• Nenhum resultado encontrado

Métodos de Ensino para Estudantes da Geração Y: um Estudo de Caso no Curso de Turismo da Faculdade Santa Helena, Recife-PE.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Métodos de Ensino para Estudantes da Geração Y: um Estudo de Caso no Curso de Turismo da Faculdade Santa Helena, Recife-PE."

Copied!
117
0
0

Texto

(1)

Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração- CPPA

Mestrado Profissional em Gestão Empresarial

Diogo Galvão Leite de Moura

Métodos de Ensino para Estudantes da Geração Y:

um Estudo de Caso no Curso de Turismo da

Faculdade Santa Helena, Recife-PE.

(2)

Classificação de acesso a dissertações

Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o acesso à dissertação do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial - MPGE do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA – da Faculdade Boa Viagem é definido em três graus:

 Grau 1: livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e indiretas);

 Grau 2: com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em consequência, restrita a consulta em ambientes de bibliotecas com saída controlada;

 Grau 3: apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob chave ou custódia;

A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor.

Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, afim de que se preservem as condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área de administração.

Título da Dissertação: “Métodos de Ensino para Estudantes da Geração Y: um Estudo de Caso no Curso de Turismo da Faculdade Santa Helena, Recife-PE”.

Nome do(a) autor(a): Diogo Galvão Leite de Moura

Data da Aprovação: 24 de agosto de 2012

Classificação conforme especificação acima:

Grau 1 X

Grau 2 ×

Grau 3 ×

Recife, 30 de outubro de 2012

(3)

Métodos de Ensino para Estudantes da Geração Y:

um Estudo de Caso no Curso de Turismo da

Faculdade Santa Helena, Recife-PE.

Orientadora: Prof.ª Lúcia Maria Barbosa de Oliveira (PhD)

Dissertação apresentada como requisito complementar para obtenção do grau de Mestre em Gestão Empresarial do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração– CPPA da Faculdade Boa Viagem - DeVry Brasil

(4)

Faculdade Boa Viagem

DeVry Brasil

Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração- CPPA

Mestrado Profissional em Gestão Empresarial

Métodos de Ensino para Estudantes da Geração Y:

um Estudo de Caso no Curso de Turismo da

Faculdade Santa Helena, Recife-PE.

Diogo Galvão Leite de Moura

Dissertação submetida ao corpo docente do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração– CPPA da Faculdade Boa Viagem – DeVry Brasil e aprovada em 24 de agosto de 2012.

Banca examinadora

________________________________________________________ Profª Lúcia Maria Barbosa de Oliveira, Ph.D.

Orientadora

________________________________________________________ Profa Fátima Regina Ney Matos, Dra. UNIFOR

Examinadora externa

________________________________________________________ Profª Maria Auxiliadora Diniz de Sá, Dra.

(5)
(6)

AGRADECIMENTOS

Como não agradecer pela conquista de um sonho? Sendo assim, preciso expor minha alegria e mostrar a todos o quanto esta vitória foi importante. E o bom de alcançar um objetivo como este é saber que você não fez nada só, ao contrário, a sua caminhada foi trilhada em grupos, presentes em pensamento ou acompanhando-o no seu dia a dia.

Sendo assim essa comemoração é coletiva. É preciso dividi-la com quem é de merecimento e com quem lhe ajudou em vibrações positivas, com orientações, palavras de incentivo, lhe confiando credibilidade e lhe dando segurança nos seus passos, lhe mostrando caminhos possíveis.

Agradeço aos meus companheiros de mestrado, em especial a Antônio, Érika, Lindevany, Alessandra, Alexandre, Marise e Daniela. Desse grupo não poderia deixar de dizer um muito obrigado mais do que merecido a Daniela, minha constante companheira de dupla de trabalho e com quem sempre pude contar, impulsionando-me a fazer o melhor. Ela, um exemplo de perfeccionismo e de dedicação, sensível e de personalidade forte. Pude aprender muito com o seu jeitão.

Agradeço também aos professores que nos acompanharam nesta trajetória: James, Dorinha, Augusto. Todos eles foram especiais e contribuíram tanto para o meu crescimento profissional, como também para que eu me tornasse uma pessoa melhor, através de exemplos de conduta e esmero em suas atividades. Sem dúvida são pessoas admiráveis.

(7)

Tenho, também, que agradecer aos meus amigos. Companheiros de vida, escolhidos para me inspirar e transformar nossas rotinas em momentos de alegria. Tornar a vida mais leve e intensa ao mesmo tempo. Tenho muitos amigos com quem sei que posso contar. Sinto de cada um deles um carinho que é refletido em seus olhos, na maneira como me querem bem. Isso não tem preço. É uma riqueza poder ter amigos tão maravilhosos. Muito obrigado por terem cruzado meu caminho e por me elegeram como seus amigos.

Agradeço a minha família. Estes foram os primeiros a me dar força, a acreditar em tudo que eu me proponho a fazer. Minha mãe, Eunice, meu pai, Genival, me transmitem uma energia muito forte, um amor incondicional que me preenche e me faz olhar para mim mesmo como se os visse. São exemplos de pessoas mais do que maravilhosas, são anjos que Deus mandou ao mundo para iluminar a quem estiver aos seus lados. E eu tive a sorte de ter nascido destas duas pessoas ímpares. Em tudo eu os agradeço, por ser quem sou, por querer ser uma pessoa melhor, por ser feliz!!! Por terem me preenchido de amor desde sempre.

Como se não bastasse ter tido a bênção de possuir pais maravilhosos, ainda encontrei uma parceira a quem eu amo incondicionalmente e admiro como ser humano e mulher. Minha esposa, Roberta, coroa minha felicidade e é meu apoio, hoje, em todas as situações que poderiam ser encaradas por qualquer um como um problema, mas que, por enfrentarmos juntos, tornam-se pequenas, como de fato são. Olho para ela e vejo que tenho do mundo o mais importante, que é a sua presença. É muito bom olhar para o lado e saber que você pode contar com uma pessoa que te ama, que quer te ver feliz. Um sorriso dela já me transmite a energia que preciso. A você, Roberta, meu muito obrigado pela força neste período de mestrado, pelo incentivo e principalmente por você iluminar meus dias.

(8)

“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”

(9)

RESUMO

O foco desta dissertação foi o estudo da geração Y, pertencente ao grupo dos nativos

digitais, e que possui um perfil diferente do das gerações anteriores. Estas diferenças

começaram nas relações familiares e seguiram para as escolas, universidades e para o

mercado de trabalho. Este estudo, então, apresenta as características da geração Y, baseado

nos estudos de Prensky (2001) e qual a relação do perfil destes com o processo de

ensino-aprendizagem, em um ambiente de educação superior. A pesquisa busca identificar quais são

os métodos de ensino, segundo o modelo de Libâneo (1994), favoráveis para o aprendizado de

alunos universitários da geração Y. Para isso, foi realizado um estudo de caso no curso de

Turismo da Faculdade Santa Helena, em Recife-PE. Tratou-se, então, de uma pesquisa

qualitativa, com dados coletados por meio de pesquisa documental e entrevistas por pauta,

sendo esta última restrita a alunos que nasceram entre os anos de 1984 e 1999. Observou-se

que o perfil da geração Y se estreita com a forma pela qual os alunos, na visão deles mesmos,

aprendem, pois os métodos preferidos são aqueles que estimulam as qualidades inerentes a

esta geração. Os alunos têm preferência por métodos de trabalho em grupo, no qual eles

podem debater sobre os temas que são tratados em sala de aula e entender a opinião de outros

colegas. Também dizem aprender com o método de exposição, mesmo fazendo ressalvas ao

uso de equipamentos como o datashow. Os entrevistados, além de expor os métodos de ensino

preferidos, apresentaram algumas competências essenciais para que os docentes tenham maior

êxito em seus trabalhos, tais como dinamismo e interação, fazer relação entre a teoria e a

prática, ser descontraído, contextualizar os assuntos e se relacionar bem com a turma.

