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BRUNA ROBERTA RIBEIRO BRUM

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UNB

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO

MBA EM GESTÃO DE PROJETOS

BRUNA ROBERTA RIBEIRO BRUM

IMPACTOS E BENEFÍCIOS GERADOS PARA SOCIEDADE ATRAVÉS DO PORTFÓLIO ESTRATÉGICO DO EXÉRCITO

Brasília - DF

2019

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BRUNA ROBERTA RIBEIRO BRUM

IMPACTOS E BENEFÍCIOS GERADOS PARA SOCIEDADE ATRAVÉS DO PORTFÓLIO ESTRATÉGICO DO EXÉRCITO

Monografia apresentada ao Departamento de Administração como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Gestão de Projetos.

Orientadora: Professora Drª Siegrid Guillaumon Dechandt

Brasília – DF

2019

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BRUNA ROBERTA RIBEIRO BRUM

IMPACTOS E BENEFÍCIOS GERADOS PARA SOCIEDADE ATRAVÉS DO PORTFÓLIO ESTRATÉGICO DO EXÉRCITO

A Comissão Examinadora, abaixo identificada, aprova Bruna Roberta Ribeiro Brum no Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Universidade de Brasília.

COMISSÃO JULGADORA:

Drª Siegrid Guillaumon Dechandt Dr Edson Ribeiro dos Santos Junior

Professor-Orientadora Professor-Coorientador

Dr Luiz Claudio Barros de Oliveira Dr Rafael Rabelo Nunes Professor-Examinador Professor-Examinador

Brasília, 9 de setembro de 2019.

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AGRADECIMENTOS

Ao Exército Brasileiro, pela oportunidade, por creditar em mim e nos demais colegas a confiança no aprendizado e na capacitação.

A Universidade de Brasília, na figura de seus docentes e técnicos, pelo acolhimento, pela transmissão de tantos saberes e crescimento profissional.

A Clara, inspiração e motivo de tudo. Minha melhor parte, pela força que me contagia, pelo amor que transborda e não se nomeia. Pela honra de ser sua mãe.

A Lulu, por apoiar minhas escolhas e deixar meus dias mais possíveis. Por ser suporte e amor.

Aos meus pais, que sem eles não estaria aqui. Pelo amor incondicional que nos move, por se orgulharem do meu crescimento e interesses profissionais.

Aos amigos queridos, por torcer pelo êxito deste trabalho, por cobrarem minha presença e pela (in)compreensão da minha ausência, por serem especiais para mim.

Ao Tio, Tia, Neidinha e Helô, por serem em muitos momentos o porto seguro da Clara, em particular durante minha ausência.

Ao General Neiva, chefe do Escritório de Projetos do Exército (EPEx), pela generosidade e compreensão. Pelo exemplo de profissional que é e por permitir que esse MBA seja uma concretização para mim.

Ao General Caixeta, por ser meu exemplo e meu farol, por todo apoio em cada passo dado, minha gratidão, sempre!

Ao Coronel Barros de Oliveira, pelas contribuições precisas ao meu trabalho. Por sua perspicácia e leitura atenta.

A professora Siegrid, minha querida orientadora, pelas reuniões, conversas, direcionamento, paciência, compreensão, ajudas e, principalmente, pelo ser humano leve que é.

Ao Coronel Edson, meu coorientador, por ter sido uma espécie de bússola em muitas ocasiões.

Ao meu grupo de trabalho, pelos encontros, comidas, bebidas, ensinamentos, trocas tão necessárias e significativas. Vocês representam o melhor grupo que eu poderia participar.

Aos colegas de trabalho pelo apoio e auxílio, pelas conversas que contribuíram com esse

trabalho e comigo diariamente.

(5)

E ao mais importante, àquele que faz com que tudo conspira e se encaixe. Que ilumina para que

tudo dê certo ao final, que me protege e ilumina sempre... a Deus!

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Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento. Clarice Lispector.

(7)

RESUMO

Este trabalho se propõe identificar fatores de influência que impactam a sociedade advindos do Portfólio Estratégico do Exército Brasileiro (Ptf EE) por meio das contratações feitas dos seus Programas Estratégicos. Este estudo teve como metodologia de pesquisa o Estudo de Caso – Construtiva calcada pelo Escritório de Projetos do Exército, pela CNI e pela ABIMDE que possuem uma vasta experiência no campo de pesquisa. O trabalho foi baseado em conceitos como desenvolvimento, desenvolvimento territorial, desenvolvimento econômico, defesa, programas, portfólio e impactos socioeconômicos. Os procedimentos metodológicos adotados para atender aos objetivos de pesquisa ocorreram por pesquisa de campo, observação participante, análise documental, brainstorming e análise de dados que promoveram uma percepção com a pesquisa mostrando que o Ptf EE impacta diretamente para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Verificou-se que os estabelecimentos contratados pelo Ptf EE possui o total de 41.695 trabalhadores registrados, gerando uma massa salarial de 2,6 bilhões ao ano.

Observou-se por exemplo que de 100% dos trabalhadores da indústria de defesa, 31,7%

possuem qualificação, o que na indústria é representado por 14,4% o que evidencia a valorização de profissionais com qualificação no mercado.

Palavras-Chave: Desenvolvimento, Portfólio Estratégico do Exército, Exército Brasileiro,

Impactos, Defesa.

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ABSTRACT

This paper aims to identify influencing factors that impact society from the Brazilian Army Strategic Portfolio through the hiring of its Strategic Programs. This study had as its research methodology the Constructive Case Study based on the Project Office, CNI and ABIMDE, who have extensive experience in the research field. The work was based on concepts such as development, territorial development, economic development, defense, programs, portfolio and socioeconomic impacts. The methodological procedures adopted to meet the research objectives occurred through field research, participant observation, document analysis and brainstorming that promoted a perception with the research showing that Ptf EE directly impacts the socioeconomic development of Brazil. It was found that the establishments hired by Ptf EE has 41,695 registered workers, generating a payroll of 2.6 billion per year.

For example, it was observed that of 100% of defense industry workers, 31.7% have qualifications, which in the industry is represented by 14.4% which shows the appreciation of qualified professionals in the market.

Keywords: Development, Army Strategic Portfolio, Brazilian Army, Impacts, Defense.

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LISTA DE ABREVIATURAS

Expressão Abreviatura

Unidade de Estudo e Prospecção UNIEPRO

Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNAE

Classificação Brasileira de Ocupação CBO

6º Grupo de Mísseis e Foguetes 6º GMF

Assessoria Especial de Gestão e Projetos AEGP Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa

e Segurança ABIMDE

AvEx Aviação do Exército

Base Industrial de Defesa BID

Cadastro Nacional de Pessoa Física CNPJ

Capacidades Militares Terrestres CMT

Capacidades Operativas CO

Centro de Coordenação de Operações CCOp

Centro de Obtenções da Assessoria de Planejamento,

Programação e Controle Orçamentário APPCO

Comando Logístico COLOG

Combatente Brasileiro COBRA

Confederação Nacional das Indústrias CNI

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Constituição Federal CF

Defesa Antiaérea DA Ae

Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear DQBRN

Departamento de Ciência e Tecnologia DCT

Diretoria de Material de Aviação do Exército DMAvEx Doutrina, Organização (e/ou processos), Adestramento,

Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura – Acrônimo que representa os fatores determinantes da Capacidade Militar Terrestre

