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O Design da Informação, além de ser um campo de atuação, é uma área de pesquisa voltada ao desenvolvimento de projetos com ênfase na disseminação da informação em produtos e serviços.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Design da Informação – SBDI:

¹Conceito de Design da Informação. Disponível em: www.sbdi.org.br

Design da informação é uma área do design gráfico que objetiva equacionar os aspectos sintáticos, semânticos e pragmáticos que envolvem os sistemas de informação através da contextualização, planejamento, produção e interface gráfica da informação junto ao seu público alvo. Tem como princípio básico otimizar o processo de aquisição da informação efetivado nos sistemas de comunicação analógicos e digitais.¹

Há ainda outros conceitos que fornecem maior abrangência sobre design da informação e sua ligação com outras áreas. Knemeyer (2003

apud SHIRAIWA, LIMA, TRISKA,

2009) afirma que o design da informação é um ponto que está entre os estudos da linguagem, arte, estética, informação, comunicação, comportamento e cognição, administração e direito, e tecnologias de produção de mídias. Mijksenaar (1997) identifica ainda o design da informação como uma disciplina transversal na medida em que dialoga com a fotografia, a ilustração, a cartografia, o design gráfico, o design industrial, a arquitetura e a psicologia experimental, colaborando com a criação de ferramentas que possibilitem a tomada de decisões dentro destas áreas.

Horn (1999, p.15), afirma que “o Design da Informação é a arte e a ciência de preparar a informação, possibilitando seu uso pelo homem de maneira eficiente e eficaz.” Seus principais objetivos são: Desenvolver documentos de compreensão precisa e rápida e também que sejam de fácil tradução para uma ação efetiva; Projetar interações com equipamentos de forma fácil, natural e mais prazerosa possível. Isso envolve solucionar problemas no design de interface homem-computador; Possibilitar que as pessoas encontrem caminhos em espaços tridimensionais com facilidade e conforto, seja no plano material ou virtual.

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Petterson (2007) destaca que um material bem projetado deve facilitar o cotidiano das pessoas e remeter boa credibilidade aos remetentes ou fontes. “A fim de satisfazer as necessidades dos receptores da informação, deve-se compreender a análise, o planejamento, a

apresentação e a compreensão de uma mensagem, que contêm linguagem e forma. Independente do meio escolhido, um material de informação bem concebido irá satisfazer estética,

econômica e ergonomicamente.” (PETTERSON, 1998)

O Design da informação é

caracterizado por ser uma atividade interdisciplinar com o objetivo de planejar a comunicação, para facilitar e auxiliar a acessibilidade e a compreensão de um projeto. O profissional que trabalha com design da informação é o facilitador do processo de disseminação de dados, cuja função é fazer Ao projetar, devem ser

considerados dois pontos: a eficácia e a eficiência da informação, que pode ser reproduzida de diferentes modos desde materiais impressos aos digitais.

uma produção gráfica a partir da representação mental, que um sujeito transmite verbalmente sobre determinado objeto, conceito ou problema (SHIRAIWA et al., 2009). Deve-se levar em conta a satisfação do usuário e a eficácia e eficiência

da informação, que pode ser reproduzida de diferentes modos, além dos tradicionais meios de comunicação - panfletos, outdoors, cartazes, tv, internet; também os novos meios, como o cinético - jogos que captam o movimento do usuário; e o tátil - smartphones e tablets.

Modelo de Design da Informação. Adaptado de (Petterson, 2002: 19).

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Informação como área do

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Design

A partir da leitura dos relatos e definições citados, fica perceptível que o design da informação é uma área que precisa ser parte fundamental na formação do designer. Atualmente, é comum encontrar designers gráficos especialistas em design da informação.

O estudo da informação como área do design ganhou importância em meados da década de setenta, com a criação na Áustria da entidade IIID -

International Institute for Information Design, e a publicação de produções

como o Design Information Journal

e o Glyphs. No Brasil, a fundação da SBDI – Sociedade Brasileira de Design da Informação, em 2002, reuniu pesquisadores, docentes e profissionais da área de design que atuam em sistemas de informação e comunicação analógicos e digitais, e na gestão e produção da informação. A sociedade surgiu com o intuito de otimizar processos de aquisição e gerenciamento da informação visual. Em 2003, foi realizado na cidade de Recife, Pernambuco, o primeiro Congresso Internacional de Design da

Informação na América Latina. A área cresceu muito ao longo da primeira década de existência da SBDI.