(10)

ABSTRACT

The aim of this dissertation was the study of the Y generation, which belongs to the

digital natives group, and has a different profile from the previous generations. These

differences started inside the family relationships and followed to the schools, universities and

to the work market. So, this paper, shows the specifications of the Y generation, based in the

research of Prensky( 2001 ) and which is the relation of those profiles in the process of

teaching-learning, inside the envoriment of higher education. This research aims for

identifying the teaching methods, according on the model of Libâneo( 1994 ), favorable to the

learning of the Y generation university students. For this purpose, it was done a study of case

in the tourism course of Santa Helena, in Recife, PE. It was , so, a qualitative research, with

the datas collected through a documental survey and guided interviews, being this last one,

restricted to students that were born between the years of 1984 to 1999. Is was noticed that

the profile of the Y generation is close to the way the students, in their own point of view,

learn, because of the favorite methods are those that stimutaled the qualities inherent to this

generation. The students have preferences to work in group methods, with those ones they

can debate about the topics and themes that are presented in the classroom and also they can

comprehend everyone’s opinion. The students also mention that they can learn through the

method of exposition, even though the exception of the datashow equipament . Besides

exposing their favorite learning methods, the respondents showed some essencial skills which

each teacher should have in order to be very successful to them in the process of teaching,

such as dynamism, interaction, making a close relation between the theory and practice, being

relaxing, contextualizing the topics and having a good relationship to the group.

Key-words: Y generation, learning methods, higher education and learning

(11)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABMES Associação Brasileira de Mantenedores do Ensino Superior COVEST Comissão de Processos Seletivos e Treinamentos

CPA Comissão Própria de Avaliação

ENADE Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes FSH Faculdade Santa Helena

IES Instituição Ensino Superior

INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira PDI Plano de Desenvolvimento Institucional

(12)

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: Representação das principais características das gerações... ... 46

QUADRO 2: Diferenças entre alunos nativos digitais e professores imigrantes digitais .. 48

QUADRO 3: Etapas da pesquisa ... 53

QUADRO 4: Frequência para pergunta de como as aulas são ministradas. ... 61

QUADRO 5: Frequência para pergunta de como aprendem ... 67

QUADRO 6: Qual a relação do aluno y com o trabalho em grupo ... 82

QUADRO 7: Como o aluno y usa a internet nos estudos... 84

(13)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 14

1.1 OBJETIVOS ... 20

1.1.1 Objetivo Geral ... 20

1.1.2 Objetivos Específicos ... 20

1.2 JUSTIFICATIVA ... 21

1.2.1 Justificativa Teórica ... 21

1.2.2 Justificativa Prática ... 22

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 25

2.1 INOVAÇÃO E TECNOLOGIA ... 25

2.2 ENSINO SUPERIOR NO BRASIL ... 27

2.3 POLÍTICAS DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NO PAÍS ... 29

2.4 EVOLUÇÃO DOS CURSOS DE TURISMO... 32

2.5 AULA E APRENDIZAGEM ... 35

2.6 MÉTODOS DE ENSINO ... 38

2.7 TECNOLOGIAS PARA O ENSINO ... 40

2.8 GERAÇÕES ... 45

2.9 O ENSINO PARA NATIVOS DIGITAIS ... 47

2.10 GESTÃO INOVADORA DAS IES ... 49

3. METODOLOGIA ... 52

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ... 52

3.2 DESENHO DA PESQUISA ... 53

3.3 LOCUS DA INVESTIGAÇÃO ... 54

3.4 SUJEITOS DA PESQUISA... 56

3.5 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS ... 57

3.6 PRÉ-TESTE ... 58

3.7 TRATAMENTO DOS DADOS ... 58

3.8 LIMITES E LIMITAÇÕES DO ESTUDO ... 59

4. ANÁLISE DOS DADOS ... 60

4.1 MÉTODOS DE ENSINO UTILIZADOS PELOS PROFESSORES (PRIMEIRO OBJETIVO ESPECÍFICO) ... 60

4.1.1 Método de exposição pelo professor (uso de datashow) ... 61

4.1.2 Método de trabalho em grupo (debate) ... 62

4.1.3 Método de trabalho em grupo (trabalho em grupo) ... 63

4.1.4 Método de trabalho independente (atividades/exercícios) ... 64

4.1.5 Método de trabalho independente (leitura) ... 64

4.1.6 Atividades especiais ... 65

4.1.7 Métodos mais utilizados pelos professores ... 65

4.2 MÉTODOS DE ENSINO FAVORÁVEIS AO APRENDIZADO (SEGUNDO OBJETIVO ESPECÍFICO) ... 66

4.2.1 Competências para o ensino ... 67

(14)

4.2.1.2 Competência do domínio da área do conhecimento (relação entre teoria e

prática) ... 71

4.2.1.3 Competência da empatia (descontração) ... 72

4.2.1.4 Competência da visão sistêmica (contextualização do assunto) ... 73

4.2.1.5 Competência do relacionamento interpessoal (relacionamento com o professor) ... 74

4.2.2 Métodos de ensino preferidos... 76

4.2.2.1 Método de trabalho em grupo (debate e trabalho em grupo) ... 77

4.2.2.2 Método de exposição pelo professor (datashow) ... 78

4.2.2.3 Método de trabalho independente (atividades/exercícios) ... 79

4.2.2.4 Atividades especiais (visita técnica) ... 80

4.3 RELAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE ENSINO E OS NATIVOS DIGITAIS (TERCEIRO OBJETIVO ESPECÍFICO) ... 81

4.3.1 Preferências por trabalho em grupo ... 81

4.3.2 Relação com a internet ... 84

4.3.3 Relação com as redes sociais ... 86

5. CONCLUSÕES ... 89

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... 95

REFERÊNCIAS ... 98

APÊNDICE ... 105

Apêndice A - Roteiro de entrevista por pauta ... 106

Apêndice B - Categorização inicial das entrevistas com frequência ... 108

(15)

1 INTRODUÇÃO

No mercado atual entender o sentido da palavra inovação é uma condição essencial para sobreviver a uma concorrência cada vez mais especializada. No entanto, para inovar é preciso, antes de qualquer processo de planejamento, desprender-se de modelos de gestão antigos, já ultrapassados, partindo para a descoberta do novo.

A grande novidade do nosso mundo contemporâneo é a valorização, sem precedentes, do inédito, da mudança, do novo. A transformação prevalece, simbolicamente, em relação à permanência, a ruptura sobre a continuidade; será este o preço, por vezes, da instabilidade e de um sentimento de insegurança. (UNESCO, 2005, p. 60).

A necessidade por inovação deve perpassar por todas as organizações modernas e envolver o olhar dos gestores para todos os processos que existem na empresa. Para inovar, é importante estimular a criatividade e aceitar os erros como etapas naturais da aprendizagem para o novo. De acordo com Bateman e Snell (2011, p. 566):

Embora possa parecer estranho, comemorar o fracasso pode ser vital para o processo de inovação. O fracasso é a essência do aprendizado, do crescimento e do sucesso. Empresas inovadoras têm muitas bolas no ar ao mesmo tempo, com muitas pessoas tentando muitas ideias novas. A maioria dessas ideias falhará – mas é somente por meio desse processo que algumas grandes ideias surgem e fazem da empresa uma estrela da inovação.

Diante de um contexto no qual as forças externas cada vez mais impactam as decisões de grandes executivos, vê-se que, para sobressair em relação aos concorrentes, é preciso acompanhar a velocidade das mudanças e criar um sistema de aprendizagem organizacional capaz de fazer com que as empresas desenvolvam competências que possam lhes dar uma vantagem competitiva sustentável no mercado. Um dos fatores que mais impulsionam a necessidade pela inovação são os avanços tecnológicos. O que é novo hoje pode ser ultrapassado amanhã, pois o mundo globalizado propõe novos modelos de negócios (TEIXEIRA; ZACCARELLI, 2008).

(16)

As barreiras geográficas, culturais e sociais que existem entre os povos cada vez mais se tornam inexistentes. Atualmente, o mundo cabe na palma da mão, num simples celular, por meio do qual é possível estar conectado 24 horas por dia, antenado com as notícias do mundo inteiro, interagindo, de fato, com pessoas de diversas nações. E essa transformação muda a forma sob a qual as pessoas se relacionam umas com as outras.

