No estudo de campo empreendido, um único grupo, uma comunidade, um público
específico em local específico são investigados. Pretende-se avaliar as interações,
comportamentos, situações de vida em determinados contextos e estrutura social. Buscando
definições, ancora-se em Prodanov e Freitas (2013) ao dissertar que a pesquisa de campo é:
aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual procuramos uma resposta, ou de uma hipótese, que queiramos comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. Consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que presumimos relevantes, para analisa-los (PRODANOV E FREITAS, 2013, p.59).
Conforme já apontado anteriormente, no EPEx havia a demanda do levantamento do
impacto sócio econômico das ações estratégicas desenvolvidas pelo Exército Brasileiro a partir
de seus Programas. A partir de então, se estabeleceram técnicas de registro e análise de dados
– detalhados mais adiante.
Podendo-se dizer que “o estudo de campo tende a utilizar muito mais técnicas de
observação do que de interrogação.” (GIL, 2008, p. 57, apud PRODANOV e FREITAS, 2013,
p. 61), e, sabendo-se que a autora deste trabalho é membro do EPEx, parte-se para a
compreensão do próximo tópico.
3.2.2. Observação Participativa
A observação participante remonta da Antropologia Cultural. E, progressivamente,
ocupa-se de pesquisas nas Ciências Sociais e Humanas, em suas especificidades e grupos
psicossociais a ser estudados (MÓNICO, AFERES, CASTRO e PARREIRA, 2017).
A partir do levantamento feito por Mónico, Aferes, Castro e Parreira (2017) é possível
avaliar que este é o método no qual o pesquisador participa ativamente da situação de coleta de
dados, constitui-se num modelo etnográfico. Servem para compreender situações comuns, de
difícil captação através de instrumentos de avaliação como as entrevistas.
É um tipo de investigação no qual o pesquisador também é membro do grupo alvo da
pesquisa, passando a ser, portanto, pesquisador e pesquisado, por está imerso naquele grupo,
cultura e comunidade estudada. Pode ser visto como favorável, entre outros aspectos, porque
ao se partilhar papéis, condições, realidades, comportamentos, fatos e situações, estes não são
alterados pelo público investigado como seriam se estivem sendo avaliados por estranhos. Os
autores colocam, ainda, citando Correria (1999, p.31) que “requer a necessidade de eliminar
deformações subjetivas para que possa haver a compreensão de fatos e de interações entre
sujeitos em observação, no seu contexto”.
3.2.2 Análise Documental
Para o bojo deste trabalho foram carreados documentos relativos ao Ptf EE e a seus
dezesseis Prg EE. Portanto, trata-se, igualmente, de uma Pesquisa Documental. A análise
documental, como aponta Sá-Silva, Almeida e Guindani (2009), é um recurso metodológico
fundamental em ciências humanas e sociais, tendo em vista que as fontes utilizadas durante a
pesquisa documental são, majoritariamente, fontes escritas e base de um trabalho de
investigação. Entende-se que o uso de documentos em pesquisa deve ser valorizado por se tratar
de uma fonte rica de informações de consulta e investigação, ampliando o conhecimento e o
entendimento de contextos históricos e socioculturais.
Gil (2002) salienta que este tipo de pesquisa trabalha com materiais que não receberam
uma leitura analítica ou que podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa,
organizando-se informações que se encontram difusas para se firmar enquanto fonte de
consulta. O autor define, ainda, os documentos investigados como sendo: a) de primeira mão:
documentos oficiais, reportagens de jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias,
gravações, etc; b) de segunda mão: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas
estatísticas, entre outros.
Na presente pesquisa, foram utilizados documentos de primeira e segunda mão. Tanto
elementos que não haviam sido analisados como gravações de reuniões e documentos oficiais
do EPEx, quanto material que já haviam sido elaborados e analisados com outros fins, como
tabelas e relatórios.
3.2.4. Brainstorming
Para iniciar essa pesquisa e verificar a viabilidade da mesma, foi realizada uma reunião
com cinco integrantes do EPEx, dentre eles estavam presentes o Chefe do Escritório de Projetos
do Exército, o Chefe da Assessoria de Governança do Portfólio e especialistas da área de Gestão
de Projetos visando levantar a metodologia para o levantamento dos impactos do Ptf EE na
sociedade.
Durante a atividade, foi realizado um brainstorming, ferramenta criada em 1939 por
Alex Osborn voltada ao levantamento de ideias conjuntas e criativas na busca de solucionar
determinado problema. O autor define o termo brainstorming como a ação de “usar o cérebro
para tumultuar um problema” (OSBORN, 1987, p.73).
Essa técnica de brainstorming, também conhecida como “tempestade de ideais” é
somada aos diferentes pensamentos e ideias que cada participante contribui naquele momento,
com o objetivo de somar as experiências de cada indivíduo sobre determinado assunto, gerando
um processo de discussões e sugestões. Essas ideias geradas são analisadas e nenhuma é
inicialmente descartada. Para Osborn (1987) o brainstorming possibilita soluções ou ideias que
poderão servir de embasamento para busca de alinhamento futuro. Elas são geradas por meio
de possibilidades e alternativas no intuito de alcançar ideias eficientes que gerem probabilidades
capazes de estabelecer novos desenhos e protótipos.
Com essa linha de pensamento e para um fechamento sobre o conceito de
Brainstorming, segue a citação de Browm que bem defini a representatividade dessa
ferramenta: “outras abordagens são importantes para fazer escolhas, mas não há nada melhor
que uma boa sessão de brainstorming para criá-las” (BROWN 2010, P.75).
Ao final da realização desta atividade, foram obtidas muitas ideias acerca da
metodologia. Nesse viés, foi verificado que a melhor linha de ação a ser adotada seria a
realização de um estudo de caso que foi descrito anteriormente.
No documento
BRUNA ROBERTA RIBEIRO BRUM
(páginas 40-43)