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Ministrados durante o mês de maio

Data da Entrega: ________/___________/2021

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Semana 1

O C H A P É U (Charles Kiefer)

Planejei meticulosamente o assassinato de Manoel Soares. Podia fazê-lo com as próprias mãos; preferi, porém, contratar um pistoleiro.

Para que Isabel não sofra, ou não sofra tanto, é imprescindível tirá-lo do caminho. Se eu próprio o matasse, o complexo de culpa iria atormentá-la, tornando impossível o grande e mais intenso amor de sua vida, fogo em que se tem consumido lentamente (emagrece e chora em silêncio, tem os olhos ardidos e o corpo trêmulo), e entre um gemido e outro de prazer eles haveriam de ouvir seu riso sarcástico e maldoso.

Mas pra eliminá-lo da face da terra, arrancá-lo da cidade como se fosse uma erva maldita, foi preciso antes que eu o odiasse. Por isso, dia após dia – somos colegas de repartição -, procurei descobrir nele atitudes dissimuladas, falsidades, orgulho, mesquinharias que dessem motivação para levar adiante o meu intento. O ódio foi se alimentando do conhecimento. Hoje pela manhã atingiu o limite máximo quando entreguei ao pistoleiro a quantia estipulada para o crime. – Exatamente às vinte horas, todas às noites, ele sai de seu apartamento à rua G, prédio 203. Hoje é segunda-feira, portanto estará vestido de calça de linho branco, camisa azul-marinho e chapéu de feltro. Preste atenção ao chapéu. É um dos últimos homens a usá-lo nesta cidade. Atire assim que atravessar a porta de vidro do edifício.

O pistoleiro recuou e, sem dizer sequer uma palavra, saiu da sala.

Os muitos anos de convívio, e o plano longamente arquitetado, me possibilitaram conhecer todos os hábitos de Manoel Soares. Sim, não há possibilidade de engano. Exatamente às vinte horas estará na calçada, tirará o chapéu e baterá com a mão no feltro, como que a retirar o pó, olhará indeciso para ambos os lados e, enfim, optará pelo direito, caminhará quarenta e cinco minutos, ora fumando, ora assobiando uma velha canção portuguesa, e depois retornará ao apartamento. Suponho que antes de dormir mergulhe a dentadura postiça num copo d'água, displicentemente.

Hoje, durante o expediente, surpreendi-o agitado em diversas circunstâncias, esfregando as mãos com impaciência. Duas ou três vezes foi ao banheiro, atitude totalmente inabitual.

Pressente alguma coisa? E se na hora H resolver não fazer o passeio? E se estiver com cólica? Um medo inconsciente? E se no exato momento passar pela rua um sujeito qualquer vestido de forma semelhante e o meu contratado disparar sobre um inocente?

Não. Absolutamente não é hora de pensar em tais possibilidades. Manoel Soares será assassinado dentro de cinco minutos. O relógio da sala avança para o instante fatal.

Vou apanhar o chapéu e descer de encontro à bala que me espera.

1- O texto acima é um conto. Apresente algumas das características deste gênero. 2- O que pretende o personagem da história?

3- Qual motivo leva o personagem a planejar o crime?

4- No terceiro parágrafo, o personagem busca motivos para justificar sua atitude. Explique como isso acontece. 5- Como o personagem conhece tanto os hábitos e atitudes da vítima?

6- Como o texto surpreende o leitor ao descobrir o desfecho da história?

Boa Atividade!

Professor (a):

Fabíola Disciplina: Literatura

Visto do professor:

Aluno: Série:

Data de Recebimento:

Semana 2

TENTAÇÃO

Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva. Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto efazê-la estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contrapertando-a os joelhos.

Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo. Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro. A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam.

Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou a fitá-lo.

Os pelos de ambos eram curtos, vermelhos.

Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se com urgência, com encabulamento, surpreendidos. No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos - lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes de Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria,

cedendo talvez à gravidade com que se pediam.

