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O PSD propõe-se lançar um amplo modelo de inovação social que visa dar resposta e apoio a flagelos e carências sociais graves como seja o caso da fome. Este programa será orientado para crianças e idosos de famílias desamparadas e sem acesso a redes e instituições normais de apoio a que o Estado geralmente recorre.

Além destas pessoas, o modelo de inovação social procurará apoiar crianças em risco, oriundas de famílias problemáticas, bem como os novos pobres. Este programa procurará flexibilizar as métricas necessárias para abranger e atender mais pessoas necessitadas (por exemplo em ATL’s e Lares de Idosos) assim como disponibilizar a actual rede de cantinas sociais para coloca-la ao serviço, também, dos novos pobres.

Programa de Emergência Social

O Programa de Emergência Social será estruturado na base de um novo modelo de inovação através de uma Rede Nacional de Solidariedade (RENASO) em que Estado, Autarquias Locais e, sobretudo, organizações da sociedade civil, nomeadamente Misericórdias, Mutualidades e Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) irão convergir. São estas as entidades que melhor podem contribuir para acudir às situações de emergência social que não param de crescer.

O Estado deve-se progressivamente assumir como um “Estado parceiro e motivador” em vez de “Estado patrão”, característica esta com que se tem vindo a identificar, nos tempos mais recentes.

• O Programa de Emergência Social deverá passar por uma menor intervenção directa do Estado nas tarefas do quotidiano e uma maior transparência na definição de normas. Nos últimos anos o Estado optou por intervir no quotidiano, através de uma acção de permanente controlo no detalhe Não sendo, por vezes, uma opção transparente, acabou por proteger os que têm mais fácil acesso ao poder político, o que gera suspeição, desmotivação e desconfiança. O Programa de Emergência Social terá em consideração que a solidariedade não pode ser objecto de uniformidade, antes deve ser exercida de acordo com os padrões culturais de cada região. A maior parte dos graves problemas sociais que vivemos no nosso País precisam muito de soluções locais, de proximidade. A possibilidade de se poderem conceber soluções diferenciadas, ajustadas caso a caso, região a região, é a forma mais correcta de desenvolver políticas sociais.

• O Programa de Emergência Social adoptará como um dos seus princípios que a mobilização dos cidadãos será tanto mais conseguida, quanto mais simples forem as ideias e os projectos. O entusiasmo será tanto maior, quanto mais as pessoas sentirem que está ao seu alcance atingirem os objectivos que, em conjunto, definiram. Mas não é possível mobilizar ninguém, nem criar entusiasmo nas organizações da sociedade civil, se o Estado andar permanentemente a mudar regras, a modificar critérios de financiamento ou a atrasar-se no cumprimento dos compromissos que assumiu perante outros. É com base nestes fundamentos que iremos criar um Programa de Emergência Social.

• O Programa será sobretudo dirigido, para além das crianças e idosos, a pessoas desempregadas, quer tenham ou não, cessado o subsídio de desemprego e não estejam abrangidas por outras iniciativas de protecção social. São prioritárias as famílias em que os dois cônjuges estejam desempregados e em que as mulheres tenham idade superior a 45 anos.

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• A base da estrutura será assente nas freguesias (sinalização das situações, acompanhamento e controlo) e será prioritariamente gerido pelas IPSS e organizações da sociedade civil.

• Ao nível distrital e nacional serão cometidas as tarefas de reporte e monitorização do Plano.

• São prioritários em termos de entrega ás famílias os seguintes itens: Alimentação, vestuário e medicamentos.

• Propõe-se, em simultâneo, criar um Cartão Solidário destinado a apoiar a iniciativa e a envolver as entidades bancárias, de acordo com o previsto na Lei para estas situações

• O Programa tem validade até Dezembro de 2014, sendo alvo de avaliação semestral

• O Programa de Emergência Social (PES) será gerido por um Fundo de Emergência Social (FES).

• No âmbito do programa de Emergência Social serão assumidas alterações legais aos diplomas que impedem distribuição de alimentos fora da rede de estabelecimentos de restauração, sem afectar a segurança alimentar.

• Possibilitar, dentro das garantias de funcionalidade e de salvaguarda das condições de acolhimento, às IPSS e às Misericórdias acolher um número maior de utentes dos seus equipamentos (Creches, Centros de Dia e Lares) sempre com avaliação prévia e aval das estruturas da Segurança Social

Combater a Pobreza e Reforçar a Inclusão e a Coesão Sociais

• A redução das desigualdades sociais deve começar, por um lado, no combate à apropriação indevida da riqueza, através do combate sem tréguas à fraude e evasão fiscal, à delapidação de recursos públicos e à economia informal, do combate ao abandono escolar precoce e medidas de apoio à família e, por outro lado, no justo reconhecimento do mérito e do esforço de cada um.

• Combateremos o desperdício. Seremos parcimoniosos na despesa. Saberemos distinguir qualidade de sumptuosidade. Para desenvolver uma acção consistente no combate ao desperdício na área social torna-se decisivo existir uma eficaz coordenação entre o sector da saúde e da segurança social. Há muitos aspectos que necessitam de uma orientação comum de forma a articular políticas e acções entre hospitais e, por exemplo, instituições que tratam de cuidados continuados ou paliativos. Com a evolução demográfica e o aumento das doenças associadas à velhice, este tipo de coordenação é mais exigível . No combate à pobreza e no reforço da coesão social teremos de conseguir altos níveis de eficiência, com elevada qualidade e menores custos bem como conseguir a criação de emprego no sector.

