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2.2 Logística, cadeia de suprimentos e logística reversa

2.2.3 Logística Reversa

Com base na visão sistêmica, a logística atua em 4 subsistemas dentro das empresas: um deles é a logística de abastecimento que consiste em compras, a logística de produção, Distribuição e a Logística Reversa (NOVAES, 2007).

Em sua história, “A Logística Reversa surgiu como um conceito de remanejamento de materiais e resíduos, cujo um dos principais objetivos é o recolhimento e a recolocação dos mesmos nos canais de distribuição [...]” (OLIVEIRA et al., 2012, p. 01).

Para Novaes (2007, p. 53), “A logística Reversa cuida dos fluxos de materiais que se iniciam nos pontos de consumo dos produtos e terminam nos pontos de origem, com o objetivo de recapturar valor ou de disposição final”.

Segundo Lacerda (2006, p. 475), “[...] usualmente, pensamos em logística como o gerenciamento do fluxo de produtos de seu ponto de aquisição até seu ponto de consumo. No entanto, existe também um fluxo logístico reverso, do ponto de consumo até o ponto de origem [...]”.

Figura 5 – Representação esquemática dos processos direto e reverso

Fonte: Lacerda (2002).

Segundo Leite (2009), a logística reversa se divide em dois tipos: o de pós- venda (devoluções) e o de pós-consumo (descarte).

Segundo o mesmo autor, os dois tipos podem voltar ao centro produtivo, por meio dos canais de distribuição, sejam eles reaproveitados ou consertados para revenda.

Os produtos de pós-venda se caracterizam por serem produtos que apresentaram algum tipo de defeito e precisam ser trocados, enquanto os de pós- consumo se caracterizam como produtos que não exercem sua funcionalidade ou estão obsoletos. (LEITE, 2009)

Como mostra a Figura 5, após ir ao consumidor pelo fluxo logístico direto, o produto ou material retorna pelo fluxo logístico reverso.

Geralmente, quando um produto perde sua característica básica de funcionamento ele é descartado, a logística reversa, por sua vez, traz a oportunidade de reutilização desse produto (LEITE, 2009).

De acordo com Kobal et al. (2013), “Em termos de logística reversa, o Brasil se destaca principalmente em relação à reciclagem e ao retorno ao centro produtivo de latinhas de alumínio”.

A logística reversa é uma ferramenta muito importante para minimizar os impactos da produção na natureza (DONATO, 2008), e tem sido grande parceira na diminuição dos impactos ambientais causados ao longo do ciclo de vida de um produto, já que viabiliza a devolução de materiais que serão reaproveitados para a produção.

Figura 6 – Atividades típicas do processo logístico reverso.

Conforme a Figura 6, as atividades típicas do processo de logística reversa funcionam da seguinte maneira,

Os materiais podem retornar ao fornecedor quando houver acordos nesse sentido. Podem ser revendidos se ainda estiverem em condições adequadas de comercialização. Podem ser recondicionados, desde que haja justificativa econômica. Podem ser reciclados se não houver possibilidade de recuperação. Todas essas alternativas geram materiais reaproveitados, que entram de novo no sistema logístico direto. Em último caso, o destino pode ser seu descarte final (LACERDA, 2006, p. 478).

Para uma boa eficiência do processo logístico reverso, tem-se por base que é necessário levar em consideração os fatores críticos no processo de logística reversa conforme figura 7.

Entende-se que bons controles de entrada, processos padronizados e mapeados, redução de resposta de ciclo, sistemas de informação acurados, Rede logística planejada e relações colaborativas entre clientes e fornecedores são fundamentais para um bom fluxo reverso. (LACERDADE, 2006, p. 06).

Para que haja uma ótima eficiência dos materiais dentro de um fluxo reverso é necessário ter bons controles de entrada para que haja um fluxo reverso correto e mesmo impedir materiais que não devem entrar no fluxo (LACERDA, 2006, p. 06).

Péssimos controles de entrada geram retrabalho, o que faz aumentar os níveis de ineficiência e custo nos fluxos reversos.

Figura 7 – Fatores críticos para a eficiência do processo de logística reversa.

Fonte: NOVAES (2007).

Mapear e formalizar procedimentos corretamente são fundamentais para se obter controle e conseguir ter melhorias nos processos (LACERDADE, 2006).

Esse é um fator crucial para uma organização ter uma melhoria contínua em seus procedimentos.

Conforme Lacerda (2006, p. 06), o “Tempo de resposta de ciclo se refere ao tempo entre a identificação da necessidade de reciclagem, disposição ou retorno de produtos e seu efetivo processamento”.

Esse é o ponto em que se sabe o destino do produto, se ele será revendido, reutilizado, reciclado ou simplesmente descartado. Quanto mais tempestiva for essa identificação, maiores podem ser os ganhos em eficiência no processo reverso.

Implementar sistemas de informação acurados, está intimamente ligado a maior controle das informações dentro da organização. O maior propósito da coleta, manutenção e processamento de dados em uma organização é o seu auxílio para tomada de decisão em medidas estratégicas e operacionais. (BALLOU, 2006).

Planejar a rede logística também é um fator crítico no fluxo reverso de materiais para maior eficiência. Lacerda (2006, p. 481) afirma que “[...] a implementação de processos logísticos reversos requer a definição de uma infraestrutura logística adequada para lidar com os fluxos de entrada de materiais usados e os fluxos de saída de materiais processados”.

Aprofundar as relações colaborativas entre clientes e fornecedores é importante para que haja um aumento de confiabilidade entre as partes envolvidas.

No caso do varejo esse é um fator importante principalmente com produtos de pós-venda, onde as partes envolvidas tentam achar culpados para os problemas envolvendo o produto.

De acordo com Lacerda (2006, p. 06), “Fica claro que práticas mais avançadas de logística reversa só poderão ser implementadas se as organizações envolvidas na logística reversa desenvolverem relações mais colaborativas”.

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