Hoje se vive um paradigma, ao mesmo tempo em que se observa o distanciamento entre as pessoas, quando, por exemplo, ficam mais horas na frente de um computador, aumenta significativamente o número de indivíduos com os quais alguém pode se relacionar, devido às inúmeras redes sociais que existem na internet (OLIVEIRA, 2010). Pode-se afirmar que a vida de muita gente se transformou em um livro aberto, só que para o mundo inteiro, que não apenas acompanha os fatos de sua rotina, mas opina sobre suas decisões, impressões e opiniões. De acordo com Oliveira (2010), hoje não mais se vive a era do conhecimento, mas sim a era das conexões, na qual o principal valor é o relacionamento com as pessoas.

Vive-se numa sociedade com barreiras quase invisíveis e algumas vezes até inexistentes. E para quem já nasceu neste universo virtual, por exemplo, que não apenas entende a linguagem da tecnologia, mas também interage de forma mais intensa com estes ambientes, seja nas redes sociais ou até mesmo em sites de compartilhamento de vídeos, músicas, conteúdos, dentre diversos outros, muitas vezes desconhece estas barreiras, pois seu mundo já foi construído sob a perspectiva de uma sociedade virtualizada. As novas gerações vivem no mundo da WEB 2.0, na qual a interação é constante (BORUTA, CHANG, 2011).

Não se vive mais na época do anonimato, todos querem aparecer, dar a sua opinião, contribuir de alguma forma. De acordo com Lipkin e Perrymore (2010, p.103) este grupo vive numa espécie de exibicionismo tecnológico, em que “ninguém parece ter vergonha de mostrar ao mundo o que está fazendo em determinado momento”. Ao contrário, nota-se que expõem as suas vidas e opiniões com frequência.

Essas transformações não poderiam deixar de causar efeitos nas escolas, faculdades, empresas e até mesmo nas próprias relações familiares. Com base nas ideias de Veras (2011, p. 2) nota-se que os jovens de hoje:

(17)

Todos sentem as mudanças ocasionadas pela tecnologia, só que uns, evidentemente, de forma mais intensa que outros. Em geral, os mais novos, por já entenderem a linguagem desta nova tecnologia virtual, conhecem mais as novidades e aproveitam mais os recursos e ferramentas de aprendizado disponíveis neste universo. É por isso que os jovens das gerações Y e Z são nativos digitais enquanto as gerações anteriores podem ser consideradas imigrantes digitais. (LIPKIN; PERRYMORE, 2010).Os nativos digitais são aqueles que fazem parte das gerações Z e Y, e são precedidos pelas gerações x, Baby Boomers e Belle Époque, que por sua vez são considerados imigrantes digitais por não terem nascido e crescido no universo da tecnologia virtual (OLIVEIRA, 2010).

No mundo atual estas mudanças tecnológicas ocorrem cada vez mais rapidamente e por isso é preciso aceitá-las. Faz-se necessário sair de um estado de negação para o estágio do comprometimento, no qual se observa que há a quebra da resistência para iniciar um processo de exploração, aceitação e envolvimento com o novo. Oliveira (2010, p. 34) afirma que:

O cenário atual exige esse esforço, por isso devemos criar condições para nos desprendermos de nossas premissas e voltarmos nossa atenção para as novas experiências que surgem a cada dia, com as novas tecnologias e com as novas gerações de pessoas.

O trabalho em questão trata de métodos de ensino para nativos digitais. Nesse sentido, entende-se que Instituições de Ensino, vistas como uma organização, precisam inovar em diversos aspectos de sua gestão, como acontece com qualquer empresa, contudo, necessitam investir naquilo que possuem de mais importante, o seu ensino. É fundamental fazer diferente aquilo que já vem sendo feito, para que além de um diferencial competitivo no mercado estas instituições possam desenvolver novos métodos de ensino mais eficazes e que atendam às necessidades de alunos, consumidores, filhos de uma era digital. Presnky (2001, p. 2) afirma que:

[...] isto não é uma piada. Porque o maior problema que a educação enfrenta hoje são os nossos professores imigrantes digitais, que falam uma linguagem ultrapassada (a da era pré-digital) e que estão lutando para ensinar uma população que fala numa linguagem inteiramente nova.

(18)

alunos, o que lhes levam a entender como se comunicar com eles, ou seja, como quebrar barreiras de comunicação e desenvolver métodos de ensino eficazes (LIBÂNEO, 1994).

O interesse e o papel do professor, obviamente, continuam voltados para que seus alunos se tornem cidadãos conscientes e antenados com as necessidades do mercado. Passos (2009, p.17) diz que:

A função docente, na sociedade hodierna, permeia enfoques que giram em torno das competências e habilidades, para atingir capacidades genéricas de gestão, cujo espaço da instituição é lugar, na maioria das vezes, de reprodução de estruturas sociais e de transferência da cultura de uma geração para outra.

Professores que desenvolvam novos métodos de ensino, mais eficazes, também poderão contribuir para uma aprendizagem mais efetiva dos alunos e como consequência poderão formar profissionais mais bem preparados e que agreguem ao seu conhecimento de tecnologia os comportamentos e as competências que as organizações buscam nos novos funcionários. Afinal de contas as organizações procuram encontrar profissionais da geração digital, pessoas que já nasceram no universo da tecnologia. Prensky (2001, p. 1) já dizia que:

Hoje os alunos – que estão na faculdade – representam as primeiras gerações que cresceram com esta nova tecnologia. Eles passaram a vida inteira rodeados por computadores, videogames, tocadores de música digital, filmadoras, celulares e todos os brinquedos e instrumentos da era digital. Hoje, em média, os estudantes universitários gastam menos de 5000 horas de suas vidas lendo, e mais de 10000 horas jogando videogames (para não falar das 20000 horas assistindo televisão). Jogos de computador, e-mail, internet, telefones celulares e mensagens instantâneas são partes integrantes de suas vidas.

Como uma nova geração de talentos já ingressou e continuará ingressando no mercado, é preciso conhecê-los, para, a partir daí, criar mecanismos de incentivo e motivação para o aprendizado deste grupo. Assim, há possibilidade de fazer com que este novo talento, já pertencente às gerações Y ou Z, ou seja, um nativo digital, queira dar o máximo pela organização onde trabalha. Conforme Prensky (2001) este grupo pertencente às novas gerações tem um perfil bem diferente daqueles das gerações anteriores e enxerga o mundo também de outra forma.

(19)

pela transmissão de conhecimento para estes grupos, os professores, ainda ensinam nos moldes tradicionais (SERRES, 2008).

É preciso entender as novas gerações para que seja possível propor novas formas de aprendizado. Mas a forma como uma parcela dos professores ensina está fundamentada em um modelo tradicional.

[...] é um momento polifônico, de vozes que precisam se juntar. Os professores ainda estão num modelo criado no século XIX [...] no qual o professor é um pregador e a interatividade é mínima. Mas a era polifônica obriga que o ambiente seja interativo. Eles precisam se abrir para as novas tecnologias e novas formas de pluralidade. (VERAS, 2011, p. 3)

Outrossim, faz-se importante discutir sobre os efeitos que a tecnologia trouxe para a educação. Observa-se que novos equipamentos, ferramentas e programas estão sendo criados para dar aos professores mais subsídios técnicos que podem, se bem utilizados, aperfeiçoar suas aulas. Esta nova geração de alunos Y e Z que já chegaram às instituições de ensino muitas vezes encontram professores que não compartilham do mesmo universo da tecnologia e como consequência não falam a mesma língua que eles, o que pode comprometer a comunicação e os resultados na aprendizagem (SERRES, 2008).

Já é uma realidade dentro de Faculdades e Universidades esta convivência entre professores das gerações Baby Boomers e X e alunos das gerações Y e Z. Porém, esta situação ainda é nova e a comunicação entre esses grupos muitas vezes não é eficaz uma vez que possuem ritmos e interesses diferentes. De acordo com Palfrey e Gasser (2008, p.239)

Para que as escolas se adaptem aos hábitos dos nativos digitais e de que como eles processam as informações, os educadores precisam aceitar que o modo de aprender está mudando rapidamente em uma era digital. Antes de responder a perguntas sobre como exatamente usar a tecnologia nas escolas, temos que entender estas mudanças. Para isso, é necessário pensar em todo o processo de aprendizagem, não considerando apenas o que acontece em sala de aula.