DOAMEPI

Escritório de Projetos do Exército EPEx

Estado-Maior do Exército EME

Estratégia Nacional de Defesa END

Estruturas Analíticas de Programa EAProg

Estruturas Analíticas de Projetos EAP

Estruturas Estratégicas Terrestres EETer

Exército Brasileiro EB

Força Terrestre F Ter

Forças Armadas FA

Forças Singulares FS

Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas FIPE

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Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da

República GSI

Garantia da Lei e da Ordem GLO

Garantia de Votação e Apuração GV A

Livro Branco de Defesa LBD

Materiais de Emprego Militar MEM

Míssil Tático de Cruzeiro MTC

Normas para Elaboração, Gerenciamento e

Acompanhamento de Projetos no Exército Brasileiro NEGAPEB

Objetivos Estratégicos do Exército OEE

Organização do Tratado do Atlântico Norte OTAN

Organizações Militares OM

Órgão de Direção Geral ODG

Pesquisa e Desenvolvimento P&D

Plano Estratégico do Exército PEEx

Poder Nacional PN

Política Nacional de Defesa PND

Portfólio Estratégico do Exército Ptf EE

Produtos de Defesa PRODE

Programas Estratégicos do Exército Prg EE

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Project Management Body of Knowledge PMBOK

Project Management Institute PMI

Projeto Estratégico do Exército PEE

Química, Biológica, Radiológica e Nuclear QBRN

Relação Anual de Informações Sociais RAIS

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI

Sistema Artilharia de Campanha SAC

Sistema de Armamento Axial e Imageamento para

Helicópteros SiAAIH

Sistema de Materiais de Emprego Militar SMEM

Sistema de Planejamento Estratégico SIPLEx

Sistema Integrado de Simulação ASTROS SIS-ASTROS Sistema Tecnologia de Informações e Comunicações SisTIC

União Europeia EU

Universidade Federal de Santa Maria UFSM

Viatura Blindada para Transporte de Pessoal Guarani VBTP

(13)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 15

1.1 Contextualização ... 15

1.2 Formulações do Problema ... 18

1.3 Objetivo Geral ... 18

1.4 Objetivos Específicos ... 18

1.5 Justificativa ... 19

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 21

2.1 Desenvolvimento ... 21

2.1.1 Desenvolvimento Territorial ... 23

2.1.2 Desenvolvimento econômico ... 28

2.2 Redes e cadeia produtiva ... 33

2.3 Defesa, Gerenciamento de Portfólio, Programas e Projetos. ... 34

3 METODOLOGIA E TÉCNICAS DE PESQUISA ... 39

3.1 Estudo de Caso ... 39

3.2. Métodos Utilizados ... 40

3.2.1 Pesquisa de Campo... 40

3.2.2. Observação participativa ... 41

3.2.2 Análise documental ... 42

3.2.4. Brainstorming... 42

3.3. Análise de dados ... 43

4 APRESENTAÇÃO DE DADOS, RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 46

4.1 Marcos legais e considerações estratégicas externas ... 46

4.2 Considerações organizacionais e metodológicas adotadas pelo EB ... 51

4.3 Considerações e benefícios advindos dos Programas Estratégicos do Exército ... 54

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4.4 Programas Estratégicos do Exército ... 61

4.4.1 Prg EE SISTEMA INTEGRADO DE MONITORAMENTO DE FRONTEIRAS (SISFRON) ... 61

4.4.2 Prg EE GUARANI ... 61

4.4.3 Prg EE ASTROS 2020 ... 62

4.4.4 Prg EE DEFESA CIBERNÉTICA ... 64

4.4.6 Prg EE OBTENÇÃO DA CAPACIDADE OPERACIONAL PLENA (OCOP)65 4.4.7 Prg EE PROTEGER ... 66

4.4.8 Prg EE AVIAÇÃO DO EXÉRCITO ... 67

4.5 Investimento em Defesa ... 67

4.6 Estrutura das Iniciativas Estratégicas... 75

4.7 Resultados de pesquisa ... 75

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 82

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 83

(15)

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

O Exército Brasileiro possui um sistema próprio de planejamento estratégico, ininterrupto, cujo ciclo desenvolve-se em quatro anos. Como resultado deste processo, a instituição concluiu, na primeira década dos anos 2000, que modernizar materiais e sistemas militares não seria suficiente para atender às demandas estabelecidas pelos marcos legais vigentes seja considerando os cenários de curto e médio, seja, particularmente, os de longo prazo.

Como consequência, o Exército verificou que se impunha uma transformação, que, conceitualmente para a Força, significa obter novas capacidades atender às demandas dos cenários levantados no ciclo de planejamento estratégico institucional. Para tanto, foram idealizadas iniciativas estratégicas que se constituem nos atuais Programas Estratégicos, indutores da transformação, cuja finalidade é obter a transformação necessária a partir das capacidades geradas.

Neste contexto, insere-se o Escritório de Projetos do Exército (EPEx), que tem por atribuição, dentre outras, gerenciar os Programas Estratégicos do Exército indutores da transformação. Esses Programas estão organizados em três subportfólios, que, juntos, compõem o Portfólio Estratégico do Exército.

Figura 1 – A representação do Portfólio Estratégico do Exército – Fonte: EPEx

(16)

Constituem o Portfólio Estratégico do Exército (Ptf EE) programas como, por exemplo, o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON), destinado ao monitoramento e vigilância da faixa de fronteiras; o GUARANI, destinado à obtenção, no Brasil, de uma nova família de viaturas blindadas; o DEFESA CIBERNÉTICA, voltado para o desenvolvimento da capacidade de proteção aos ativos de informação contra as ameaças cibernéticas; e o ASTROS 2020, que desenvolve um novo sistema de apoio de fogo de longo alcance e com elevada precisão

1

.

Cada um dos Programas integrantes do Portfólio Estratégico do Exército contribui para que sejam atingidos um ou mais Objetivos Estratégicos do Exército, permitindo que o Exército Brasileiro cumpra as suas missões, de acordo com o previsto na Constituição Federal/88 e nas demais diretrizes constantes da normativa infraconstitucional. O Ptf EE, por meio de seus Programas, é a maior ferramenta do Exército Brasileiro para a execução de seu processo de transformação, evoluindo para a desejada Força Terrestre da Era do Conhecimento.

Constata-se que os Programas Estratégicos geram, além das capacidades planejadas para o Exército, um ciclo virtuoso no setor produtivo da indústria nacional em função de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de produtos sensíveis e/ou aquisições com alto valor tecnológico agregado, o que resulta em impactos econômicos importantes.

Essas iniciativas estratégicas permitem a consecução de um projeto forte de defesa. Este, por sua vez, favorece um projeto de desenvolvimento nacional, baseado na mobilização de recursos físicos, econômicos e humanos para o investimento no potencial produtivo do país e para a capacitação tecnológica autônoma, pois “não é independente quem não tem o domínio das tecnologias sensíveis, tanto para a defesa, como para o desenvolvimento” (BRASIL, 2012, p.44).

Os programas e projetos de defesa transcendem o impacto sobre o Poder Militar: são instrumentos importantíssimos de desenvolvimento nacional, sendo ferramentas valiosas para o crescimento econômico e estímulo à inovação, com reflexos claros para o setor produtivo em geral.

