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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.4 Pontos de melhoria observados

Para uma boa eficiência do processo logístico reverso, tem-se por base que é necessário levar em consideração os fatores críticos de logística reversa conforme referencial teórico.

4.4.1 Ter bons controles de Entrada

Neste ponto é o momento em que se sabe o destino do produto, se ele será revendido, reutilizado, reciclado ou simplesmente descartado.

Péssimos controles de entrada geram retrabalho, o que faz aumentar os níveis de ineficiência e custo nos fluxos reversos. (LACERDA, 2006)

A ONG trabalha com bons controles de entrada no que se refere ao fluxo que é enviado para triagem. Por outro lado, a ONG não tem noção em peso de produtos que entram em seu fluxo, o que dificulta entender o quanto eles poderiam crescer em relação aos resíduos produzidos na região e o seu impacto direto na reutilização e reciclagem dos resíduos.

As informações em peso poderiam facilitar um melhor planejamento e projeção de futuro.

4.4.2 Mapear e formalizar processos

A ONG Emaús necessita criar um fluxograma para que sejam formalizados e padronizados seus processos. Hoje a ONG funciona com um fluxo que não está escrito ou formalizado em nenhum lugar.

Este trabalho se propôs a criar um esboço do que seria o fluxo dos produtos dentro da ONG até o seu descarte.

Como ponto de melhoria, orienta-se a criação de uma política em relação aos processos, informando o fluxograma e quais as tratativas para cada material que entra na ONG.

4.4.3 Reduzir o tempo de resposta de ciclo

O tempo de resposta do ciclo é importante para se entender qual será o encaminhamento dos materiais ao chegarem no EMAÚS.

A ONG, conforme definição, possui um cronograma em relação à reciclagem de materiais e envio de materiais para as oficinas.

O fluxo de triagem é feito diariamente, tornando a identificação dos materiais que serão reciclados, descartados ou postos para as oficinas de uma maneira mais tempestiva.

4.4.4 Implementar sistemas de informação acurados

Não há sistemas de informações acurados na ONG. O mais importante sistema a ser implementado na ONG seria um sistema de controle de estoque discriminando entrada e saída de materiais.

O maior propósito da coleta, manutenção e processamento de dados em uma organização é o seu auxílio para tomada de decisão em medidas estratégicas e operacionais. (BALLOU, 2006).

Ter um sistema de informação acurado, auxilia no controle. A “Disponibilidade de informação é, na verdade, um pré-requisito para se ter controle dos processos” (CORRÊA, H, L; GIANESI, I, G, N; CAON, M, 1997, p.5).

Com um sistema de informação de estoque, haveria um ganho estratégico em ter as informações fidedignas em relação a situação corrente dos recursos (CORRÊA, H, L; GIANESI, I, G, N; CAON, M, 1997), de quanto entra e sai de materiais, para assim ter uma ferramenta para uma tomada de decisão mais eficiente. A falta de sistemas ocasiona a perda de informação, com isso, traz dificuldades a ONG para traçar objetivos financeiros com maior precisão.

Não se sabe por exemplo, a capacidade de armazenamento da ONG ou quantas toneladas de materiais se recebe no período. Um bom sistema de estoque evitaria desperdício de materiais, perda de vendas, perdas de informações de entrada e saída de materiais.

4.4.5 Planejar a rede logística

Lacerda (2006, p. 481) afirma que “[...] a implementação de processos logísticos reversos requer a definição de uma infraestrutura logística adequada para lidar com os fluxos de entrada de materiais usados e os fluxos de saída de materiais processados”.

Com isso, se observa dentro da instituição um planejamento em relação às atividades inerentes a entradas e saída de produtos, já que toda sua estrutura é pensada em receber produtos de pós-consumo.

A instituição carece de mais parceiros para aumentar a eficiência na reutilização de materiais que hoje está em 70% conforme declaração. Criar uma rede

entre instituições, empresas que trabalhem na linha da matriz das atitudes, seria muito proveitoso para ONG.

4.4.6 Aprofundar as relações colaborativas entre clientes e fornecedores

Conforme observado, hoje há um bom grau de confiança em relação aos produtos que são ofertados pela ONG para seus clientes, quebrando a ideia de que produtos de pós-consumo têm baixa qualidade.

A ONG não recebe somente produtos de pós-consumo, também recebe produtos de pós-venda, pois oferecem os produtos com garantias de funcionamento caso venham a apresentar algum problema.

Não houve em 2017, por exemplo, despesas em relação à devolução de produtos, conforme relatório financeiro de 2017. Isso mostra que há uma boa assistência e suporte caso o produto venha a dar problemas no tempo de garantia estipulado pela ONG.

No geral, a ONG Emaús tem um grande potencial de crescimento e se mostra bastante sustentável financeiramente. A alternativa sustentável da ONG com os materiais de pós-consumo, as ações junto a comunidade e a filosofia da ONG na ajuda dos mais necessitados são muito nobres.

Acredita-se que a atuação da ONG tende a crescer, quando se percebe que a sociedade tem gerado cada vez mais resíduos. Em contrapartida, se acredita que a população tem cada vez mais acesso a informação, o que facilita e incentiva o descarte adequado dos materiais.

A ONG ainda não pode ser caracterizada em seus processos como parte de uma logística totalmente verde, tendo em vista que ainda há materiais que são queimados e que faltam procedimentos básicos no tratamento. Poderia se pensar na utilização da energia da queima destes materiais para reduzir os impactos da organização, aumentando ao mesmo tempo a sustentabilidade das operações.

O presente estudo avalia a ONG como um potencial a ser desenvolvido, se percebendo que ainda há um gap na organização em relação aos seus processos.

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