(20)

professor, que teria uma tendência, em pesquisa desenvolvida dentro da instituição onde trabalha, a não fazer observações negativas a respeito de seu desempenho em sala de aula.

No curso em questão a maioria dos alunos pertence à geração Y. Dessa forma esta dissertação busca trabalhar com o seguinte problema de pesquisa:

(21)

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral:

Identificar os métodos de ensino favoráveis ao aprendizado de alunos da geração Y do curso de Turismo da Faculdade Santa Helena, em Recife-PE.

1.1.2 Objetivos Específicos:

 Identificar, segundo o modelo de Libâneo (1994), quais são os métodos de ensino utilizados pelos professores na visão do aluno da geração Y.

 Identificar qual o método de ensino favorável ao aprendizado, na visão de alunos da geração Y, segundo o modelo de Libâneo (1994), a saber: método de exposição pelo professor; método de trabalho independente; método de elaboração conjunta; método de trabalho de grupo e atividades especiais.  Relacionar os métodos de ensino utilizados pelos professores com as

(22)

1.2 JUSTIFICATIVA

1.2.1 Justificativa Teórica

É de grande importância desenvolver pesquisas no âmbito da aprendizagem, especificamente voltadas para a geração Y, uma vez que se observa uma mudança no perfil comportamental dos estudantes desta geração. Alunos destas gerações se comunicam com o mundo de outra forma, têm um ritmo e aspirações diferentes dos das gerações anteriores. A tecnologia mudou a forma pela qual o mundo é visto e entendido por este novo grupo intitulado de nativos digitais. Assim, parece ser preciso mudar a forma de ensino, fugindo de um modelo tradicional, baseado na transmissão de conhecimento do professor para o aluno, chegando a um processo de interação. É preciso, literalmente, conectar-se com estes novos alunos. No entanto, ainda se encontra pouco material bibliográfico que dê direção para que professores e instituições comecem a desenvolver novos métodos de ensino.

Além disso, quando este assunto é direcionado para educação de nível superior, observa-se que há ainda uma maior escassez de pesquisas acerca do tema. Porém, esta nova geração já está no mercado de trabalho, o que leva este dilema das escolas para as empresas, que também têm dificuldades de interação e comunicação com estes novos profissionais. Assim, faz-se mister compreender o processo de aprendizagem nas instituições de ensino superior, que são hoje a grande porta de entrada de novos profissionais no mercado de trabalho. O modelo de aprendizagem para o ensino superior pode servir de referência para que as empresas desenvolvam seus projetos de treinamento e desenvolvimento, já numa linguagem efetiva para os integrantes destas novas gerações.

(23)

Também já é possível encontrar pesquisas que falem sobre os perfis das novas gerações, no entanto, pouco se explora a relação existente entre este novo grupo, e a forma pela qual a aprendizagem destes nativos digitais pode ser mais efetiva. É preciso que no campo da educação se discutam novas formas de estimular o aprendizado, mas para isso é preciso saber como se ensina hoje e como estes novos alunos aprendem.

1.2.2 Justificativa Prática

O mundo atual é altamente dependente da tecnologia. A evolução das ferramentas tecnológicas foi e continua sendo tão rápida que acaba criando grandes abismos comportamentais entre as gerações Baby Boomers, X, Y e Z. O universo de cada uma é diferente do da geração anterior. Isso é mais visível quando se comparam as gerações Baby Boomers e X, que são imigrantes digitais, com os nativos digitais das gerações Y e Z. No entanto, a convivência entre esses grupos é cada vez mais frequente. Começa nas relações familiares, passa para instituições de ensino, com professores e alunos vivendo o desafio de ensinar e aprender, chegando até as empresas, que formam equipes de gerações diferentes que têm a responsabilidade de não apenas conviver bem, mas também de gerar resultados para os negócios.

Os métodos de ensino nas Instituições de Ensino Superior precisam acompanhar as inovações do mundo moderno. Sendo assim, o professor é peça fundamental neste processo e, por sua vez, nunca pode esquecer o seu verdadeiro foco, o aprendizado. Para isso é fundamental conhecer as características destas gerações. Métodos tradicionais podem não ter mais o mesmo efeito. O estudante de hoje vive num mundo diferente e a sua comunicação com este mundo acompanhou essas mudanças. O acesso à informação é ilimitado, tudo é instantâneo. Esses grupos se caracterizam pela necessidade de interação e de compartilhamento de informações. Em sala de aula é preciso acompanhar as necessidades desses alunos, chamados de nativos digitais, a fim de, ao falar a mesma linguagem deles, haver uma comunicação mais efetiva e, por conseguinte, resultados de aprendizados mais satisfatórios.

(24)

Se continuarmos a preparar os professores como sempre os preparamos, vamos continuar a recriar as escolas que sempre tivemos. Temos que começar a preparar professores de forma diferente. Se vamos continuar a preparar os professores para trabalhar sozinhos, de forma autônoma, em salas de aula isoladas, nós estaremos perpetuando as escolas de hoje. Se queremos escolas para ser diferente, temos que começar hoje a preparar os professores de forma diferente... significativamente diferente.

Conhecer como professores e alunos estão interagindo pode apontar caminhos possíveis e respostas que contribuam para a melhoria da educação em nosso país. Para isso será pesquisada a realidade da Faculdade Santa Helena, localizada em Recife-PE. Neste caso, os resultados terão importância direta para a instituição Faculdade Santa Helena e direcionamentos importantes para outras IES.

Além disso, sob a ótica empresarial, estudos sobre este tema têm importância cada vez maior porque as empresas investem quantias altas de recursos financeiros a fim de treinar seus funcionários apostando, ainda, no sistema tradicional de ensino. Há pesquisas que mostram a falta de efetividade destes treinamentos e o acúmulo de prejuízo por parte das organizações (ABBAD; MENESES, 2009).

Sendo assim, talvez seja possível modificar a estrutura atual pensando que em pouco tempo as empresas estarão treinando uma massa de ex-estudantes pertencentes à geração Y. Para isso, acredita-se que seria preciso mudar os métodos de ensino tradicionais, pensar em novas metodologias ou adaptá-las a uma linguagem mais próxima ao estudante Y. Além disso, seria preciso avaliar quais técnicas e qual linguagem se precisariam utilizar para se comunicar com estas novas gerações. Por isso, o foco desta pesquisa está na geração Y.

Também se optou por desenvolver as pesquisas que compõem este trabalho em uma Instituição de Ensino Superior, especificamente na Faculdade Santa Helena, em Recife-PE, por saber que em sala de aula encontram-se professores nativos digitais formando os profissionais das gerações atuais.

Justifica-se, ainda, a importância da pesquisa, porque, a partir dos seus resultados, poderá ser possível desenvolver, para o curso de Turismo da Faculdade Santa Helena, um novo método de ensino capaz de garantir uma aprendizagem mais efetiva para os alunos pertencentes às gerações digitais. Além disso, a cada semestre ingressam novas turmas de 40 alunos em média, dos quais, de acordo com o banco de dados da própria IES, são 70% pertencentes à geração digital. Este número tende a crescer ano a ano.

(25)

professores poderão desenvolver suas aulas com foco na aprendizagem deste grupo e obter melhores resultados. Conhecer a forma pela qual os alunos aprendem dá um direcionamento metodológico essencial para a aproximação do professor e da instituição de ensino com o universo do aluno pertencente a uma geração digital.

(26)

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo apresenta uma discussão sobre os temas que dão base teórica a esta dissertação. Aqui serão estudados, inicialmente, assuntos que envolvam a inovação e a sua relação com o ensino superior. No entanto, para inovar é preciso conhecer a si mesmo e, sendo assim, as políticas de avalição de IES também ganham espaço neste debate, por serem capazes de dar subsídios para uma mudança pensada, fundamentada no estudo da realidade da instituição de ensino.

Como a dissertação trata-se de um estudo de caso, em específico estudando os alunos do curso de turismo, fez-se importante conhecer um pouco sobre esta área do conhecimento. Foi preciso entender no que consiste a formação do turismólogo e como se deu a evolução deste curso no Brasil, considerando as especificidades do profissional que atua neste ramo.

