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A primeira indagação que surge ao referir-se sobre o valor da empresa é em relação a amplitude da palavra valor que pode ter vários significados nos diversos sentidos, seja, filosófico, sociológico, jurídico, econômico-financeiro, dentre outros.

Póvoa (2012) abordando a diferença entre preço e valor diz que, preço é um conceito objetivo enquanto a ideia de valor é subjetiva. Exemplifica, “Quantas vezes deparamos com situações em que vamos comprar algum objeto e achamos que ‘não vale aquilo que está sendo pedido’. Preço não se discute é fato. A noção de valor, ao contrário, suscita diversas interpretações”. (PÓVOA, 2012, p. 2)

Falcini (1995, p. 15) afirma que “No campo econômico, valor pode ser entendido como a relação entre duas coisas, num determinado tempo e lugar, sendo essa relação expressa, geralmente, como preço monetário[...]”.

Na administração financeira, Falcini (1995) entende que uma determinação de valor é feita com uso de estimativas do valor econômico inerente ao empreendimento.

As metodologias para cálculo do valor da empresa sempre são questionáveis por não capturar todos os elementos de valor, primeiro, pela sua subjetividade e

segundo por não encontrar meios cientificamente adequados para determinação de preço.

Perez e Famá (2004), consideram que vários métodos de avaliação podem ser usados em conjunto ou isoladamente, mas asseveram que nenhum método utilizado separadamente, pode ser considerado inquestionável ou exato.

Desta forma, não é difícil identificar que o valor da empresa pode modificar de acordo com interesses e finalidades individuais ou comuns. De acordo com Martins (2011, p. 264) “[...] a identificação do valor justo de uma empresa depende tanto do sujeito que a avalia quanto do objeto avaliado”.

Para Falcini (1995, p. 15) “Avaliar significa determinar a valia ou valor e alguma coisa[...]”. São diversas as razões para se avaliar o valor de uma empresa e isso irá influenciar no valor determinado. Martins (2011, p. 263) assevera que “Não existe um valor justo correto para um negócio. Pelo contrário, ele é determinado para um propósito específico, considerando as perspectivas dos interessados.”

Martelanc, Pasin e Cavalcante (2005, p. 4) afirmam que “as expectativas do valor de uma empresa para seu proprietário podem ser muito diferentes do valor contemplado por um investidor potencial ou por analistas e avaliadores de empresas”.

Diante dessa diversidade de possibilidades para avaliação do valor de uma empresa, temos alguns direcionamentos que embora, como vimos, possam apresentar suas limitações, constituem-se vertentes de avaliação mais conhecidas e utilizadas, sempre em consonância com as finalidades e interesses da avaliação.

Paiva (2001), pondera que existem alguns tipos de valor atribuídos a uma empresa e que podem ser utilizados separadamente ou em conjunto. Esses valores atribuídos são obtidos pelos seguintes métodos:

a) Valor Contábil: é o valor obtido a partir do balanço da empresa, calculado com base nos dados de registros contábeis.

b) Valor de Mercado dos Ativos: é o valor calculado com base no preço de venda dos ativos no mercado, no estado em que se encontram no momento da venda ou da avaliação.

c) Valor de Bolsa: é o valor de mercado de empresas de capital aberto com ações negociadas em Bolsas de Valores. É obtido mediante a multiplicação do preço corrente das ações pela quantidade de ações que compõem o capital social.

d) Valor Patrimonial: é o valor do Patrimônio Líquido da empresa após uma reavaliação de seus ativos e passivos, porém sem a perspectiva de alienação.

e) Valor de Liquidação: é o montante que os acionistas esperam receber após a venda dos ativos e a liquidação dos passivos.

f) Valor Potencial ou Dinâmico: tem um enfoque mais prático e leva em consideração a administração do negócio para determinar o potencial dos fluxos de caixa futuros de uma organização, não se limitando apenas aos dados financeiros.

É primordial que as organizações determinem a utilização consistente de uma metodologia para cálculo do valor da empresa, não simplesmente por ocasião de negociação de aquisições e fusões mas como ferramenta de tomada de decisões e medida de performance da gestão. Além disso, e principalmente, para bem dos acionistas, irá direcionar as decisões em busca de criação de valor.

Conforme Assaf Neto (2006) o objetivo de qualquer empresa é criar valor para seus acionistas, mediante a maximização da riqueza. Isso porque as expectativas dos acionistas são que as empresas gerem retorno superior ao custo dos recursos investidos. O investimento somente é atrativo economicamente quando o retorno oferecido for suficiente para remunerar o custo de oportunidade do capital próprio aplicado na empresa.

O desempenho de uma empresa e por conseguinte da sua gestão poderá ser melhor avaliado mediante à apuração de geração de riqueza aos acionistas, o que compreende o aumento do valor da empresa.

Dessa forma, o bom desempenho econômico-financeiro agrega valor à empresa. Assaf Neto (2006) vai além no sentido que quaisquer decisões que possam resultar em uma remuneração do custo do capital investido irão agrega valor à empresa, e esse valor será agregado é incorporado pelo mercado na avaliação das ações, gerando riqueza aos acionistas.

Segundo Martins (2011) normalmente a avaliação de uma empresa tem como instrumento inicial as demonstrações contábeis que, entretanto, devem ser ajustadas para que possam se aproximar do valor econômico do empreendimento.

Para os propósitos deste trabalho o valor da empresa tem cunho econômico- financeiro, embora o grande desafio em termos de metodologia de cálculo de valor de empresas ainda reside na mensuração de elementos intangíveis para expressá- los de forma econômico-financeiro, assunto esse que não será tratado neste estudo.