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Para que haja uma comunicação mais efetiva entre professor e aluno, é preciso que dentre as inúmeras possibilidades de métodos de ensino os docentes façam uso daquelas que mais se encaixam com as necessidades dos nativos digitais. Libâneo (2002, p. 4) diz que:

Os alunos mais velhos comentam entre si: “Gosto dessa professora porque ela tem didática”. Os mais novos costumam dizer que com aquela professora eles gostam de aprender. Provavelmente, o que os alunos querem dizer é que essas professoras têm um modo acertado de dar aula, que ensinam bem, que com eles, de fato, aprendem.

Nesse sentido é importante entender o significado de método de ensino. O mesmo tem o objetivo de apontar o caminho, o trajeto, o percurso para se alcançar a meta desejada no que diz respeito ao aprendizado do aluno. Para alcançar esta meta, faz-se uso de técnicas que em seu sentido definem como chegar ao caminho para se realizar algo.

[...] o método é o caminho, e a técnica é “como fazer”, “como percorrer” esse caminho. A metodologia didática refere-se, então, ao conjunto de métodos e técnicas de ensino para a aprendizagem. (RANGEL, 2007, p.9) Assim, o método se relaciona com a definição de uma sequência de atividades que o professor deve estabelecer para atingir seu aluno. Existem diversas classificações para os métodos de ensino. Neste trabalho, será feito uso do modelo de Libâneo (1994), a saber:

 Método de exposição pelo professor – é muito utilizado, uma vez que se caracteriza pela exposição de um assunto pelo professor, seja verbalmente, com demonstrações, ilustrações ou com exemplos.

 Método de trabalho independente – a forma mais comum para este tipo de trabalho é o estudo dirigido, seja ele individual ou em dupla. Neste caso, as tarefas são coordenadas pelo professor. Este método estimula a criatividade e a resolução de problemas de forma independente.

 Método de elaboração conjunta – dá-se pela interação entre o docente e o discente. É utilizado para a assimilação de assuntos novos.

 Método de trabalho de grupo – caracteriza-se pela formação de grupos com tarefas diferentes ou similares. Há diversas técnicas para este método, tais como: tempestade mental, grupo de verbalização, grupo de observação (GV- GO), seminário.

 Atividades especiais – buscam uma complementação para o método de ensino. Optou-se pela escolha deste modelo por entender que propõe uma análise enxuta dos métodos de ensino, traduzindo-os de forma didática e, por conseguinte, com possibilidade de maior compreensão. Além disso, o Dr. José Carlos Libâneo, autor deste modelo, dedicou sua carreira de pesquisador ao estudo da educação, colocando-o como um dos maiores teóricos progressistas da área. Desde a sua dissertação de mestrado em filosofia da educação, na PUC-SP, até a sua tese de doutoramento, vê-se que seus estudos estão ligados diretamente à didática, mais especificamente aos fundamentos teóricos e práticos sobre o trabalho docente. Suas publicações mais conhecidas são a Democratização da Escola Pública: A pedagogia crítico-social dos conteúdos (1984); Didática (1990) e Educação na Era do Conhecimento em Rede e Transdisciplinaridade (2010).

Ressalta-se que o uso das técnicas deve ser feito com base no conhecimento térico/prático que o professor já possui. De nada adianta conhecer métodos e técnicas de ensino se o principal objetivo, que é a aprendizagem, não puder ser alcançado. Assim, além de conhecimento técnico acerca dos assuntos trabalhados em sala de aula, o professor precisa desenvolver, também, uma série de competências que lhes confiram uma gama maior de possibilidades de se comunicar efetivamente com os alunos. No mundo atual, novas competências são cada vez mais necessárias (PERRENOUD, 1999).

Sendo assim, o professor precisa sempre buscar uma formação contínua. A busca pelo aperfeiçoamento e aprimoramento de suas diversas competências precisa ser encarada como uma necessidade inerente à profissão do docente. O aprender sempre é o principal instrumento de trabalho do professor que, se deixar de lado esta tarefa, pode acabar esquecendo o que já estudou. Perrenoud (1999, p. 153) afirma que:

Organizar e dirigir situações de aprendizagem, administrar a progressão das aprendizagens, conceber e saber evoluir dispositivos de diferenciação, envolver os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho, trabalhar em equipe, participar da administração da escola, informar e envolver os pais, utilizar tecnologias novas, enfrentar os deveres e dilemas éticos da profissão: todas essas competências conservam-se graças a um exercício constante. Observa-se que o aprendizado é a competência responsável por manter todas as outras, uma vez que a sociedade e o ambiente escolar, por consequência, não são estáticos. Ao contrário, mudam constantemente e exigem o desenvolvimento ininterrupto de cada uma das competências elencadas por Perrenoud.

O ensino já evoluiu muito e, mesmo que de forma despercebida, teve grandes avanços, como por exemplo: hoje se respeita mais o ritmo do aluno, suas opiniões, propõe-se maior cooperação em sala, tem-se um planejamento didático flexível, mais interativo, tem maior foco na profissionalização, é pluricultural. É preciso continuar a evolução, na realidade é inevitável e acontece mesmo de forma natural. Se a escola não se aproxima do mundo, o aluno acaba se distanciando da escola, de forma inevitável. (MORAN, 2007)

A tecnologia pode ser utilizada em sala de aula com uso de recursos multimídias e ferramentas web, mas com o cuidado de estarem ligados às necessidades de cada disciplina. O professor deve decidir pelo seu uso com a preocupação no aprendizado do aluno. A tecnologia não garante um bom resultado e não é solução para todas as dificuldades de interação entre professor e aluno. É mais um instrumento, um recurso que pode em algumas situações estimular o aprendizado. (JOLY, 2002)

Nesse caso, vale conhecer um pouco mais sobre tecnologia aplicada ao ensino, a fim que quebrar paradigmas e aproximar esta possibilidade da realidade dos docentes. A tecnologia faz parte da vida tanto dos alunos como dos professores e pode ser aplicada ao ensino sem medo, quebrando preconceitos e aproximando educador e educando.