A Estratégia Nacional de Defesa (END), estabelecida pelo Governo Federal por intermédio do Ministério da Defesa em 2008, enfatizou ser a defesa nacional inseparável da

1http://www.epex.eb.mil.br/

(17)

estratégia nacional de desenvolvimento da nação. Estabeleceu que um projeto forte de defesa favorece um projeto forte de desenvolvimento. (BRASIL, 2012)

Desta forma, a END apresentou os seguintes princípios norteadores para a Política de Defesa e Desenvolvimento do país:

(a) independência nacional efetivada pela mobilização de recursos físicos, econômicos e humanos, para o investimento no potencial produtivo do País. Aproveitar os investimentos estrangeiros, sem deles depender;

(b) independência nacional alcançada pela capacitação tecnológica autônoma, inclusive nos estratégicos setores espacial, cibernético e nuclear. Não é independente quem não tem o domínio das tecnologias sensíveis, tanto para a defesa, como para o desenvolvimento; e

(c) independência nacional assegurada pela democratização de oportunidades educativas e econômicas e pelas oportunidades para ampliar a participação popular nos processos decisórios da vida política e econômica do País. (END, 2012)

Neste contexto, a END destaca o papel constitucional das Forças Armadas, ao mesmo tempo em que devem ser propiciadas condições sociais e econômicas de apoio à Defesa Nacional no Brasil. O texto ressalta serem elas as garantidoras dos poderes constitucionais, responsáveis pela defesa da pátria, da soberania, do patrimônio nacional e da integridade territorial.

No entanto, a Estratégia Nacional de Defesa deixa claro que para bem cumprirem o seu papel, as Forças Armadas precisam ser estruturadas com adequadas capacidades organizacionais e operacionais, de forma que possam estar habilitadas a contribuírem efetivamente para a paz e segurança internacionais, bem como para a proteção dos interesses brasileiros nos diferentes níveis de projeção externa do País.

Sendo assim, o Comando do Exército verificou que para que a Força Terrestre

estivesse em condições de cumprir a contento o papel que lhe estava designado na END,

seria necessária não apenas modernização de estruturas ou equipamentos, mas sim uma

verdadeira transformação que lhe permitisse atender às necessidades de um país dotado de

imensas riquezas naturais e com potencial para se tornar um ator decisivo na nova ordem

mundial que estava se configurando.

(18)

1.2 FORMULAÇÕES DO PROBLEMA

O Portfólio Estratégico do Exército, constituído por diversos Programas Estratégicos, contribui para a consecução de um ou mais Objetivos Estratégicos do Exército, gerando as capacidades necessárias para que o Exército Brasileiro cumpra as suas missões, de acordo com o previsto na Carta Magna e nas demais diretrizes constantes da normativa infraconstitucional, particularmente na Estratégia Nacional de Defesa.

Para serem executados, os referidos Programas Estratégicos e seus respectivos Projetos, toda uma cadeia produtiva precisa ser desenvolvida e aperfeiçoada para que seja viabilizada a entrega de Produtos de Defesa que possuem elevada carga científica e tecnológica, fundamentais para a consecução do objetivo de transformação à que a Força Terrestre se propõe. Todo este processo traz diversas consequências para a sociedade brasileira nos campos sociais, econômicos, científicos, tecnológico e militar.

Sendo assim, o presente trabalho procurará esclarecer aspectos fundamentais levantados através do seguinte questionamento: Quais os impactos e benefícios que o Portfólio Estratégico do Exército gera para a sociedade brasileira através dos seus Programas Estratégicos?

1.3 Objetivo Geral

Verificar quais os impactos e benefícios que o Portfólio Estratégico do Exército gera para a sociedade brasileira através dos seus Programas Estratégicos.

1.4 Objetivos Específicos

Buscando atingir o que o objetivo geral se propõe, serão explorados nesse estudo os seguintes objetivos específicos:

- Identificar a massa salarial dos Municípios onde existem estabelecimentos contratados pelos Programas Estratégicos do Exército.

- Enumerar e qualificar postos de trabalho/empregos gerados através do Portfólio Estratégico do Exército.

- Identificar os Estados beneficiados pelos investimentos do Exército no Portfólio

Estratégico do Exército.

(19)

- Levantar a quantidade de estabelecimentos contratados pelos Programas Estratégicos do Exército.

- Identificar os benefícios gerados para a sociedade por meio dos Programas Estratégicos do Exército.

- Identificar os setores de atividade econômica que estão ligados aos estabelecimentos contratados pelo Portfólio Estratégico do Exército.

1.5 JUSTIFICATIVA

Durante vários anos, o debate acerca da Defesa Nacional ficou restrito aos círculos militares. No entanto, com o amadurecimento do pensamento político estratégico da sociedade brasileira, vislumbrou-se ser este assunto também de interesse de todos os cidadãos, uma vez que se trata de uma temática de importância fundamental para a definição dos rumos da nação, num ambiente de grandes incertezas e expectativas diante da configuração de uma nova ordem mundial.

No intuito da transformação capaz de atender às necessidades de um país com a quantidade de riquezas naturais e com o potencial para se tornar um ator decisivo na nova ordem mundial que estava se configurando, foi definido o Portfólio Estratégico do Exército que engloba os Programas Estratégicos do Exército, que são os vetores de indução do Processo de Transformação da Força Terrestre. Estes Programas Estratégicos, alinhados à END, fomentam o desenvolvimento da Indústria de Defesa Nacional e o setor científico- tecnológico, apresentando Projetos Estratégicos cujas entregas são produtos de alto valor agregado, que representam a vanguarda tecnológica, contribuindo para o fortalecimento e desenvolvimento da nação.

Esse trabalho alinha-se, justamente, ao viés da importância da atuação do Portfólio Estratégico do Exército que, como política pública atuando com os seus Programas estratégicos, promove o fortalecimento local de maneira social e econômica para os respectivos habitantes.

Neste contexto, a presente pesquisa se justifica pela necessidade de buscar

esclarecer quais são os impactos e benefícios gerados pelo Portfólio Estratégico do Exército

Brasileiro e seus respectivos Programas, não apenas para a Força Terrestre, mas também para

diversos setores da sociedade brasileira.

(20)

Justifica-se também, por inexistir estudos científicos atuais que expressem a medição de pertencimento em determinadas populações, que contribuem para identificação das dificuldades da identidade territorial, que é compreendida justamente com a visibilidade da população local que pertence a um espaço. Haja vista não haver critérios de cunho cientifico bem definidos que liguem a produção ou as práticas produtivas da população de determinados territórios com as redes sociais.

Para essa pesquisa, têm-se como interessados os acadêmicos, os pesquisadores, os

militares, os formuladores de políticas, que, pela falta de estudo nesta área, muitas vezes não

alcançam a dimensão do que o Portfólio Estratégico do Exército, que é o foco dessa pesquisa,

representa em benefícios e impactos para sociedade. Esse trabalho visa oferecer lacunas de

conhecimento sobre os impactos e benefícios sócio econômicos do portfólio estratégico do

Exército na sociedade.

(21)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo tem como função embasar teoricamente o presente trabalho com o material encontrado na literatura sobre desenvolvimento territorial, desenvolvimento econômico e cadeia produtiva relacionando aos impactos socioeconômicos que englobam os Programas Estratégicos do Exército em relação a sociedade brasileira.

O intuito é levantar informações que tragam subsídios para a investigação da problemática levantada, não só para o referencial teórico, mas também para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho.

2.1 DESENVOLVIMENTO

O debate em torno da temática Desenvolvimento passou a ganhar mais notoriedade, sobretudo após a segunda grande guerra, diante do contexto de descolonização e de amplas transformações políticas e econômicas no cenário internacional. No entanto, apesar de o tema Desenvolvimento somente ter sido incluído na agenda global no pós-guerra, com a criação de diversas agências e organizações internacionais, ele deve ser entendido a partir de um olhar para a história das ideias e tensões conceituais que acompanharam sua evolução histórica ao longo dos séculos (ONU, 2015).