A partir daí se fez importante começar a entender os conceitos de aula e aprendizagem para que fosse possível relacioná-los aos métodos de ensino. O trabalho busca conhecer quais são os métodos de ensino que mais favorecem o aprendizado dos alunos, na visão deles mesmos e, sendo assim, para compreender esta relação, foi fundamental conhecer o que é aprendizagem e o que são métodos de ensino.

No entanto, o estudo tem foco nos estudantes da geração Y, que possuem características diferentes daqueles que fazem parte das gerações anteriores. Nesse caso, por se tratar de um grupo marcado pela sua relação com a tecnologia, fez-se importante, também, estudar as tecnologias para o ensino, além de conhecer algumas discussões sobre o ensino voltado para estes, que são considerados os nativos digitais.

Por fim, abordam-se aspectos relacionados à gestão das Instituições de Ensino Superiores, pois, para que qualquer mudança aconteça (em relação aos métodos de ensino, dentre outros aspectos pedagógicos e administrativos), é preciso entender como conduzi-la. Tratar de gestão em ensino superior se faz importante porque é comum não enxergar uma instituição de ensino como uma empresa.

2.1 Inovação e tecnologia

(27)

atualmente, haver uma necessidade de fazer diferente aquilo que já é feito a fim de se buscar uma vantagem competitiva no mercado. Por conta disso, observa-se que os processos de inovação acontecem cada vez mais rapidamente. Antes, novos produtos levavam anos para serem lançados no mercado. Hoje é tudo instantâneo. Na visão de Freeman (2008, p. 19)

As inovações, portanto, são cruciais não apenas para aqueles que desejam acelerar ou sustentar a taxa de crescimento econômico de seus próprios países ou de outros, mas também para os que se assombram com preocupações sobre a quantidade de bens e que desejam mudar a direção do avanço econômico, em busca de melhor qualidade de vida.

Outras contribuições são dadas ao estudo da inovação. De acordo com Morand e Manceau (2009, p. 13):

Do ponto de vista das empresas e de seus dirigentes uma visão de inovação baseada em pesquisa, desenvolvimento e em patentes é extremamente parcial. A inovação é fruto de processos globais nos quais a pesquisa e desenvolvimento são ingredientes, dentre outros, que integram uma abordagem organizacional complexa. A inovação é tanto um processo de desenvolvimento, de proteção das tecnologias, de organização, de marketing, de desing, de criatividade, de estratégias empresariais, de organização, de políticas de recrutamento, como também de todos os componentes que envolvem a gestão.

É possível inovar em produtos e processos, caracterizando-se, este último, como uma transformação nos métodos de trabalho. Logo, para inovar não é preciso fazer mudanças complexas. Novas ideias, maneiras diferentes de enxergar os processos organizacionais, podem apontar novos caminhos a serem seguidos, muitas vezes mais eficazes, econômicos e de maior produtividade para uma organização.

Quando se fala em aumento de produtividade, é comum se fazer uma relação com o ritmo em que são adotadas as novas tecnologias. Nesse sentido, para Rosenberg (2006, p. 163)

[...] as expectativas a respeito do curso futuro da inovação tecnológica constituem um componente significativo e negligenciado de tais questões, na medida em que são um importante determinante de decisões empresariais com respeito à adoção de inovações.

(28)

empresa se relaciona com os ambientes interno e externo, tendo estes dois que interagir harmonicamente. (MAXIMIANO, 2008; BATEMAN; SNELL, 2011)

Nesse sentido a tecnologia surge como uma mola propulsora para as inovações. Entende-se que a tecnologia são os métodos utilizados nos processos de transformação dos produtos. Assim, novas ferramentas, mais modernas, surgem a cada dia e podem beneficiar as empresas que aproveitam as suas vantagens. (BATEMAN; SNELL, 2011).

Outro fator de destaque deve-se ao fato de que os clientes cada vez mais vivem em um universo onde a tecnologia faz parte do seu dia a dia. Uma vez que o consumidor entende e sabe que aquele serviço ou produto que ele consome pode ser melhorado, é comum que estes novos clientes, mais antenados, procurem empresas que deem novas soluções para suas necessidades. Um novo mercado surge pela mudança dos seus consumidores. (TEIXEIRA; ZACCARELLI, 2008).

É fundamental compreender que o uso da tecnologia, isoladamente, não faz com que uma empresa seja inovadora. É preciso, conforme já descrito acima, que as novas tecnologias sejam agregadas aos processos organizacionais, dentro da realidade de cada mercado e de cada empresa. Assim, as mudanças serão observadas em toda a organização (MORAND; MANCEAU, 2009).

Os processos de inovação devem ser transportados para a realidade das instituições de ensino superior, objeto de estudo desta dissertação, uma vez que o público que hoje começa a ingressar nas faculdades e universidades possuem características diferentes daqueles que outrora ocupavam as cadeiras das salas de aula. Outrossim, o contexto atual é diferente do de outras épocas, e empresas que trabalham com educação precisam acompanhar a realidade dos mercados atuais e preparar alunos para o tempo atual.

2.2 Ensino superior no Brasil

(29)

A partir desse cenário, observa-se que as IES brasileiras, mais especificamente as particulares, precisam desenvolver políticas de planejamento estratégico capazes de responder a um mercado que hoje, pode-se dizer, é altamente competitivo, mas ainda dominado por modelos tradicionais de gestão organizacional. (MACHADO, 2008).

Uma vez que este cenário começa a se profissionalizar, nota-se que algumas instituições privadas já dão sinais de adoção de uma gestão profissional, afinal de contas a sobrevivência destas organizações está ligada à profissionalização do setor. De acordo com Porto e Régnier (2003, p.7)

[...] a educação superior e profissional em particular, deixou de ser sinônimo de um conjunto de instituições – agindo de forma mais ou menos coordenada ou estável –para se tornar um setor em expansão: uma ‘área de negócios’,

como preferem alguns. Atraindo recursos, gerando oportunidades, ampliando e diversificando seus ‘produtos’ e ‘serviços’, preocupando-se com seus clientes e suas necessidades diferenciadas e investindo em

marketing, em ‘marcas’, em qualidade.

As instituições de ensino privadas devem ser vistas como um negócio, regulado pelo Governo, com grande responsabilidade para com o aprendizado de seus alunos, mas que também precisam ser sustentáveis do ponto de vista financeiro. Dessa forma, processos inovadores podem conferir uma vantagem competitiva para estas IES. (MACHADO, 2008)

Em paralelo vale ressaltar que o ensino superior no Brasil enfrenta diversos problemas, dentre eles: professores com baixa qualificação; grande número de professores horistas; exigência por pesquisas sem que haja tempo e instrumentos para tal; alunos mal preparados; perda de tempo com processos meramente burocráticos, como o preenchimento de cadernetas; dificuldade de comunicação com os alunos. Essas exigências podem tirar o foco do professor para aquilo que é o essencial, o aprendizado de seus alunos. (PASSOS, 2009)

As IES precisam remodelar seus processos e modificar principalmente aqueles que estão relacionados aos métodos de ensino, pois novos estudantes ingressam nessas instituições, que ainda permanecem com um modelo pedagógico tradicional, baseado na transmissão do conhecimento e não na interatividade. (PRENSKY, 2000)

(30)

pelo Governo Federal, e dentre as obrigações que precisam atender, encontra-se a necessidade de desenvolver políticas de avaliação. Sendo assim, estas políticas podem ser de fato implementadas e utilizadas como uma ferramenta gerencial de importância ímpar para que a IES seja bem sucedida.

2.3 Políticas de avalição da educação superior no país

As Instituições de Ensino Superior, a partir da Lei 10.861, de 2004, estão sendo submetidas a um sistema de avaliação constante que abarca todos os níveis das IES. Esse é o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). De acordo com Barreyro et al (2006, p.430)

O SINAES fundamenta-se na necessidade de promover a melhoria da qualidade da educação superior, a orientação da expansão da sua oferta, o aumento permanente da sua eficácia institucional, efetividade acadêmica e social e, especialmente, o aprofundamento dos compromissos e responsabilidades sociais. Ele tem como objetivo assegurar o processo de avaliação das instituições de educação superior, dos cursos de graduação e do desempenho acadêmico de seus estudantes.

