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Elaboração de um programa de melhoria da prestação do serviço aos cidadãos e às empresas, enquadrado com o benchmark europeu de Governo Electrónico, de onde se destacam as seguintes acções:

o Redução progressiva da documentação a apresentar pelo cidadão no seu contacto com o Estado;

o Estudar o reforço do deferimento tácito em caso de falta de resposta da Administração Pública dentro de um certo prazo;

o Evolução do Portal do Cidadão e das Lojas do Cidadão para abranger mais serviços integrados da Administração Pública;

Elaboração de um Plano de Acção para a Governação Electrónica, que oriente a evolução da Administração Pública portuguesa até 2020;

Continuada Modernização do back-office da Administração Pública;

Governação das Tecnologias de Informação: iremos apostar na melhoria da governação das tecnologias de informação na administração pública;

Promoção do Estado Aberto. Aproveitando o potencial proporcionado pelas tecnologias de informação, e seguindo uma tendência a nível internacional, promovemos a implementação do Estado aberto através das seguintes acções:

o Disponibilização obrigatória de informação de gestão de cada organismo no seu site, de um conjunto de informação a definir, nomeadamente indicadores de gestão, plano de actividades, balanço social, métricas de desempenho do organismo, informação financeira simplificada, informação sobre as compras do organismo;

o Disponibilização na internet de informação do Estado com valor económico para a sociedade e as empresa, de forma a proporcionar recursos para a maior competitividade da economia portuguesa; o Implementação de um Programa Contínuo de Avaliação de Satisfação da Qualidade dos Serviços

prestados aos cidadãos e às empresas.

Eixo 5. Envolver os Agentes de Mudança: apostar nos Recursos Humanos

A modernização da Administração Pública faz-se com os funcionários públicos. Um dos principais interessados na modernização da Administração Pública são os próprios funcionários públicos, em termos da sua dignificação, valorização e satisfação profissional. Adicionalmente, qualquer esforço de modernização ficará seriamente limitado sem o empenho dos funcionários públicos.

O PSD tem a consciência de que o espírito de missão, o compromisso com o serviço público e o empenho pessoal dos funcionários públicos são, muitas vezes, os elementos que têm permitido superar deficiências organizativas e sistémicas da Administração Pública. Adicionalmente, as práticas de gestão de recursos humanos da Administração Pública têm sido deficitárias e deverão ser melhoradas substancialmente, respeitando os condicionalismos legais e financeiros.

É, por isso, fundamental dignificar, valorizar, apoiar e envolver os funcionários públicos e outros agentes do Estado que, com o seu espírito de missão e competência, têm um papel fundamental na concretização das políticas públicas e desempenho da Administração Pública.

Os funcionários públicos são os primeiros interessados em transformar a Administração Pública numa entidade sustentável, capaz de assumir os seus compromissos, sem o seu financiamento depender de centros de decisão externos ao País, com contrapartida de medidas penalizadoras.

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Adicionalmente, será uma grande injustiça se o esforço do Estado se limitar à penalização dos salários dos funcionários públicos, sem cortar desperdícios e custos desnecessários e melhorar a eficiência da máquina.

Tendo este contexto em consideração, tomaremos as seguintes medidas:

 As medidas e as acções de transformação da Administração Pública deverão envolver a participação dos Funcionários Públicos na fase de concepção, execução e reporte. Todos os ministérios e organismos deverão promover instrumentos de participação e de trabalho em equipa, que são ao mesmo tempo mecanismos de comprometimento e de responsabilização..

Introdução de mais mecanismos de formação em e-learning (formação entre pares, intercâmbio formativo com o sector privado e formação em centros internacionais).

Ligação da evolução da massa salarial do Estado à evolução da produtividade na Administração Pública e no País.

Logo que a situação financeira o permita, definição gradual de uma política de remunerações diferenciada, com base nas responsabilidades exercidas e no mérito.

Despolitização da política de recrutamento dos quadros dirigentes, introduzindo referenciais objectivos e baseados na experiência profissional e nas qualificações.

Possibilidade de trabalho a tempo parcial, por opção de ambas as partes.

Promoção do empreendedorismo a nível dos agentes da administração pública estudando fórmulas de autonomização contratual de certas tarefas, não incluídas nas actividades nucleares das funções do Estado. Apoio activo à colocação no mercado de trabalho no sector privado e à criação do próprio emprego para os

funcionários que assim o desejarem.

Eixo 6. Reestruturar o Sector Empresarial do Estado e acelerar as Privatizações

O Sector Empresarial do Estado (SEE) é altamente deficitário, na maioria dos sectores em que marca presença, gerador de elevados níveis de endividamento e está, não raro, aquém em termos da qualidade potencial de serviço prestado aos cidadãos e à economia. Para além de operações geralmente deficitárias, muitas destas empresas têm sido os instrumentos de investimentos ruinosos em termos de retorno financeiro e sem o consequente impacto económico e social desejado.

Adicionalmente, a participação empresarial do Estado tem sido factor de ineficiência nas empresas ou nos mercados respectivos, prolongando proteccionismos e favorecimentos e prejudicando a concorrência e a transparência dos mercados. A participação empresarial do Estado tem-se revelado, em muitos casos, uma fonte de indesejável de promiscuidade entre a política e a economia.