Mas ambos eram comprometidos.

Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada.

A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-la dobrar a outra esquina.

Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás.

Conto extraído de LISPECTOR, Clarice. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981. 1- Quem são as personagens principais? O que elas têm em comum?

2- O que a menina fazia sentada na porta de casa, às duas horas da tarde?

3- Onde se passa a história? Retire do texto uma frase que apresenta uma característica marcante do cenário. 4- Retire do texto um trecho em que se percebe a presença do narrador como personagem.

5- Considerando a reação da menina e do cão quando se encontram, o que o título TENTAÇÃO pode indicar?

Boa Atividade!

Professor (a):

Fabíola Disciplina: Literatura

Visto do professor:

Aluno: Série:

Data de Recebimento:

_____/_____/_____

LISTA 4

_____/_____/_____ Data Entrega:

Professor (a): Disciplina: Visto do professor:

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Semana 3

Considerando a leitura do livro literário “A megera domada”, responda as questões da Semana 3 e Semana 4. 1- Relacione cada personagem à informação que lhe corresponde:

(A) Vivêncio ( ) Jovem, é candidato a marido de Bianca.

(B)Lucêncio Bentivoli ( ) Interessa-se por Catarina, fará de tudo para conquistá-la. (C) Trânio ( ) Criado de Petrúquio

(D) Batista Minola ( ) Pai de Lucêncio, manda o filho estudar fora para aprendera viver sema sua proteção.

(E) Catarina Minola ( ) Além de linda, era simpática, carinhosa, meiga e doce.

(F) Petrúquio Pantino ( ) Bonita e inteligente, mas bruta, mandona, incapaz de um gesto de carinho ou de uma palavra amável.

(G) Petrúquio Pantino ( ) Filho de Vicêncio, apaixona-se por Bianca e se oferece para ser seuProfessor.

(H) Grúmio ( ) Criado de Lucêncio, teve criação igual à do patrão. (I) Hortênsio ( ) Pai de Catarina e Bianca.

(J) Grêmio ( ) Homem mais velho, também é candidato a marido de Bianca. 2- Faça uma breve descrição do perfil psicológico dos personagens abaixo:

I – CATARINA II – PETRÚQUIO

3- Normalmente uma peça teatral não apresenta narrador. Mas Flávio de Souza, quem traduziu e adaptou a obra, optou por criar um. O narrador do livro é observador ou personagem? Justifique sua resposta.

4- Com tantos pretendentes para Bianca, por que o pai Batista Minola frustra os planos da filha? Explique. 5- No surgimento do teatro, na Grécia antiga, a arte era representada, especialmente, por duas máscaras: a máscara da tragédia e a máscara da comédia.

Aristóteles, em sua Arte Poética, diferencia comédia de tragédia. Esta última trata essencialmente de homens superiores (heróis).

A comédia fala sobre os homens inferiores (pessoas comuns da pólis). Isso pode ser comprovado através da divisão dos júris que analisávamos espetáculos durante os antigos festivais de Teatro, na Grécia. Ser

escolhido com o jurado de tragédia era a comprovação de nobreza e de representatividade na sociedade. Já o júri da comédia era formado por cinco pessoas sorteadas da plateia.

A partir do exposto acima, como você “classificaria” o texto A MEGERA DOMADA? Por quê?

Boa Atividade!

Professor (a):

Fabíola Disciplina: Literatura

Visto do professor:

Aluno: Série:

Data de Recebimento:

Semana 4

1- Quais as características das mulheres na história?

2- De que forma Petruchio entra na história e por que razão?

3- De que forma os personagens Hortêncio e Grêmio participam da trama? 4- Que recursos os homens usam para conquistar as amadas?

5- Qual a justificativa do título da obra?

Boa Atividade!

Professor (a):

Fabíola Literatura Disciplina:

Visto do professor:

Aluno: Série:

Data de Recebimento:

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