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A escolha do local ideal para a implantação de Juizados Especiais Federais é uma decisão de extrema importância, tanto para a Administração como para os jurisdicionados. Esta questão pode ser analisada sob dois prismas, quais sejam, quanto à cidade onde será instalado o Juizado Especial Federal e quanto à localização na cidade-sede do Juizado.

No que tange ao primeiro prisma, oportuno ilustrar com um estudo realizado pelo Conselho da Justiça Federal publicado em 2005, intitulado de Subsídios para a ampliação do

número de juízos federais, que trata da questão em tela. Este estudo utilizou-se de um estudo

elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e desenvolvido, em conjunto, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Núcleo de Economia Social, Urbana e Regional (Nesur), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), denominado de Caracterização e tendências da rede urbana brasileira, para servir de subsídio à formulação de políticas territoriais de âmbito nacional, regional e municipal. Esse estudo buscou analisar a atual configuração e as tendências de evolução da rede urbana do País.

O estudo do Conselho da Justiça Federal fez um cruzamento das 111 localidades denominadas no estudo do Ipea de “centros urbanos estratégicos” com os locais onde serão instaladas as varas federais criadas pela Lei n. 10.772/03. Observou-se, como resultado, que 64 localidades contempladas pela Lei n. 10.772/03 com a instalação de varas federais, que representam 73 varas, do total de 183 criadas pela referida lei, não são consideradas “centros urbanos estratégicos”. Com esse resultado, o estudo propõe que, para um próximo projeto de lei que vise à interiorização da Justiça Federal, deve-se dar preferência à estas localidades.

Ora, a escolha da cidade para implantação de varas federais/juizados deve estar pautada em estudos que identifiquem as cidades estratégicas, a fim de racionalizar o procedimento.

Com relação ao segundo prisma, primeiramente, pode-se afirmar que a localização influencia a demanda. Os Juizados devem ser instalados em locais de fácil acesso, de forma a ficar em áreas centrais e bem-servidos de transporte público, dado que esses juízos atendem a camadas menos favorecidas da população.

Um outro estudo realizado pelo Conselho da Justiça Federal, intitulado de Diagnóstico

da estrutura e funcionamento dos Juizados Especiais Federais, de 2004, analisa a localização

dos juizados em cada Região. Interessante trazer à colação os resultados deste estudo.

Segundo o estudo, na 1ª Região, foram criados Juizados Especiais Federais apenas nas capitais dos catorze estados que compõe a Região. Os juizados de Belo Horizonte, São Luís e Brasília ficam em uma área central de fácil acesso ao jurisdicionado, considerando-se transporte e a localização. O Juizado de Salvador está em um local distante e de difícil acesso, tendo em vista que as pessoas da periferia têm que pegar dois ônibus para chegar ao local. Já o juizado de Manaus fica num bairro distante do centro, obrigando aos jurisdicionados a pegar dois ou três ônibus para chegar ao local.

Na 2ª Região, foram criados juizados especiais em todas as localidades com varas federais, sendo 17 no Rio de Janeiro e 3 no Espírito Santos.

Na 3ª Região, de início, foram instalados em todas as localidades que deveriam ser criados.

Na 4ª Região, a localização dos juizados de Curitiba e de Porto Alegre é adequada. Foram implantados em todas as cidades com varas federais, sendo 15 no Rio Grande do Sul, 12 no Paraná e 10 em Santa Catarina.

Por derradeiro, na 5ª foram instalados juizados nas capitais dos seis estados da Região. Destaca o estudo que em João Pessoa e em Fortaleza os juizados ficam no centro da cidade, no entanto, em Recife a localização é em um bairro mais distante, o que tem acarretado reclamações por parte dos jurisdicionados.

CONCLUSÃO

No Brasil, há uma perversa confluência de fatores operando no sentido de dificultar o acesso à justiça e à realização de direitos.

É induvidosa a importância da criação dos Juizados Especiais Federais Cíveis com a finalidade de tornar a Justiça brasileira mais acessível, democrática, simplificada e célere, abandonando as concepções conservadoras e burocráticas que ainda difamam a imagem do Poder Judiciário. Trata-se de um novo modelo de Justiça. A criação dos juizados representa um divisor de águas na historia do Judiciário brasileiro, já que se trata de um novo processo judicial, mais adaptado à moderna sociedade a serviço de todos os cidadãos.

Ressalte-se que nunca se pretendeu resolver os problemas da Justiça com a criação dos Juizados Especiais Federais Cíveis. Quis-se, sim, abrir porta nova da Justiça àqueles que não procuravam o Judiciário porque entendiam não valer à pena suportarem gastos com custas processuais e honorários de advogado, bem como desperdiçarem tempo para resolver conflito de pequena monta. Almejou-se dar acesso à Justiça ao povo em geral, prestigiando a cidadania.