Em 31 de Dezembro de 2009, o Estado detinha directamente 93 empresas. Essas empresas operam nos sectores financeiro (CGD e BPN), dos transportes, gestão de infra-estruturas, requalificação urbana e ambiental, serviços de saúde, serviços de utilidade pública, cultura e comunicação social. Estima-se que este Sector Empresarial do Estado (SEE) represente cerca de 5% do PIB e 3% do emprego em Portugal, sendo responsável por um endividamento bancário de 31 mil milhões de euros (o qual mais do que duplicou nos últimos três anos).

Em 2009, o Sector Empresarial do Estado (SEE) exigiu um esforço financeiro directo do Estado superior a mil milhões de euros através de indemnizações compensatórias, subsídios e dotações de capital. Finalmente, o Estado dispõe ainda de participações em várias empresas. Para gerir essas participações, dispõe de uma holding, a Parpública, organizada em sub-holdings, nomeadamente a Capitalpor (100%), a Parcaixa (49%), a AdP (72%), a ANA (68,6%), a TAP (100%) e a Sagestamo (100% - participações imobiliárias). A Parpública detém ainda participações na EDP (9%), na Galp (7%) e na REN (3,9%).

Nestas circunstâncias, são objectivos do PSD:

Moralizar a gestão das empresas acabando com os “privilégios” injustificados.

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Corrigir a fonte do problema, que são processos operacionais deficitários e investimentos sem a devida análise custo- benefício e para além das possibilidades do País;

Libertar a parte possível e adequada desta actividade económica para o sector privado, através de programas de privatização, de empreendedorismo interno e de externalização de actividades, de forma a criar maior dinamismo económico e emprego sustentável;

Sempre que adequado, promover a geração de receitas por estas entidades, através de revisões graduais de tarifário e de actuação a nível internacional.

Neste contexto, o PSD irá tomar o seguinte conjunto de medidas integradas entre si, relativamente ao Sector Empresarial do Estado (SEE) em geral e às participações que detêm:

 Promover, com acção de urgência, programas de redução de custos e de endividamento, e a reestruturação e o aumento da eficiência e da produtividade das empresas participadas, segundo indicadores exigentes de desempenho financeiro, económico e operacional;

 Proceder ao saneamento financeiro destas empresas.

 Diminuir progressivamente a participação do Estado nas empresas públicas, em função da avaliação da situação concreta;  Em consonância, desencadear e concretizar, seguindo um calendário pré-estabelecido, um programa de privatizações a

realizar durante esta legislatura;

 Reforçar as competências e capacidades dos órgãos de regulação e fiscalização do Estado, que necessariamente estarão envolvidos neste processo, de forma a assegurar condições de livre concorrência.

Com um programa alargado de privatizações, espera-se que o Estado venha a arrecadar, durante a próxima legislatura (2011-2015), um valor estimado de 3% do PIB.

No entanto, os benefícios esperados com o programa de privatizações serão muito mais do que financeiros, podendo proporcionar ao País a abertura de mercados e estimular novos investidores nacionais e internacionais, promovendo assim o crescimento económico, a criação sustentável de empregos e o aumento da produtividade.

As empresas que constituem o sector empresarial do Estado podem ser distribuídas em três grupos, correspondendo a diferentes abordagens no curto prazo:

Em primeiro lugar, as empresas que se encontram em condições de serem alienadas no curto prazo, por critérios de posicionamento estratégico, eficiência operacional e estrutura de capitais -- (exemplos: TAP, ANA e CP Carga);

Em segundo lugar, as que, tendo um claro posicionamento estratégico e resultados operacionais positivos, têm uma estrutura financeira desequilibrada, sendo por isso, necessária uma solução para reduzir o seu nível de endividamento e, em alguns casos, proceder a uma prévia clarificação do modelo de funcionamento e relacionamento nos subsistemas sectoriais em que se enquadram (exemplos: Carris, STCP,);

Em terceiro lugar, as empresas que apresentam défices de natureza operacional e uma estrutura de capitais desequilibrada, para as quais o Estado deve, no sentido de acautelar o interesse público, e de forma prévia a qualquer processo de alienação/concessão: i) proceder a um plano de recuperação operacional, ii) proceder a uma reestruturação financeira, e iii) clarificar de todo o modelo de relacionamento sectorial (exemplos: Refer, CP, Metro de Lisboa, Metro do Porto, Transtejo/Soflusa).

Dada a sua natureza muito diversificada, a actuação para o SEE será efectuada numa lógica sectorial. 1. Transportes e Infra-estruturas

O Transporte Ferroviário e o Transporte Rodoviário Público necessitam de resolver urgentemente uma situação de défice operacional crónico e de dívida financeira crescente.

Em 2009, o conjunto das empresas públicas que operavam no sector apresentaram prejuízos acumulados de cerca de 700 milhões de euros, tendo uma dívida de cerca de 17,5 mil milhões de euros (cerca de 10% do PIB). Desta forma, o Estado tem que definir uma estratégia sustentável para que estas empresas deixem de ser um pesado ónus para o País e passem a ser mais eficientes e eficazes.

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