Com o advento da Revolução Industrial, teve início a irreversível passagem do sistema de produção artesanal para o fabril. Foi no setor têxtil que inovações tecnológicas permitiram a alguns países experimentarem profundas, contínuas e substanciais mudanças em suas estruturas sociais (HOBSBAWM, 1979).

Estudiosos sobre o tema Desenvolvimento revelam tendência para teorias voltadas para os aspectos econômicos por entenderem como resultado mais importante o aumento da produtividade, medido pelo crescimento econômico. “O Desenvolvimento não se mede pelo aumento da renda per capita nem pelo avanço da tecnologia, mas sim pelo progresso de expansão das liberdades[...].”. (SEN, 2010, p. 10)

Em contrapartida, já houve quem identificasse a origem das diferenças nos

estágios de desenvolvimento entre os países em variáveis como o clima, a riqueza do solo, o

sistema político do Estado e a religião. O Desenvolvimento depende da capacidade de se

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fazerem investimentos sociais de longo prazo em ensino, em conhecimento tecnológico e em infraestrutura, o que, hodiernamente, é bastante aceitável (THUROW, 1993).

A Coréia do Sul é um exemplo desse raciocínio, pois foi investindo maciçamente nesses setores que impulsionou o desenvolvimento nacional, fazendo com que saísse de uma situação quase feudal na década de 1960 a uma posição de destaque atualmente, tendo em vista ser um dos líderes mundiais em produtos de alto valor tecnológico. Assim, fica claro que numa sociedade em que impera a tecnologia, não há espaço para os países que ficam à margem do conhecimento.

Nesse sentido, Thurow (apud FAERMAN, 1998) afirma que, se o Brasil quiser um dia vir a ser uma potência global, terá que começar a dar escolas às crianças e reciclar profissionalmente sua mão de obra em atividade. Precisa de uma estratégia clara para não ficar de fora desse novo mundo do conhecimento (SICSÚ CASTELLAR, 2009).

A explicação do Desenvolvimento não se baseia, portanto, em uma única causa, mas sim numa conjugação de fatores e circunstâncias que podem fazer uma nação convergir nesta direção. Foi o caso da Inglaterra na 1ª Revolução Industrial e dos Estados Unidos da América (EUA) na 2ª Revolução Industrial (LANDES, 2005). Mesmo entre países com fortes laços culturais e características semelhantes, a combinação de determinadas condições pode determinar rumos de desenvolvimento diferentes. Essas causas podem ser consideradas como importantes, mas não completamente determinantes.

Desenvolvimento é, na verdade, um processo complexo que engloba a valorização do homem, o aprimoramento dos sistemas sociais, com o intuito de contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade (ESG, 2009). Sua verdadeira dimensão não reside apenas nos números e indicadores de crescimento material, mas no avanço social que um país pode alcançar, na busca contínua pelo bem comum de seus cidadãos.

Segundo Oliveira (2002), a chave para a solução do desenvolvimento por uma ótica global, está ligada ao crescimento. Para um crescimento constante, torna-se necessário um desenvolvimento que supere o crescimento populacional, a expansão territorial e a evolução mundial. Quando o desenvolvimento não só acompanha todas as evoluções retratadas, mas também as supera, o equilíbrio geracional fica mais palpável.

Desde sua criação, a ONU está empenhada em: promover o crescimento e melhorar a qualidade de vida dentro de uma liberdade maior; utilizar as instituições internacionais para promoção do avanço econômico e social;

conseguir cooperação internacional necessária para resolver os problemas internacionais de ordem econômica, social, cultural ou de caráter humanitário; e

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promover e estimular o respeito aos direitos humanos e as liberdades fundamentais de toda a população do globo, sem distinção de raça, credo, sexo, idioma ou cor (OLIVEIRA, 2002, p.39).

Para que se torne possível o acompanhamento eficaz do que foi adotado nas políticas relacionadas ao ideal de desenvolvimento, torna-se extremamente relevante a adoção de indicadores de desempenho não só de qualidade de vida, como também do desenvolvimento humano (OLIVEIRA, 2002, p. 47).

Falar de desenvolvimento nos remete, também, ao conceito de desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento sustentável não pode deixar de ser levado em consideração uma vez que, conscientemente, o nosso processo de evolução nos conduz a pensar nas gerações atuais e no legado que deixaremos para as gerações futuras. Oliveira (2002) nos revela que o desenvolvimento sustentável é a ação de produzir hoje, pensando nos impactos que deixaremos para as gerações futuras, sem as comprometer. Neste sentido, o desenvolvimento sustentável nos conduz aos dias de hoje com o pensamento fixo no que deixaremos como legado para as gerações que nos sucederão.

Enfim, Desenvolvimento é um processo cuja realização requer trabalho organizado, investimento. Requer ainda, um esforço sinérgico de toda a Sociedade, de forma a proporcionar aos indivíduos de forma geral, padrões de vida condignos, prosperidade e bem-estar social efetivo e permanente.

2.1.1 Desenvolvimento Territorial

Em meados no ano 2000, nasce o interesse por definição e implantação de uma política

de desenvolvimento regional para o País na tentativa de debater as desigualdades sociais que

independiam de certa forma do desenvolvimento nacional, colocando em pauta, então, a

potencialidade do País em diversidade territorial, economia, social e cultural. E, toda essa

diversidade, não deixa de ser um fator complicador para que se estabeleça uma política nacional

de territorialização. Considera-se, então, o território como sendo uma unidade espacial da qual

a intervenção governamental tem o intuito de estimular as oportunidades naquele local para

deslanchar os processos econômicos, os processos sociais e os processos políticos tidos como

adequados à coletividade para o processo de desenvolvimento sustentável daquele território.

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Pois, há um consenso que se deve levar em consideração as dinâmicas econômicas, políticas, sociais e culturais internas ao território (CORDEIRO, 2007).

De acordo com Ortega e Niemeyer (2007, apud MAURO et al, 2018), o ano de 1990 foi um marco divisor de períodos em se tratando de políticas territoriais, não só pelas crises econômicas que ocorreram à época, mas também no que tange às reformas que ocorreram naquele período. Vale salientar que a Constituição Federal, promulgada em 1988, trouxe a descentralização das responsabilidades territoriais, deixando, assim, os Estados e os Municípios com responsabilidades maiores e melhor elaboradas em relação ao que possuíam.

Mauro et al. (2018) nos trazem as problemáticas da maioria dos municípios brasileiros no tocante à violência, ao desemprego, à exclusão social, à falta de saneamento básico, ou seja, problemas relacionados aos territórios brasileiros que podem ser tratados com o desenvolvimento. Pensando nisso, ele defende que a “utilização da abordagem territorial do desenvolvimento pode ser um instrumento propulsor para minimizar essas dificuldades”.

(Mauro et. al., 2018, p. 491).

Diversos autores têm se preocupado com o desenvolvimento dos territórios a partir de abordagens e perspectivas teóricas diferentes. Mauro et al. (2018) enfatizam que, apesar de a Constituição de 1988 ter estabelecido um desenvolvimento equilibrado em nível nacional com redução de desigualdades no âmbito regional, cada ente federado deve “definir políticas públicas com objetivos de diminuir as desigualdades sociais, erradicar a pobreza e a marginalização social em seu território com benefício direto para população que ali reside”.

