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4 PROCEDENTOS METODOLÓGICOS

4.2 LOCAL DA PESQUISA

4.2.1 1ª e 2ª Feiras Estaduais de Ciências e Engenharia do ES

A pesquisa foi desenvolvida, num primeiro momento, nas 1ª e 2ª Feiras Estaduais de Ciência e Engenharia do Espírito Santo, realizadas nos anos de 2012 e 2013, na Praça do Papa, Enseada do Suá, no município de Vitória/ES. Esses dois eventos fazem parte da programação da Semana Estadual de Ciência E Tecnologia – SECTES que por sua vez é realizada em parceria com a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia – SNCT. No segundo momento, o desenvolvimento da pesquisa ocorreu nas quatro escolas selecionadas, conforme descrito nos procedimentos metodológicos, e falaremos sobre cada uma delas a partir do item 4.2.2.

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia foi estabelecida por um decreto presidencial de 09 de junho de 2004. Realizada no mês de outubro sob a coordenação do Ministério da Ciência e Tecnologia - por meio do Departamento de Difusão e Popularização da C&T (DEPDI/SECIS) - e com a parceria de secretarias estaduais e municipais, agências de fomento, espaços científico-culturais, instituições de ensino e pesquisa, sociedades científicas, escolas, órgãos governamentais, empresas de base tecnológica e entidades da sociedade civil.

A SNCT tem como principais objetivos: mobilização da população, especialmente crianças e jovens, em torno de atividades e projetos de C&T, valorizando a criatividade, a atitude científica e a inovação; mostrar a importância da C&T no cotidiano e para o desenvolvimento do país; e contribuir para que a população brasileira conheça e discuta os resultados, a relevância, o acesso e o impacto das pesquisas científicas e tecnológicas no contexto social, a partir de temas conforme Figura 1.

As atividades realizadas na SNCT são muito diversas: tendas da ciência em praças públicas; dias de portas abertas; feiras de ciência; concursos; oficinas; palestras; ida de cientistas às escolas; jornadas de iniciação científica; distribuição de cartilhas e livros; exibição de vídeos científicos; excursões científicas; programas em rádios e televisão; eventos que integram ciência, cultura e arte; etc.

Nos estados, em regra, a coordenação estadual da SNCT fica a cargo das secretarias ligadas à C&T e diversos estados e municípios já criaram suas Semanas Estaduais ou Municipais de C&T articuladas com a SNCT, Quadro 1. Universidades, instituições de pesquisa e ensino, a Fiocruz, a Embrapa, unidades de pesquisa do MCTI, e entidades científicas, como a SBPC e a ABC, participam e colaboram intensamente com a SNCT.

Quadro 1 – Número de municípios participantes e número das atividades desenvolvidas nas SNCT entre anos 2004 e 2012.

SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA-PARTICIPAÇÃO

ANO NÚMERO DE MUNICÍPIOS NÚMERO DE ATIVIDADES

2004 252 1.842 2005 332 6.701 2006 370 8.654 2007 390 9.700 2008 445 10.859 2009 492 14.978 2010 397 13.345 2011 654 16.110 2012 662 23.633

Figura 1 – Cartazes das SNCT dos anos 2004 a 2013.

Fonte: Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho – SECTTI, 2013.

A Semana Estadual de Ciência e Tecnologia do Espírito Santo - SECTES foi criada, em setembro de 2004, por decreto estadual, sendo designada para sua coordenação, a Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (SECT). No Espírito Santo, no ano de 2013 foi organizada a 10ª edição, tendo como diretrizes principais, os mesmos objetivos das edições anteriores, ou seja: mobilizar a população, em especial, jovens e crianças, em torno de temas e atividades de ciência, tecnologia e inovação, valorizar a criatividade, a inovação, destacando a importância da ciência e tecnologia quando utilizada em favor da população, bem como para o desenvolvimento social e econômico. Além disso, é possível verificar o estabelecimento de experiências educacionais importantes por meio da interação científico-tecnológica. Diante disso, registramos que a SECTES é uma ação de governo que visa à divulgação e a popularização das atividades científicas, tecnológicas e educacionais, conforme o determinado pela política estadual de ciência e tecnologia.