Sabe-se que, para uma IES obter uma boa avaliação, é preciso atender a 10 dimensões estabelecidas pelo Ministério da Educação. Além dessas dimensões, os cursos superiores são submetidos a avalições in loco, por comissões do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), além de também serem avaliados por meio do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) e por uma política interna de autoavaliação. Todas essas avaliações têm o intuito de acompanhar o funcionamento e a qualidade da educação no país. Nos parágrafos abaixo serão discutidas as 10 dimensões do SINAES, com algumas observações baseadas em Barreyro et al (2006), ABMES (2004) e na própria Lei do SINAES (2004).

(31)

A dimensão 2 versa sobre as perspectivas científica e pedagógica formadoras: políticas, normas e estímulos para o ensino, a pesquisa e a extensão. Quando se pensa em educação, deve-se buscar envolver os alunos numa filosofia de trabalho que lhes dê a oportunidade de desenvolver pesquisas, ou seja, gerar conhecimento e também de praticar ações extensionistas que mostrem à sociedade que o conhecimento existente em um curso superior pode ser aproveitado para comunidades que necessitem de apoio.

A dimensão 3 aborda a responsabilidade social da IES. É fundamental que os alunos sejam inseridos numa perspectiva de Responsabilidade Social. Se a instituição de ensino desenvolver estas ações e envolver seu corpo discente de maneira coerente e continuada, formará profissionais mais éticos e capazes de contribuir para diminuir as desigualdades sociais do Brasil.

A dimensão 4 aborda a questão da comunicação com a sociedade. Uma comunicação eficaz com a sociedade torna uma IES conhecida e muito mais competitiva. Não basta apenas fazer propagandas em televisão, outdoors, outbus, dentre outros meios de publicidade, deve-se estabelecer um link, com a sociedade, capaz de fazer com que a instituição seja sempre conhecida e respeitada. Esse tipo de comunicação se dá através de planos de marketing e também a partir das ações que já foram elencadas acima. Manter essa comunicação acaba sendo uma excelente alternativa mercadológica.

A dimensão 5 discute as políticas de pessoal, carreira, aperfeiçoamento, condições de trabalho. As IES oferecem para seus alunos um serviço. Todo serviço para ser bem prestado deve também possuir profissionais capacitados. O setor de serviços funciona como um sistema, no qual facilmente se pode observar que, se o trabalho de uma pessoa for ruim, afetará o restante do serviço. Para que isso não aconteça, deve-se investir nos funcionários, uma vez que eles podem apoiar os alunos e contribuir para o aprendizado de maneira efetiva. Neste grupo de funcionários incluem-se desde os de nível operacional até os de nível estratégico.

A dimensão 6 discute a organização e gestão da instituição. Neste caso é preciso que a IES possua um sistema de gestão profissional para manter toda a sua estrutura de funcionamento e garantir a qualidade do ensino.

(32)

A dimensão 8 discute sobre o processo de planejamento e avaliação. O gestor da IES, junto com sua equipe, incluindo professores e funcionários, deve conceber e acompanhar todo o processo de planejamento. Sugere-se que as IES trabalhem com um profissional chamado de ombudsman, ou ouvidor. Este, a partir das informações colhidas, pode oferecer os subsídios necessários para um planejamento coerente e harmônico. No contexto atual encontrar um profissional com características capazes de assumir uma função como esta se torna difícil. Além disso, faz-se importante que este profissional seja alguém inserido no contexto das IES da localidade, para que suas ações e diagnósticos sejam mais coerentes. Problemas podem ser facilmente identificados pelos gestores da IES, no entanto, o ouvidor torna-se importante por conhecer o mercado e também por oferecer alternativas condizentes com a realidade local. Este é um papel que exige um perfil de alguém altamente capacitado.

A dimensão 9 aborda as políticas de atendimento aos estudantes. As instituições de ensino superior devem aprender a ouvir seus estudantes para que entendam suas necessidades. Em contrapartida, nem todas as solicitações feitas devem ser atendidas, uma vez que os alunos possuem um contrato de educação e, como tal, exige impor limitações para o contratante. A IES deve se preocupar acima de tudo com a formação de seu estudante e não com o dinheiro que ele está pagando.

A dimensão 10 fala da sustentabilidade financeira. Uma instituição que trabalha com educação e tem o objetivo de formar cidadãos entende que pode haver um equilíbrio entre os anseios dos alunos com a necessidade de capital da empresa. Não é possível manter uma IES com qualidade sem que haja capital para manter estrutura, funcionários, pesquisas, dentre outras ações. É preciso gastar o que pode ser gasto, de maneira controlada, para que a instituição possa crescer de maneira sustentável nos níveis econômicos e também nas propostas de cunho educacional. É preciso “dar um passo por vez”.

(33)

As avalições são condição fundamental para que os cursos possam melhorar a sua qualidade de ensino e desenvolver um trabalho mais condizente com as necessidades dos alunos e do mercado de trabalho. Cursos que ainda estão em processo de construção e evolução curricular, por serem relativamente novos, como é o caso de turismo, por exemplo, precisam implementar avalições capazes de apontar caminhos que facilitem a construção de um curso mais atrativo para os alunos e que atendam às expectativas das empresas do setor, por terem um viés prático muito presente na sua estrutura. Em relação ao curso de turismo, especificamente, é importante entender a sua evolução e os problemas que enfrenta.

2.4 Evolução dos cursos de turismo

Depois de acompanhar a evolução das Instituições de Ensino Superior no país e seus principais dilemas gerenciais, vale discutir sobre a evolução dos cursos de turismo no Brasil. Enquanto atividade econômica o turismo tem importância ímpar para o desenvolvimento do país, uma vez que possibilita a entrada de divisas estrangeiras. (BENI, 2004).

Assim como qualquer atividade econômica, o turismo também segmenta seu mercado em diversas opções para atender às necessidades de seus clientes. A atividade turística é divida em turismo de aventura, cultural, ecoturismo, da terceira idade, dentre outros. Vê-se, assim, que se parte para uma segmentação a fim de conquistar mercados de interesses específicos e que isso não é uma tendência apenas para o turismo e sim das diversas atividades econômicas que buscam acompanhar o cenário dos negócios da atualidade. De acordo com Ansarah (2001, p. 27):

Segmentar o mercado é identificar clientes com comportamentos homogêneos quanto a seus gostos e preferências. A segmentação possibilita o conhecimento dos principais destinos geográficos, dos tipos de transportes, da composição demográfica dos turistas e da sua situação social e estilo de vida, entre outros elementos.

(34)

É comum, no turismo, encontrar profissionais que não planejam o seu trabalho e causam impactos irreversíveis ao meio ambiente natural e cultural, justamente por não haver profissionalização do setor e por utilizar recursos, sejam naturais ou culturais, de forma desmedida, comprometendo a sobrevivência de um ambiente natural ou de uma manifestação cultural de uma determinada localidade. (BENI, 2004)

Para que o país cresça, também a partir da atividade turística, é fundamental que haja profissionais preparados e conscientes da responsabilidade de trabalhar com a gestão do turismo. É fundamental que as instituições de ensino preparem seus alunos com uma formação ampla, diversificada, ou seja, multidisciplinar, para que sejam formados profissionais aptos e cientes da responsabilidade que têm em mãos. Para Ansarah (2001, p. 13):

Infelizmente não existe hoje a preocupação voltada para a consciência crítica dos alunos, tampouco para o desenvolvimento do pensamento crítico, mas sim do imediatismo profissional, da sua experiência prática, tão requisitada pelo mercado de trabalho. Na elaboração de planos de estudo, muitas vezes se esquece que a educação turística também é educação e, por conseguinte, deve desenvolver no indivíduo um espírito, para que ele seja criativamente funcional ao enfrentar sem traumas as novas situações que se apresentam continuamente neste setor, tão mutante e dinâmico.

O primeiro curso de turismo no país começou no ano de 1971 e teve um pequeno crescimento durante anos, até 1995, quando houve uma grande expansão do ensino superior no país. A partir daí houve uma multiplicação de cursos de turismo em todo o Brasil e uma concorrência acirrada nos vestibulares para ingressar nesta nova área, pois ainda era uma novidade para a grande maioria das pessoas. (RAMOS et al, 2010)

(35)

[...] no período em que ocorreu crescimento da atividade turística no Brasil, aumentando o fluxo turístico e uma diversificação dos empreendimentos e serviços turísticos, tornando necessário capacitar recursos humanos para dar conta desta demanda verificou-se uma explosão de cursos superiores em Turismo, provocando um efeito socialmente perverso na formação acadêmica nesta área, através do ensino pago.