(MAURO et al., 2018)

Seguindo o pensamento de Mauro et al. (2018), o desenvolvimento está associado ao bem-estar humano e ao crescimento econômico, operando diretamente na vida dos seres humanos. Para ele o desenvolvimento não representa algo simples e não é sinônimo de crescimento, mas sim algo complexo, que vem sendo estudado há décadas, na busca de melhoria contínua. É citado o estudo da mudança nominal de conceitos, pois eles apresentam necessidades de atualizações com o passar do tempo.

Com isso, torna-se necessário o esclarecimento de que o desenvolvimento é idealizado

com o pensamento voltado para o futuro, em busca de soluções reais que beneficie a população,

tendo por objetivo a busca pela paz, bem como por mudanças estruturais e apreciativas

(RISTER, 2007, apud MAURO et al, 2008).

(25)

Para Petinga (2008, apud MAURO et al, 2015), os conceitos de desenvolvimento local e territorial se fundiram, levando em consideração que podem ser visualizados através da percepção da melhoria da qualidade de vida daqueles que residem na região.

Fazer o relacionamento de todos os tipos e possibilidades de trabalhos que podem ser gerados para o território é um excelente indicador de impacto para descrever a importância de um programa estratégico governamental implantado naquele determinado território. A relação direta dos diversos segmentos produtivos é de suma importância dentro do território, visando a participação de todos, possibilitando que apareçam demandas visualizando o aquecimento do mercado interno (SINGER, 2004, apud MAURO et. al., 2018).

Quando a escala territorial é adotada, nasce a colaboração para algo sustentável em níveis global, espacial e local. Assim, aqueles que estão diretamente ligados à tarefa fim ganham mais sentido e vazão as suas práticas (PIRAUX et al., 2010).

O desenvolvimento regional é tratado com a escala territorial em seus debates. O Governo Federal teve a iniciativa de criar programas voltados para o desenvolvimento pensando numa escala territorial. Com o passar do tempo, foi sendo acrescentado aos textos oficiais a questão do desenvolvimento sustentável, ressaltando-se que o desenvolvimento territorial também compreende as metas referentes às dimensões ambientais, sociais e econômicas, que são os principais pilares da sustentabilidade (COREZOLA et al., 2010). Estas questões elevam as responsabilidades dos programas por terem que se atentar aos pilares da sustentabilidade e do estímulo à ligação entre os setores da sociedade e o poder público federal.

Segundo Grando (2014), as delimitações dos territórios são elaboradas para que seja possível o gerenciamento da política pública e dos programas governamentais investidos naquele território. Esta iniciativa contribui não apenas para delimitar determinado território, mas, também, para buscar encontrar uma identidade para aquela população. Ela afirma que há uma dificuldade na medição de pertencimento daquela população, o que pode vir a dificultar a identidade territorial, tendo em vista não haver critérios bem definidos que conectem a produção ou as práticas produtivas da população de determinado território com as redes sociais.

Sendo assim, entende-se como uma boa ação, o envolvimento de diversos atores de

diferentes setores, como, por exemplo, os atores sociais dos setores da sociedade civil privada

e do setor público. Com isso, torna-se mais viável o entendimento e, consequentemente, o

atendimento às demandas locais, com a realidade daquele território. A maior identificação e

aproximação com a identidade local, bem como uma boa articulação entre esses atores é de

(26)

suma importância no sentido de criar subsídios para a sociedade ajustar-se diante das inovações tecnológicas, sociais, econômicas, políticas, colaborando para as tomadas de decisão sustentáveis, vistas pelo viés político, social e econômico (GRANDO, 2014).

Assim, o estudo e a investigação dos papéis das instâncias sociais da sociedade e do Estado, levando em consideração as possíveis articulações, parcerias e vinculações de ramos da sociedade são imprescindíveis para o auxílio na tomada de decisões e para a junção das áreas que afetam esse contexto (PASQUIS e VARGAS, 2009).

A identidade territorial, compreendida como a visibilidade da população local que pertence a um espaço, é um elemento muito importante para uma boa estrutura de um território, pois ele possibilita a descrição do território e viabiliza a organização das estratégias de desenvolvimento que corroboram para o alcance do bem-estar daquela sociedade local (ECHEVERRI, 2009).

Para Grando (2014), as políticas públicas são fundamentais para essa articulação. A sociedade pode ver nessa articulação uma oportunidade para o fortalecimento pelos recursos por ela atingido.

Nesse viés, Schneider e Tartaruga (2004) citam que o fortalecimento dos laços de colaboração e aproximação dos atores sociais aumentam, consideravelmente, no que tange às oportunidades inovadoras de desenvolvimento e no que diz respeito ao enfoque territorial, usado pelas políticas públicas. Eles também chamam a atenção para as iniciativas de descentralização, avocando maiores responsabilidade para o poder público local. Desta forma, a descentralização traz uma nova visão tanto sobre o papel das instituições, como do aumento da participação e da valorização da sociedade civil.

Para Delgado (2007, apud CORDEIRO, 2007), o desenvolvimento do território está diretamente ligado à maneira pela qual o Estado age em todo espaço nacional. Em suma, ele afirma que o desenvolvimento territorial está ligado ao encadeamento das decisões públicas em toda organização administrativa. E, ainda para ele, a atuação governamental é a maneira pela qual o Estado equipa o espaço nacional, organiza os serviços públicos e articula com os atores sociais.

Por ora vale lembrar que as políticas territoriais foram estruturadas com o propósito de oferecerem soluções inovadoras, com respeito às políticas setoriais, frente aos novos ou antigos desafios da sociedade e da economia nacional, tais como a pobreza, a desigualdade regional ou, ainda, a emergência do desenvolvimento sustentável e a sua compatibilidade com o desenvolvimento econômico e social (DELGADO, 2007, p.6).

(27)

A aproximação entre o Estado e os atores sociais, por intermédio do nascimento de novas formas de diálogo, facilitam o processo de criação de novos espaços públicos em prol da sociedade, mas é necessário o encontro do ponto de articulação desses espaços públicos criados, para o encontro de maneiras adequadas de ação conjunta (DELGADO, 2007, apud CORDEIRO, 2007).

Não resta dúvida para Cordeiro (2007) ser necessário construir hegemonicamente o território por intermédio de programas governamentais. Tratam-se de iniciativas de atuação territorial forte e democráticas, devendo ser compartilhadas não só com os atores da sociedade civil, como também com os atores do próprio Estado.

Cordeiro (2007) considera que, para contribuir com a percepção do território como

partícipe do seu próprio crescimento e aumentar o seu potencial de desenvolvimento, torna-se

imprescindível a ascensão nas redes sociais que aproxime e conecte os territórios com outras

regiões, países e territórios. Assim, o crescimento continuo viabiliza a interação com as

organizações, os programas e a sociedade civil, permitindo o acesso a novas experiências,

alianças políticas, possibilidades de inovação e desenvolvimento em sua mais ampla

conceituação.

(28)

2.1.2 Desenvolvimento Econômico

Nos dias atuais, o desenvolvimento econômico e seus conceitos são de alta complexidade, particularmente quando o objetivo é a determinação dos fatores que os geraram e motivaram. Levando em consideração todas as variáveis econômicas existentes com uma ótica macroeconômica das localidades e das regiões, o estudo torna-se ainda mais complexo.

(VIEIRA, 2017)

Baseando-se na literatura proposta por Oliveira (2002) percebe-se que há divergências de conceituação e de compreensão do que seja desenvolvimento territorial, desenvolvimento humano e desenvolvimento ambiental em relação ao desenvolvimento econômico. Embora os temas se confundam, é importante diferenciá-los para se alcançar um nível cognitivo adequado sobre o que de fato engloba o real significado desses termos.

