nossas mãos uma série de questões-guias, relativamente abertas, que nos davam a possibilidade de ir dialogando com o entrevistado. Realizamos previamente um total de 15 diferentes modelos de entrevistas, utilizados de acordo com o agente que estávamos entrevistando. A título de informação, no apêndice 02 consta o modelo da entrevista realizada com os produtores de coco.

No decorrer desse processo foi importante deixar o entrevistado falar abertamente, usando as palavras que desejava e na ordem que lhe era conveniente, conforme sugerem Campenhoudt e Quivy (2013), e fazíamos apenas um esforço para direcionar a entrevista. Através desse recurso, as informações obtidas foram muito além das esperadas, uma vez que nossas intervenções iam no sentido de instigar o entrevistado a falar e a refletir sobre suas próprias práticas e sobre a configuração do setor do coco de uma maneira mais ampla. Todos os depoimentos foram previamente analisados e as principais informações repassadas estão incorporadas ao corpo do texto da dissertação, de maneira indireta e/ou por vezes através da transcrição direta da fala.

Durante os quatro meses de trabalho de campo, de fevereiro a maio, realizamos um total de 128 entrevistas42 com os mais diversos agentes, desde pequenos produtores familiares a grandes empresários inseridos no setor do agronegócio, passando por secretários de agricultura, diretores de agroindústrias, empresas rurais, de pesquisa agrícola e de extensão rural, presidentes de sindicatos rurais, atravessadores, trabalhadores rurais, revendedores de insumos, pesquisadores, gestores públicos, atacadistas, políticos, líderes comunitários, entre outros.

41 No retorno a campo em 2014, pudemos rever algumas das mesmas pessoas entrevistadas anteriormente e lhes

perguntar o que mudou nesse período de pouco mais de três anos, no intuito de perceber a evolução da geografia do coco e a participação dos agentes envolvidos.

42 Se somarmos essas 128 entrevistas com as 75 do período da monografia, temos um total de 203 entrevistas

Abaixo consta um quadro com a discriminação das 128 entrevistas de acordo com os diferentes agentes entrevistados, subdivididos em produtores de coco, intermediários, representantes de empresas, representantes de órgãos e instituições e outros. Somente em Paraipaba realizamos um total de 58 entrevistas43, além de 10 em Itapipoca, 12 em Itarema, 11 em Amontada, 14 em Trairi, 14 em Acaraú e 8 em Fortaleza44.

Quadro 01 – Discriminação dos agentes entrevistados durante os trabalhos de campo.

Agentes entrevistas Total de

Produtores de coco 66 Intermediários 18 Representantes de empresas 20 Representantes de órgãos e instituições 20

Outros 4

Organização: Cavalcante, 2014.

O processo de seleção dos produtores entrevistados, de longe o maior número de agentes que colaboraram com a pesquisa, foi dividido em dois momentos distintos. No início, em cada município, tais produtores eram escolhidos ao acaso; apenas chegávamos a eles e perguntávamos se poderiam participar da pesquisa, não fazendo distinção alguma entre os mesmos. No entanto, no decorrer das entrevistas percebemos que as respostas se repetiam em demasiado, razão pela qual começamos a selecionar mais rigorosamente os entrevistados. Essa seleção foi feita tomando como base uma amostragem que contemplasse as mais diversas