“Boas ideias já não são o suficiente para uma venda. A necessidade por uma boa apresentação, que faça o público-alvo ‘comprar’ a ideia, é cada vez maior” Lucas Vogelmann, designer e proprietário da agência Multiverso

Internacionalmente, o design de informação já é consolidado, principalmente devido à grande demanda por branding. Com o crescimento e desenvolvimento de empresas, novas estratégias de mercado e posicionamento de marca precisam ser constantemente desenvolvidas. Logotipo, sinalização, web, impressos, aplicações – a necessidade de um designer da informação nesse meio é inevitável, afinal, é necessário que o conceito da empresa e informações relacionadas aos seus produtos e serviços sejam transmitidos ao seu público de maneira a valorizar a eficácia e eficiência das informações.

De maneira semelhante no Brasil, a demanda por infográficos, relatórios anuais de empresas entre outros projetos gráficos, têm contribuído para consolidação da profissão. De acordo com Lucas Vogelmann, designer e proprietário da agência Multiverso, a área de atuação em informação no design é ampla, devido ao número de empresas que vêm recorrendo aos serviços de interface para transmitir informações extensas. “Boas ideias já não são o suficiente para uma venda. A necessidade por uma boa apresentação, que faça o público-alvo ‘comprar’ a ideia, é cada vez maior”, afirma o designer.

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196 Projetos que utilizam Design da Informação 197

A seguir veremos alguns projetos com ênfase no design da informação. No Brasil, o design da informação está muito presente em infográficos para revistas. Algumas edições da Superinteressante possuem bons exemplos de aplicação deste tipo de projeto.

No período das olimpíadas em 2012, a revista preparou um infográfico falando a respeito de como estão distribuídos globalmente alguns dos maiores vencedores olímpicos de todos os tempos. Infográfico: Alexandre Verginassi, Jorge Oliveira, Cristine Kist e FelipeTurcheti. Edição: SUPER 306, julho 2012. A versão completa do infográfico pode ser encontrada no site: http://goo.gl/BskEe

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O quantitativo de imigrantes no Brasil aumentou consideravelmente nos dois últimos séculos. No mês de março de 2012, a edição da revista Super Interessante apresentou um infográfico contando um pouco dessa história, que possui uma versão online interativa e também um mini documentário sobre o tema, onde pode ser acessado através do link: http://goo.gl/ebWCE Esses e outros exemplos de

infográficos da Revista Super Interessante podem ser conferidos no link: http://goo.gl/ nM766.

Infográfico: Karin Hueck, Rafael Quick, Itamar Cardin, Fabricio Lopes e Diogo Blanco. Edição: SUPER 306, julho 2012. A versão completa do infográfico

pode ser encontrada no link: http://goo.gl/WijP4a.

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Na edição de fevereiro de 2012, a Super Interessante trouxe para seus leitores um infográfico que trata a respeito da água. O infográfico abordou de forma inteligente o tema, trazendo, por exemplo,

Infográfico: André Bernardo, Karin Hueck, e Jorge Oliveira. Edição: SUPER 301,

fevereiro 2012. A versão completa do infográfico pode ser encontrada no site: http://goo.

gl/8qrXy. dados do quantitativo de água

gasto no mundo durante um dia, a quantidade de água necessária para produzir um computador, o consumo de água por habitante por dia no Brasil, entre outros dados.

COUTO, R.M. de S. Escritos sobre o ensino de design no Brasil. Rio de Janeiro: Rio Books, 2008.

COUTO, R.M. de S. Fragmentação do conhecimento ou interdisciplinaridade: ainda um dilema contemporâneo? Revistafaac, Bauru, v. 1, n. 1, p. 11-19, 2011. HORN, R. E. Information Design: Emergence of a New Profession. In:

Jacobson, R. (Ed). Information design. Cambridge: MIT Press, 1999.

HORN, R. E. Visual Languages: a global language for 21st century. Bainbridge Island: WA, 1998.

MIJKSENAAR, P. Visual Function: An Introduction to Information Design. 010 Publishers, 1997.

PETTERSSON, Rune. Research in Information Design. 3rd information design international conference. Curitiba, 2007.

PETTERSSON, Rune. Information Design. Västerås: Mälardalens Högskola Research & Reports. Opuscula Nr 36, 1998.

SHIRAIWA, J.; LIMA, M.; TRISKA, R. A semiótica e o design da informação: Uma reflexão. In C. Spinillo, P. Bendito, & S. Padovani (Eds.), Selected Readings on Information Design: communication, technology, history and education. (pp. 111- 123). Curitiba: Sociedade Brasileira de Design da informação, 2009. SHIRAIWA J., LIMA M. V. M, TRISKA R. A semiótica e o Design da Informação: uma reflexão. Selections Readings on Information Design. Chapter 09, 2009.

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