Dentro das diversas concepções existentes sobre o que significa ou representa o desenvolvimento econômico, Reis (2018) coloca como definição desse tema a busca pelo bem- estar geral da população. Mede-se a elevação do bem-estar geral com indicadores quantitativos e qualitativos da economia como, por exemplo, o PIB e a melhoria contínua da qualidade de vida da população em geral (expectativa de vida ou distribuição de renda, por exemplo). Na busca por mostrar a diferença entre o crescimento econômico e o desenvolvimento econômico, fica claro nas colocações do autor que o desenvolvimento econômico é mais amplo e complexo que o crescimento econômico que, por sua vez, está inserido no desenvolvimento econômico.

Com isso, nem sempre o crescimento econômico ocorre junto com o desenvolvimento econômico.

Uma primeira corrente teórica é o Keynesianismo. Essa corrente defende que o Estado deve atuar diretamente induzindo o crescimento econômico. Ela defende a atuação direta do Estado, com políticas anticíclicas em momentos de crise. Um bom exemplo seria a elevação da demanda agregada para frear o desemprego e a inflação (REIS, 2018).

Outro modelo é o formulado por Perroux. Segundo este, a indústria é a peça chave e

fundamental não só para o crescimento, como também para o desenvolvimento econômico. O

modelo engloba a mão-de-obra, estimula o investimento em máquinas e equipamentos, assim

como cria aglomerados industrias. Esse modelo é baseado na geração de emprego que, por sua

vez, estimula a renda e contribui para o bem-estar daquela sociedade impactada no crescimento

e no desenvolvimento econômico (VIEIRA, 2017).

(29)

Ainda que o desenvolvimento econômico puramente não seja o suficiente para a erradicação da pobreza, aquele é necessário para que esta seja, minimamente, acompanhada, controlada e, possivelmente, superada. Desta forma, pode-se, de fato, falar em um desenvolvimento que ocorra em todos os sentidos (OLIVEIRA, 2002, p. 41).

De um lado o grau de intervenção do governo na economia, como o grau total é utópico, ele não existe, cada economia adota certo grau de intervenção do governo. O que se discute é se uma economia tem mais intervenção ou menos intervenção. Existe o liberalismo

laissezfaire.

“Liberalismo entende-se uma determinada concepção de Estado, na qual o Estado tem poderes e funções limitadas, e como tal se contrapõe tanto ao Estado absoluto quanto ao Estado que hoje chamamos de social.” (BOBBIO, 2005, p.08). O que diferencia o neoliberalismo é a adoção de novas práticas de desregulamentação econômica. Focando para os dias atuais em contraposição a adoção de medidas estatizantes.

Quando o desenvolvimento é abordado, independe de sua vertente, o conceito do desenvolvimento sustentável emerge junto com o conceito de desenvolvimento econômico.

Para Sachs (2004), o estudo do desenvolvimento econômico deve ser revisado, mas não se deve deixar de levar em consideração a sua ligação com a sustentabilidade. Para ele, os conceitos de desenvolvimento econômico, social e ambiental estão diretamente conectados.

Para Vieira (2017), o termo desenvolvimento econômico nos leva a várias interpretações, devido ao pensamento das diversas escolas existentes. Na visão dele, o desenvolvimento econômico está diretamente ligado à elevação da renda nacional - medida no longo prazo - e, também, ao aumento da renda per capita - medido em certo período de tempo.

O desenvolvimento econômico pode, ainda, estar ligado à medição do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que considera o crescimento de renda de uma Nação em relação ao bem-estar social.

O IDH é um indicador que se baseia nos parâmetros de saúde, educação e renda, para

avaliar o desenvolvimento de um país. Ele avalia o estado de desenvolvimento de uma

determinada população. O IDH é medido pela renda, que é associado ao crescimento

econômico, a segunda, é a expectativa de vida, que é impactado pela renda e a terceira é a

escolaridade, também impulsionado pelo crescimento econômico. O crescimento econômico é

a base para a promoção do desenvolvimento econômico. Identidade macroeconômica, onde o

(30)

produto agregado equivale à demanda agregada que também equivale a renda agregada. Para que se obtenha o IDH é necessário promover inicialmente o crescimento econômico

2

.

Abordar o desenvolvimento econômico está diretamente relacionado a abordar o IDH que, segundo Veiga (2005), representa o início, o ponto de partida para ir em busca da medição do índice de desenvolvimento econômico. Ele nos leva para a reflexão, quando aponta sobre a complexidade e a amplitude desse tema e fica ainda mais complexo ao se misturar a outros índices de medição. Com esse viés, ele aponta que o IDH, não necessariamente, seja uma medida complacente, pois não possui tudo o que se pode medir de “desenvolvimentos”, como por exemplo, o respeito com outras pessoas da sociedade (VEIGA, 2005).

Os estudos revelam que o desenvolvimento e o crescimento econômico representam a união de diversas teorias existentes e adaptáveis a sua época. Mesmo em se tratando de vários anos de estudos acumulados, nos dias atuais, essas teorias convergem no que diz respeito à importância da harmonização entre a existência do homem e da natureza, bem como a priorização do desenvolvimento sustentável, com o pensamento na geração de hoje e nas gerações futuras (VIEIRA, 2007).

A produção geral de bens e serviços de um país é medida por intermédio de um instrumento denominado Produto Interno Bruto (PIB). No cômputo da produção total são descontados os gastos com insumos utilizados no processo produtivo durante o exercício econômico. Essa produção é obtida por intermédio da soma do total do valor adicionado bruto gerado por todas as atividades econômicas do país que abrangem os setores agropecuário (agricultura, extração vegetal e pecuário), industrial (extração mineral, transformação, serviços industriais de utilidade pública e construção civil) e serviços (comércio, transporte, comunicação, serviços da administração pública e outros serviços) (RIBEIRO, FRANCIELLE et al. 2010).

O PIB é mensurado pelo IBGE de acordo com a metodologia proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU), levando em consideração levantamentos e sistematizações de informações primárias e secundárias necessárias.

O PIB do Brasil em 2018, por exemplo, foi de R$ 6,8 trilhões. No último trimestre divulgado (1º trimestre de 2019), o valor foi de R$ 1.713,6 bilhões. A tabela 1 mostra o PIB dos estados brasileiros (IBGE, 2019).

2https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-idh.htm

(31)

ESTADO PIB em 2016 (em milhões R$)

Acre 13.751

Alagoas 49.456

Amapá 14.339

Amazonas 89.017

Bahia 258.649

Ceará 138.379

Distrito Federal 235.497

Espírito Santo 109.227

Goiás 181.692

Maranhão 85.286

Mato Grosso 123.834

Mato Grosso do Sul 91.866

Minas Gerais 544.634

Paraná 401.662

Paraíba 59.089

Pará 138.068

Pernambuco 167.290

Piauí 41.406

Rio de Janeiro 640.186

Rio Grande do Norte 59.661

Rio Grande do Sul 408.645

Rondônia 39.451

Roraima 11.011

Santa Catarina 256.661

Sergipe 38.867

São Paulo 2.038.005

(32)

Tocantins 31.576 Tabela 1 – PIB por Estado – Fonte: IBGE

O PIB realiza a mensuração de tão somente os bens e serviços finais para evitar dupla contagem. Por exemplo, se um país produz R$100 de trigo, R$200 de farinha de trigo e R$300 de pão, seu PIB será de R$300, tendo em vista que os valores da farinha e do trigo estão embutidos no valor do pão (IBGE, 2019).