Os Juizados Especiais Federais Cíveis vieram definitivamente para quedar. Para tanto, necessário, pois, enfrentar as agruras do cotidiano para aperfeiçoar a nova modalidade de jurisdição. Assim, indispensável uma série de mudanças, pode-se listar algumas sugestões de mudanças, quais sejam: criar de novas unidades de Juizados Especiais Federais Cíveis para atender a demanda que cresce a cada dia, observando sempre critérios técnicos na decisão da localidade onde serão implantados; criar novos cargos de juízes e de servidores para preencher estes novos juizados; fomentar o aprimoramento dos recursos humanos, através de cursos de formação, treinamento e intercâmbio de experiências; o aparelhamento dos atuais e futuros juizados; a implantação de juizados federais em caráter itinerante a modo de facilitar o acesso à Justiça àquelas pessoas que normalmente não a têm; fomentar idéias inovadoras,

como os Juizados virtuais; implantar de forma efetiva a Defensoria Pública da União para a defesa dos hiposuficientes.

O estudo desse novo procedimento não como objeto o esgotamento da matéria, já que, por se tratar de um instituto razoavelmente novo no Judiciário brasileiro, novos questionamentos, novas teses, novas dúvidas hão de se formar.

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ANEXOS

A – GRÁFICO DE DEMANDA – 1ª INSTÂNCIA E TRF

B – ESTATÍSTICA - PROCESSOS DISTRIBUÍDOS/JULGADOS

C – QUANTIDADE DE JUÍZES - 1ª INSTÂNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL

D – SALÁRIO DE JUÍZES – COMPARAÇÃO INTERNACIONAL

E – ESTUDO - NECESSIDADE DE CRIAÇÃO DE JEFC

F – ESTATÍSTICAS - DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO

G – FOTOS - JUIZADO ITINERANTE

H – LEI N. 10.259/01

LEI No 10.259, DE 12 DE JULHO DE 2001.

Dispõe sobre a instituição dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o São instituídos os Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Justiça Federal, aos quais se aplica, no que não conflitar com esta Lei, o disposto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.

Art. 2o Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar os feitos de competência da Justiça Federal relativos às infrações de menor potencial ofensivo.

Parágrafo único. Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, ou multa. Art. 3o Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bem como executar as suas sentenças.

§ 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial Cível as causas:

I - referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da Constituição Federal, as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, execuções fiscais e por improbidade administrativa e as demandas sobre direitos ou interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos;

II - sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações públicas federais;

III - para a anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo o de natureza previdenciária e o de lançamento fiscal;

IV - que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos civis ou de sanções disciplinares aplicadas a militares.

§ 2o Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de competência do Juizado Especial, a soma de doze parcelas não poderá exceder o valor referido no art. 3o, caput.

§ 3o No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua competência é absoluta.

Art. 4o O Juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir medidas cautelares no curso do processo, para evitar dano de difícil reparação.

Art. 5o Exceto nos casos do art. 4o, somente será admitido recurso de sentença definitiva. Art. 6o Podem ser partes no Juizado Especial Federal Cível:

I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996;

II – como rés, a União, autarquias, fundações e empresas públicas federais.

Art. 7o As citações e intimações da União serão feitas na forma prevista nos arts. 35 a 38 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993.

Parágrafo único. A citação das autarquias, fundações e empresas públicas será feita na pessoa do representante máximo da entidade, no local onde proposta a causa, quando ali instalado seu escritório ou representação; se não, na sede da entidade.

Art. 8o As partes serão intimadas da sentença, quando não proferida esta na audiência em que estiver presente seu representante, por ARMP (aviso de recebimento em mão própria). § 1o As demais intimações das partes serão feitas na pessoa dos advogados ou dos Procuradores que oficiem nos respectivos autos, pessoalmente ou por via postal.

§ 2o Os tribunais poderão organizar serviço de intimação das partes e de recepção de petições por meio eletrônico.

Art. 9o Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de trinta dias.

Art. 10. As partes poderão designar, por escrito, representantes para a causa, advogado ou não.

Parágrafo único. Os representantes judiciais da União, autarquias, fundações e empresas públicas federais, bem como os indicados na forma do caput, ficam autorizados a conciliar, transigir ou desistir, nos processos da competência dos Juizados Especiais Federais.

Art. 11. A entidade pública ré deverá fornecer ao Juizado a documentação de que disponha para o esclarecimento da causa, apresentando-a até a instalação da audiência de conciliação.

Parágrafo único. Para a audiência de composição dos danos resultantes de ilícito criminal (arts. 71, 72 e 74 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995), o representante da entidade que comparecer terá poderes para acordar, desistir ou transigir, na forma do art. 10.

Art. 12. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da causa, o Juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até cinco dias antes da audiência, independentemente de intimação das partes.

§ 1o Os honorários do técnico serão antecipados à conta de verba orçamentária do respectivo Tribunal e, quando vencida na causa a entidade pública, seu valor será incluído na ordem de pagamento a ser feita em favor do Tribunal.

§ 2o Nas ações previdenciárias e relativas à assistência social, havendo designação de exame, serão as partes intimadas para, em dez dias, apresentar quesitos e indicar assistentes. Art. 13. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame necessário.

Art. 14. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei federal quando houver divergência entre decisões sobre questões de direito material proferidas por Turmas Recursais na interpretação da lei.

§ 1o O pedido fundado em divergência entre Turmas da mesma Região será julgado em

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