• Nenhum resultado encontrado

Grande parte da literatura no tocante à liderança representa uma tentativa de procurar estudar o papel do líder como um ser dotado de características peculiares. O líder ocupa uma posição de status em relação a outros indivíduos que não estão claramente relacionados ao seu papel.

Robbins (2002, p. 371) faz uma análise sobre as diferentes definições de liderança e constata uma aproximação comum a todas as definições – o sentido de compartilhamento de propósito. Conforme explica este pesquisador citado, há um certo acordo consensual no sentido da noção de que “os líderes são indivíduos que,

por suas ações, facilitam o movimento de um grupo de pessoas rumo a uma meta comum ou compartilhada”.

subjetivo de influenciar determinados grupos de indivíduos numa organização. Portanto, a liderança pode ser compreendida como um processo cognitivo individual na medida em que o papel do líder é exercido com base na sua capacidade mental de agregar valor a sua capacidade de integração social.

Zalesnik e Vries (1981) enfatizam que o indivíduo que assume a liderança num determinado setor da organização leva para o local de trabalho uma orientação para o poder, que é construída, em parte, sobre uma fantasia proveniente do passado e em parte sobre uma avaliação objetiva das situações e realidades. Quando se misturam elementos da fantasia e da realidade, o que acontece freqüentemente, é difícil distinguir as forças que atuam sobre os líderes

De acordo com Cooper e Sawaf (1997, p. 101), “os líderes que conseguem

inspirar e motivar outras pessoas são indivíduos verdadeiros”, aqueles que têm um

bom intelecto, naturalmente, mas sempre com um grande coração. Ninguém espera que um líder seja perfeito, mas deseja que ele seja apenas verdadeiro e honesto.

Este é o caso de homens e mulheres notáveis que têm a coragem de procurar assumir aquilo que são verdadeiramente, de mostrar-se tal como são. Assumir a si mesmos consiste em assumir os erros cometidos, falar claramente sobre os sonhos que acalentam, mostrar aquilo que mais lhes interessa e entusiasma na evolução de sua vida profissional e pessoal. Este é o verdadeiro sentido da liderança compartilhada. Aqui não se trata da coesão, mas sim da influência sem pressão.

Talvez este seja o principal alicerce que conduz a um estilo de liderança verdadeiro e sincero. É por meio do processo cognitivo da liderança que vai surgindo uma ligação de confiança entre os membros de determinadas equipes, podendo ser percebida tanto pelos colaboradores da organização como também fora dela (e.g. clientes, fornecedores e concorrentes).

Para Angeloni e colaboradores (2002, p. 54), as organizações atuais desejam implantar uma nova filosofia que inspire confiança nos seus colaboradores, a fim de desenvolver a autoconfiança das pessoas, “exercendo continuamente o pensamento

estratégico, desenvolvendo uma visão sistêmica para que possa construir e compartilhar uma visão de futuro”. A união entre líder e liderados estaria, portanto,

consolidada pelo sentido de compartilhamento de objetivos e de confiança na nobreza dos propósitos.

mas como função orgânica. A distribuição da função de liderança no contexto atual não está mais concentrada num pequeno grupo de dirigentes, nem num único indivíduo, mas na formação de equipes auto-dirigidas, que levam o caráter de comunidades de práticas.

Conforme Mclagan e Nel (2000, p. 103), a lembrança do passado traz os anos de “autoritarismo como tendências ocultas de alienação, raiva e desconfiança”. No passado existiam conspirações e controles autoritários declarados, mesmo que para o ambiente exterior mantivessem estas forças em segredo. No entanto, cabe destacar que as tentativas de migrar para modo mais participativo freqüentemente anunciam as pressões próprias a cada ambiente, antes que habilidades, valores e mecanismos de participação fixem suas raízes no novo contexto.

Percebe-se que a liderança conservadora a cada dia perde mais força, dando espaço a uma liderança mais informal, onde os indivíduos que são indicados ou eleitos para dirigir determinado grupo buscam ter uma visão global, sem determinismos ou regras de distanciamentos. O novo cenário em que nasce o conceito de liderança está preocupado com a sobrevivência da organização em longo prazo, bem como com os colaboradores no dia a dia, incentivando cada colaborador a ser também um líder naquele trabalho em que ele é responsável.

Acredita-se que, no futuro, a liderança não seja mais uma posição situada apenas no topo da pirâmide organizacional. O conceito de liderança deverá ser compreendido como um processo cognitivo individual, cuja função é o trabalho de equipes conscientes, voltadas para a solução de problemas conjuntos e decisões sociais. Quando isto se evidenciar, tornar-se-á a expressão viva da crença de que cada indivíduo tem uma contribuição única a oferecer em alguma área ou tarefa em que seja melhor do que qualquer outra pessoa.

