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Completar a Rede Nacional de Bibliotecas iniciada em 1986 no X Governo Constitucional, dotando-a dos instrumentos adequados ao cumprimento dos contratos-programa estabelecidos com as Autarquias é um desígnio que não pode ser adiado, a complementar com:

 o relançamento da Rede do Conhecimento, interrompida em 2005, alicerçando-se nas infra-estruturas das bibliotecas municipais uma vasta partilha de recursos e de meios tecnológicos potenciadora da divulgação e acesso ao livro e à leitura.

 a sistematização e ampliação o programa de tradução de literatura portuguesa no estrangeiro com apoio do MNE/Instituto Camões e a participação dos grupos editoriais de referência.

 o retomar do circuito de feiras do livro nos PALOPs, tal como vinha a ser realizado com grande sucesso entre 2002 e 2004, com o apoio do MNE, como factor determinante para a consolidação e desenvolvimento da língua portuguesa naqueles países.

Língua Portuguesa

O PSD entende que a promoção, defesa e valorização da Língua Portuguesa é um desígnio nacional, dentro e fora das nossas fronteiras e não pode ser visto isoladamente. É fundamental articular a política da Língua com outras áreas da divulgação e valorização da nossa cultura, e também através da participação dos nossos autores, editores, professores e outros agentes culturais. A par dos desafios colocados pelas novas tecnologias, que devem constituir instrumentos fundamentais de trabalho, consideramos que não é possível desligar as questões da Língua da necessidade de promover a Cultura portuguesa em articulação com os outros países em que ela é Língua Oficial.

Integração e Multiculturalidade

Na definição de políticas culturais, uma particular atenção deve ser dedicada às outras culturas presentes no espaço nacional, numa perspectiva não só multicultural, mas de relacionamento intercultural e criatividade transcultural. Neste sentido, a política cultural deverá ser um factor de integração, dando visibilidade à cultura das comunidades imigrantes e contribuindo para a sua inserção na vida nacional.

Educação

O PSD entende que um dos eixos centrais na política cultural deverá ser o da criação de novos públicos para a cultura, o que será facilitado pela articulação com o sistema educativo – promovendo a educação artística e cultural, o incentivo à criação artística, o acesso a bens e eventos culturais e o contacto com as grandes realizações da nossa cultura.

Transparência

Os organismos da Cultura deverão adoptar uma postura de total transparência em relação à sua actividade, disponibilizando em permanência os indicadores estatísticos provenientes dos seus serviços, e fazendo-os recolher, tratar e analisar pelo Observatório das Actividades Culturais, publicitando depois os seus resultados.

Mecenato

Deverão desenvolver-se procedimentos que permitam o alargamento do Mecenato para lá da rede das grandes empresas e na sua extensão financeira e geográfica a todo o País, apoiado em empresas médias que possam interagir com equipamentos e criadores locais.

Torna-se imperioso melhorar a publicidade dos instrumentos legais e serviços disponíveis, articulando com o Ministério das Finanças a sua simplificação burocrática. Estas medidas deverão abranger também procedimentos e medidas com grande interesse para o enriquecimento patrimonial do Estado como a Doação em Cumprimento, Doação e apoios em espécie.

Economia Criativa

Falar de cultura é, hoje, falar também de economia criativa – um sector que movimenta aproximadamente 4 mil milhões de euros e gera empregos altamente qualificados. O aumento do acesso à internet criou uma classe de utilizadores de cultura que deve ser olhado com atenção e interesse. Entre as preocupações do Estado devem, neste capítulo, contar-se as que se relacionam com a da protecção das obras de autores portugueses contra a pirataria, a da urgência de uma lei da cópia privada e a das condições para o aumento do investimento privado.

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Desporto

Os Desafios da Mudança

Em primeiro lugar importa referir, para mais no actual contexto crise, o modelo prosseguido nos últimos anos, o qual é marcadamente determinista e pouco cooperativo com outros parceiros envolvidos no sector.

O PSD entende o Desporto como uma componente essencial do desenvolvimento integral dos cidadãos e pretende criar condições para estimular, não só o desporto escolar, mas também o desporto amador, e o de alto rendimento e ao mesmo tempo estimular a população portuguesa a ser mais activa na prática do exercício físico.

Objectivos chave para a Mudança

 Incrementar a prática desportiva, quer em termos de número de praticantes como de frequência, contribuindo para uma população portuguesa mais saudável;

 Melhorar a acessibilidade e aumentar em especial a participação desportiva por parte de franjas particulares da sociedade (portadores de deficiências, crianças e jovens, praticantes seniores, imigrantes), promovendo a sua Inclusão;

 Promover um modelo colaborativo e uma acção concertada entre os vários intervenientes da sociedade civil, movimentos associativos (clubes, associações e federações), agentes desportivos (praticantes, dirigentes, técnicos, juízes e árbitros) e entidades públicas (Administração Central, autarquias e escolas, entre outros);  Actuar de forma mais interventiva na construção de uma sociedade eticamente desportiva, erradicando a

violência, vandalismo, dopagem, intolerância, racismo e xenofobia.