Esse processo acarretou uma diminuição da demanda para os cursos de turismo. Em Pernambuco, na Universidade Federal, por exemplo, verificou-se uma concorrência de 20 candidatos por vaga no ano de 2001, com base em notícia publicada no site da Covest. Agora, em 2011, este número caiu para 5 candidatos por vaga, de acordo com nota publicada pelo JC Online no mesmo ano. Sendo assim, as instituições particulares de turismo começaram a ver que as turmas que antes eram abertas com concorrência, já não mais abriam, e que o índice de evasão era muito alto. Atualmente, algumas faculdades já tradicionais no turismo optaram por fechar o curso a fim de evitar prejuízos. Em contrapartida, hoje se vê que a gestão do turismo está cada vez mais nas mãos de profissionais formados na área e que poderá haver um equilíbrio maior entre a demanda por profissionais da área e a oferta de pessoas formadas e preparadas para assumir funções ligadas ao turismo. Na realidade, o profissional do turismo sempre teve uma profissão incompreendida. A maioria da população não entende o trabalho do profissional formado em turismo. Existe um senso comum de que é uma área fácil, sem grandes responsabilidades e que não exige um profissional tão qualificado. Esse entendimento perdurou por décadas e ainda hoje existe, porém com menos intensidade.

(36)

2.5 Aula e aprendizagem

Abordar o tema educação em um país como o Brasil é sempre um desafio. É verdade que por não ser uma profissão reconhecida, como deveria, pela sociedade, muitos que têm vocação para a área deixam de lado este chamado para ingressar em outras carreiras. Também é uma profissão cercada de preconceitos. Gauthier (2005) afirma que os professores sofrem com algumas opiniões da sociedade, muito comuns, como imaginar que para dar aula basta saber do conteúdo, ou que só precisa ter talento, ter intuição para docência, que ter experiência é suficiente ou que uma base cultural já é aceitável para a formação de um professor. Esquece-se que é uma profissão de importância ímpar para o desenvolvimento de uma sociedade e se banaliza o trabalho do docente através de um senso comum.

Vê-se, então, assumirem o espaço da sala de aula profissionais que não possuem uma formação adequada para transmitir conhecimento. Estes professores já são, em vários casos, acostumados a repassar o conhecimento, sem se preocupar com a forma pela qual seus alunos aprendem. Há um trabalho de memorização e não de compreensão. (KARWOSKI, 2012). No entanto, observa-se também que as instituições de ensino básico deixam de lado a preocupação com a formação da criança e do adolescente para focar os resultados em boas notas no vestibular. Neste processo o aluno aprende a não aprender. O importante é decorar. Este sistemas segue do ensino básico para o superior.

O parágrafo anterior é importante para que todos possam entender os desafios e as barreiras que se devem transpor para modificar esta cultura do mero repasse de informações. De acordo com Amaral (2010, p.28):

Mas, o que se espera de um professor universitário, além de uma orientação para a pesquisa, é que ele seja também capaz de auxiliar os alunos na transformação das informações em conhecimento. Embora hoje se fale muito em rede, em substituição aos pré-requisitos para o conhecimento, uma importante tarefa do professor é auxiliar na estruturação dos campos

teóricos. Infelizmente, há “exposições” e “exposições”, “professores” e “professores”...

(37)

crivo dos seus professores. É importante que os professores saibam ensinar para que os alunos possam aprender. (DANTAS, 2012)

É preciso entender que uma instituição de ensino não pode ter a filosofia de que os professores devem ser máquinas de dar aula, seguindo modelos prontos de outros docentes ou repetindo assuntos que foram ministrados em semestres anteriores. Cabe à instituição de ensino criar, de maneira controlada, uma mudança de cultura no seu corpo de professores. É importante compreender que dar aula é um compromisso que precisa estar fundamentado no aprendizado e não na repetição de ideias de autores. (MORAN, 2007)

Pensa-se que quanto mais assunto for repassado para o aluno, mais este professor cumpriu com sua obrigação. E o pior, os estudantes, muitas vezes, cobram quantidade de assunto e não qualidade. Muitos deles questionam quando precisam construir conhecimento e se acham inaptos para isso. O professor não deve aceitar essa situação. Cabe a ele transformar seu encontro com os alunos em um momento de reconstrução de conhecimento. É preciso que eles aprendam a aprender, a pensar criticamente, a produzir a partir do que lhes foi transmitido em forma de leitura ou pesquisa. Um professor que tenha esta mentalidade será um grande diferencial no mercado. (DEMO, 2004)

É muito mais fácil “enrolar” os alunos com aulas “shows” do que conduzi-los ao caminho do conhecimento. Demo (2004, p. 677) afirma que:

A aula foi, com o tempo, também cada vez mais “enfeitada”, entretanto na pedagogia como peça chave da aprendizagem. A mídia tem contribuído

enormemente para “enfeitar” a aula, através de todos os truques motivadores e atrativos, sem perceber que está “enfeitando defunto”.

(38)

De acordo com Demo (2004) é mais interessante um docente deixar de repassar todo o assunto de uma ementa do que abordá-lo apenas como informações, sem nenhuma preocupação com a construção do conhecimento. É importante que o aluno realmente aprenda algo de forma mais aprofundada e a partir desta experiência saiba como também buscar o conhecimento de temas que não puderam ser bem explorados em sala. Assim, o aluno será estimulado a pensar e somente as sociedades pensantes têm condições de um desenvolvimento mais equilibrado.

Nesse sentido, prega-se uma mudança de paradigmas. A aula não pode ser colocada como didática central, tampouco como instrumento meramente reprodutivo. Podem-se aproveitar os encontros com os alunos para fazê-los realmente aprenderem. Para isso, faz-se mister o planejamento detalhado de uma aula, a fim de que este momento faz-seja aproveitado não para o professor demonstrar que tem conhecimento, mas para que o aluno tenha a oportunidade de reconstruir aquilo que já sabe (MASETTO, 2010).

Enfim, a aula precisa ser encarada como um momento de integração, de troca, na qual o aluno é o protagonista do processo e merece destaque. O professor conduz o grupo, leva-o à discussão, ao aprendizado.

O momento aula é sumamente precioso pelo encontro entre professores e alunos, quando ambos trazendo suas colaborações criam condições de troca de pesquisa, de estudo, de debate, de perguntas e apresentação de dúvidas, de solução de problemas. (MASETTO, 2010, p. 20)

(39)

2.6 Métodos de ensino

Para que haja uma comunicação mais efetiva entre professor e aluno, é preciso que dentre as inúmeras possibilidades de métodos de ensino os docentes façam uso daquelas que mais se encaixam com as necessidades dos nativos digitais. Libâneo (2002, p. 4) diz que:

Os alunos mais velhos comentam entre si: “Gosto dessa professora porque ela tem didática”. Os mais novos costumam dizer que com aquela professora

eles gostam de aprender. Provavelmente, o que os alunos querem dizer é que essas professoras têm um modo acertado de dar aula, que ensinam bem, que com eles, de fato, aprendem.

Nesse sentido é importante entender o significado de método de ensino. O mesmo tem o objetivo de apontar o caminho, o trajeto, o percurso para se alcançar a meta desejada no que diz respeito ao aprendizado do aluno. Para alcançar esta meta, faz-se uso de técnicas que em seu sentido definem como chegar ao caminho para se realizar algo.

[...] o método é o caminho, e a técnica é “como fazer”, “como percorrer”

esse caminho. A metodologia didática refere-se, então, ao conjunto de métodos e técnicas de ensino para a aprendizagem. (RANGEL, 2007, p.9)

Assim, o método se relaciona com a definição de uma sequência de atividades que o professor deve estabelecer para atingir seu aluno. Existem diversas classificações para os métodos de ensino. Neste trabalho, será feito uso do modelo de Libâneo (1994), a saber:

 Método de exposição pelo professor – é muito utilizado, uma vez que se caracteriza pela exposição de um assunto pelo professor, seja verbalmente, com demonstrações, ilustrações ou com exemplos.