Desde 2004, a SECTES eram realizadas, no mês de outubro, em locais diversos da Grande Vitória até o ano de 2010. A partir desse ano, as atividades passaram a ser

desenvolvidas na Enseada do Suá, Praça do Papa, Vitória-ES. Registramos que de 2004 até 2011 não havia a denominação “Feira” e a exposição dos projetos ocorria dentro das Mostras Estaduais de Ciência e Inovação, conforme demonstrado no Quadro 2. A partir da 9ª SECTES, em outubro de 2012, o a organização do evento adotou o nome de 1ª Feira de Ciências e Engenharia do Espírito Santo – 1ª FECEES, organizada pelo Estado do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho (SECTTI).

Quadro 2 – SECTES e mostras organizadas no Espírito Santo entre 2004 e 2013.

Ano Período Semana Estadual

de C&T Mostra Estadual de Ciência e Inovação Quantitativo de Escolas/Estandes 2004 1ª - - 2005 03 a 09/10 2ª - - 2006 16 a 23/10 3ª 1ª 05/05 2007 03 a 06/10 4ª 2ª 03/03 2008 21 a 22/10 5ª 3ª 02/02 2009 19 a 25/10 6ª 4ª 13/13 2010 18 a 24/10 7ª 5ª 12/14 2011 17 a 23/10 8ª 6ª 14/19 2012 16 a 19/10 9ª 1ª FECEES 31/42 2013 10ª 2ª FECEES 48/60

Fonte: Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho – SECTTI, 2013.

Podemos verificar no Quadro 2, que somente a partir da 3ª SECTES, foram incluídas as Mostras de Ciência e Inovação, em que as escolas participavam. Talvez por ainda ser incipiente, a falta de divulgação, falta de apoio e outros, o número de escolas e estandes montados nestas mostras eram insignificantes, considerando e números de escolas e alunos do ensino fundamental e médio do estado. A partir de 2011, verificamos um número bem maior de escolas participantes, 19 trabalhos. Em 2012, esse número sobe para 42 trabalhos expostos, num total de 190 projetos

apresentados para seleção na Secretaria de Educação – SEDU. Na 9ª e 10ª SECTES, nos anos de 2012 e 2013 (ver Figuras 2, 3, 4, 5 e 6), o espaço disponibilizado para a realização da 1ª FECEES é bastante adequado, conforme entrevista aplicada aos professores que orientavam projetos exposto no evento.

Na 10ª edição, foram selecionados 46 de ensino médio e 14 do ensino fundamental do total de 189 projetos avaliados. Outro dado importante, é que a participação do público estudantil tem aumentado consideravelmente e a participação do público em geral, por exemplo, em 2012, atingiu a marca dos 75.000 visitantes nos três dias do evento. Dia 17/10/2012 - 24 mil; Dia 18/10/2012 - 19 mil; Dia 19/10/2012 - 32 mil, sendo considerada a maior do Brasil, passando a fazer parte do circuito das doze feiras mais importantes do mundo, segundo informações da SECTTI. Outra verificação possível, é que tais eventos estão priorizando a interação e o diálogo, em especial com o estudantil, ligados em tecnologia. Com 358 estandes e mais de 500 atividades, a 10ª SECTES ocupou uma área de 13.000m2.

Do questionário aplicado durante a 2ª FECEES sobre as condições do espaço físico para a exposição, obtivemos a resposta de 38 professores orientadores de trabalho. Para 62% dos entrevistados o espaço é excelente, bom para 24% e razoável para 14% dos professores que responderam ao questionário, como mostra o Gráfico 1.

Gráfico 1– Gráfico representando o nível de satisfação dos professores com as instalações da 2ª FECEES.