Os bens e serviços finais que compõem o PIB são medidos ao preço em que chegam ao consumidor. Sendo assim, consideram também os impostos que incidem sobre os produtos/serviços comercializados (IBGE, 2019).

Todavia, o PIB não pode ser considerado como o total de riqueza existente no país. Esse é um erro de avaliação muito comum, pois dá a sensação de que o PIB seria um estoque de valor existente na economia, funcionando como uma forma de tesouro nacional.

Entretanto, o PIB é, na verdade, um indicador de fluxo de novos bens e serviços finais produzidos durante um determinado período de tempo. Se um país não produzir nada em um ano, seu PIB será nulo (IBGE, 2019).

2.1.2.1 Cálculo do PIB

Para o cálculo do PIB são utilizados diversos dados, alguns produzidos pelo IBGE e outros obtidos de fontes externas. Essas são algumas das peças que compõem o quebra-cabeças do PIB:

Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) – IBGE

Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) – FGV

Balanço de Pagamentos (Banco Central)

Pesquisa Anual do Comércio (PAC) – IBGE

Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) – IBGE

Pesquisa Anual de Serviços (PAS) – IBGE

Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) – IBGE

(33)

Pesquisa Industrial Anual (PIA) – IBGE

Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) – IBGE

Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) – IBGE

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – IBGE

Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) – Receita Federal (IBGE, 2019)

2.1.2.2 Análises feitas a partir do PIB

A partir do desempenho do PIB, pode-se fazer várias análises, como:

Traçar a evolução do PIB no tempo, comparando seu desempenho ano a ano;

Fazer comparações internacionais do tamanho das economias dos diversos países;

Analisar o PIB per capita (divisão do PIB pelo número de habitantes) – que mede quanto do PIB caberia a cada indivíduo de um país se todos recebessem partes iguais

3

.

O PIB é, contudo, apenas um indicador síntese de uma economia. Ele ajuda a compreender um país, mas não expressa importantes fatores como distribuição de renda, qualidade de vida, educação e saúde. Um país pode ter um PIB baixo, como a Islândia, e ter um altíssimo padrão de vida. Ou, como no caso da Índia, um PIB alto e um padrão de vida relativamente baixo (IBGE, 2019).

2.2 REDES E CADEIA PRODUTIVA

A cadeia produtiva reflete uma continuidade de ações que levam à produção de bens e a sua articulação está ligada à tecnologia e em conexão com a visualização dos empreendedores que querem o aumento do seu lucro. Um agente completa o outro, o que torna a cadeia produtiva um método que é capaz de garantir sua própria transformação (ZILBERSZTAJN, 2000).

3Essas indicações das análises feitas pelo desempenho do Produto Interno Bruto constam na pesquisa por questões didáticas, visando esclarecer o funcionamento da análise do PIB, o que possivelmente não acontecerá na prática no decorrer do trabalho.

(34)

Tendo em vista essa definição, fica nítida a importância da análise de desempenho da cadeia produtiva, realizada de maneira macro e também de forma individualizada, não deixando de levar em consideração as causas que determinam a competitividade. (COUTINHO;

FERRAZ, 2002)

Levando em consideração uma visão geral do processo, a competitividade pode ser determinada conforme o seu nível de conhecimento, que evolui, de acordo com que as políticas públicas adotadas, promovendo a melhoria da eficiência e da eficácia de uma cadeia produtiva.

Assim, as empresas que usufruem das políticas públicas têm acesso tanto ao mercado interno, quanto ao mercado externo (MELZ, 2010).

A viabilidade do estudo da cadeia produtiva se torna clara, tendo em vista a sua contribuição para a avaliação de medidas que estabeleçam o aumento da capacidade produtiva, conseguindo, ainda, auxiliar nas tomadas de decisões em relação às políticas a serem adotadas (SOUZA, 2014).

O estudo da cadeia produtiva viabiliza a avaliação de inúmeras abordagens, dentre elas, as políticas públicas e privadas, a identificação de levantamento de novos arranjos e as possibilidades de melhoria de desempenho da tecnologia (VIAL, SETTE, SELLITTO 2015).

Para Batalha (1997), as cadeias produtivas representam à soma do conjunto de operações de produção e comercialização que foram fundamentais para a transformação toda a matéria-prima de base até chegar ao seu produto fim. Isso significa que a cadeia produtiva está ligada desde o início do processo até que produto seja finalizado e entregue ao seu consumidor final, independente se esse consumidor seja um indivíduo ou uma empresa.

Numa visão simplificada sobre cadeia produtiva, ela pode ser definida como um conjunto de empresas ou sistemas que se articulam no decorrer do seu processo produtivo com o objetivo de atender demandas do mercado consumidor com a oferta de produtos. Segundo Silva (2005), quando se compreende o significado da cadeia produtiva, é possível enxergar toda a cadeia, identificar o que está faltando e o que se pode alavancar, motivar os estabelecimentos de cooperação técnica, precaver-se sobre gargalos ou algo que falte, bem como implementar os fatores que condicionam a competitividade em cada segmento.

2.3 DEFESA, GERENCIAMENTO DE PORTFÓLIO, PROGRAMAS E PROJETOS.

(35)

De acordo com Brasil (2012a), cabe ao Estado prover a segurança e a defesa necessárias para que a sociedade não corra risco de uma agressão externa, não esteja exposto a pressões políticas ou imposições econômicas insuportáveis, sendo capaz de livremente dedicar-se ao próprio desenvolvimento e progresso.

Para facilitar o entendimento, ressalta-se que Defesa Nacional é o conjunto de medidas e ações do Estado, com ênfase na expressão militar, para a defesa do território, da soberania e dos interesses nacionais contra ameaças preponderantemente externas, potenciais ou manifestas (BRASIL 2012b).

Cabe ao Exército Brasileiro, como integrante das Forças Armadas, ser um garantidor da soberania e da autonomia decisória da sociedade brasileira. Nesse esforço, é necessário que seja detentor de todo um sistema de defesa, que compreende os meios humanos, materiais, organizacionais e tecnológicos (BRASIL, 1988).

Para a sustentabilidade desse sistema, faz-se necessária uma base industrial e tecnológica de defesa capaz de dotar o Exército Brasileiro de equipamentos e de autonomia tecnológica frente a outras nações. As ações de preparo e de emprego do poder militar são intrinsecamente interdependentes e não podem ser dissociadas da capacitação da indústria de materiais e de serviços de Defesa (DA SILVA e MUSETTI 2003).

Desta forma, a BID é elemento constitutivo do sistema que assegura os meios necessários para a realização da missão de Defesa do Estado, seja concebendo, seja desenvolvendo e mantendo tecnologia de equipamentos militares essenciais para a independência nacional (MELO 2015).

Visando a esse atendimento, a END estabelece o desenvolvimento da indústria de Defesa Nacional e a independência tecnológica como diretrizes indispensáveis para a adequada prontidão das Forças Armada se para o próprio desenvolvimento nacional (BRASIL 2012c).

Dunne (1995) destaca que o desenvolvimento de uma Indústria de Defesa geralmente tende a ser benéfico, pois leva ao desenvolvimento tecnológico de diversos setores, à criação de empregos e à alocação de profissionais qualificados.

Segundo a PND, a BID é o conjunto das empresas estatais e privadas, das organizações

civis e militares que participam de uma ou mais das etapas de pesquisa, desenvolvimento,

produção, distribuição e manutenção de produtos estratégicos de Defesa (BRASIL 2012b).

