CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
4.4 Limitações e sugestões para estudos futuros
Na construção teórica desta tese, limitamo-nos a abordar o sistema de marketing de saúde privado, sem consideramos o sistema de saúde público, que também pode ser verificado pela ótica dos fenômenos da medicalização e da farmaceuticalização. Ainda, não foram observadas problemáticas relacionadas a oferta e acesso a bens e serviços médicos, tendo em vista que delimitamos o escopo da tese para os desequilíbrios decorrentes dos processos de troca incentivados por esses fenômenos em especial. Uma vez que intencionamos caracterizar o sistema de marketing de saúde em principais agentes, ações e fluxos e saídas, é possível que não tenhamos dimensionado cada relação na sua complexidade.
Ao propormos a atuação de um grupo da sociedade civil como alternativa de equilíbrio do sistema de marketing de saúde encontramos uma limitação ao nos fundamentamos no Despatologiza, que, apesar de pertinente à temática da tese, pois trata de questões medicalizantes, é ainda um grupo novo e não possui uma estruturação gerencial bem definida. Como organizações com esse tipo de causa são ainda incomuns, a pesquisa sofreu a limitação de não se basear em mais de um grupo da sociedade civil, apenas no Despatologiza.
Sobre os profissionais médicos, ressaltamos que a falta de conhecimentos da maioria dos entrevistados sobre organizações sociais pode ser considerada uma limitação, posto que suas opiniões encontram respaldo mais nas suas pressuposições pessoais, com base em suas atividades médicas, do que nas ações desse tipo de organização. Ademais, precisamos considerar que esses médicos atuam em uma localização geográfica em que é parece ser menos evidente o trabalho de organizações sociais no contexto de saúde, embora haja várias. A quantidade de médicos que foram entrevistados foi pequena, o que, embora esteja pertinente com a abordagem de pesquisa utilizada, restringe o alcance dos resultados.
Entendemos que a pesquisa empírica se ateve à visão dos profissionais médicos sem que fosse analisada a visão de outros stakeholders sobre organizações sociais como o Despatologiza. Nesse sentido, sugerimos que novas investigações alcancem a percepção de consumidores sobre os fenômenos da medicalização e da farmaceuticalização a fim de entender como organizações sociais podem contribuir para melhor educar esse agente acerca de riscos e benefícios decorrentes dos processos de troca motivados por esses fenômenos.
Ao caracterizarmos o sistema de marketing de saúde, pela sua abrangência, foi necessário que sintetizássemos a atuação de cada stakeholders, bem como suas relações. Com isso, é possível que novos estudos possam abordar de maneira mais detalhada exclusivamente o papel de cada um desses agentes no incentivo e contenção de desequilíbrios decorrentes dos fenômenos de medicalização e farmaceuticalização, como é o caso da indústria farmacêutica. Desse modo, recomendamos que novos estudos possam abordar essa perspectiva.
Acreditamos, ainda, que estudos no escopo do comportamento do consumidor podem avaliar as motivações dos consumidores em alinhamento com os fenômenos de medicalização e farmaceuticalização. Igualmente, podemos indicar que sejam elaboradas pesquisas que estudem essas temáticas no entendimento do marketing social, com vistas a minimizar os efeitos negativos e maximizar os positivos que se relacionam com esses fenômenos sociais.
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APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA ESTUDO DE CASO
As entrevistas foram realizadas com base nas seguintes questões, como forma de guiar as