Fonte: Dados apurados pelo autor em questionário aplicado a professores na 2ª FECEES, 2013. 62%

24%

14%

Em relação aos temas, destaca-se que os utilizados na SNCT são os mesmos utilizados na SECTES e, em geral são temas atuais e levantam questões pertinentes ao cotidiano, sua relação com a ciência e a tecnologia, além de questões ambientais. Estudo realizado na 1ª FECEES por Brasil (2013) aponta que em um universo de 31 professores orientadores pesquisados, 70% deles disseram que os temas eram excelentes e 30% afirmaram que eram bons. A mesma pergunta foi feita a 99 alunos expositores e 53% deles disseram que o tema era excelente, 39 disseram que era bom, 6% médio e 2% disseram que o tema era fraco. Resultado que demonstra que os temas propostos agradam a maioria absoluta dos participantes.

Quadro 3 – Temas das SNCT entre 2004 e 2013.

ANO SECTES TEMA

2004 1ª -

2005 2ª Brasil, olhe para a água

2006 3ª Criatividade e inovação

2007 4ª Terra

2008 5ª Evolução e diversidade

2009 6ª Ciência no Brasil

2010 7ª Ciência para o desenvolvimento sustentável 2011 8ª Mudanças climáticas, desastres naturais e

prevenção de riscos

2012 9ª Sustentabilidade, Economia Verde e

Erradicação da Pobreza

2013 10ª Ciência, saúde e esporte

Fonte: Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho – SECTTI, 2013.

Figura 2 – Vista da entrada principal da 9ª SECTES.

Fonte: Sec. de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho – SECTTI, 2012.

Figura 3 – Alunos aguardando a liberação da entrada na 10ª SECTES. Ao fundo, os ônibus fretados utilizados para o transporte.

Figura 4 – Após a liberação da entrada, estudantes “invadem” a 10ª SECTES.

Fonte: Arquivo do autor, 2013.

Figura 5 – Estande de escola do interior do ES na 10ª SECTES.

Figura 6 – Os futuros expositores na hora do recreio na 10ª SECTES.

Fonte: Arquivo do autor, 2013.

4.2.2 EEEFM Alto Jatibocas

Situada no centro sul do Estado do Espírito Santo, ao sul do município de Itarana. Fica a 19 km da sede, a comunidade localiza-se, a mais ou menos, 700 metros acima do nível do mar, apresentando um relevo montanhoso, típico de encosta, Jatibocas tem um clima ameno. Na escola de Alto Jatibocas até 1986 havia apenas as primeiras quatro séries do Ensino Fundamental. Na busca por uma escola que ofertasse as demais séries do EF, a comunidade mobilizou-se e buscou nos órgãos municipais e regionais o apoio para conquistar a reivindicação dos moradores. A fundamentação da comunidade foi centrada na Lei 9394/96 (LDB) que determina que todo aluno até aos quatorze anos deve estar matriculado e frequentando a escola, e este direito/obrigação estava sendo negado pelo Estado. Depois de exaustivas reuniões, no início de 1987, foi criada por Decreto Estadual a quinta série com extensão progressiva até a oitava série na Escola de Alto Jatibocas. A partir deste momento, principia nova luta, convencer os pais da importância de manter os filhos na escola. O cultivo do alho, cultura predominante necessitava de mão de obra jovem, principalmente de crianças. Imperava o triste conceito de que “quem trabalha na roça não precisa de estudo”. Esta ainda é uma luta atual da escola, pois muitos pais ainda não acreditam na importância da escolarização.

Figura 7 – Vista da EEEFM Alto Jatibocas. Prédio azul.

Fonte: Idolindo vídeos. Disponível em: altojatibocas.blogspot.com, 2012.

4.2.3 EEEFM Ecoporanga

A Escola Estadual de Ensino Fundamental Médio "Ecoporanga" foi fundada em 20 de dezembro de 1965, com nome de ginásio estadual e Escola Normal de Ecoporanga pelos padres Combonianos. O prédio pertencia a Mitra Diocesana de São Mateus, que tinha o direito de escolher o diretor, sendo o mesmo católico; o prédio era cedido ao Estado e este por sua vez contratava servidores e fazia a manutenção do prédio, que funcionava com cinco turmas de 5ª a 8ª série.