Dessa forma, acredita-se que qualquer indivíduo é capaz de liderar no ambiente organizacional a partir do domínio que ele tem na sua área de atuação. Cada indivíduo possui um processo cognitivo específico, tendo o conhecimento devido para determinada tarefa que desempenha.

É necessário que o indivíduo que possui o perfil de líder tenha uma visão extensa dos aspectos econômicos e sociais e esteja preparado para interagir, monitorar e influir no clima organizacional. Além desta visão holística, o líder precisa ter conhecimento de si mesmo, procurando compreender grande parte de seus

processos emocionais e cognitivos para estabelecer uma relação saudável e proveitosa com seus liderados (Angeloni et al, 2002).

No entanto, se observa que a liderança é algo que está ao alcance de todos os membros da organização, desde que eles externalizem estas características no meio em que estão inseridos. As características que demonstram a capacidade de liderança do indivíduo se apresentam por meio da resolução de problemas, no desenvolvimento de um produto, no contato com o cliente ou até mesmo como mediador, nas divergências dos companheiros de equipe.

As pessoas comuns podem e devem realizar atos de liderança no novo modelo de organização. As organizações de sucesso, no futuro, criarão alianças entre lideranças, ou seja, nos ambientes em que pessoas de todos os níveis executam uma ação inovadora, criativa e corajosa, objetivando o cumprimento de objetivos comuns.

À medida que determinado indivíduo toma a iniciativa de ajudar sua equipe no cumprimento de metas, na busca de soluções, na resolução de conflitos entre os companheiros, na avaliação de seu desempenho como profissional e como ser humano, este indivíduo está se conduzindo ao perfil do líder contemporâneo. É por meio destas características de liderança que os indivíduos conduzem e motivam os demais membros da equipe a produzir, criar e expandir os negócios da organização, contribuindo para o crescimento de todos.

Não se pode conceber, de modo algum, um indivíduo com o perfil de liderança ou profissional bem-sucedido sem uma compreensão clara da diversificada rede de relações que o cerca. Isso significa conhecer os talentos únicos e as verdadeiras preocupações de todas as pessoas envolvidas. Cabe destacar que é de vital importância para este indivíduo procurar compreender os anseios e as expectativas de cada membro da sua equipe para que seja trazido à tona o potencial que cada um poderá oferecer no tocante ao enriquecimento das tarefas.

Robbins (2002) apresenta o “modelo de liderança do caminho-objetivo”, como sendo uma importante abordagem situacional, onde a função do líder é ajudar seus companheiros de grupo a alcançarem os objetivos da equipe em direção à organização. O termo caminho-objetivo é derivado da convicção de que os líderes eficazes apontam um norte para ajudar seus colegas de trabalho a saírem de onde estão, passarem pela realização dos objetivos das tarefas e executarem a viagem ao

longo do caminho mais fácil, mediante a eliminação de obstáculos no percurso. Conforme Kotter (1990), é necessário que seja concentrado um foco maior no desenvolvimento da liderança nas organizações. Os indivíduos que hoje exercem cargos de liderança também estão demasiadamente preocupados em cumprir prazos e orçamentos.

É preciso procurar entender o sentido da liderança como uma habilidade para inspirar os indivíduos a lidar com a mudança, procurando sempre inovar naquilo em que colaboradores com este perfil vislumbrem algo que ainda não foi percebido por outras pessoas, elevando o seu potencial humano. Neste sentido, Robbins (2002) elenca algumas características de liderança que influenciam no desempenho e na satisfação dos colaboradores:

- a liderança orientada para tarefas – resulta em maior satisfação do colaborador quando as tarefas são ambíguas do que quando são altamente estruturadas e bem definidas;

- a liderança orientada para indivíduos – resulta em alto desempenho e satisfação do colaborador quando os subordinados estão executando tarefas estruturadas;

A liderança orientada para tarefas tende a ser percebida como redundante entre subordinados com grande autopercepção de suas habilidades ou com considerável experiência. Quanto mais evidentes e estruturadas as relações de autoridade formal, mais os líderes deveriam exibir comportamento orientado para pessoas, e atenuar o comportamento orientado para as tarefas.

A liderança orientada para os indivíduos resultará em maior satisfação do colaborador quando houver conflitos significativos dentro de um grupo de trabalho. Os subordinados com sede externa de controle ficarão mais satisfeitos com um estilo diretivo.

Percebe-se que, ao adotar estas características no tocante à liderança, os colaboradores são influenciados a executarem suas tarefas de forma mais harmoniosa e cooperativa. Desta cooperação consciente surge a socialização como uma necessidade dentro do alcance de objetivos desejados.