(36)

A indústria de defesa é uma área que demanda grandes investimentos de alta tecnologia.

Por isso mesmo, deve-se levar em consideração que economia, logística de defesa e política estão diretamente relacionadas à capacidade de defesa de um país, refletindo tanto em seu potencial dissuasório, como na operacionalidade de suas Forças Armadas (AITA et al. 2016).

Os investimentos em P&D militar são umas das principais rubricas dos grandes países industrializados. Devido à necessidade de alto grau tecnológico, os investimentos nessa área são estruturantes, na medida em que orientam as capacidades futuras das empresas, dando-lhes condições de adquirir competitividade mundial. (MELO 2015)

Considerando o nível e a complexidade dessas iniciativas estratégicas, não se pode

deixar de estudar o que o referencial teórico acadêmico-corporativo apresenta. Contudo, ainda

que as FA de países com relevância no sistema internacional tenham utilizados estes mesmos

conhecimentos, as mudanças implementadas pelo EB levaram em conta sua cultura

institucional e a realidade do cenário atual.

(37)

No que tange ao gerenciamento de Portfólio, Programas e Projetos, um dos referenciais teóricos é o Guia

Project Management Body of Knowledge (PMBOK) do PMI (Project Management Institute). Deste Guia foram extraídas as seguintes definições:

Projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. A natureza temporária dos projetos indica que eles têm um início e um término definidos. O término é alcançado quando os objetivos do projeto são atingidos ou quando o projeto é encerrado porque os seus objetivos não serão ou não podem ser alcançados, ou quando a necessidade do projeto deixar de existir (PMBOK, 2012, p. 2).

Programa é definido como um grupo de projetos, subprogramas e atividades de programa relacionados, gerenciados de modo coordenado visando a obtenção de benefícios que não estariam disponíveis se eles fossem gerenciados individualmente. Os programas podem incluir elementos de trabalho relacionados fora do escopo dos projetos distintos do programa. Um projeto pode ou não ser parte de um programa, mas um programa sempre terá projetos. (grifo nosso) (PMBOK, 2012, p. 8).

Subportfólios, inseridos em um Portfólio, podem ser compostos por Projetos e/ou Programas. Implicam operações gerenciadas em grupo, a fim de alcançar objetivos estratégicos. (grifo nosso) (PMBOK, 2012, p. 9).

Portfólio refere-se a projetos, programas, subportfólios e operações gerenciados como um grupo para atingir objetivos estratégicos. Os projetos ou programas do portfólio podem não ser necessariamente interdependentes ou diretamente relacionados. (grifo nosso) (PMBOK, 2012, p. 9).

Gerenciamento de portfólios refere-se ao gerenciamento centralizado de um ou mais portfólios para alcançar objetivos estratégicos. O gerenciamento de portfólios se concentra em assegurar que os projetos e programas sejam analisados a fim de priorizar a alocação de recursos, e que o gerenciamento do portfólio seja consistente e esteja alinhado com as estratégias organizacionais. (grifo nosso) (PMBOK, 2012, p.10)

Portfólio, Projetos, Programas, Subportfólios e operações gerenciados em grupo, para alcançar objetivos estratégicos. (grifo nosso) (PMBOK, 2012, p. 557).

Vale registrar a relação gerencial que o PMBOK (2012, p. 7) estabelece entre os conceitos apresentados:

O gerenciamento de portfólios, gerenciamento de programas e gerenciamento de projetos estão alinhados ou são acionados por estratégias organizacionais. Por outro lado, o gerenciamento de portfólios, o gerenciamento de programas e o gerenciamento de projetos diferem na maneira em que cada um contribui para o alcance das metas estratégicas. O gerenciamento de portfólios se alinha com as estratégias organizacionais selecionando os programas ou projetos certos, priorizando o trabalho e proporcionando os recursos necessários, enquanto que o gerenciamento de programas harmoniza os componentes dos seus projetos e programas e controla as interdependências a fim de obter os benefícios especificados. O gerenciamento de projetos desenvolve e implementa planos para o alcance de um escopo específico que é motivado pelos objetivos do programa ou portfólio a que está sujeito e, em última instância, às estratégias organizacionais. O gerenciamento organizacional de projetos promove a capacidade organizacional ligando os princípios e práticas do gerenciamento de projetos, programas e portfólios com facilitadores organizacionais (p.ex., práticas estruturais, culturais, tecnológicas e de recursos humanos) para apoiar as metas estratégicas. Uma organização mede as suas capacidades e então

(38)

planeja e implementa melhorias visando o alcance sistemático das melhores práticas (PMBOK 2012, p. 7).

A partir das definições apresentadas, é possível concluir que cada conceito possui uma especificidade e um foco único. Assim, um projeto tem por resultado um produto, o programa gera um benefício e um portfólio visa ao alcance dos objetivos estratégicos da organização.

Uma vez demonstrado como a teoria acadêmico-corporativa define Portfólio, Subportfólios, Programa e Projeto, cabe analisar o impacto desses conceitos no contexto do EB.

Buscou-se com este referencial teórico fundamentar os aspectos que embasaram a pesquisa, atendendo ao rigor científico. Neste sentido, sob o alicerce da literatura econômica, buscou-se a fundamentação para o desenvolvimento.

A seguir, abordar-se-á a metodologia utilizada para a pesquisa a fim de que, na

sequência, sejam abordados os resultados dos dados colhidos em fontes primárias e secundárias

relacionadas ao tema.

(39)

3 METODOLOGIA E TÉCNICAS DE PESQUISA

3.1 ESTUDO DE CASO

Para Yin (2001), quando o estudo de caso é utilizado para analisar uma pesquisa, ele traz a abrangência de um todo, abordando toda a lógica de planejamento e, incorpora abordagens específicas a coleta de dados e a análise de dados. Ele nos traz que “o estudo de caso permite uma investigação para se preservar as características holísticas e significativas dos eventos da vida real – tais como ciclos de vida individuais, processos organizacionais e administrativos, mudanças ocorridas em regiões urbanas, relações internacionais e a maturação de alguns setores” (YIN.2001. p.21).

Yin (2001, p. 32) diz que o estudo de caso é uma investigação empírica que:

Investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real.

Especialmente quando:

Os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos.

Sabe-se que a depender do objeto de estudo, da amplitude que se pretende alcançar, da forma de se organizar os dados e do aprendizado que se quer obter sobre um elemento específico, o estudo de caso é o método mais adequado e eleito para nortear o presente trabalho.

Assim, utilizando-se ainda do Yin (1989, p. 23) é possível definir o Estudo de Caso como uma técnica, "uma inquirição empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto da vida real, quando a fronteira entre o fenômeno e o contexto não é claramente evidente e onde múltiplas fontes de evidência são utilizadas".

Segundo Alves Mazzotti (2006), o Estudo de Caso facilita a compreensão do que se pretende investigar, coletando tanto o que é comum quanto o que é particular a cada caso. É uma investigação científica de uma unidade específica, segundo critérios determinados, que se

“propõe a oferecer uma visão holística do fenômeno estudado” (ALVES MAZZOTTI, 2006, p.650). Torna-se necessário, ainda, considerar que o Estudo de Caso não deve ser compreendido como um monólogo na produção do conhecimento científico e que sua realização, embora erroneamente alguns pensem o contrário, exige uma complexidade de recursos por parte dos que se dispõe a utilizá-lo.

Neste trabalho foi utilizado como objeto a ser estudado o Portfólio Estratégico do

Exército. Considerando a estrutura organizacional do Exército Brasileiro, o Escritório de

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