A escola possuía um prédio com dois pavimentos, em 1988 foram construídos mais dois pavimentos e, 1997, passou por uma reforma quando foram feitos alguns reparos e pintura geral. Seu terreno mede 8.869m², sendo área construída 2.194m². No ano de 1993, a escola recebeu o nome de escola de primeiro e segundo graus Ecoporanga. Foram criados na escola outros cursos de 2º grau: Técnica em Contabilidade, não profissionalizante (Científico) e por fim a EJA Suplência FASE III. Hoje, a escola conta com 18 salas de aula, três destas salas são de ambientes geográfico, histórico e matemático, onde são desenvolvidos alguns projetos, além dos materiais didáticos das respectivas disciplinas, um auditório com capacidade para 150 pessoas, sala para educação física, galpão com jogos para educação física e biblioteca, Figura 8. A clientela dessa escola bem diversificada. Em média, a idade varia entre 10 e 55 anos, classe social baixa e média. Uma parte dos alunos é

residente na sede, outra parte vem das proximidades do município, que utilizam transporte escolar que é mantido pelo governo do estado. O PPP é elaborado com a participação de todos os segmentos da comunidade escolar.

Figura 8 – Fachada da EEEFM Ecoporanga.

Fonte: Arquivo do autor, 2013.

4.2.4 EEFM Clovis Borges Miguel

A Escola situada à rua dos estudantes, s/nº Serra-ES, fundada em 1967. Conforme Lei nº 2.576, D.O. de 13/02/1971 a escola foi criada com a denominação de “Ginásio Estadual e Escola Normal da Serra”. Foi reconhecida por meio do Ato de Aprovação Resolução CEE nº 41/75 de 28/11/75. Passou a denominar-se Escola de 1º e 2º graus “Clóvis Borges Miguel” de acordo com a Lei nº 3.169 D.O. de 12/11/77, com os seguintes cursos: 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental, curso de Habilitação para o Exercício do Magistério em 1º Grau – criado pela Lei nº2.361 de 03/12/68. Conforme Portaria E nº 2.140 de 17/06/85 Art. 1º foi criado nesta escola o curso de 2º Grau Assistente de Administração retroagindo os efeitos da Portaria para o ano letivo de 1979 e aprovado pela Resolução CEE nº 12/86 de 13/03/86. O curso Não Profissionalizante – Lei nº 7.044/82 – foi criado sob a Portaria E nº 2.140/85 retroagindo seus efeitos da Lei para o ano letivo de 1984. Com o Decreto 2.208/97 que instituiu o Ensino Médio separado da Educação Profissional, a partir de 1999

foram sendo extintos gradativamente os cursos profissionalizantes e a escola passa a oferecer apenas o Ensino Médio.

Figura 9 – EEEFM Clóvis Borges Miguel.

Fonte: Arquivo do autor, 2014.

4.2.5 EEEFM Catharina Chequer

A E.E.E.F.M Catharina Chequer está situada no Bairro Novo México, município de Vila Velha/ES, ocupa 3.200 m² de área, sendo que 1.500 m² são ocupados pelas instalações existentes. Em 1986 conhecida como E.P.G “Novo México”, foi reformada e teve seu nome mudado para E.P.G “Catharina Chequer”. Com o crescimento da demanda houve necessidade ampliação do atendimento ao Ensino Médio, Em 1990, época que passou a oferecer também o curso Técnico em Administração de Empresa. No ano de 1998, as turmas de Administração foram extintas, dando espaço à Educação de Jovens e Adultos. No mês de maio de 2002, a escola passou a ser denominada de E.E.E.F.M Catharina Chequer.

Figura 10 – EEEFM Catharina Chequer.

Fonte: Arquivo do autor, 2013.