 Método de trabalho independente – a forma mais comum para este tipo de trabalho é o estudo dirigido, seja ele individual ou em dupla. Neste caso, as tarefas são coordenadas pelo professor. Este método estimula a criatividade e a resolução de problemas de forma independente.

 Método de elaboração conjunta – dá-se pela interação entre o docente e o discente. É utilizado para a assimilação de assuntos novos.

(40)

 Atividades especiais – buscam uma complementação para o método de ensino. Optou-se pela escolha deste modelo por entender que propõe uma análise enxuta dos métodos de ensino, traduzindo-os de forma didática e, por conseguinte, com possibilidade de maior compreensão. Além disso, o Dr. José Carlos Libâneo, autor deste modelo, dedicou sua carreira de pesquisador ao estudo da educação, colocando-o como um dos maiores teóricos progressistas da área. Desde a sua dissertação de mestrado em filosofia da educação, na PUC-SP, até a sua tese de doutoramento, vê-se que seus estudos estão ligados diretamente à didática, mais especificamente aos fundamentos teóricos e práticos sobre o trabalho docente. Suas publicações mais conhecidas são a Democratização da Escola Pública: A pedagogia crítico-social dos conteúdos (1984); Didática (1990) e Educação na Era do Conhecimento em Rede e Transdisciplinaridade (2010).

Ressalta-se que o uso das técnicas deve ser feito com base no conhecimento térico/prático que o professor já possui. De nada adianta conhecer métodos e técnicas de ensino se o principal objetivo, que é a aprendizagem, não puder ser alcançado. Assim, além de conhecimento técnico acerca dos assuntos trabalhados em sala de aula, o professor precisa desenvolver, também, uma série de competências que lhes confiram uma gama maior de possibilidades de se comunicar efetivamente com os alunos. No mundo atual, novas competências são cada vez mais necessárias (PERRENOUD, 1999).

Sendo assim, o professor precisa sempre buscar uma formação contínua. A busca pelo aperfeiçoamento e aprimoramento de suas diversas competências precisa ser encarada como uma necessidade inerente à profissão do docente. O aprender sempre é o principal instrumento de trabalho do professor que, se deixar de lado esta tarefa, pode acabar esquecendo o que já estudou. Perrenoud (1999, p. 153) afirma que:

Organizar e dirigir situações de aprendizagem, administrar a progressão das aprendizagens, conceber e saber evoluir dispositivos de diferenciação, envolver os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho, trabalhar em equipe, participar da administração da escola, informar e envolver os pais, utilizar tecnologias novas, enfrentar os deveres e dilemas éticos da profissão: todas essas competências conservam-se graças a um exercício constante.

(41)

O ensino já evoluiu muito e, mesmo que de forma despercebida, teve grandes avanços, como por exemplo: hoje se respeita mais o ritmo do aluno, suas opiniões, propõe-se maior cooperação em sala, tem-se um planejamento didático flexível, mais interativo, tem maior foco na profissionalização, é pluricultural. É preciso continuar a evolução, na realidade é inevitável e acontece mesmo de forma natural. Se a escola não se aproxima do mundo, o aluno acaba se distanciando da escola, de forma inevitável. (MORAN, 2007)

A tecnologia pode ser utilizada em sala de aula com uso de recursos multimídias e ferramentas web, mas com o cuidado de estarem ligados às necessidades de cada disciplina. O professor deve decidir pelo seu uso com a preocupação no aprendizado do aluno. A tecnologia não garante um bom resultado e não é solução para todas as dificuldades de interação entre professor e aluno. É mais um instrumento, um recurso que pode em algumas situações estimular o aprendizado. (JOLY, 2002)

Nesse caso, vale conhecer um pouco mais sobre tecnologia aplicada ao ensino, a fim que quebrar paradigmas e aproximar esta possibilidade da realidade dos docentes. A tecnologia faz parte da vida tanto dos alunos como dos professores e pode ser aplicada ao ensino sem medo, quebrando preconceitos e aproximando educador e educando.

2.7 Tecnologias para o ensino

Antes de falar sobre a relação entre tecnologia e ensino, é preciso compreender a realidade do mundo atual em relação a este assunto. Destaca-se, então, que o grande avanço tecnológico de impacto mundial, nos últimos 30 anos, deve-se ao uso da internet. A partir dessa inovação, que teve início nos anos 80, começa uma caminhada rápida para um mundo conectado. As mudanças são tão velozes que dos anos 80 para a década atual já se enxerga um grande abismo. Atualmente, por exemplo, observa-se uma evolução da comunicação através da web, onde este ciberespaço abre as portas para a expressão pública. (LEMOS; LÉVY, 2010).

(42)

número incontável de pessoas. Os sites que você pesquisa, os vídeos que vê na internet são compartilhados automaticamente em suas redes sociais. Às vezes o cidadão passa a desconhecer o limite entre a sua privacidade e o que é público. (LEMOS; LÉVY, 2010).

Em decorrência do grande avanço tecnológico apontado no parágrafo anterior, nota-se que as relações sociais sofreram grande impacto. Através do ciberespaço as pessoas estão ligadas umas às outras em redes cada vez mais complexas. De acordo com Lemos e Lévy (2010, p. 12):

Os indivíduos implicados nas atividades de colaboração interativas da Web 2.0 participam geralmente de várias comunidades, navegam entre vários blogs, mantêm vários endereços eletrônicos para diferentes usos e são, em certa medida, os nós principais, os cruzamentos, os comutadores da computação social, recolhendo, filtrando, redistribuindo, fazendo circular a informação, a influência, a opinião, a atenção e a reputação de um dispositivo a outro.

Observa-se, então, um mundo diferente, que possui novas tecnologias, que evoluem cada vez mais rapidamente e que exigem de todos um entendimento deste universo, pois é uma estrutura cada vez mais presente na vida de todos e necessária para o crescimento de um país, que tem que acompanhar as mudanças que acontecem nas relações sociais e econômicas mundiais, condicionadas ao mundo Web. Essas tecnologias precisam ser ensinadas para que se faça proveito delas. Para isso, é preciso que professores conheçam este novo cenário e compreendam como se beneficiar dessas mudanças para favorecer o processo de ensino-aprendizagem. (JOLY, 2002)

As novas tecnologias são importantes no processo de ensino-aprendizagem, uma vez que podem ajudar a conectar o aluno y ao conteúdo trabalhado, de forma mais lúdica e aprofundada. No entanto, não são a base do aprendizado. Essas tecnologias podem dar suporte ao trabalho do docente, como uma ferramenta. Porém, como qualquer ferramenta é preciso que quem a utilize saiba bem como o fazer a fim de evitar um acidente. Neste caso, se o professor não tiver planejado seu trabalho com antecedência e encaixado a tecnologia de forma eficaz, poderá apenas trazer prejuízo ao aprendizado dos alunos. (MORAN, 2007)

Não se pode restringir o uso da tecnologia à Educação a Distância. De acordo com Kenski (2007, p. 13):

Referências

Documentos relacionados

Nessa situação temos claramente a relação de tecnovívio apresentado por Dubatti (2012) operando, visto que nessa experiência ambos os atores tra- çam um diálogo que não se dá

xii) número de alunos matriculados classificados de acordo com a renda per capita familiar. b) encaminhem à Setec/MEC, até o dia 31 de janeiro de cada exercício, para a alimentação de

Figura A53 - Produção e consumo de resinas termoplásticas 2000 - 2009 Fonte: Perfil da Indústria de Transformação de Material Plástico - Edição de 2009.. A Figura A54 exibe

[r]

Esta dissertação pretende explicar o processo de implementação da Diretoria de Pessoal (DIPE) na Superintendência Regional de Ensino de Ubá (SRE/Ubá) que conforme a

De acordo com o Consed (2011), o cursista deve ter em mente os pressupostos básicos que sustentam a formulação do Progestão, tanto do ponto de vista do gerenciamento

O Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica (Proeb), criado em 2000, em Minas Gerais, foi o primeiro programa a fornecer os subsídios necessários para que

O caso de gestão estudado discutiu as dificuldades de implementação do Projeto Ensino Médio com Mediação Tecnológica (EMMT) nas escolas jurisdicionadas à Coordenadoria