Eixos de Acção para a Mudança

 Efectivar um Programa que fomente a prática desportiva contínua ao longo da vida, contemplando inicialmente a introdução à prática desportiva e competição através da dinamização do desporto escolar, clubes e associações e promovendo a identificação, desenvolvimento e profissionalização de talentos em centros de alto rendimento;  Apostar num projecto de identificação e desenvolvimento de Talentos no âmbito dos Programas de Preparação

Olímpica e Paralímpica;

 Ajustar os estatutos de acesso ao alto rendimento, compatibilizando-os com a formação escolar dos seus atletas (“carreiras duais”) e definição de modelos de gestão dos seus centros que incluam não só a administração pública desportiva como as autarquias e federações desportivas;

 Promover o Mecenato Desportivo e abrangê-lo no âmbito do Estatuto do Mecenato;

 Profissionalizar os agentes desportivos e qualificá-los através de um Plano Nacional de Formação em parceria com as Universidades, mas também internamente nas Federações;

Analisar a gestão de direitos desportivos, de propriedade intelectual e media para assegurar o financiamento independente das actividades desportivas, respondendo em simultâneo à procura e preferências culturais e às regras de mercado e da concorrência;

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 Avaliar e redefinir os critérios de apoio públicos, tendo em conta o contexto macroeconómico e novos critérios de integração no estatuto de alto rendimento e a sua conciliação com outros financiamentos das federações e comités olímpicos. Ainda assim, com critério perspectiva-se:

o Assegurar a requalificação e melhoria das infra-estruturas e materiais de apoio à prática desportiva e modernizar o Centro de Alto Rendimento do Jamor, assim como alterar o seu modelo de gestão

o Alterar o modelo de gestão do serviço público de medicina desportiva, privilegiando a instalação de unidades médicas e de controlo de treino nos Centros de Alto Rendimento

 Projectar o Desporto Nacional internacionalmente e de forma concertada com o Turismo. Ainda que se pretenda maior critério em candidaturas a grandes eventos, limitando o apoio somente aqueles que assegurem um efectivo retorno económico, turístico e desportivo, Portugal tem condições para criar um Programa de Embaixadores que beneficie da notoriedade internacional dos praticantes desportivos nacionais e também da de internacionais que actuam em Portugal.

 Promover uma maior cooperação com países do espaço lusófono, europeu e ibero-americano, assim como junto de Organizações Internacionais.

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Um pequeno País precisa sempre de uma grande política externa para assegurar a independência política, a segurança, a especificidade cultural e o bem-estar económico dos cidadãos, reflectindo a matriz identitária do Estado, que no nosso caso assenta nos vectores europeu, euro-atlântico e lusófono, bem como na diáspora espalhada pelo mundo.

O Desafio da Mudança

Atendendo a um quadro internacional dinâmico, a salvaguarda do interesse nacional impõe ajustamentos a cada um destes vectores. Neste momento, a política externa deve orientar-se sobretudo para a recuperação da reputação financeira, do prestígio internacional e no fomento da actividade económica com o exterior, nomeadamente, potenciando as nossas exportações, apoiando na internacionalização das nossas empresas e na captação de mais investimento directo estrangeiro. Simultaneamente, deverá ser promovido o envolvimento da nossa diáspora nestas grandes prioridades nacionais.

Os Objectivos para a Mudança

A política externa portuguesa tem merecido um grande consenso entre os partidos políticos da área do poder. A diferenciação que o PSD pretende imprimir à condução dos negócios estrangeiros do País tem como elemento essencial pôr as estruturas de representação externa do País ao serviço da estratégia de recuperação da credibilidade financeira, do crescimento económico e da competitividade empresarial, bem como melhorar as políticas relativas aos cidadãos residentes no estrangeiro.

Nesse sentido, um dos principais objectivos da política externa portuguesa deve ser a criação de condições favoráveis para o crescimento e desenvolvimento económico do País, ligando o mais estreitamente possível a política externa com a política interna, especialmente no que diz respeito à internacionalização da economia e da sociedade portuguesa.

Face aos desafios económicos e financeiros do presente momento, é necessário assegurar que a política externa contribua, para o cumprimento dos seguintes objectivos:

Promoção da troca de bens, serviços e activos financeiros assente na inovação científica e tecnológica das empresas portuguesas.

Coordenação eficaz de acções políticas, económicas, científicas e culturais que digam respeito à promoção e cooperação externas.

Adicionalmente, é importante reforçar a nossa matriz identitária, actuando também nas seguintes vertentes:

Aprofundamento do Espaço Lusófono.

Valorização das comunidades portuguesas residentes no estrangeiro.

Evolução das nossas relações bilaterais e multilaterais acompanhando a acelerada dinâmica internacional.

Estes objectivos, partilhados pela maioria dos portugueses, levam o Estado a reger-se por princípios éticos, na defesa do interesse nacional.

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POLÍTICA EXTERNA AO SERVIÇO