Desenvolver Verdadeiras Políticas Activas de Emprego

• A taxa de desemprego ultrapassa já os 11%, com uma quota crescente de desempregados de longa duração e de jovens.

• Diminuir o desemprego e promover verdadeiras políticas activas de emprego é um imperativo nacional. Ao longo dos últimos anos, os factos mais não fizeram do que desmentir um discurso vazio, demonstrando a total incapacidade em contrariar o agravamento das condições de vida dos portugueses, em especial dos mais desfavorecidos.

• O nosso objectivo deve concentrar-se no estímulo ao empreendedorismo e à criação de riqueza, porque só assim conseguiremos gerar os investimentos e os postos de trabalho que nos farão crescer e construir uma sociedade mais justa.

• Respeitaremos, na execução das políticas activas de emprego, dois princípios basilares. Em primeiro lugar, os apoios e benefícios de natureza financeira e, ou, contributiva devem estar intimamente ligados à salvaguarda ou à criação de emprego. Em segundo lugar, a responsabilidade social e a realização de trabalho socialmente útil são obrigações éticas que impendem sobre todos.

• Os esquemas de contratualização da inserção dos beneficiários do subsistema de solidariedade deverão ser desenvolvidos em torno dos seguintes eixos: tributo solidário, através do qual se assegura que os beneficiários de algumas prestações sociais, nomeadamente do Rendimento Social de Inserção, prestam uma “actividade socialmente útil, em entidades públicas ou do sector social”, garantindo assim a manutenção de hábitos de

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trabalho; de educação, e de formação profissional adequados às necessidades da economia, bem como programas a frequência de acções de formação em educação financeira, planeamento familiar, educação alimentar e educação cívica e empreendedorismo. procurar-se-á, também, fomentar o desenvolvimento de um programa nacional de micro-crédito.

Promover a Sustentabilidade da Segurança Social

A sustentabilidade do modelo de financiamento da segurança social a médio e longo prazo e a sua dimensão solidária obrigam a que se procure diminuir o impacte do problema demográfico, diversificar as fontes de financiamento das pensões de reforma, reduzir os riscos de evasão contributiva e conferir mais liberdade de escolha aos cidadãos, acompanhada da exigência de mais responsabilidade.

Eixos de Acção para a Mudança Programa de Emergência Social

• Desenvolver uma rede nacional de equipamentos sociais flexível e adaptada às condições sócio económicas do País e no respeito pelos princípios da subsidiariedade e da complementaridade.

• Rever a legislação referente ao Fundo de Socorro Social, que deverá actuar como um verdadeiro Fundo de Emergência Social.

• Fomentar, nos domínios económico e do trabalho, a criação de um Fundo para a Inovação Social, que congregue instituições e empresas nacionais e que por estas venha a ser directamente gerido.

• Criar incentivos ao voluntariado na área social, com a valorização de respectivo tempo de apoio para efeitos de benefícios laborais e sociais, tais como bancos de horas nas empresas ou prioridade no acesso a programas de educação e formação.

• Transferir parcialmente as dotações financeiras actualmente afectadas ao Rendimento Social de Inserção para as instituições de solidariedade social as quais, no quadro das redes de solidariedade, assegurarão a sua gestão e o envolvimento dos beneficiários, sempre que possível, na execução de trabalho socialmente útil.

• Fomentar a criação de bases de dados informáticas para promover o encontro de famílias que tenham disponibilidade para o acolhimento.

• Ampliar a Rede de Amas Credenciadas da Segurança Social, no sentido de reforçar a sua formação e acompanhamento.

Combater a Pobreza e Reforçar a Inclusão e a Coesão Sociais

• Criar um programa de desburocratização para facilitar o acesso dos idosos aos serviços públicos a lidar com a burocracia.

• Rever o regime do Rendimento Social de Inserção (RSI) assegurando o reforço dos mecanismos contratuais na sua atribuição e fiscalização, em particular no que respeita à procura activa de emprego, frequência de formação e prestação de trabalho pelos beneficiários do RSI com idade e em condições de trabalhar.

• Desenvolver mecanismos que permitam que as famílias trabalhadoras e que declaram os seus rendimentos ao fisco não sejam penalizadas face aos que não têm emprego ou que não declaram rendimentos, no acesso aos subsistemas de Acção Social e de Solidariedade. Neste contexto, ponderar-se-á, para efeito de cálculo de benefícios, não apenas o rendimento bruto do trabalho mas também de outras variáveis, nomeadamente os sinais exteriores de riqueza.

• Manter o conceito de Agregado Familiar, para efeitos de cálculo dos benefícios no âmbito do subsistema de Acção Social e do subsistema de Solidariedade, ao núcleo de ascendentes e descendentes que vivam em regime de comunhão de mesa e habitação com os beneficiários.

• Reforçar a política de prevenção, reabilitação e integração dos cidadãos com deficiência, incentivando a sua inserção sócio profissional e estimulando a criação de mecanismos que promovam o reconhecimento público pelo seu mérito e a sua participação na discussão de políticas de que são destinatários.

• Incentivar a inserção sócio profissional dos imigrantes procurando fomentar o seu sentimento de pertença à nossa comunidade, o acesso a formação profissional e o reforço do empreendedorismo.

• Envolver as Universidades e os Centros de Investigação no desenvolvimento de metodologias que permitam avaliar a utilização dos recursos públicos no âmbito das políticas sociais.

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